Skinny Love escrita por Brus


Capítulo 33
Capítulo 32 - Skinny Love


Notas iniciais do capítulo

Gente, gente, gente... Oh céus... vamos à parte mais complicada de toda essa fanfic... a despedida.
Bem, antes de eu começar a balbuciar coisas em nexo, mais ou menos como Dumbledore no jantar de primeiro dia de aula dos alunos em Hogwarts, aproveitem o que eu deixei para o final, haha
Sem mais delongas, o último capítulo para vocês. Aproveitem.
PS.: Tem o epílogo ainda, ok?!



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Caminhei a passos largos até o estacionamento, mas o clube era ridiculamente enorme, então enquanto eu cambaleava até meu carro, ouvi o tilintar de um talher na taça, e uma voz feminina tímida começou a discursar.

– Boa noite e muito obrigada a todos por terem vindo compartilhar comigo e com meu marido, ok, eu não consigo parar de dizer essa palavra - Melissa estava claramente tentando conter a emoção em sua voz. Os convidados riram do que ela havia dito, e ela prosseguiu - esse momento tão feliz para nós dois. Sabe, creio que nem todos aqui ouviram a história de como nos conhecemos. A história é rápida, prometo. - mais algumas risadinhas. - Há mais ou menos um ano e meio, eu havia saído de um relacionamento muito ruim, e o homem com que eu morava foi embora, me deixando sozinha em um apartamento em Nova York com um labrador que para variar, não ia com a minha cara. Eu estava me sentindo uma das pessoas mais azaradas desse universo. Eu sei, é muito drama para uma Melissa só, mas acreditem, vocês nunca sabem qual é a sensação até passarem pela situação. Enfim, um dia, quando voltei do trabalho e pus a coleira em Apollo para levá-lo para uma volta rotineira, eu estava fazendo meu caminho normal, mas o céu começou a es escurecer e alguns pingos de água caíram. Foi o suficiente para que Apollo se desesperasse. Vamos combinar que conter um labrador desesperado não é lá muito fácil, principalmente quando a chuva começou a engrossar. E quando eu achava que não podia ser mais azarada, meu lindo cachorrinho fez o favor de atropelar alguém. Claro que não tive tempo nem de pedir desculpa a quem quer que fosse. Mas bem, naquele dia, se Apollo não tivesse atropelado Zack, ele nunca teria levantado e corrido atrás de mim para me ajudar. - ouvi um coro de "awwwn" e revirei os olhos, mas não deixei de sorrir. - O fato é que, eu não queria estar em Nova York, não queria estar naquele apartamento velho e com cheiro de mofo e definitivamente não queria ter a falta de sorte que eu tinha. Na verdade, eu a culpava por me encontrar naquela situação. Mas foi exatamente ela quem me trouxe onde estou nesse exato momento. E eu não poderia estar mais feliz com meu azar.

Dei a partida no carro e me coloquei a caminho de casa. Minha casa. Não tinha certeza se aguentaria me despedir de Zack e sua noiva (com certeza não depois desse discurso), então preferi pedir desculpas aos dois mais tarde.

Peguei o caminho mais longo, demorando em demasia para chegar. Queria tempo para pensar, e não encontrei melhor solução que essa. Apesar de pensar não ser o que eu queria exatamente.

Meu encontro com Harry havia sido... inesperado. Bem, obviamente eu esperava vê-lo lá, mas sobre o que conversamos, a forma como nos portamos, isso foi inesperado de ambas as partes.

E eu não sei se gostei disso.

Era como se fôssemos amigos nos revendo depois de um longo período longe um do outro. Como se nunca tivéssemos sido nada um para o outro. Fomos adultos. Maduros. Ou quase isso.

Eu queria ser madura com Harry, mas queria poder dizer que estava cansada e pedir para que ele nos levasse para casa. Nossa casa. Gostaria de ter esse nível de relacionamento com ele. E por outro lado, gostaria de me despedir friamente, com um aperto de mãos ou um abraço cordial, dar as costas e sair. Simplesmente sair. Pensando em passar em algum lugar para comer antes de ir para casa... Não cogitando como seria a decoração da casa de Harry e Alex.

