Slide Away escrita por letter


Capítulo 13
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Eu deixei um aviso em meu perfil na última semana, mas vou esclarecer para quem não viu nas notas finais, por isso leiam elas viu? E bom, o capítulo dedico especialmente para as lindas da:
— H_S
— Gabriella Prates
Muito obrigada pelas recomendações lindas, elas me animaram muito a escrever esse capítulo o mais rápido possível, apenas para postar em agradecimento! E obrigada também a todos que comentaram no último capítulo.



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Quando Dominique disse que tinha grandes planos para o natal e toda aquela história de que nada poderia dar errado, eu não havia pensado direito no assunto, cheguei a apurar a ideia de que seria seus grandes planos quando ela estava preparando a poção Amortentia ainda em Hogwarts, mas depois de toda a confusão que aconteceu, não havia encontrado a oportunidade de tentar abrir sua cabeça e colocar uma pitada de juízo dentro dela. O assunto até havia fugido de minha memória, mas veio à tona durante a ceia de natal.

O barulho nos jardins era insuportável. Cada um em seu lugar falava de dois ou três assuntos ao mesmo tempo – no mínimo – e somando isso ao total de trinta pessoas que haviam se reunido ali o resultado era obvio: ninguém entendia o que raios estava acontecendo.

E como ninguém prestava atenção em nada, ninguém pareceu notar o frasco que brilhava nas mãos de Dominique.

Haviam montado uma grande tenda nos jardim d’Toca dos Weasley para caber toda a família, porém uma enorme mesa ocupava praticamente toda a tenda, e quando vi Dominique com o frasco de Amortentia nas mãos, quis gritar para ela. Porém Dominique estava sentada ao lado de seus pais, próximo aos adultos, conseqüentemente ao lado de sua irmã Victoire e por qualquer acaso do destino, ao lado de Teddy.

Saltei instintivamente quando Dominique despejou o conteúdo do frasco na taça de cerveja amanteigada de um Teddy bastante distraído e entretido em procurar o que quer que seja que ele perdeu dentro da boca de Victoire.

– Quin froi Ronse? – perguntou Albus cuspindo uma boa quantidade da carne que estava mastigando enquanto comia.

O que eu poderia fazer? Acabar com a festa dizendo que Dominique batizara a bebida de seu cunhado com a poção do amor? Ela era minha prima e minha melhor amiga, por mais que isso fosse errado eu não conseguia impeli-la.

– Acho que nada – sentei no lugar limpando a carne triturada que voara da boca de Albus para minha roupa – E não fale de boa cheia.

Victoire e Teddy se desgrudaram um do outro, e com um simples estralar de dedos de Victoire a multidão se calou. Ela se levantou graciosamente com um grande sorriso no rosto.

­- Desculpe interromper – pediu ela – Mas antes que todos terminem de comer e se dispersem tenho de falar sobre algumas pendências para o casamento – disse ela dando uma rápida piscadela para o Teddy.

Hugo levantou a mão com a qual segurava uma saudável cocha de frango como se estivesse em uma sala de aula, Vic se virou para ele e acenou com a cabeça.

­- Posso convidar alguém? – perguntou.

– Os convites estão contados – se desculpou Victoire.

– Mas tenho de levar minha namorada! – interferiu Albus em protesto.

Todos se viraram para ele numa rapidez inimaginável com a surpresa estampada no rosto, inclusive eu.

– Você? Namorando? – perguntou James rindo – Quem é a louca maninho?

– Ele não está namorando – respondeu Lily revirando os olhos – Está apaixonado pela namorada do Longbottom.

– Nina? – perguntei perplexa.

Um dia antes de voltarmos para a casa para o recesso de natal, Nina havia me procurado, desabafando o quanto era difícil estar apaixonada por dois garotos. Eu nunca fora chegada à Nina, mas realmente fiquei chateada por ela, estava em uma situação difícil: Frank Longbottom, sempre atencioso, mas não o homem que precisava, ou Albus Potter, o príncipe de seus sonhos, só que com mais defeitos do que poderia lidar. Pobre Nina.

– Ela não quer saber de você – contei – Quer dizer... No bom sentido.

Hugo e Lily não controlaram a risada, até Fred e James riram.

– Não era pra vocês se dispersarem ainda – choramingou Victoire.

– O que você tá falando? – perguntou Albus ignorando ela – Disse que não queria saber de garotos até os NIEMs e está praticamente juntando as coisas para ir morar com Scorpius na mansão dos Malfoy.

Se todos haviam se virado para Albus perplexos, não havia adjetivo para expressar a forma como minha família me encarava.

– Scorpius. Malfoy? – alguém que ainda não havia se manifestado pronunciou pausadamente os dois nomes.

Meu pai, sentado entre mamãe e tio Harry, que estava com uma feição bastante divertida no rosto.

