A Luz Das Trevas escrita por Filha de Apolo


Capítulo 3
Primeiro dia - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

continuaçãozinha... "zinha".
Não é porque é o mesmo dia que não quer dizer que eu não queira comentários nos dois, viu? u-u



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Sentada na grande mesa no centro da imensa sala, Perséfone se sentia tão pequena, inofensiva. Levantou e foi à busca de alguns livros ilustrados que detalhassem modelos de vestidos. Fora fácil, demorara menos do que esperava para os encontrar, tudo lá era bem organizado.

Folheava o livro e desenhava alguns modelos de vestido, os adaptando ao seu gosto pessoal. Tão perdida em suas análises, nem percebeu o deus se sentando ao seu lado e a observando.

–Boo – A voz sonolenta disse, fazendo Perséfone se arrepiar e virar em sua direção, assustada.

–Olá...

–Boa tarde – O deus sorriu, deixando Perséfone desconfiada. Esta franziu o cenho.

–Hum... boa tarde.- Perséfone disse e, então, tentou voltar a ler, mas o deus continuava a encarando fixamente. - Posso saber o que queres?

–Apenas comprovar algo que meu irmão disse.

–E o que seria?

–Nada não.

–Diga-me.

–Não é nada de interessante, minha senhora.

–Você ainda vai me dizer. Agora... - Perséfone se virou por completo para o deus, fechando seu livro e empilhando as folhas de desenho. - Quem é você? - A pergunta fez o deus sorrir abertamente.

–Eu sou Hipnos, deus do sono.

–Do sono? - Perséfone franziu o cenho.

–Sim, do sono.

–Hum... Você é o gêmeo de Tânatos, não?

–Sou sim.

Perséfone parou, observando o deus. Os cabelos eram praticamente brancos, compridos, sendo seus olhos do mesmo tom acinzentado de suas raízes. Sua pele era normal, não tão branca como Hades, nem escura como seu irmão. Perséfone, mesmo que não houvesse nenhum detalhe que provasse isso, achou Hipnos e Tânatos parecidos. Talvez o formato do rosto, ou algo no olhar.

–Assim eu ficarei sem graça, minha senhora – Ele disse, calmamente, fazendo Perséfone corar em milésimos de segundo.

–Ãn.. e-eu... - Ela queria falar com clareza, mas estava nervosa demais, sentia como quando saía de noite do Palácio de sua mãe, correndo para o de Afrodite para que ambas conversassem durante horas sobre besteiras e fofocas. Sentia como se estivesse fazendo algo de errado

–Então, sei que não é da minha conta, mas o que estavas fazendo?

Piscando algumas vezes e se focando no livro a sua frente, Perséfone conseguiu falar novamente.

–Desenhando.

–Hum, isso eu percebi, sabe...

Alguém pigarreou no começo da sala, fazendo Hipnos e Perséfone erguerem os olhos.

–Irmão, o Senhor está reclamando sua presença – Tânatos disse, um sorriso de vitória nos cantos da boca.

–Hum, está mesmo? - Hipnos retrucou, desviando o olhar para Perséfone. - A senhorita não gostaria de me acompanhar pelos corredores?

–Acho melhor não, Hipnos, talvez outro dia – Perséfone respondeu, sorrindo. - Vou para o meu quarto agora, está quase na hora da janta. - A deusa terminou, levantando e fazendo menção de recolher suas coisas da mesa. Rapidamente, os gêmeos pegaram suas coisas e fizeram sinal para ela ir andando na frente.

–Você é muito delicada para ficar carregando peso. - Explicou Hipnos, quando Perséfone franziu o cenho.

–É, deixe isso para nós – Tânatos completou, enquanto Perséfone passava pela porta, seguida pelos dois.

XxxxxX

Três batidas leves na porta ecoaram pelo quarto. Perséfone se mexeu, acordando. Ergueu sua cabeça lentamente e esfregou seus olhos. Havia adormecido em cima de seus projetos, sentada na escrivaninha. Se espreguiçou, levantando e indo até a porta. A abriu, encontrando duas almas paradas, a observando.

