(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 26
Capítulo 25: The Hangover - part I


Notas iniciais do capítulo

Heey meninas!


Alguém ainda lê esta fic?! Porque ela não foi abandonada!!!
E eu posso explicar a razão pelo hiatus gigantesco: é o meu último ano da faculdade, a pressão é muito maior, tenho TCC pra fazer e escrever, muitas coisas ao mesmo tempo no estágio, crises de gastrite, e o único tempo que eu tinha no final de semana... era perdido com o inglês no sábado e todos os trabalhos por fazer no domingo. Óbvio que não dava certo, né... Enfim, agora que eu terminei o inglês e estou de férias posso voltar a me dedicar a vocês.
Obrigada para quem não desistiu de mim!!!

Este capítulo é o meu presente para vocês, minhas sweethearts. Foi feito com mtmtmtmtmt amor e carinho nesse feriado! Como ele ficou gigante, eu o dividi em duas partes... e para alegrar todo mundo, postarei as duas hoje!!!
ps.: já peço desculpas antecipadas pelos palavrões e linguaguem não muito educada, mas eles vão ocorrer com certa frequência daqui para frente...

Boa leitura!!! o/o/o/o/o/



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Bella



Puta merda. Eu estou tão ferrada! – sussurrei, entrando em pânico.

Jacob ressonava tranquilamente ao meu lado, alheio ao meu pânico apocalíptico.

Jacob?!

O que diabos eu fiz? Com certeza eu tinha acabado de assinar minha sentença de morte naquele momento. Fechei meus olhos com força várias vezes e voltei a abri-los, tendo certeza que aquele era um pesadelo e eu iria acordar a qualquer momento.

Mas eu não estava acordando, nem mesmo com beliscões. Santa Bharsóvia!

Forcei meu cérebro detonado voltar a trabalhar, eu precisava de lembranças.

Sim, eu havia aceitado sair com Alice na noite passada. Ela me enfiou dentro do menor vestido já criado em todos os tempos e fomos para o Heaven’s, onde o Chad nos encontrou pouco depois que chegamos. Um drink cor de rosa e doce.

Então meu cérebro entrou em combustão. Só de pensar em álcool meus neurônios fritaram dentro da minha cabeça, lembrando-me porque eu não deveria beber.

Mas eu precisava de mais. O que acontecera depois?



12 horas antes...



– Pronta para a sua primeira dança? – Chad perguntou, um sorriso torto aparecendo.

Empolgada, pulei para fora da banqueta e oscilei um pouco. Malditos sapatos.

– Wow, parece que alguém está começando a ficar alegre – riu Alice.

– Só não me deixe cair – implorei a ele, ignorando-a, enquanto agarrava seu braço.

– Claro que não, Queen B – ele agarrou minha mão e me arrastou até a multidão.

De início eu apenas observei aos dois, que dançavam e balançavam seus corpos sem se preocupar com nada além da sua própria diversão. Parecia que Chad e Alice haviam nascido para aquilo – dançar e encantar, sendo sensuais com tanta naturalidade! Uma pontada de inveja me invadiu por um minuto, enquanto eu pensava no quanto eu havia perdido da minha vida como uma Princesa cheia de obrigações. Mas todo o meu remorso não durou muito, pois Chad ao me ver parada só olhando, fez questão de me puxar para o seu lado.

A princípio eu estava insegura e hesitante, porém depois de alguns minutos eu já começava a me soltar. Alice e Chad eram bons professores – apesar de sem muita paciência – e eu consegui me mexer mais como uma garota e menos como uma coluna do templo. E logo eu descobri o segredo, o combustível para que aquilo funcionasse: álcool. Drinks e algumas músicas depois, eu estava livre leve e solta.

Livre, leve e solta. Aquilo me fez rir, porque era engraçado. Plumas!

Então em algum momento eu senti um par de mãos na minha cintura e alguém se aproximava por trás, quente. Imaginei que fosse Chad e por isso não me virei, apenas continuei dançando enquanto ele me acompanhava. Então um pequeno beijo no meu ombro, suave mas forte o bastante para me fazer estremecer. Virei-me.