Senti meu rosto e minhas orelhas queimarem, olhei ligeiramente em volta para ver se havia algum buraco pelo jardim que coubesse minha cabeça, mas a neve havia tampado todos. Literalmente eu queria enfiar minha cabeça em qualquer lugar.

– Verdade, Rose tem de levar o Malfoy Júnior no casamento como seu acompanhante – disse meu irmão dando de ombros – Não que aprove – apressou Hugo em dizer se virando para papai, é claro que ele queria se livrar da bronca que com certeza viria a seguir. Ele realmente sabia ajudar.

– Rose Jean Granger Weasley, você está namorando um Malfoy? – papai cuspiu a sentença e eu me vi rezando para que todos voltassem a conversar e continuassem me ignorando, eu realmente era muito mais feliz com isso.

– Que tal voltarmos ao assunto feliz? Casamento e preparativos? – perguntou Victoire e eu realmente passei amar mais a minha prima naquele momento – Teddy e eu decidimos adiar a data para o verão, quando todos vão poder se reunir sem grandes custos, não querido?

– Hum...? – Teddy estava bebericando sua cerveja amanteigada – Claro.

– Teddy! – exclamou meu pai se virando para ele – Você é professor em Hogwarts, deviaestar vigiando meu bebezinho! Você deixou ela namorar um Malfoy?

– Não sou um bebezinho – murmurei, aparentemente de forma inteligível.

­- O que? Não senhor... eu não deixei... Quer dizer, eu não sabia – a coloração do cabelo de Teddy passava do castanho para o vermelho, do vermelho para o lilás e do lilás para o roxo. Papai estava o assustando.

Quando vi, papai havia sacado a varinha e estava apontando para Teddy, mas repentinamente se virou para nosso lado da mesa, o lado onde estava eu e meus primos.

– E vocês? Deixaram? – Lily começou a assobiar e Roxy estava brincando com seus próprios cachos. Ótimas companheiras essas minhas.

– Rony, menos – pediu mamãe brandamente – Não viu que Albus está apenas implicando com a pobrezinha?

– Está é? – a voz de papai estava tão fina como eu nunca imaginei que poderia ficar.

­- Está sim – confirmou mamãe – Não é Albus? – ela perguntou calmamente pra ele, com um sorriso maternal no rosto.

– Não estou na... – chutei a canela dele por baixo da mesa, e ele se interrompeu com um uivo – Estou – respondeu mal-humorado.

– Bom, agora que isso se revolveu, quanto ao casamento... – Teddy se levantou e apertou a mão de Victoire entre a sua.

– Chuchuzinho, francamente, é natal, falamos disso depois – disse ele pegando sua taça de cerveja amanteigada com a mão livre e terminando de virá-la na boca – E eu preciso tirar a água do joelho.

Victoire tentou protestar, mas antes que voltássemos a ouvi-la, Teddy adentrou a casa, e Dominique sorrateiramente foi atrás. Papai ainda me fuzilava, suas orelhas estavam tão vermelhas quanto brasa, e com um aceno de cabeça mamãe me mandou para dentro de casa.

Levantei da mesa e me arrastei para os fundos d’Toca, e logo que entrei mamãe entrou atrás.

­- Não leve seu pai a sério, Rose – pediu mamãe tirando uma mecha de cabelo de meus olhos – Mas, o quanto disso tudo é verdade?

Soltei um pesado suspiro, por um momento pensei em contar para minha mãe sobre seu diário, pedir explicações e preencher as lacunas, mas me faltava coragem, eu não queria mudar a imagem de que tinha dela, e sabia que se fizesse isso seria irreversível o erro. Porém tratar sobre Malfoy com minha mãe... Bom, não era fácil.

– Não sei – falei fracamente – Acho que estamos namorando, mas não tenho certeza.

Mamãe passou o peso de uma perna para outra.

– Rose, não sei se aprovo esse namoro.

– Sério? – aquilo realmente me sobressaltou, imaginei que de todos, mamãe seria a única que apoiaria, ainda mais contando com o fato de que ela mesma se envolvera com Draco Malfoy – Por ele ser um Malfoy?

– Por ele ser filho de Draco, sim – falou ela olhando para os lados – A criação que Scorpius recebeu com a família que tem...

– Mãe, a senhora me desculpe, mas a senhora não o conhece – falei calmamente – Ele não é o pai.

– Seu pai também não aprova Rose – rebateu ela.

Por um momento minha mãe se transformou aos meus olhos e voltou a ser a jovem Hermione Granger que um dia se envolveu com Draco Malfoy, escondido pelos cantos de Hogwarts, e que por algum motivo incerto se separaram. Teimosa e dona da verdade.

Balancei a cabeça para afugentar o pensamento.

– Vocês vão me proibir? – perguntei perplexa.

­- Não vou te proibir de nada filha, mas você tem de saber minha posição e opinião.