–Ãn... olá.

–Olá, minha senhora, desculpe o incômodo, o senhor Hades pediu para que nós a chamássemos para o jantar. - Ah, claro, o jantar! Havia ignorado completamente o despertador que Hades a dera. Havia recebido um despertador para cada refeição, assim não se perderia nas horas, já que era quase impossível distinguir o dia da noite lá em baixo.

–Ah sim, mil perdões – a deusa disse, sem jeito. As almas se mexeram desconfortáveis, não eram acostumadas a receberem pedidos de desculpas. -, eu vou só pegar meu casaco... - Perséfone entrou correndo no closet e pegou algo aceitável para vestir por cima do vestido, algo que combinasse. - Vamos? - Ela apareceu na porta, sorrindo. As servas assentiram, solidárias, e fizeram menção para que Perséfone caminhasse na frente.

XxxxxX

A porta da sala estava aberta. Entrou, puxando a cadeira da ponta para se sentar.

–Desculpe-me... - Começou, sendo interrompida pelo puxar de outras duas cadeiras. Hipnos e Tânatos, que Perséfone notou estarem presentes apenas naquele instante, se levantaram junto com ela, como cavalheiros, ou servos. Afrodite a havia ensinado isso, que homens costumavam se levantar quando uma dama iria sentar, principalmente quando essa era sua soberana, em respeito a ela. Perséfone corou levemente com o gesto, ninguém nunca a tratava como uma dama, apenas como criança.

Erguendo os olhos enquanto se sentava, Perséfone percebeu que a mesa estava cheia. Tânatos e Hipnos, que se sentaram junto com ela, estavam um de cada lado da mesa, e também ao lado dela. Hécate estava presente, lia um pergaminho com um texto que mais parecia uma receita, pelo que Perséfone conseguiu ver. A deusa da magia estava sentada à direita de Hades, e Caronte à esquerda. No meio de Caronte e Tânatos havia uma deusa que Perséfone não conhecera. Aparentava maior idade do que a maioria, mas, assim como Afrodite, não parecia realmente velha, e sim experiente, seus olhos, de um cinza escuro, transbordavam saber.

–...pela demora. - Terminou Perséfone, ajeitando sua cadeira. Pegou o guardanapo de papel e o estendeu em seu colo. Erguendo os olhos novamente, seu olhar encontrou Hades, que a observava calmamente. Ao contrário de Hécate, que estava bufando, enraivecida, Hades parecia tranquilo, como se a demora não o incomodasse.

–Podemos comer agora? - Resmungou a deusa da magia, enrolando o que estava lendo e fazendo sumir com um estalar de dedos. Perséfone sentiu suas bochechas corarem um pouco mais.

–Sim, por favor, estou faminta. - Disse a deusa que Perséfone desconhecia. Ela acenou para a cozinha, murmurando algo para as servas. Sua pele continha um brilho prateado, semelhante aos seus olhos, e sua voz soava como uma canção de ninar. Seu tom fez Perséfone se acalmar um pouco, voltando a sua cor normal.

Assim que as servas terminaram de trazer a comida e as bebidas, Hades pigarreou, chamando a atenção de todos. Hécate revirou os olhos, impaciente. Hipnos escreveu algo em um papel e passou para o irmão, que leu e riu, escondendo o bilhete.

–Boa noite – Hades começou, um sorriso confortante em seus lábios. - Mesmo que, dos presentes aqui, apenas Nix não conheça Perséfone, eu acho prudente que tenhamos esse jantar. Perséfone passará um tempo indefinido conosco e eu espero que todos colaborem com sua estadia. - O jeito natural com o qual Hades falou fez o sangue de Perséfone ferver. Não é como se ela estivesse ali por vontade própria, ela não queria estar ali. O ênfase em 'tempo indefinido' apenas piorara o humor de Perséfone, assim como a menção que todos deveriam aceitá-la fez Hécate jogar a cabeça para trás, resmungando.

Nix se virou para Perséfone, seu olhar acalmando lentamente os nervos da pequena deusa novamente.

