Skinny Love escrita por Brus


Capítulo 22
Capítulo 21 - Casa Nova, Vida Nova.


Notas iniciais do capítulo

Meu amores e minhas amoras (não). Como estão vocês? Tenho que admitir que estou um pouco deprimida pelo fim das férias... Mas tudo bem D:
Eu ia postar antes, mas decidi responder à TODOS os reviews antes de postar :3 gente, vocês são pessoas lindas. É sério. Eu não poderia ficar mais feliz com os reviews de vocês (:
Enfim, beijos, e boa leitura.



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A sacada da caixa de fósforos que eu vinha chamando de casa há alguns anos não era espaçosa. Muito pelo contrário. Era tão pequena que parecia ser de enfeite, e não para alguém estar de fato ali.

Mas, contrariando à todas as leis da física, meu corpo (que agora não era mais tão pequeno) se encontrava espremido ali. E eu não estava sozinha.

- Por que você gosta tanto daqui? - A voz familiar soou próxima ao meu pescoço, eu senti um par de mãos rodearem minha cintura, e um beijo foi depositado no topo da minha cabeça.

- Não sei. - Respondi com sinceridade. - Gosto do ar livre. - Ri da minha própria explicação.

- Você é cheia de argumentos. - As mãos na minha cintura me viraram - E eu não gosto daqui.

Beijei-o rapidamente e me afastei, indo para a cozinha. Eu precisava de alguma distração urgentemente.

- O que vamos comer hoje? - Perguntei tentando manter minha voz firme e razoavelmente aceitável, e não parecida com a de um zumbi, como parecia. Mas definitivamente hoje não era um bom dia para me esforçar e nem fingir.

- O que você acha? - Will riu como se fosse óbvio. Tentei acompanhar sua risada, mas não deu muito certo.

Uma das coisas boas em William Thompson (além do físico perfeito e uma personalidade invejável) era que ele não ficava em cima de você. Ele te dava espaço para ficar triste, sem ficar questionando a cada dois minutos o que estava acontecendo.

- Acho que vou comer no quarto. Tenho que revisar algumas coisas para a prova de amanhã.

- Ok. - Deixei-o vendo televisão, e fui para o meu quarto. Para o nosso quarto. No começo, quando Will tinha acabado de se mudar, cada um tinha o seu quarto, mas como a situação entre nós mudou, não era mais necessário dormir em quartos diferentes.

Sentei na cama com meu pedaço de pizza e uma lata de coca-cola. Por mais que eu tentasse evitar, não conseguia fazer com que meus pensamentos não se desviassem.

Eu evitava ao máximo pensar nele, e na maioria das vezes eu conseguia. O  tempo realmente ajudou. Mas hoje era praticamente inevitável pensar sobre ele,

Três anos.

Eu já tinha parado de esperar por um sinal de vida há muito tempo. Mas mesmo assim era impossível não imaginar como ele estava hoje. Se ele se casou, teve filhos, ou continuava solteiro... Se estava namorando, ou só trabalhando...

Por vezes eu quis ligar, mas meu orgulho (ou meus pais, no começo) não deixava.

No primeiro ano, que eu voltei a viajar com meus pais, eu me matava de vontade de ligar, mandar uma mensagem, ou algo. Mas meus pais, - que começaram a prestar atenção em tudo o que eu fazia 24 horas por dia - falavam que eu já tinha causado estragos demais àquela família.

E depois de um tempo, eu fiquei com raiva. Raiva por ele nunca ter ligado, nunca ter me mandado uma mensagem, ou me procurado. Mas quando eu me mudei para a Califórnia e comecei minha faculdade, decidi esquecer de vez, e encarar o que eu senti como apenas uma daquelas paixões adolescentes.

Afinal, como manteríamos contato? Éramos tão mais novos e imaturos... Claro que meus pais não me deixariam voltar para Nova York, e eu ficaria viajando minha vida inteira, sem vê-lo. Mas ainda ficou aquele "e se?". Acho que essa pergunta nunca se calaria dentro de mim.

Mas como ele, eu decidi seguir em frente e esquecer tudo.Algum tempo depois eu conheci Will, que começou a dividir comigo o apartamento perto do campus onde fazíamos faculdade.

E desde então somos melhores amigos, e agora até mais que isso.

Will era absolutamente tudo o que uma garota poderia querer. Maduro, simpático, cuidadoso, fofo, carinhoso... Eu realmente não entendia o meu problema, afinal, por quê eu não iria gostar de alguém assim?

