Pouco depois que eu sai da boate, Sophie começou o show dela... O problema foi que ela tinha visto o meu episódio "tentando ser sedutora e sexy". Eu aposto que ela teria quebrado uma garrafa de vodca na minha cabeça se eu tivesse ficado lá mais um minuto. Mas como ela não me achou, decidiu quebrar na cabeça do Harry. É isso ai mesmo. Sophie quebrou uma garrafa de vodca na cabeça de Harry. Depois disso as coisas ficaram um pouco mais... difíceis, entre eu e ele.

Mas é claro, como estamos falando de mim, Taylor, os meus problemas não acabaram só aí. Depois de ter visto a doida da Sophie quebrando a garrafa e mais outras coisas da festa, fui para o meu quarto e tomei um banho bem demorado.

Coloquei meu novo pijama, que era uma camisola de seda que mal tapava a calcinha e um decote enorme. Não sei onde estava com a cabeça pra deixar Matt escolher minhas roupas de dormir. As roupas de Sophie faziam com que eu me sentisse uma freira perto dessa.

Deitei em minha cama e fiquei olhando para o teto branco. Ok, o que eu faria agora? Sem a minha girafa as coisas ficavam um pouco complicadas pra mim... depois de uns vinte minutos pensando e analisando as minhas opções, eu sabia exatamente o que fazer.

Abri a porta do meu quarto e desci rapidamente as escadas, indo para aquele frio dos infernos do jardim. Eu definitivamente precisava parar com essas comparações sem sentido. Me escondi em alguns arbustos de algumas pessoas que saiam da festa, mas para a minha sorte a maioria estava bêbada demais pra notar a minha presença.

Entrei na cozinha do salão de festas discretamente (é claro que ninguém iria notar uma garota com uma camisola que caberia numa formiga, descalça e descabelada...), e fui diretamente à prateleira de bebidas. Peguei uma garrafa de vodca e sai dali o mais rápido e disfarçadamente que pude. Voltei para o meu quarto correndo e tranquei a porta.

Ok, você deve estar pensando: por que diabos eu fui à cozinha de uma festa, vestindo uma uma camisa transparente (não, eu não considerava aquilo uma camisola), só pra buscar uma garrafa de vodca? Bem, eu tinha a solução perfeita para os meus problemas. Álcool. É isso mesmo. Taylor Hill ia tomar seu primeiro porre propositalmente. Deprimente. Mas eu não via um jeito melhor.

Abri aquela garrafa mágica que solucionaria meus problemas em segundos, e tomei o primeiro gole. Aquele líquido desceu rasgando minha garganta, fazendo lágrimas brotarem dos meus olhos. Tomei mais alguns goles, e logo minha garganta estava acostumada com o ardor, e pedia por mais.

Antes da metade da garrafa eu já estava mais pra lá de Bagdá. Mas como eu sabia que aconteceria, toda vez que eu bebia, eu ficava com muito sono. Então depois de mais alguns goles, eu me joguei na minha cama e abracei a garrafa, fingindo ser minha girafa.

É claro que eu peguei no sono assim que a minha cabeça encostou no travesseiro. E é claro que eu acordei com a pior dor de cabeça do mundo. O sol entrou pela janela do meu quarto fazendo meus olhos arderem mesmo estando fechados. Tentei sentar na cama, mas até isso estava difícil.

Fiquei deitada de olhos fechados por mais uns quarenta minutos, mas por fim, juntei minhas forças e me levantei. Assim que fiz esse movimento, eu quase caí novamente na cama, mas me segurei em uma cômoda.

Fui até o banheiro, me despi, e tomei um banho frio. Aquilo ajudou a me despertar um pouco. as eu ainda estava tão tonta, que escorreguei no piso molhado do banheiro e caí no chão.

– AI. - gritei sentindo uma dor aguda no meu braço direito. Com muito esforço levantei e notei que ele estava ficando um pouco inchado. Mas que merda! Por que as coisas não podiam ficar um pouco mais fáceis pra mim?

– Tay, você tá legal? - ouvi a voz de Harry na porta.

– Ah... não sei. Acho que quebrei o braço. - eu disse gemendo de dor.

– É O QUE? Me deixa entrar! - ele tentou forçar a maçaneta, mas a porta estava trancada.

Me enrolei da melhor forma que pude na toalha e destranquei a porta com a minha mão esquerda.

Harry olhou para o meu estado (que não devia estar muito bom, eu tinha que admitir) e fez uma careta em desaprovação quando viu meu braço aparentemente quebrado. Não deixei que ele tocasse no braço para examiná-lo, então ele mandou que eu me vestisse e o encontrasse lá em baixo em quinze minutos.

Coloquei um dos vestidos que Matt comprou pra mim, já que era mais fáceis de vestir, e uma sapatilha. Só tinha um problema. O vestido tinha um zíper lateral que eu não conseguia fechar por causa do meu braço machucado. Eu não podia acreditar no que eu estava prestes a fazer. Mas eu quero deixar claro que eram medidas desesperadas, eu estava morrendo de dor, e estava com uma ressaca violenta.

Desci as escadas e encontrei Harry largado em um dos sofás. Assim que me viu ele levantou e foi até mim.

– Como está o braço? - ele perguntou com ar de preocupação.

– Acho que está piorando. - fiz uma careta - Ah... Harry, eu preciso te pedir um favor. - ok, eu não pude deixar de corar com aquilo e desviar o olhar.

– Qualquer coisa... - apontei para a lateral do meu vestido e ele fez uma careta - menos isso.

Eu não consigo fechar com esse braço machucado!

– Fala sério Tay, você não pode usar um vestido que tenha o zíper nas costas? Ou um que não tenha zíper?

– Se eu tivesse um! Acho que Matt fez isso de propósito.

– Matt comprou esse vestido? - ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

– Sim.

– Então está explicado. - não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas eu tinha coisas mais importantes para resolver no momento. - Bem, se eu não tenho outra escolha... - ele me deu um sorriso safado e eu revirei os olhos.

– Anda logo com isso.

Harry pegou o zíper do meu vestido e puxou um pouco para conseguir fechá-lo. Foi subindo com sua mão. Ele não desviava os olhos dos meus, o que me dava a entender que o que ele estava fazendo era algo bem mais íntimo do que simplesmente fechar o zíper do meu vestido.

Meu corpo todo se arrepiou sob seu toque. Principalmente quando ele passou o zíper pela parte dos seios, e "acidentalmente" a lateral do seu dedo roçou aquela área. Que merda eu estava pensando? E por que ele não tirava aquele maldito sorriso safado do rosto?

Depois de ter fechado o zíper a dor em meu braço me fez despertar daquele transe e eu desviei meu olhar.

– Ah... obrigada.

– Foi um prazer. - ele disse rindo e por instinto eu dei um tapa nele, me fazendo gemer de dor.

– Vamos logo resolver esse problema, loirinha. - revirei os olhos com o meu novo apelido e sai pela porta entrando no mesmo carro que Harry tinha usado pra me levar pra comprar M&M.

De repente os acontecimentos daquele dia me voltaram à cabeça e eu me lembrei que tinha um compromisso mais tarde. E meu compromisso se chamava Ben.