–Olá, querida. Seja bem vinda. Não me verás com muita frequência – Nix falou. A esse ponto, Hécate e Caronte já haviam começado a se servir. Tânatos e Hipnos abriram a dividiram o vinho entre as taças. Serviram água para Perséfone e um líquido violeta para Hécate. - pois prefiro ficar em meus aposentos, mas se precisares de ajuda, eu estou disponível.

Perséfone sorriu, a doçura de Nix a fazia lembrar tanto de Afrodite. Continham o mesmo olhar, a mesma solidariedade, o mesmo afeto na voz.

–Quem é você, exatamente? - Perséfone disse, se servindo de salada. Percebera que metade da mesa estava servida com pratos negros, enquanto os do lado de Perséfone eram pratas. A comida era diferente, também. Deduziu que a comida do lado de Hades fosse do próprio Submundo, e a sua de seu mundo. Tânatos e Hipnos a acompanharam, enquanto Nix se servia com Hades.

–Eu sou a Noite, meu bem. - Ela disse, sorrindo, tomando um gole de vinho. - Sou mãe desses dois pestes aqui – ela passou a mão na cabeça de Tânatos e sorriu para Hipnos. -, e também de Caronte. - O barqueiro a fitou com um olhar inocente e a deusa beijou sua testa. - Me perdoe se eles lhe causarem problemas, juro que não os criei mal.

Perséfone sorriu, fazendo negando com a cabeça.

–Eles me trataram bem.

–Ótimo. - A deusa respondeu, começando a comer.

Um silêncio confortável se estendeu durante meia hora, apenas o barulho dos garfos era ouvido. Enquanto esperavam a sobremesa, Nix, Hades e Hécate pareciam discutir sobre condições climáticas, enquanto Hipnos e Tânatos contavam momentos que deveriam ser engraçados, ao menos para eles, para Perséfone, que apenas sorria e assentia.

–E teve aquela vez que Hipnos caiu, dormindo é óbvio, na beira do Estige – Tânatos disse, enrolando as palavras, já um pouco bêbado. - e eu tive de...

Perséfone desviou o olhar de Tânatos disfarçadamente, se virando para Hades. Automaticamente, o olhar do deus encontrou o dela. O canto dos lábios do deus se curvaram em um sorriso tímido que logo sumiu, quando Perséfone não retribuiu a delicadeza, apenas olhou para baixo e para o lado, ignorando o Senhor dos Mortos.

Depois de cansar da discussão, deixando Hécate argumentando com Hades, Nix cutucou Tânatos, que virou, quase caindo da cadeira. A deusa esticou a mão e segurou a cadeira do filho.

–Céus, Tânatos, chega de vinho. E vá sentar do lado do seu irmão, deixe-me conversar com a menina.

–Qual deles? - Tânatos disse, fazendo Hipnos gargalhar e quase cair da cadeira também.

–Qualquer um serve. Vai. - Tânatos não contestou mais, apenas se levantou e sentou ao lado de Hipnos, começando uma aposta sem futuro sobre quem havia bebido mais.

–Olá... - Perséfone disse, sorrindo timidamente para a deusa, que agora a observava de perto.

–Olá, meu bem. Você é muito bonita, sabia? - Perséfone corou, negando com a cabeça. - E meiga. – Nix sorriu. - Então, tudo bem? Hades estava quase roendo as unhas, achando que você poderia ter se perdido pelos corredores e caído no Tártaro. - Um arrepio dançou pelo corpo de Perséfone pela ideia de cair no que ela conhecia como abismo dos monstros.

–Então por que ele não foi me procurar? - A deusa das flores respondeu, franzindo o cenho.

–Eu não entendo Hades, minha querida, mas acredito que ele estava prestes a fazer isso.

–Ah... - Perséfone disse, limpando seus lábios com o guardanapo e o pousando em cima da mesa. - Eu adormeci e perdi o horário. Vocês esperaram por muito tempo?

–Esperamos sim, mas nada em exagero. A única que se importou fora Hécate, nunca vi ela com tamanho mau humor.

–Ela não gostou de mim... - Perséfone disse, baixinho, apenas para Nix.

