A Luz Das Trevas escrita por Filha de Apolo


Capítulo 11
Oitavo dia


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE SOU EU OI
OI
Tudo bem por ai? Passaram bem as férias?
Já falei pra vocês no outro caps eu acho, mas falo de novo ^^ esse ano é ano de vestibular, quero medicina então vou estudar que nem uma condenada o ano inteiro, então as coisas vão ficar bem fodas por aqui
porémmmmm, eu ainda tenho um tempinho antes de começar a estudar, então eu vou conseguir dar uma adiantada nos capítulos do ano.
Mas é só isso
ah e obrigada aqueles que continuam acompanhando, os comentários de vocês são muito importantes pra mim, pra eu saber que não tô falando sozinha kkk.
Aproveitem o caps *-*



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Dormiu mais do que deveria aquele dia, havia se excedido na bebida por causa da conversa deles na noite anterior, e simplesmente não queria levantar e trabalhar. Quando acordou já era perto da hora do almoço, e não quis acreditar quando viu que havia um movimento rápido nos corredores.

Se vestiu silenciosamente e conseguiu captar pedaços da conversa de Perséfone com duas servas. Ela estava realmente começando suas reformas rapidamente. Hades não sabia que sua casa era assim tão sombria, que a mera chance de arrumá-la já era agarrada com unhas e dentes e feita imediatamente.

Quando desceu para almoçar, já começou a notar a falta de cortinas nas janelas e os espaços reservados para vasos de flores que começavam a chegar, vazios.

Antes de dormir, na noite anterior, havia deixado uma nota que dava a ela total acesso aos recursos do reino, podendo encomendar o que quisesse. Talvez devesse ter pedido para averiguar as coisas antes que elas fossem colocadas nos lugares.

Suspirou e deu de ombros, sorrindo levemente.

–Você anda sorrindo tanto que chego a estar preocupada. - Soltou Nix, sentada na mesa, já almoçando. Ele acenou com a mão, e se sentou em seu lugar.

–Bobagem.

–”Bobagem” você sempre sorri ou “bobagem” você não está sorrindo? Porque as duas são mentira.

–Bobagem.

A deusa apenas sorriu e olhou o corredor.

–Não sei que acertos vocês fizeram, mas ela está praticamente saltitando para cima e para baixo.

–Ela vai reformar o castelo. Deixar menos fechado.

–Ah sim. - Nix sorriu e começou a comer sua sobremesa. - Realmente, nós estávamos precisando disso. O palácio estava precisando disso.

–Disso?

–Um toque feminino.

“Uma rainha”. Ele se deixou completar. Ficaram em silêncio o resto do tempo, até Nix terminar a sobremesa e Hades começar a sua. A deusa da noite foi embora e deu espaço para Perséfone que, suando, sentou-se na cadeira na ponta da mesa, na frente de Hades. No seu lugar.

–Boa tarde. - Ele sorriu e a olhou enquanto ela recuperava o fôlego para responder-lhe.

–Boa tarde! Céus, como vocês tem cômodos por aqui! É muita coisa para mudar. - Ele se permitiu uma risada em baixo volume. Depois, fixou seus olhos na deusa e ficou os próximos vinte minutos a escutando falar de todas as coisas que ela já havia feito e todas as coisas que ela precisava mudar por todo o castelo.

Ela já havia arrumado os espaços de todos os vasos de flores, mas ainda estava em dúvida sobre as flores que deveriam ou não ir em cada lugar, e também quais flores iriam sobreviver aquela falta de luz solar. Já havia substituído as cortinas da biblioteca, do seu quarto, do quarto de Hipnos e Tânatos, que, por sinal, ainda estavam para serem vistos novamente, da cozinha e de todos os corredores.

Depois de lhe resumir essas suas vontades, Perséfone ficou em silêncio, olhando-o, inquisitiva. Ela fez menção de começar a falar algumas vezes, até que Hades acenou com a mão em sua direção, dando-a permissão para perguntar o que parecia estar lhe afligindo.

–É que sei que há alguns cômodos que não cabe a mim decidir as mudanças, como os quartos de Hécate, Nix e o nos...o seu. - Hades suprimiu um sorriso. Ela estava realmente começando a considerar-lo. Ela continuou a falar e se levantou, olhando pela janela para o jardim, tentando esconder suas bochechas rosadas. - E também tem o seu escritório e a Sala de Tronos.