Não era Chad, foi a primeira coisa que eu percebi. Um grande cara bonito como um modelo da Dior estava bem na minha frente, sorrindo torto para mim, uma expressão sugestiva enquanto suas mãos ainda estavam em minha cintura.

– Olá – disse ele.

– Heeeey estranho – respondi, pegando suas mãos e tirando-as de cima de mim. – Este é o meu espaço pessoal. Você daí e eu daqui.

– Ouch – ele riu, e eu acabei rindo também. Não consegui ficar séria diante de seu rosto divertido. – Tudo bem, eu posso continuar daqui. Sou o Jace.

Eu não disse nada, apenas levei minha boca ao meu drink para mais um gole.

– Não vai me dizer o seu nome, Miss Espaço Pessoal? – ele piscou.

Abri a boca para uma resposta espertinha, mas meu peito começou a vibrar. Hã? Meu celular, claro. Eu havia me esquecido que ele estava por ali.

– Alooooooow – atendi, ainda encarando Jace. Ele insistia no sorriso torto tipo bad boy.

– Bella! – uma voz urgente soou, me confundindo por um instante. – Onde você está?

– Quem é? – alguém passou com pressa atrás de mim e praticamente me jogou em cima de Jace, que me pegou antes que eu derrubasse a nós dois no chão. Eu ri quando olhei para seu rosto. – Descuuuuulpa!

Você está bêbada?! – o ser gritou, fazendo meus tímpanos doerem.

– Nãããããããão – eu ri quando Jace aproveitou a situação para me prender em seus braços e depositar outro beijo em meu ombro. Eu estava começando a gostar dele. – Eu só estou aleeeegre. Muuuuito! E você está me atrapalhando, estranho!

– É o Edward, Bella. Por favor, me diz onde você está – ele implorou.

– Edward... – repeti, franzindo a testa. Eu não o queria por perto! – Eu não quero você aqui. Você é muito chaaaato! Ele é um chato mesmo – eu falei para Jace, ainda concentrado em brincar com o meu cabelo em seus dedos. Ele riu baixinho.

– Bella, é o Emmett. Fala comigo, por favor – uma segunda voz surgiu na conversa.

– EEEEEEEEEEMMETT! – eu gritei e dei uma risadinha quando Jace tentou tomar o celular da minha mão. Tão apressadinho! – De você eu gosto, eu acho. Não, eu não gosto maais... Você me enganou também.

– Bella, por favor, onde você está?

– Em um lugar muuuuuito legal. Eu gosto daqui. É brilhante. E tem bebida.

– Bella, você está bêbada – Emm repetiu. – Cadê a Alice?

– Sumiu com um gato faz um tempo, eu acho – eu ri, lembrando da última vez que eu a vi, há cerca de dez minutos atrás, agarrada a um provável quarterback. – Ela me deixou sozinha... mas agora eu não estou mais sozinha – Jace insistiu de novo nos beijos, carinhos e tentou tomar de novo meu telefone. – Me dá um tempo, gatinho.

– Quem está aí com você? – duas vozes soaram juntas, iradas.

Sorri para o telefone.

– Shhhhhh. Isso não é da conta de vocês. Que tal serem bons garotos e irem dormir? – eu ri da minha própria piada. – Ah, eu me esqueci que vocês dois são meninos maus, meninos muuuuuito maus. Eu não fico perto de meninos maus. Não fico, não é?

– Bella, eu acabei de te ver – Emmett falou de repente.

– O quê? Onde? – gelei, olhando tudo ao meu redor.

Eles estavam mesmo aqui?

– Fala pra esse cara tirar as mãos de você ou eu vou até aí arrebentar ele.

– Ei, alguém viu a gente, gatinho – eu falei para Jace, cutucando-o no peito. Ele apenas deu de ombros e eu ri baixinho.

– Eu não ligo pra quem quer que seja, diga que você já tem companhia – ele disse.

– Jace não tem medo de vocês. E eu também não – minha mente levemente entorpecida ganhou outro foco de repente. – Como vocês conseguiram entrar? A fila do Heaven's está dando volta lá fora.