Começou a chover torrencialmente e novamente eu me perdi do local onde ficava meu apartamento.

Estacionei em qualquer lugar, pois ainda não tinha a chave do portão da garagem do prédio e fui andando na chuva até o saguão de entrada.

Cumprimentei o porteiro, que me perguntou duas vezes se eu estava bem (eu podia ter parado de chorar, mas meu rosto continuava inchado e meus olhos vermelhos e meu corpo completamente molhado). Respondi rapidamente que sim, e subi apressada. Queria ver meu apartamento. Queria começar minha vida e esquecer essa noite. Queria conhecer meu colega de quarto, seguir o conselho de Holly e esquecer Harry com esse meu novo colega de apartamento. Queria deixar Harry e não me importar. Exatamente como ele fez. Como ele faz.

Entrei no elevador junto à uma senhora baixinha, que também me perguntou se eu estava bem. Afirmei com a cabeça.

– Sabe, às vezes a vida é exatamente como uma pintura. - a senhora começou a falar e eu fiquei quieta - Planejamos nossos futuros, criamos ideais de perfeição, o que queremos, o que não queremos... Planejamos aonde vamos morar, com que tipo de pessoa vamos casar, quantos, e se vamos ter filhos... e está tudo lá. Pintado em nossa mente. - não entedia em que ponto ela queria chegar, mas continuei calada, olhando para o chão. - Mas muitas vezes alguém ou algo chega inesperadamente e modifica nossa pintura. Mexe com nossas crenças sobre o que realmente queremos... São esses loucos, que conseguem fazer com que nossas pinturas muitas vezes percam o sentido inicial, que nunca serão esquecidos. Sempre serão lembrados com certa alegria e ao mesmo tempo pesar. - quem era essa senhora?! - Mas minha querida, - dessa vez ela se virou para mim - não deixe de pintar. Mesmo que sua pintura seja modificada, continue pintando, porque quando olhar para trás, você vai querer ver uma obra de arte, não apenas tinta sobre uma tela. - Pai celeste, esse era o elevador mais lerdo que eu conhecia. A senhora olhou para frente, e notei uma lágrima em seu olho... Mas quando ia perguntar o que era, as portas douradas abriram-se.

E quando eu cheguei ao andar do meu apartamento, me deparei com o louco que deturpou minha pintura até ela ficar completamente desfigurada, xingando, berrando chutando e lutando para abrir a porta do 13B.

Pigarreei alto e ele travou, endireitando a postura, ainda de costas para mim. Virou-se lentamente, me olhando.

Seu cabelo - ensopado devido a chuva - estava grudado em seu rosto. Sua expressão não demonstrava surpresa em me ver, mas também não estava séria. Porém, repentinamente, seus olhos se arregalaram e ele se aproximou tomando meu rosto nas mãos.