–Você quer que eu te acompanhe? Assim pode me dizer suas ideias e eu lhe digo se as aceito ou não.

E lá estava ele, meia hora depois, escolhendo cor de cortinas e qual tipo de trepadeira deveria se enroscar em suas colunas. Que péssima ideia.

Ele tentava manter o ambiente o mais fechado o possível. Não era só porque ele era o rei da morte que as cores do palácio eram escuras, e também porque ele gostava assim. Mas, o que é a vida sem alguns sacrifícios?

XxxxX

Era como se a terra fosse uma só, completamente amarela, morta. Já havia se passado uma semana, e durante toda essa semana, só o que Deméter fez foi chorar pelo Olimpo, reclamando a tudo e a todos, pedindo ajuda e conforto. E então, a terra havia morrido. Nada crescia mais, e os mortais, consequentemente, acabavam por incomodá-la cada vez mais, estressando-a com rezas e oferendas.

Mas as coisas mudaram quando ela descobriu o que havia acontecido. Quem que tivera a audácia de roubar-lhe sua filha. E a partir desse momento, as colheitas voltaram a nascer. E elas nasceram de um dia para o outro. Podres.

Não mais chorando, Deméter foi gritando seu caminho até Zeus, que sabia que isso aconteceria e a estava esperando em seu trono, de olhos fechados, escutando suas grosserias e obscenidades. Com a irmã aos berros em sua frente, tudo que o Rei dos Deuses queria era se focar nas razões de ter dado a mão de Perséfone para Hades...

“O tempo estava quente e o deus dos céus estava sentado em seu trono, ouvindo seus servos se queixando de um milhão de coisas. Sorte que havia se casado bem. Hera os instruía para o que deveriam fazer para que suas aflições acabassem, e ele apenas concordava. Em momentos assim, se sentia um lixo por traí-la, enquanto ela nunca saíra do seu lado quando ele precisou. Mas então uma de suas ninfas os trouxe cálices de água, e ele deu de ombros mentalmente, olhando seu corpo enquanto ia embora. Ele era podre mesmo, mas já havia se aceitado. Estava muito velho para mudar.

Em tempos de guerra, ele mal conseguia parar quieto. Enquanto sua esposa levantou para fazer algo que ele não prestara muita atenção, talvez comer, talvez trocar de roupa, talvez tomar um banho, Zeus ficou em silêncio pensando no trabalho que seus filhos estavam passando. Ares e Atena nunca trabalharam tão arduamente. Era uma época realmente muito difícil.

Quase saltou da cadeira quando fora despertado de seus devaneios pela voz grossa que ecoara no Grande Salão. Poucas vezes por éon ele o ouvia, mas nunca esqueceria a voz de seu irmão.

–Boa tarde. - Foi só o que ele disse, e Zeus apenas lhe repetiu, respondendo-o, e ambos deixaram as palavras pairarem no ar e desaparecerem antes de continuar.

Hades vestia uma túnica preta, como de costume, e estava encostado em uma das colunas mais próximas do trono de Zeus. O deus prendeu o olhar do irmãozinho até que esse o perguntou o que fazia ali.

–Eu tenho uma proposta para você. - Hades parou na frente do irmão, que apenas lhe franziu o cenho, e continuou. - Sei que você e alguns gigantes entraram em desacordo.

Era um sorriso aquilo que Zeus vira passar pelos lábios do irmão? Hades era impossível mesmo.

–Você não está errado. Mas não quer dizer que eu precise de sua ajuda.

–Ah, eu sei. - Ele deu de ombros e conjurou uma cadeira para se sentar. - Você ainda não precisa da minha ajuda, mas venho aqui querendo prevenir isso, já que ambos sabemos que chegará o momento em que você entrará em desespero e me oferecerá barganhas inimagináveis pelos meus exércitos. Apenas quero adiantar isso, e já lhe oferecer a minha barganha.

–Por que eu acho que há um truque nisso?

–Porque às vezes você pensa sozinho, irmão. Sem a ajuda da patroa. - Agora sim ele sorriu. Zeus apenas bufou e mandou-o continuar. Certamente nenhum dos dois tinha tempo para ficar trocando ofensas a essa hora do dia. - Minha oferta são meus grandes e vastos guerreiros esqueléticos, que nem sangram, nem morrem com tanta frequência... e talvez eu até lhe mande alguns dos meus cães infernais.

–Parece bom, mas o que você vai querer em troca, minha perna? Meu fígado?

–Sua filha. - A sala ficou quieta por longos dois minutos. - E você não sobreviveria sem seu fígado.

–Nós somos imortais. E minha filha? Atena não está a venda, Hades.

O deus dos mortos rolou os olhos e suspirou.

–Credo, Zeus, não essa filha. Eu sei que você tem muitas, então vou ajudar-lhe. Perséfone.

–Perséfone?

–Sim.

–A filha de Deméter?

Sua filha também, irmãozinho.

–Gracinha. Você quer que eu sacrifique minha filha?!

–Não, Céus. Quero-a como minha rainha.

A gargalhada de Zeus chegara a ser ofensiva.

–Você? Se casar? Por favor, Hades, achei que estivéssemos fazendo negócios, não piadas.

O deus dos mortos apenas se ergueu e caminhou para a porta.

–É pegar ou largar, engraçadinho. Você tem quatro horas e quarenta minutos.

–O quê?

–Ah, você sabe. Quarenta minutos para você pensar e quatro horas até seu mensageiro chegar no Submundo com minha parte do acordo. - O sorriso sombrio que Hades esbanjava quando viajou pelas sombras quase deu arrepios em Zeus.

Parecia que o cérebro dele ia explodir. Hera chegou uns cinco minutos depois e encontrou-o tão pensativo que se sentou no braço do seu trono e colocou a mão em sua testa, vendo sua temperatura.

–Eu quase consigo ver a fumaça saindo de sua cabeça, Zeus. Você é imortal, mas não tenho certeza quanto aos seus neurônios. O que houve?

–Eu sei como acabar a guerra. - Hera pareceu surpresa, mas esperou pela conclusão do marido. - Mas preciso vender minha filha.

Os próximos minutos de conversa seriam os mais reflexivos que ele teria pelo resto da semana. Chamaria Atena para conversar junto, mas ela ainda era muito nova, e sentia que isso deveria ser entre ele e Hera. O inferno que seria ter Deméter em seus ouvidos ele lidaria depois.

Mandou Hermes fazer-lhe um favor, sem explicar-lhe direito o porquê. Primeiro o fizera roubar o colar que a deusa das flores ganhara em seu aniversário de maturidade. Depois, o colocara em uma caixa grande de vidro, sem que o filho visse, e pedira para que ele a entregasse o quanto antes para Hades.

Dentro, apenas um bilhete:

Eu te odeio e vou me arrepender disso.

Espere pelo menos um mês.

E boa sorte.”

Fora um tapa bem forte que Deméter deu-lhe no rosto que acordou o deus de seus pensamentos. Nem xingou-a, apenas fitou-a, sério.

–Não tenho como te ajudar. Já fiz tudo o que estava em meu alcance, e Apolo conseguiu trazê-la até aqui, como você mesma soube. Ela entrou para a carruagem de Hades a apenas alguns metros da entrada do Olimpo.

–Ela estava assustada, Zeus! É uma criança! E não me venha com “já fiz tudo o que estava em meu alcance”. Por Réia, você é o Rei dos Deuses! Vai querer mesmo me enganar com essa história! No começo podia ser porque você não sabia por onde começar, mas se ainda não enviou ninguém àquele horror é porque está escondendo alguma coisa! Você não pode simplesmente deixá-lo tê-la, Zeus!

O dia ia ser tão cansativo.

XxxxX

No meio da tarde já haviam feito seus acertos, e ela fora andar de um lado para o outro, coordenando a nova leva de vasos que chegara. Ele decidiu trabalhar um pouco, sempre haviam relatórios de almas se acumulando em sua mesa, então fechou-se no seu escritório, já com as novas cortinas mais abertas, e passou o resto do dia assim, parando apenas um pouco antes da janta, aproveitando o tempo para dar uma volta nos Campos Elísios. Talvez aquele lugar também precisasse de um toque mais delicado.

Sentado na areia que separava o gramado do rio, Hades suspirava, pensativo. Dali, conseguia vê-la pelas janelas dos corredores do castelo. Fechou os olhos e se deitou no chão, as mãos na cabeça.

Se sentia como um adolescente, e odiava isso. Não era para ser assim, ele sempre fora frio e conseguiu fugir destes sentimentos por anos e anos. Fora quando ele a viu, recém-nascida, que a flecha da paixão o atingiu, predestinando-os, mas ele nunca acreditou tanto assim no amor, e sabia que o efeito da flecha só seria posto em prática se eles tivessem algum contato entre eles. Maldito baile. Depois de vê-la novamente, agora uma mulher, e não uma criança, ele não conseguiu mais se impedir de procurá-la em seus espelhos-mágicos. Fora algumas vezes até Afrodite, as primeiras vezes com grosseiras contra ela e sua magia. Depois, mais calmo, com pedidos de conselhos.

Ele não era ingênuo, sabia que o que as flechas criavam era a paixão, e não o amor. O amor vinha com o tempo, era doído e difícil de alcançar, mas cá estava ele. Suspirando por uma menina que tinha idade para ser sua neta. Não que ele se importasse com idade, nem com parentesco, mas, sábio do jeito que era, ainda tinha suas dúvidas sobre suas ações.

E se a flecha tivera sido apenas para ele, e não para ela? Ela parecia estar aceitando-o, realmente, mas não quer dizer que ela o amaria. Bastava esperar, então. Se a flecha a atingira quando atingiu ele, ela se apaixonaria por ele talvez ainda antes do casamento. Se não, seriam destinados a uma vida um tanto quanto frustrante.

Sentando-se e vendo-a novamente pelas janelas, Hades decidiu que valia o risco esperar.

Somente ela falava durante a janta, contando a Nix e Hécate, que parecia muito incomodada, todas as mudanças que ela estava fazendo e o porquê. Todas as explicações sobre as cores e tons e tudo mais. Hécate acabou por sair mais cedo, sem sobremesa, e se trancar em seu quarto, sem antes lançar um olhar magoado para Hades.

Ele iria conversar com ela mais tarde. Nix talvez tivesse razão, Hécate nutria sentimentos por ele, e era melhor acabar com isso antes que ela fizesse alguma besteira.

Depois das sobremesas, Perséfone o chamou para ver como as coisas estavam ficando, mais uma vez, e ele se pegou realmente apreciando os novos ambientes. Demoraria um pouco para se acostumar com as cores mais claras e o futuro cheiro de flores que inundará os corredores, mas no fim, ele gostou. Sorriu e a agradeceu. Um sorriso verdadeiro dele, recompensado por um mesmo sorriso vindo dela.Decidiu ali mesmo o que havia pensado um pouco mais cedo.

Levou-a para o lugar nos Elísios onde ficara refletindo, e a voltara para o gramado sem graça a sua frente.

–Esse é um lugar para merecedores e, ainda assim, parece não estar a altura das dedicadas almas que aqui habitam. O que você acha de trabalhar uns dias aqui, plantando árvores para melhorar esse ambiente? - Ela apenas o fitou, perplexa. Ele escolheu ver isso como algo positivo. - Você pode testar suas jardinagens aqui e, mais ainda, nos jardins perto do castelo. Assim vai poder testar as flores que você quer colocar naqueles vasos enormes...

Quando saiu do choque, ela o agradeceu um milhão de vezes e se esticou para beijá-lo o rosto. Um arrepio dançou por todo o corpo de Hades quando os lábios dela tocaram sua bochecha esquerda.

Voltando para o castelo, ele a deixou em seu quarto e desistira de procurar Hécate. O faria pela manhã. Não estava mais com cabeça para lidar com a deusa. Se limitou a ir para seu quarto, tomar um banho rápido e deitar-se. Nem sua leitura diária ele fez, apenas sucumbiu a mais um de seus sonos sem sonhos.

XxxxX

Finalmente ela iria fazer o que mais gostara a vida inteira. Jardinagem! Sabia que nascera para ser a Deusa da Primavera, e tudo mais, mas mesmo assim, sua mãe deixava-a cuidar de um jardim muito pequeno, perto de casa.