–Querida, não se preocupe, Hécate é apenas implicante, daqui a pouco ela deixa disso e começa a tratar você bem. - Nix sorriu, fazendo Perséfone sorrir por alguns instantes. - Mas me diga, o que traz você aqui?

Perséfone se mexeu na cadeira, indecisa. Sabia o que devia dizer, mas parecia tão surreal. Ela não havia sido mal tratada mas ainda assim não fora para lá por vontade própria. Hades ergueu os olhos, desviando-os de Hécate e os pousando em Perséfone, assim como Nix e Caronte, que a fitavam interessados.

–Eu... - Perséfone procurou as palavras novamente em sua mente. - Hades me sequestrou. - Ela disse, um pouco hesitante, com o cenho franzido levemente. Saindo de sua boca as palavras tornavam as coisas mais reais. Hades se encostou na cadeira e voltou seu olhar para Hécate, fingindo descaso. Perséfone esperava que ele ficasse desconfortável, mas parecia ter esperado isso.

–Ah, sim... - Nix disse, se virando para Hades. O deus a olhou. - Ela? - Nix murmurou para o rei. Hades assentiu levemente, cruzando seus braços e pigarreando novamente. Perséfone não entendeu ao certo o que aquilo significava. Ele falara dela para Nix? Isso tudo fora tão bem planejado?

–Está na hora de nos recolhermos, pelo que posso ver. Mais alguns minutos e teremos de carregar Hipnos e Tânatos, e ninguém está afim de fazer isso, creio eu. Boa noite a todos, obrigado por virem. - Todos se levantaram assim que Hades se levantou, até Perséfone. Hipnos e Tânatos acenaram para Hades e mandaram beijos brincalhões para Caronte e Nix enquanto saíam cambaleando até a porta. Caronte se despediu da mãe e do Senhor, passando por Perséfone e beijando sua mão sem a olhar, tímido.

–Boa noite, querida. - Nix beijou o rosto de Perséfone. - Eu moro numa pequena casa encoberta por uma névoa fina, logo atrás do Palácio. Venha me visitar se precisares. - Perséfone assentiu. Nix acenou para Hades, que abaixou a cabeça para ela, como uma breve permissão, e esta reverenciou-o também brevemente, sumindo pela porta.

Perséfone esperou, teria de falar com Hades, e não conseguiria se guiar pelos corredores sozinha de qualquer maneira. Hécate e Hades se despediam baixo. Ele se inclinou, por ser mais alto que ela, e a beijou na testa. A deusa fechou os olhos e suspirou com o toque de Hades. O deus sorriu ao ver a reação de Hécate, fazendo Perséfone sentir um desconforto estranho por dentro. A deusa da magia passou pela porta sem se despedir de Perséfone.

O Senhor dos Mortos caminhou até a jovem deusa, a fazendo perder a postura de rebelde que estava adquirindo.

–Hades.

–Perséfone. - Ele disse seu nome delicadamente. Rapidamente Perséfone se enfureceu novamente. Ele agia como se tudo aquilo fosse normal, como se ela tivesse escolhido isso.

–Como assim “tempo indefinido”? E você falou como se eu quisesse ficar aqui! Você acha que tem o direito de me manter aqui eternamente?! - Ela ergueu a voz enquanto falava, perdendo o controle. Ele mal a olhara durante a janta, e quando o fez, pareceu que tudo estava bem. Ele queria que ela fosse parte daquilo, parte deles.

Mas ela pertencia ao Olimpo.

–Se eu não tenho o direito de te manter aqui – Hades desbloqueou o caminho e segurou a porta aberta. -, vá. - Os olhos do deus faiscavam perigosamente, assim como os da deusa. Eles se encararam por longos minutos até Perséfone bufar e quebrar o silêncio, saindo estupidamente pela porta. Hades rolou os olhos e a seguiu.

–Não venha atrás de mim, você me pediu para partir.

–Eu não lhe pedi, apenas deixei claro que não estava a impedindo.