– Escute - ele disse parecendo desesperado - eu sinto muito por tudo. Mas não creio que tenha me expressado corretamente mais cedo, no casamento. Eu sinto muito por ter sido um idiota e não ter feito nada há anos atras e há alguns meses também. Eu fui a pessoa mais egocêntrica e babaca que existe. E sinto muito por isso. - ok, acho que sofri um acidente de carro a caminho do apartamento e morri. Isso explicaria a velhinha no elevador e a cena agora. - Sinto muito por não ter estado com você no seu primeiro dia de aula na faculdade, por não ter estado presente nos últimos três anos, não ter ido à sua formatura, ter sido ausente quando você precisava, não ter te compreendido a maior parte do tempo e te julgado quando foi embora. Eu sinto muito. Por isso.– Harry falava com um desespero, como se não tivéssemos mais tempo. Ele jorrava as palavras e elas penetravam meus ouvidos, fazendo algum sentido somente segundos depois dele já as ter proferido. - Mas não pense que eu sinto muito pelas horas que passamos juntos, mesmo nos desentendendo, ou que sinto muito por ter fugido de casa com você para te levar para outra cidade para comprar M&M. Mesmo que isso tenha te feito encontrar Ben. Não sinto muito por ter tido que ficar em um quarto pequeno e rosa por meses, ou por ter passado o último natal e ano novo com você. Não me arrependo de nada disso. E desde que você foi embora e eu e Alex terminamos, eu venho me culpado todos os dias por ter achado que tinha tornado as coisas mais fáceis para você, quando no fundo, estava facilitando para mim. Como eu já disse, eu escolhi você. Eu sabia que não iria ser fácil. E hoje, quando estava levando Alex à estação de trem, tudo o que eu mais queria era uma chance de explicar o que aquele sinto muito significa. Significa que eu te amo e que mesmo que você não sinta o mesmo, eu não vou me importar tanto, porque eu finalmente disse o que era preciso para te fazer querer ficar comigo. Eu te amo e quero que a partir desse exato segundo, você seja minha e somente minha. Sem Ben, sem Will, sem Califórnia ou complicações da vida... só minha, só aqui. - ele ainda esperava alguma reação minha, mas tudo o que conseguiu ter foi um:

– Harry, eu estou cansada... você pode me levar para casa? - sim, meus amigos. Vocês leram certo. A frase que eu mais quis falar a noite inteira, finalmente fora proferida e para a pessoa que eu mais queria que a ouvisse.

Harry não entendeu muito bem, mas mesmo assim disse:

– Ah... ok, aonde você mora? - sua voz parecia triste. Sorri.

– Logo atrás da porta que você estava tentando arrombar.


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Notas finais do capítulo

Bem, agora sim é a parte mais difícil. Eu realmente espero que vocês leiam tudo, e que pelo menos 50% disso aqui faça sentido para vocês. Bem, eu gostaria de começar com um: O que acharam do capítulo? Conseguiram sobreviver até aqui? Agora contem-me o que acharam!
Skinny Love foi tudo pra mim em muitas épocas da minha vida. Admito que a história original não tinha NADA a ver com o que se tornou Skinny Love... Sério, se eu postasse o que eu havia originalmente pensado para SL, vocês veriam que é uma fanfic 100% diferente... Apenas com alguns detalhes de enredo minimamente parecidos. Bem, como podem ver, SL foi, literalmente, um tiro no escuro. Eu mudei completamente a estrutura de uma outra fanfic, e fui escrevendo o que me dava na telha. E eu nunca amei tanto escrever uma fanfic como eu aamei escrever essa. Cada detalhe, cada capítulo, por mais demorado que fosse para sair, por mais bloqueios que eu tenha tido... Cada palavra, parágrafo, capítulo, acento, enfim, tudo, foi produto de muita imaginação e amor.
Não quero me estender e escrever uma bíblia aqui, mas eu quero agradecer a cada ser humano (ou não ser humano) que me acompanhou até aqui, até o finalzinho. Obrigada por cada review, cada recomendação, cada MP com ameaça de morte ou só cobranças do próximo capítulo... Ou apenas me perguntando se eu estava legal... Vocês são os melhores leitores que uma autora como eu poderia pedir na vida. Obrigada aos leitores fantasmas também, que mesmo não mandando reviews, estavam presentes e apreciando minha escrita.
Eu nunca pensei em escrever... na verdade, nem os textos que eu fazia para a escola eram bons... mas se não fosse pelas palavras encorajadoras de cada um de vocês, Skinny Love não teria passado do prólogo, Brus não existiria e eu definitivamente não seria como sou hoje. Eu só tenho a agradecer. A cada um de vocês.
E, bem, espero que vocês tenham gostado de ler, tanto quanto eu amei escrever. E é no meu quartinho pequeno, apertado e calorento, com lágrimas nos olhos, com fones de ouvido no máximo ouvindo Skinny Love, que eu tenho o orgulho de dizer: The End.
Amo vocês, obrigada por tudo