O que você faria depois de beijar o seu inimigo e ir pro quarto dele? Fingiria que nada aconteceu? Entraria em choque? Sairia correndo? Daria uma de garotinha fofa vivendo um romance? Acho que não sou muito boa em escolher sentimentos, aí acabo misturando todos eles.

– Então Harry eu ainda estou esperando pela sua ideia brilhante. - eu disse quando vi que ele simplesmente deitou na cama e colocou os braços atras da cabeça.

– Antes de eu dizer a minha ideia brilhante, você precisa deitar aqui. - ele disse apontando para o espaço vazio do lado da cama dele, que só agora eu percebi que era de casal.

– HAHAHA ótima a piada, agora fala logo essa sua ideia.

– Eu to falando sério Hill. Deita aqui. - revirei os olhos, me aproximei da cama e sentei na beirada. Senti Harry bufando e depois seus braços estavam ao redor da minha cintura me puxando para deitar mais perto dele.

– Satisfeito? - perguntei com a respiração ficando irregular. Céus, eu não podia ficar um minuto com aquele garoto sem que nenhum hormônio em mim ficasse mais agitado!

– Mais ou menos.- Me conta logo essa droga de ideia.

– Essa é a ideia. Eu vou ser a sua girafa de pelúcia por uma noite. - Ok, essa me pegou desprevenida.

– Você está sugerindo que a gente durma na mesma cama? - eu perguntei só pra ver se era eu quem estava delirando ali.- Sim. - é, pela primeira vez eu não era a doida do lugar.

– Harry você pirou? A gente não consegue dividir nem uma casa direito! Quanto mais uma cama!

– É o que dizem, entre quatro paredes vale tudo. - ele disse e eu não pude deixar de rir com a piada. - Olha, você não vai conseguir dormir sem essa sua girafa, e eu não vou conseguir dormir sem você. - ele acrescentou num sussurro esperando que eu não ouvisse - então não custa tentar. - disse dando de ombros.

Uma parte pequena, mas bem pequenininha mesmo, do meu cérebro, me dizia que não era uma boa ideia dormir com Harry. Mas a maioria só dizia 'foda-se'. E como naquela noite eu estava cedendo a qualquer coisa e não resistindo a nada...

– Tudo bem, mas tente alguma coisa idiota e a sua mãe não vai ter netos. - deitei lentamente o mais afastada possível de Harry. Antes que eu pudesse encostar a minha cabeça no travesseiro senti mãos quentes envolverem a minha cintura e em questão de segundos eu estava deitada nos braços de Harry. Inconscientemente a minha respiração acelerou e meu coração deu uma batida descompassada. - Pelo visto você realmente não quer ter filhos né... - eu estava pronta pra dar um chute muito bem dado, mas senti que as mãos dele se apertaram em minha cintura me impedindo de me mover.

– Dá pra você baixar a guarda só um pouquinho? - ele disse no meu ouvido e eu fiquei sem reação quanto aquilo, ele entendeu como um sim e depositou um beijo na minha bochecha. - Obrigado. - senti as mãos dele se afrouxarem um pouco, mas continuaram lá.

– Por que você ta fazendo isso? - perguntei com um fio de voz.

– Porque eu quero trocar mais de cinquenta palavras com você sem que você fique chateada ou brava comigo. - Ok respiração não me traia agora. Por mais que aquela tenha sido uma das coisas mais fofas que eu já ouvi de Harry, eu não podia entregar os pontos e me derreter toda ali.

– Ficar bem comigo não basta? Por que você decidiu ser meu amiguinho do nada?

– Eu não sei. - ele admitiu mais pra si mesmo do que pra mim. - Talvez pra eu poder fazer isso - ele disse beijando meu pescoço me provocando arrepios. - ou isso - subiu para a minha bochecha. Quando ele estava chegando bem próximo da minha boca, ele deitou novamente no travesseiro e disse rindo maroto - eu sinceramente não sei.

– Ah então quer dizer que você é meu amigo pra se aproveitar do meu corpo? - perguntei fingindo estar indignada. Ele me virou de frente pra ele até que eu olhasse pros olhos dele.

– Não. - ele disse sincero. - Eu também quero ser o motivo de você rir. Não de você ficar toda chateada e estressadinha. - não pude deixar de rir - Mesmo que você fique linda quando está emburrada com alguma coisa. - ele disse no meu ouvido.

– Francamente menino! De onde você conseguiu tirar tanta fofura? Seu cérebro é pequeno demais pra caber tanta babaquice e mais essa fofura toda. - eu disse dando um tapinha em sua cabeça.

– É eu sei, eu sou demais. - dei um tapa no braço dele que deixou a região vermelha.

– É metido. Isso sim.

– Eu sei que eu sou lindo. Só não faço o seu tipo. - ele disse e ficou quieto só olhando pros meus olhos. Já comentei que sempre que eu estou com ele algum hormônio fica agitado? Pois é, dessa vez não foi diferente. Os olhos dele me faziam sentir transparente. Mas até que eu gostava. Eu me fechava pra tantas pessoas... não era tão mal que pelo menos uma pessoa soubesse meus segredos. E Harry parecia a pessoa certa. Preferi não falar nada, porque se eu falasse, com certeza estragaria o momento. Eu era boa nisso.

Harry se aproximou do meu rosto até que eu pudesse sentir seu hálito e a sua respiração batendo no meu rosto. Fechei meus olhos esperando pelos seus lábios mas eu só pude ouvir seu sorriso e ele se afastar repentinamente de mim.

– Não, eu me enganei. Eu faço o seu tipo. - decidi não mentir, então mudei de assunto.

– Boa noite Harry.

– Haha, não antes sem ganhar um beijo de boa noite. - dessa vez ele simplesmente encostou seus lábios nos meus e antes que eu pudesse me afastar ele já estava com uma mão no meu cabelo e outra acariciando minha bochecha.

Minhas mãos se prenderam em seus cabelos como da primeira vez. Ele sorriu quebrando um pouco o beijo. Mordi e puxei seu lábio inferior. O que fez ele estremecer e ficar sério novamente. Dessa vez atacou minha boca com avidez, ficando por cima de mim novamente. Quando o ar se fez necessário ele desgrudou nossas bocas, mas começou a atacar meu pescoço espalhando beijos e pequenas mordidas por ali. Puxei novamente sua boca para a minha e dessa vez minhas unhas atacaram suas costas, fazendo pequenos arranhões.

– Hey Tay. - ele tentou dizer enquanto me beijava.

– Shhh - falei e continuei a beijá-lo. Dessa vez ele se afastou e rolou para o lado me fazendo soltar um som em protesto. Eu estava extremamente ofegante e ele não estava muito diferente.

– Eu não quero ter que tomar um banho frio. Então acho melhor pararmos por aqui. - ele deu um riso meio envergonhado.

– Ah... ok. Desculpe. - dei graças aos céus por estar de noite e ele não ver que eu corei quando ele disse aquilo. Harry nos cobriu com a coberta e me abraçou fazendo com que eu deitasse em seu braço. Deu um selinho demorado em mim e sussurrou:

– Boa noite Hill.

– Boa noite Evans. - foi a última coisa que eu disse antes de cair no sono nos braços daquele panaca.