–Não?! Como não? - Perséfone virou bruscamente, assustando Hades, que quase a atropelou. Eles pararam a centímetros um do outro. - E como você espera que eu saia daqui, então!? Não tenho como passar pelo Estige, já que você provavelmente mandou Caronte bloquear minha passagem!

–Eu não o mandei fazer nada. - Hades disse, sua respiração próxima arrepiando Perséfone inteira. - Se ele não a deixar partir é porque ele entende o porquê de você estar aqui.

–E qual é esse porquê?! - A voz da deusa soou chorosa.

–Eu já lhe disse. Eu preciso de você.

–Me explique! Como alguém como você pode precisar de mim!?

–Não se rebaixe, querida – Hades ergueu sua mão para acariciar o rosto de Perséfone. -, você não tem noção do que...

–Não me toque. – Perséfone o cortou, afastando-se de Hades. - Como pode ser tão egoísta, tão cruel? Pretende mesmo me manter aqui porque você acha que eu lhe sou útil? - Hades franziu o cenho, ajeitando a postura.

–Egoísmo, Perséfone? - Hades se aproximou, erguendo um pouco o tom de voz. - Seu pai me baniu do Olimpo. Eu fui isolado no Submundo com as almas dos mortais que os seus irmãos matavam. Eu dei paz aos que mereciam e trevas aos que desobedeciam. Eu acobertei crueldades do seu pai as quais você não pode nem imaginar! - Hades havia avançado, assustando Perséfone. - E você ME acusa de cruel? De egoísta? Olhe-se no espelho. Olhe seu pai, sua mãe. Seu pai engoliu a própria mulher por medo de ser rebaixado. Sua madrasta lançou o filho à morte porque ele não se encaixava na família que ela queria ter. Seu irmão, aquele que você deseja se casar, fez a irmã matar o amado por simples implicância! - Perséfone engoliu em seco. Lembrava das histórias sobre Orion e Apolo. - Eu lhe trouxe porque achei que fosses diferente. Você tem a capacidade de ver as coisas com outros olhos, Perséfone. Não vire mais uma ovelha para o pastor. - Hades respirou fundo, acalmando os nervos. Ele passou a mão pelo rosto, parando na testa.

–Você fala dos outros, mas eu também ouvi sobre você! Sei do que você faz com os mortais que manda para o Tártaro. Eu vi os Campos de Punição!

–Ah, pelo amor de Caos, você só pode estar brincando. - Hades começou a andar em direção à porta.

–O quê? Vai fugir agora?

–Eu não vou discutir com você. Vá para o seu quarto, lhe ensinarei sobre os julgamentos amanhã. Assim você vai entender o porquê do Tártaro.

–Não fale comigo assim, eu não sou uma criança!

Hades se virou, a decepção estampada em seu rosto.

–Não me entenda mal, Perséfone. Apenas descanse, você vai precisar pensar amanhã.

–Está insinuando que eu não penso? - Ela disse, indo atrás dele.

–Não, não estou.

–Sim, está! - Hades continuou andando. Chegaram nas escadarias, Perséfone gritando insultos atrás de Hades. - Não me ignore! - Por fim ela parou atrás de Hades. Ele havia ido até a porta da biblioteca, o que a fez ficar na porta de seu quarto.

–Descanse. - Hades disse. Suspirou e entrou na biblioteca, decepcionado.

Ele deveria parar de agir como um humano, tendo esperanças para tudo. Por que ainda achava que alguém o entenderia? Ele era, aos olhos de todos, um monstro, banido por não ser digno de conviver nem mesmo com as ninfas e sátiros. Talvez ele fosse, de fato, apenas a crueldade em si. Assim que seus sentimentos se encerrassem, junto com sua esperança, talvez pudesse ser feliz.


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Notas finais do capítulo

Reviews
recomendações
rezas pra que Afrodite tire de mim a maldição que ela colocou
tudo
muito bem vindo
sabe, gente.

~~~~~~

oie. tava editando aqui as notas né.. só pra atualizar que eu ainda preciso de comentários e recomendações, mas que a Afro já me fez o favor de tirar a maldição de mim e me dar um Hades junior de presente :3