– BINGO! – gritaram os dois juntos.

O quê? Desde quando tinha um bingo acontecendo aqui? Franzi a testa.

– Vocês estão jogando bingo? Depois a bêbada sou eu – eu ri alto.

– Bella, não saia daí – o Agente Cullen mandou, chato como sempre. – Nós vamos te pegar.

– Eu não quero nenhum dos dois me pegando, creeedo! Eu não gosto mais de vocês dois, nenhum pooouquinho. Au revoir! – desliguei o celular e o guardei de volta, bufando. Eu não queria saber daqueles dois idiotas. Olhei então para um Jace sorridente à minha frente. – Sua vez, gatinho. O que você tem para mim?

Ele não esperou nem que eu terminasse de falar. Tomou minha boca ali mesmo e me puxou para um beijo forte e de tirar o fôlego. WOW! Algum lugar distante da minha mente registrou que aquele não era o beijo perfeito, do tipo que eu gostava, nem vinha dos lábios que eu desejava. Apenas não me importei e deixei que acontecesse.

Instantes mais tarde, eu nem tentava mais entender como eu tinha ido parar naquele banheiro com Jace e o deixado me tocar com tanta intimidade. Ele me beijou mais e mais, e foi bom, até que ele avançou demais e eu tive que dar uma acalmada nele. Eu estava bêbada, sabia, mas não o suficiente para me entregar no banheiro para o primeiro cara que eu encontrasse. Sem chance.

De volta à pista de dança, nós estávamos dançando outra música, até que ele de repente se foi. Virei-me e o vi no chão, segurando o nariz ensanguentado.

– Jace! – gritei, tentando me abaixar ao seu lado, mas fui impedida.

As pessoas que estavam em volta se afastaram, olhando como se estivéssemos em um grande octógono. Mas que diabos...?

– Ei, você está louco, cara?! – berrou Jace, cambaleando ao se levantar.

– Não ouse respirar nem o mesmo ar que ela no raio de cem quilômetros, ou eu acabo no seu corpo o que eu comecei com o seu nariz – um rosnado soou perto de mim.

Aquela voz... Não era possível!

– Edward? – olhei do Jace para ele, em seguida para quem me segurava. – Emmett?! O que vocês fazem aqui? Me deixem em paz!

Comecei a me debater, para tentar me soltar e sumir da frente deles.

– Cadê a toupeira da minha irmã, para que eu possa matá-la agora? – ele exigiu.

– Ela foi... ao banheiro, eu acho. Deve estar voltando logo – fechei a cara para eles.

– Muito bem, nós vamos buscá-la agora mesmo – falou Emmett.

– Me larga! – berrei, olhando em volta por ajuda. – Socorro!

– Ei cara, larga a garota – alguém se intrometeu perto da gente.

– Não se mete e cuida da sua vida! – o Agente Cullen ameaçou de volta.

Então tudo ficou escuro e começou o maior empurra empurra, enquanto as pessoas uivavam de alegria. Aquela era a minha chance.

– Atenção galera, chegou a Hot Song! – anunciou o DJ. – Ninguém é de ninguém por quatro minutos!



Minha cabeça voltou a doer, como se alguém estivesse comprimindo violentamente o meu cérebro. Enfiei minha cabeça embaixo do travesseiro e o apertei com força, como se eu pudesse fisicamente absorver a pressão. Mas claro, não adiantava de nada.

Mais flashs de lembranças apareceram em minha memória. Uma música sensual, eu e Alice em cima do bar rebolando como... STRIPPERS! Santo Deus, aquilo só poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto da minha imaginação... mas algo lá no fundo me dizia que não era.

Muito bem, Bella. Você dançou em cima do bar de uma boate, como uma stripper profissional. Parabéns, seu pai ficaria orgulhoso!

Mas isso não é nem a ponta do iceberg. Tudo sempre pode piorar...



2 a.m.



Uma música tranquila soava baixinho dentro do carro, enquanto Manhattan passava apressada por nós como grandes borrões. Apesar de deserta, a cidade estava toda iluminada e era tão linda como qualquer filme de cinema sempre mostrou. Continuei olhando pela janela, em silêncio, até que eu comecei a ficar tonta com todas aquelas imagens em super velocidade. Fechei meus olhos, quase adormecendo.

– Você costuma sempre fazer esse tipo de coisa?

Uh? Acho que tem alguém falando comigo... Ah sim, meu anjo bonitão.

– Que tipo de coisa? – virei-me para ele, com um sorriso preguiçosamente bêbado.

Ele riu baixinho e balançou a cabeça. Será que ele sabia o quanto ele era lindo?

– Isso – ele colocou a mão direita devagar no meu joelho, mas eu não protestei. – Sair de boates bêbada com estranhos que você nem ao menos conhece.

– Você não é um estranho. É o anjo que está salvando a minha vida – declarei.

Seu sorriso aumentou, chegando até os olhos. Com todo o meu sistema entorpecido pelo álcool, até aquele momento, eu não tinha reparado nele realmente. Mesmo com o carro no escuro, a iluminação externa me permitiu distinguir dois olhos cor de avelã tão brilhantes quanto o seu sorriso branco reluzente. E eu mencionei que ele tinha covinhas – as covinhas mais adoráveis já vistas neste mundo? Um verdadeiro anjo! Seu cabelo loiro escuro lhe caía teimosamente sobre a testa. Maçãs do rosto bem definidas, combinadas a um queixo quadrado e lábios naturalmente cheios e rosados capazes de dar inveja em qualquer mulher. Sua barba estava por fazer, mas até eu que particularmente não gostava de barba, quis tocá-la. Eu tive a certeza que alguém lá em cima gostava muuuito de mim, porque milagre era aquele, Senhor!

– Você nem perguntou o meu nome – ele observou, apertando delicadamente o meu joelho.

Dei de ombros casualmente.

– Eu não preciso saber seu nome, anjo.

– E se eu não for um anjo? E se eu te dissesse que sou um demônio?

Que papo mais estranho... Vou me fazer de corajosa.

– Bom, você só vai me fazer um favor ao me levar mais rápido para o inferno. Um voo sem escalas é tudo o que eu sempre sonhei – respondi casualmente.

– Você é corajosa. Eu gosto disso.

– Você não me conhece. Eu gosto disso.

Passaram-se mais cinco minutos em silêncio. Quer dizer, silêncio entre eu e ele, porque minha mente gritava um protesto atrás do outro em minha mente. Peguei meu celular para verificar a hora, mas ele já não estava mais entre nós – eu tentei decidir o quão bom ou ruim poderia ser uma bateria descarregada. Concluí que eu não me importava. Eu estava me divertindo. Estava brincando com o perigo. Estava livre.

Finalmente, eu era dona de mim mesma.

– Vincent – ele soltou, quando entramos em uma garagem subterrânea.

Ele estacionou o carro, em algum lugar muito familiar... Onde estávamos mesmo?

Minha porta foi aberta e uma mão surgiu para me ajudar a sair do carro.

– Definitivamente você é educado demais para ser um demônio – eu aceitei sua oferta e dei uma risadinha, minha língua afiada entrando em ação sem esperar convite. – Eu voto por um anjo, definitivamente.

Seu sorriso tornou-se torto.

– Não fique tão convicta – ele bateu a porta do carro suavemente atrás de mim, prendendo-me por ali. – Todo demônio por natureza sabe seduzir.

– Veremos quem é o melhor nisso – eu disse a ele, jogando meu cabelo para o lado e o empurrei, para que saísse do meu caminho. Caminhei até o elevador, que estava próximo dali e apertei o botão. Virei-me para ele, que ainda estava parado me observando com curiosidade e arquei uma sobrancelha. – Você vai ficar parado aí?

Ele parecia estar arquitetando algo internamente, até que finalmente decidiu se mover em minha direção. O elevador chegou e eu fui a primeira a entrar, parando no fundo de frente para ele. Coloquei ambas as mãos sobre a barra atrás de mim e recostei-me contra a parede espelhada, confiança, expectativa e sex appeal comandando cada célula do meu corpo, enquanto avaliava sem pressa a mercadoria à minha frente.

Vincent entrou no elevador, sem a menor pressa, e apertou o botão do último andar – o vigésimo primeiro. Meus lábios se curvaram em um meio sorriso quando a porta se fechou, enquanto Vincent dava um passo lentamente. Ele me olhava como um caçador olha a sua presa, um olhar todo quente, com expectativa e ações calculadas. Alguma parte dentro de mim sentiu um calafrio, mas foi superada pela que gostou de ser olhada desse jeito. Gostei de ser desejada por um homem. Por aquele homem.

E então, em um piscar de olhos, Vincent estava em cima de mim, lábios, mãos e corpo por toda parte. Era diferente dos outros beijos. Além da urgência, eu pude experimentar um desejo que queimava meu sangue pelas veias. O álcool que ainda me controlava evaporou-se com a temperatura do elevador, enquanto Vincent trabalhava muito bem seu beijo em mim. Sua língua quente e exploradora vasculhava cada centímetro da minha boca, seus lábios devoravam os meus como se não existisse nada que ele mais desejasse nessa vida. Suas mãos corriam da minha cintura para as minhas costas, apertando-me mais contra ele, até que chegaram na minha bunda e por ali ficaram. Eu senti algo duro pressionando minha coxa, mas não me importei no momento. Tudo o que eu queria estava bem ali.

Eu não reparei que havíamos subido tão rápido assim – parecia que o tempo havia parado enquanto estávamos ali dentro. O elevador tinha parado, um apito suave indicava que tínhamos chegado em nosso destino. Vincent afastou-se de mim com um rosnado, parecendo zangado pela interrupção, seus olhos avelã queimando nos meus.

– Vamos – ele me puxou junto consigo para o hall.

– Wow – murmurei baixinho enquanto o seguia, tentando arrumar o caos em que ele transformara o meu cabelo com a mão livre.

Parei abruptamente no meio do pequeno hall, minha mente já mais desperta da maior parte da nuvem de álcool. Eu conhecia aquele lugar, agora eu tinha certeza. Eu já estive aqui vezes o suficiente para conhecer esse pequeno hall redondo e a porta que estava à direita, do lado oposto para onde estava indo com Vincent.

Este era o prédio de Jacob. E atrás daquela outra porta, era onde ele morava.

Mas quanta ironia! Com tantos caras nessa cidade, eu precisava acabar justo com o vizinho de Jacob?

– Putaquepariu – resmunguei baixinho, levando minha mão à boca.

– O que foi? – Vincent virou para mim, suas mãos ainda tateando algo em sua calça.

– Nada – respondi rapidamente, dando mais um passo para perto dele. – Algum problema?

– Acho que a minha chave ficou lá embaixo no carro – ele resmungou, praguejando baixinho, enquanto esvaziava cada bolso que possuía. – Mas que droga!

Ah, isso é realmente uma droga.

Tudo o que eu preciso é que Jacob nos pegue aqui. Afinal, tecnicamente, ele era meio que meu namorado e ele não sabia que eu havia saído com a Alice esta noite. Muito menos que eu havia bebido, dançado em cima do bar, fugido de dois agentes federais e saído com um estranho qualquer que por um acaso era o seu vizinho de cobertura.

Absolutamente agradável.

– Eu vou pegá-la rapidamente. Eu prometo que não vou demorar... Você me espera aqui, gata? – ele veio até mim e segurou-me pelos braços, enquanto me olhava fixo.

– Claro – respondi, da forma mais falsa possível. – Como se eu tivesse algum lugar para ir, não é mesmo? Afinal, eu nem sei em que parte de Nova York nós estamos.

Ele sorriu torto e se curvou para me dar um beijo, o que eu pensei que fosse ser um selinho rápido, mas quando eu dei por mim estava prensada contra a parede agarrada à cada centímetro do maravilhoso corpo dele. Quando ele se afastou, sorrindo presunçoso e com o olhar mais incendiário que eu já recebi, eu arfava pesadamente em uma tentativa fraca de me recompor e encontrar alguma dignidade.

O elevador chegou e saiu com Vincent nele e eu fiquei ali no hall, sozinha. Pensei em minhas opções disponíveis. Eu poderia ir embora naquele momento, enquanto não era pega em flagrante, e torcer para sair sem ser vista pelo porteiro. Este seria um ótimo plano, se não fosse pelo fato de que eu não tinha um único dólar comigo – eu reparei naquele momento que Alice é quem estava com tudo. Ou, eu poderia ficar e tentar me tornar invisível enquanto Vincent não voltava, afinal não havia nenhum lugar ali para me esconder, e então passar a noite com ele. Para uma rebelde que estava fugindo, eu tinha que admitir que esta não era uma opção de todo desagradável.

Tentei vasculhar em minha mente se Jacob tinha planos para hoje, o que seria minha salvação. Mas nada vinha em minha mente bagunçada, como era de se esperar... O sinal que anunciava a chegada do elevador me encheu de alívio.

Vincent finalmente estava de volta!

Só que não foi ele quem saiu do elevador.

Com uma jaqueta de couro preta, óculos escuros e uma cara de poucos amigos, Jacob era a imagem perfeita de um bad boy zangado. De início ele não pareceu notar nada à sua volta, inclusive eu encostada contra à parede bem à sua frente. Substituí minha expressão de choque rapidamente e tentei reprimir o pânico que me invadiu.

“Você é invisível.” “Está tudo bem, ele parece cansado ou chateado demais para te notar aqui.” “Ele não vai te ver, mantenha a calma e não se mexa” “Vincent não vai subir agora. A Terceira Guerra Mundial não será esta noite!” repeti para mim mesma inúmeras vezes, enquanto o assistia em câmera lenta fazer o seu caminho até a porta.

Eu acreditei que tudo fosse dar certo. De verdade. Até Jacob parar abruptamente.

Ele ficou parado por uns cinco segundos, até que se virou – exatamente para onde eu estava parada. A cara fechada foi aos poucos sendo substituída por espanto, surpresa, alegria e então tornou-se a ficar zangada.

– Bella?! – ele perguntou lentamente, tirando os óculos escuros.

É, sou eu. Mas que droga.

– Hey, Jake – respondi casualmente, rapidamente escondendo qualquer sentimento de culpa. Assumi uma postura inocente e relaxada, como eu testemunhei Alice tantas vezes montar, quando era culpada de algo e pega em flagrante. – Noite difícil?

Ele rapidamente fechou a distância até mim com três passos gigantes e parou a centímetros de onde eu estava, descaradamente pronta para a minha sessão de fuzilamento contra a parede. Me olhou de cima a baixo, como se não acreditasse que eu estava mesmo ali, e seu rosto tornou-se mais sombrio.

Descobri que ser culpada não era tão ruim. E bêbada tudo fica mais divertido.

– Um pouco. Fiquei preso em uma reunião até agora – ele respondeu, me avaliando.

– Uma reunião no escritório até tão tarde? – rebati, estreitando meus olhos para ele.

Ao que parece, eu não era a única que deveria estar aprontando.

– Não sei se você já ouviu falar, mas o Japão tem 12 horas a mais de fuso horário. Agora lá é o meio da tarde. Meus sócios nipônicos pareceram se esquecer deste detalhe durante a nossa videoconferência – ele respondeu tranquilamente.

Fazia sentido. Jacob já havia me dito que importava peças do Japão, e as vezes precisava fazer conferências com os compradores em horários meio loucos.

– Mas e quanto a você? – ele exigiu, cutucando levemente a pele exposta na minha barriga por causa do decote do vestido. – Como está sendo a sua noite?

Sorri torto para ele e coloquei minha mão sobre a sua, ainda em minha barriga. Uma rápida olhada nos elevadores me mostrou que Vincent ainda não estava subindo, mas isso poderia acontecer a qualquer minuto. Eu precisava sair dali logo.

– Muito melhor agora, bonitão – respondi e me inclinei até a sua orelha, deixando meus lábios repousarem ali. – Não vai me convidar para entrar?

Jacob se afastou, me avaliando cuidadosamente.

– Você bebeu? – despejou ele.

– Um pouquinho assim – juntei meu dedo indicador com o polegar para demonstrar.