Saber que agora ela teria aquele imenso espaço ao redor do castelo e mais a Terra dos Escolhidos para depositar suas plantas mais nobres, era um milagre!

Deixou-se sorrir, enquanto se despia e entrava na banheira, ainda vazia, ligando-a e deixando a água cair massageando suas costas. Talvez realmente houvesse uma luz em meio a tanta escuridão. Iria ter de se casar uma hora ou outra, sua mãe não a deixaria solteira para acabar louca que nem ela. Perséfone ainda era inocente quando sua mãe cismou que ela e Apolo fariam um belo par, e isso que ele é uns bons éons mais novo que ela!

Então, tendo que se casar de qualquer forma, de repente virar uma rainha não era a pior das opções. Certamente se tornaria mais livre com o tempo, quando eles confiassem mais um no outro. Ele a deixaria visitar o Olimpo, e ela nem andava sentindo tanta falta de sua mãe durante o dia, apenas à noite, e possivelmente isso também mudaria com o tempo.

Em casa, provavelmente não acharia um marido por amor. Tentara se apaixonar por alguém há alguns anos, mas, entre casos e acasos, não encontrara ninguém que valesse a pena. Ninguém que despertasse algo dentro dela que ela não poderia controlar.

Ninguém como Hades.

Ele não era tão ruim. Pelo contrário, era justo, delicado, atencioso e sábio, muito sábio. Quiçá será carinhoso com ela. E ele, sim, tinha esse poder de despertar um lado de Perséfone que ela não conhecia. Despertava-lhe uma curiosidade inabalável, uma vontade de viver, como se estar cercada de tanta morte só lhe desse mais ar, mais agito. Pelo menos era isso que ela notara nesses últimos dias.

Estava lentamente começando a perder a noção do tempo. Não lembrava que dia fora sequestrada – se é que ela ainda podia chamar sua situação de sequestro – nem quantos dias já estava ali. Era como se seus pensamentos continuassem obscuros, embaçados. Suas emoções nunca estiveram tão à flor da pele quanto agora.

Cada vez que pensava nele, e nos breves momentos mais íntimos que eles dividiram, sentia um frio na barriga, um movimento involuntário dentro de si. Não era só emocionalmente que ele a afetava, era fisicamente. Muito embora ele parecesse frio, de tão branca que sua pele era, ela sentia como se ele emanasse calor, e às vezes só o que ela queria era poder se aventurar, em um momento impulsivo, e tocá-lo. Tocar-lhe os braços, o peito, o rosto.

Cada vez mais tinha certeza de que, quando o fizesse, ele não desviaria. Parecia, na verdade, que ele o queria também. Já haviam se abraçado, porém não fora assim. Algo dentro dela queria senti-lo. Queria ver o efeito que ela causava nele, e não só o contrário. Queria saber que poder era esse que ela tinha, que fizera ele precisar dela.

Deixara sua mente escapar para Afrodite e as conversas que as duas tinham de vez em quando, pelos bosques, longe de Deméter.

Não poderia estar amando-o. Mal o conhecera. Mas se lembrava, então, das palavras de Afrodite.

Não há tempo para o amor, não há hora certa ou errada, período mínimo ou máximo. Quando acontece, acontece. E você saberá.”

Finalizou seu banho assim. Se tinha dúvida, então não era amor. Simples assim. Sorriu novamente. Sentiria bastante falta de Afrodite e seus discursos apaixonados.

Paixão. Deu de ombros para si mesma, bocejando.

Muito tarde para pensar nisso.


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Notas finais do capítulo

Oie
é isso
mas assim
nos vemos daqui dois meses.
Vamos continuar com esse esquema de eu postar de dois em dois meses, que daí vocês tem fanfic pro resto do ano ainda (eu espero) e daí ela não termina tão rápido asoidnnasid
quando eu tiver ela toda fechada, conseguir escrever todos os capítulos com antecedência e escrever o último, aí eu passo pra 1 mês eu acho. Claro que tudo depende da minha disponibilidade pra escrever e da minha inspiração, masok
A boa notícia mesmo é que eu já tenho o capítulo de maio pronto, então, garantidamente, até maio! ^-^
Amo vocês