– E isso por que ele é filho de Draco Malfoy? Ou tem algo a mais no meio disso? – mamãe pareceu desconfortável, mas manteve a postura séria.

– Claro que não Rose.

– Então se dê a chance de conhecê-lo mãe, você vai ver que ele não é como o pai, e também duvido que a senhora tenha tanta aversão ao Malfoy quanto demonstra ter – no momento que pronunciei as palavras me arrependi.

Mamãe percebeu que vacilei quando estreitei os olhos.

– O que quer dizer Rose?

– Nada – menti – Quero dizer... Você mesma me ensina desde pequena que não devemos ter preconceito, que não devemos julgar, todos os bruxos são iguais independente da linhagem sanguínea ou sobrenome.

– Tenho certeza que Draco não irá apoiar Scorpius com essa loucura.

– Mãe – falei calmamente – É só um lance... Não é uma “loucura” – falei fazendo aspas no ar.

Mamãe suspirou e balançou a cabeça.

– Vamos ver até onde isso vai, enquanto isso espero que seu juízo volte, não vou conseguir apaziguar seu pai de novo.

Mamãe beijou minha testa antes de sair da cozinha e voltar para a tenda.

Fiquei parada sentindo o calor de dentro da casa enquanto apurava a conversa que tivemos, apenas quando Dominique passou aos risos pelo cômodo ao lado, com Teddy entrelaçando seus dedos nos dedos dela foi que consegui emergir de meus pensamentos. Dominique me viu e piscou, levando o indicador da mão livre aos lábios, como se pedisse segredo, e logo desapareceu para cima das escadas.

As risadas de ambos morreram quando ouvi uma porta de algum andar a cima se trancar. Eu só pedia a Merlin para que Dominique soubesse o que estava fazendo.

– Rose, você me deve desculpas! – Albus entrou abruptamente pela porta da cozinha, mancando – Era o meu joelho ruim que você chutou! Não posso perder meu joelho de novo, dessa vez á Madame Pomfrey não está aqui perto para fazer ele voltar, sabia?

– Desculpa Al, da próxima vez vou me certificar de chutar o joelho certo – prometi ainda desconcertada, mas mesmo Albus sendo mais inconveniente do que eu gostaria, ele sabia perceber quando as coisas não estavam legais.

– Tia Mione lhe deu um rala? – perguntou ele – Olha eu não queria contar, só veio na hora – ele deu de ombros – Desculpas, até te perdôo por ter chutado o joelho ruim.

– Tudo bem Al – Albus mancou até meu lado, se encostando na mesa ao meu lado – Uma hora iriam saber.

– Então quer dizer que é verdade? Cara, falei zoando – Al soltou uma risada – Desde quando é isso?

– Não sei, é estranho, a gente apenas... Não sei Albus, de verdade – falei me virando para ele.

– Tudo bem, você vai saber então, mais rápido do que imagina – ele lançou uma piscadela para mim.

– Que quer dizer? – perguntei desconfiada.

– Que vai fazer no ano novo? – perguntou ele.

– Visitar meus avôs trouxas, como todos os anos – soltei um pesado suspiro, não era divertido ir para casa de meus avôs, eles adoravam olhar meus dentes e insistiam em dizer que eu deveria usar uma espécie de aparelho, sem contar que todo o alimento que havia na casa era desprovido de açúcar, pois segundo meus avôs estragam os dentes. Sim, eles eram dentistas.

– Não vai não, você vai a um baile comigo, e eu sei como convencer seus pais.

– Um baile?

– Sim, todo o ano novo os Malfoy organizam um baile, e Scorpius sempre deixa eu levar uma acompanhante, você vai ser minha acompanhante – Albus sorria de uma forma encantadora, com os lábios repuxados mais de um lado, refletindo os dentes brancos e com um brilho nos olhos claros.

– Por que quer faria isso por mim Al?

– É por mim ora! – exclamou Albus rindo – Meus dois melhores amigos juntos? Cara, quantas noites tive de aguentar um xingando o outro? E me lembro que no quarto ano vocês começaram a duelar do nada e meu cabelo quem sofreu. Sem contar que todas as vezes que me meto nas brigas entre vocês dois acaba sobrando para mim, estou fazendo isso pela paz mundial!

Tive de rir junto com Albus, e antes que me contive o abracei, com a expectativa de que o ano novo poderia ser realmente promissor dessa vez, muito mais doce do que os alimentos lights da casa de meus avôs.


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Notas finais do capítulo

Gente os avôs da Rose não são chatos por serem dentistas, só pra constar todos os dentistas são lindos e maravilhosos e não digo isso porque faço odontologia u_u escovem os dentes, ok?


Passando só pra avisar que o capítulo foi betado e agradecer pelos comentários e pelas recomendações *-* A letter fica super feliz com elas e eu também!! Feliz Natal pra quem estiver lendo ^^