Terminei de comer minha pizza e tomar meu refrigerante, e Will entrou no quarto, deitando do meu lado.

Nós tínhamos começado a namorar há alguns meses, embora nos conhecêssemos há dois anos. Não era como Harry. Não tinha paixão. Tinha amor. Eu o amava, e era recíproco. Sem todo aquele fogo. Era algo sólido. Sem reviravoltas. E talvez fosse por isso que não era perfeito...

Uma pessoa precisa perder para dar valor à vitória. Sem brigas, não há conciliações. Sem conciliações, sem emoção. E era dessa emoção que eu gostava. É dessa emoção que um casal é feito. Ou pelo menos era assim que Harry e eu funcionávamos. De um jeito meio quebrado e torto, mas funcionávamos.

Espantei esses pensamentos ridículos da minha cabeça, e voltei minha atenção ao presente. Aceitei que Will era o que eu precisava, e quem eu amava. Era ele quem estava comigo quando eu queria e quando eu não queria também. Ele quem suportava meu mal - péssimo - humor todas as manhãs, aguentava meus ataques pré provas... E isso era suficiente.

- Como foi o seu dia? - ele perguntou com a voz abafada, por estar com o rosto no travesseiro.

- Cansativo. - Fiz uma careta para a minha resposta seca.

Ameacei levantar da cama, mas Will me puxou de volta, me fazendo deitar com ele.

- Fique aqui comigo.

- Só mais cinco minutos. Eu realmente preciso estudar algumas coisas. - Sorri ao seu lado e dei um beijo breve em seus lábios.

Will fechou os olhos, e eu não  me surpreendi quando uma lágrima silenciosa escorreu do meu olho. Senti um aperto, e de repente saudade. Eu estava chorando, porque por mais que eu odiasse admitir, quem eu queria do meu lado naquele momento não era Will. Estava chorando porque eu queria um par de íris verdes me encarando, e queria aqueles braços ao meu redor. Eu queria que fosse outra pessoa a me trazer pizza todas as noites. Queria que fosse outra pessoa deitada do meu lado. Eu estava chorando porque queria Harry Evans. E me sentia ridiculamente patética por isso.

Notei que a respiração de Will ficou mais lenta e profunda, e ele estava dormindo. Saí da cama, cuidadosamente (embora desse no mesmo se eu saísse pulando, uma vez que Will entra em coma quando dorme). Fui tomar um banho. Antes de entrar no banheiro, meu celular toca. Não reconheço o número no visor.

- Tay! - ouço a voz da minha mãe.

- Oi, mãe.

- Preciso falar rápido. Espero que esteja bem. Esse natal você irá passar conosco. Não é um pedido. Sem desculpas. - Ela não me deu tempo nem de processar o que havia acabado de ouvir. - Se quiser, traga o Will. Já compramos sua passagem. Depois nos falamos melhor.

- Mãe... - mas ela já tinha ido.

Olhei para o telefone não acreditando no que tinha acabado de ouvir.

Tomei um banho quente pensando que daqui há alguns dias eu teria que dar adeus ao frio confortável da Califórnia, para entrar no refrigerador que era Nova York. Não que o Natal e as festas de fim de ano lá não fosse lindas, mas aquela cidade me trazia lembranças demais. Receios demais.

Vesti uma roupa confortável e voltei para a cama (já que estudar estava fora de questão, afinal, eu não me concentraria em uma palavra do livro), onde Will se encontrava esparramado, quase não me dando espaço para deitar, mas assim que eu deitei, ele me puxou para mais perto, passando o cobertor sobre nossos corpos.

Fechei meus olhos tentando pensar em nada, enquanto esperava pelo sono que não vinha nunca.

Foi aí que minha cabeça começou a trabalhar e ligar as coisas. Nova York. Por que, entre um milhão de cidades, meus pais escolheram justamente Nova York? Um certo pânico se instalou dentro de mim, e comecei a torcer para que o destino não começasse a brincar comigo.


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Notas finais do capítulo

E aí, quem está querendo mais ainda me matar? Haha. Eu tenho que avisar à vocês que os próximos capítulos são extremamente chatos D: Mas o lado bom é que eu já estou quase finalizando a fic, e pelas minhas contas ainda tem mais uns 5 capítulos (:
Então, você, que só lê e nunca tomou vergonha na cara e me mandou um review, ou nunca escreveu uma recomendação... Mande agora! Antes que seja tarde... Me faça feliz, como vocês fizeram no último capítulo :D
Beijos, até mais (: