Skinny Love escrita por Brus


Capítulo 29
Capítulo 28 - Minha Doce Amiga


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... me perdoem a demora. Sério, não tinha a intenção de demorar tanto, mas eu mudei taaanto o rumo final dessa história, que já tinha até me perdido no desenrolar dela... Aí fiz um monte de mudanças nesse final, etc. Enfim, não vou ficar me estendendo porque to morrendo de pressa D: MASSS tenho uma boa notícia: estou de fériasssssss ou seja, provavelmente capítulos postados com mais frequência.
Enfim, boa leitura, e até lá embaixo (:



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Terminei meu demorado banho e fui para o meu quarto, que havia voltado a ser só meu.

Pus uma roupa qualquer e me joguei em minha cama. Observei pela milésima vez como ele estava vazio e sem graça agora.

Fechei os olhos e as lembranças vieram. Eu estava cansada de remoer as mesmas falas, as mesmas expressões, os mesmos atos. Eu estava cansada de me perguntar se eu tinha tomado a melhor decisão.

Me levantei com o som do meu celular tocando loucamente.

– Argh! Já vai, já vai! - disse inutilmente para o aparelho que estava tocando em algum canto.

Atropelei inúmeras caixas pelo apartamento, e finalmente achei o maldito telefone.

– Alô. - disse irritada.

– Quanto mau humor, garota. Nem parece que finalmente se livrou da faculdade!

– O que você quer, Hol? - perguntei bocejando.

– Estou te sequestrando. Esteja pronta e bonita, de preferência, em quinze minutos, porque eu vou buzinar, e se você não descer, eu juro que entro no seu apartamento e saio te puxando pelos cabelos. - Realmente eu não podia arranjar amiga melhor e mais delicada.

– Você sabe que eu acabei de passar por uma sessão de tortura chamada cerimônia de formatura, outra sessão que foram meus pais me abraçando até ter meus ossos quebrados, eu me mudo em dois dias e não guardei metade das minhas coisas.

– Querida, foda-se. Eu também estava lá, caso você não se lembre e a culpa não é minha se meu pai não é o tipo que abraça até a morte. E ninguém mandou você não empacotar suas coisas mais cedo. Dez minutos, Hill. - Minha doce amiga desligou o telefone antes que eu respondesse algo bem educado.

Procurei pelas caixas algo decente para vestir, dei um jeito no meu cabelo e fiz uma maquiagem básica. Eu estava tão animada para sair quanto uma vaca está feliz em ir para o abatedouro. Não me perguntem de onde eu tirei essa comparação.

Exatamente dez minutos depois, ouvi a buzina do carro de Holly.

Alguns minutos depois, paramos em frente à um pub próximo ao centro da cidade e entramos. A neblina de cigarro invadiu meu rosto e o cheiro forte de álcool penetrou minhas narinas. O ambiente era elegante, porém mal iluminado.

– Por que um lugar tão feliz? - perguntei ironicamente. Ela fez uma careta e pediu duas bebidas à garçonete.

– Estou tentando me manter longe dos centros. - ergui uma sobrancelha, cética. Holly? Longe dos centros?

– E tem um cara que trabalha aqui que é realmente gostoso. - ela admitiu diminuindo o tom de voz. Agora sim era a Holly. Dei um risinho e tomei um gole da cerveja que a garçonete trouxe.

– Hol, você está indo embora em menos de cinco dias. Acha mesmo que é um bom momento para começar algo com alguém? - perguntei.

– E quem disse que eu quero algo com alguém? - riu maliciosa.

Holly era o "tipo dez" de qualquer homem. Corpo e rosto chamativos, boa de papo, sabia seduzir, e o melhor, depois de transar com ela, você podia ficar tranquilo que nunca mais a veria. E se algum dia a encontrasse, seria algo como: "Prazer, sou Holly." Nada de "me ligue depois" ou "eu amei a noite passada, vamos repetir?". Isso aí. Ela fingiria não fazer ideia de quem é você, e provavelmente não saberia mesmo. Tudo o que ela queria eram umas duas ou três cervejas e uma boa noite de sexo.

Não era culpa dela, afinal, sua mãe havia morrido quando ela tinha três anos, e desde então fora criada pelo pai, que era mecânico e cuja vida se resumia a ver futebol, tomar cerveja e falar de mulher.

A garçonete voltou perguntando se queríamos pedir algo, mas foi brutalmente interrompida por um homem alto, forte e que possuía os cabelos mais escuros que eu já tinha visto na vida.

– Maria, - ele disse com a voz grave - deixe que eu cuide das senhoritas.

A garçonete que se chamava Maria revirou os olhos e murmurou um "claro que cuida". Desejou boa noite (ou será que foi boa sorte?) para nós e se afastou, indo atender outras pessoas.

Holly chutou minha perna por debaixo da mesa, sinalizando que esse era o seu homem. Embora não fosse preciso ela ter me dito nada, já que assim que ele se aproximou sua expressão mudou de "vamos comer", para "quero te comer".

Revirei os olhos imperceptivelmente. Sabia que ia começar a sobrar naquilo, então pedi licença e fui até o banheiro.

Quando voltei encontrei a mesa onde eu estava vazia. Meu celular vibrou e olhei o visor. Era uma mensagem de Holly.

"Baby, desculpe. O turno do Javier (Viu? Até o nome dele é sexy) terminou mais cedo e ele insistiu em me levar para outro lugar... Em cima da mesa está o dinheiro das cervejas e o suficiente para um táxi para você.

Desculpe, nos vemos amanhã."

Argh! Tinha que ser aquela filha da puta! Fui até a mesa e peguei o dinheiro. Terminei de tomar minha cerveja e paguei a garçonete. Voltei para casa a pé. Não estava frio e eu precisava pensar um pouco.

Talvez pensar não fosse a melhor opção. Talvez eu realmente tivesse feito o certo. Ou talvez eu fosse uma grande idiota. De qualquer forma, meus pensamentos continuavam a me perseguir. E por mais que eu repetisse constantemente que não adiantava me torturar sobre a minha decisão, porque eu já a tinha feito, meu subconsciente parecia não processar o que meu consciente mandava.

Coloquei meu pijama e me joguei na minha cama.

Eu sinceramente esperava que Holly aparecesse cedo para me ajudar a terminar de empacotar as coisas.

Afinal, era ela quem estava me arrastado de volta para Nova York.

Acordei com o som da campainha tocando impacientemente. Levantei e me arrastei até a porta, praguejando quem quer que estivesse me chamando a essa hora.

– Querida, você hiberna, ou o quê? - Holly perguntou entrando em casa sem ser convidada. Mas eu não disse nada porque ela jogou em cima de mim um pacote com um croissant e um copo de cappuccino.

– Holly, que horas você acordou? - olhei para o relógio e eram dez e meia. Me perguntei se ela sequer havia dormido.

– Mais cedo que você, obviamente. - ela disse indo em direção ao meu quarto.

Fui para a cozinha e sentei na mesa, começando a comer o café da manhã que Holly trouxe para mim. Alguns minutos depois ela apareceu com um par de roupas e jogou em cima de mim.

Seus longos cabelos pretos estavam molhados e ela não estava com a mesma roupa de ontem, o que indicava que ela havia ido ao seu apartamento antes de vir pra cá, tomado banho e comprado algo para eu comer.

– Então, - comecei quando terminei de comer - como foi a noite com o Javier?

– Oh, foi ótima, mas eu preciso me lembrar de só repetir a dose com um latino uma vez por mês. O cara não cansava nunca! - fiz uma careta e me levantei.

– Poupe-me dos detalhes, Hol.

– Mas eu estou falando sério! Eu tive até que tomar remédio para dor muscular hoje de manhã!

Fui para o banheiro e me troquei. Começamos a empacotar o que restava no apartamento e a conversar sobre coisas aleatórias.

– Sabe, você é muito louca por ter deixado o seu inglês gostoso ir. - parei de empacotar uma caixa e olhei para Holly espantada.

Já estava quase anoitecendo e faltavam apenas algumas caixas para finalizar. O apartamento já estava vazio.

Ela me encarou, entendeu minha expressão e levantou as mãos como se estivesse se rendendo.

– Não estou dizendo que eu não estou feliz por você ter recusado ir para a Inglaterra e estar indo comigo para Nova York. Mas por favor, você não acha que eu sou tão idiota a ponto de acreditar que você recusou ir morar no país das maravilhas com um maridão em potencial por uma amizade, mesmo que a amiga em questão seja eu, acha? - ela perguntou colocando as mãos na cintura.

– Holly, eu realmente não quero falar sobre isso. - voltei a empacotar minha caixa.

– Tudo bem. Mas um dia ou outro você vai ter que abrir o seu bico.

– Ok. Só... Não hoje. - a campainha tocou - Deve ser o entregador. - suspirei aliviada e fui abrir a porta.

Algumas horas depois todos os objeto já estavam em suas devidas caixas e Holly estava dormindo na minha cama.

A sacada da minha caixa de fósforos estava suja de poeira, mas eu não me importava. Aquela era a minha última oportunidade de ficar espremida ali.

Eu não estava arrependida de ir embora. Aquele lugar me trazia muitas lembranças de Will. Talvez Holly estivesse certa, e eu fui muito estúpida ao negar ir embora com ele. Afinal, o que eu estava ganhando com aquilo? Definitivamente ter deixado-o ir foi algo estúpido.

Mas talvez... Só talvez, eu estivesse seguindo o conselho da minha mãe da forma certa. Deixando o que eu amo ir, para ganhar algo ainda melhor. Ou talvez eu fosse só estúpida mesmo.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, também não gostei muito desse capítulo. Ficou "curto", corrido, estranho, sem nexo... Argh! Enfim, não demoro a postar o próximo...
Estou com tanta pressa que não vou nem fazer perguntas D: mas PFPFPFPFPF preciso do review de vocês! Ele são ESSENCIAIS NA MINHA VIDA