Jacob revirou os olhos. Olhei para o painel do elevador, só para constar que ele havia chegado a garagem e poderia chegar aqui em questão de minutos.

– Vamos, Black. Não seja rude e deixe uma garota indefesa esperando no hall do seu andar – eu disse a ele, chegando mais perto. – Ou eu vou ter que implorar?

– Você não me parece tão indefesa assim. Como você chegou aqui, Bella?

– Eu prometo te contar tudo lá dentro – disse, indo até a sua porta. Faltavam dez andares para o elevador chegar até nós. – Eu tenho a noite toda, você sabe.

Jacob riu atrás de mim. Mas por algum milagre do destino, ele se moveu até onde eu estava. Assim que enfiou a chave na porta e a abriu, eu o empurrei para dentro e tranquei a porta atrás de mim, antes de, com um sorriso torto, puxá-lo pela jaqueta até o meio da sala escura. Só para o caso de Vincent chamar meu nome, Jake não poderia estar à uma distância audível.

Tratei de ocupar os sentidos do meu namorado, ou quase isso, com um beijo que o fizesse esquecer de tudo à nossa volta. Como eu nunca o havia beijado desta forma, óbvio que ele não estava esperando, e foi pego de surpresa. Até que ele finalmente reagiu, beijando-me de volta, timidamente no início. Mas depois de alguns instantes, ele se soltou e passou a controlar de volta o beijo – de um jeito que ele nunca havia feito antes e me deixou bastante surpresa.

Alguma parte insignificante do meu cérebro gritava “SUA VADIA!” a todo vapor, mas eu não prestei muita atenção. Sim, eu havia saído sem avisá-lo. Sim, eu havia bebido muito, dançado e dado uns amassos em Jace. Sim, eu tinha ligado e brigado com os agentes, dançado em cima do bar uma música digna de strip tease e fugido de todos. Sim, eu parei no carro de um estranho total – agora nomeado Vincent, vizinho de Jacob e que provavelmente estava me procurando do lado de fora da porta – que ia me levar para a sua casa e provavelmente eu iria fazer coisas com ele. Sim, eu tinha traído, mentido e manipulado o Imperador, e agora estava aos beijos com ele.

Bella McCarthy era uma cadela fria sem comparação.

Mas eu nem ligava àquela altura do campeonato. O arrependimento viria com tudo, mas eu não ia pensar nele naquele momento. Que se dane a culpa!

Tudo o que importava é que eu estava com Jacob, na casa dele, e ele estava me beijando como nunca tinha me beijado antes. Era mil vezes melhor do que o beijo do Vincent. Ele parou o beijo de repente, foi então que eu percebi que eu estava toda agarrada a ele de uma forma não muito educada e respeitosa. Jacob sorria presunçosamente, enquanto eu trabalhava miseravelmente em minha respiração e batimentos frenéticos e equilíbrio físico ao mesmo tempo.

– Olá, estranha – ele disse, sua mão ainda em minhas costas.

Estreitei meus olhos para ele. Era tão injusto que eu ficasse desse jeito e ele não!

– Olá, estranho – respondi, tentando ser o mais sarcástica possível. – Isso não é justo.

– O que não é justo?

– Você me beijar desse jeito e eu ficar um caos, e você aí, todo sorrisos.

– Devo lembrar quem atacou quem? – ele ergueu uma sobrancelha para mim. – Até onde eu sei, eu estava chegando em casa depois de um dia de trabalho pé no saco, e você estava esperando por mim desse jeito no corredor. E depois, você praticamente avançou em cima de mim e me atacou aqui mesmo, no meio da minha sala de estar.

– Você me faz soar tão promíscua desse jeito – eu disse a ele, fazendo biquinho.

– O que você fez com a minha Bella?

Afastei-me dele e me permitir cair contra o sofá atrás de mim.

– Ela ainda está aqui, se é o que te preocupa – respondi, colocando meus pés sobre a mesa de centro atrás dele e fazendo a clássica cena de cruzar as pernas na frente de um homem. – Em algum lugar debaixo de tudo isso.

– Bom, não conte a ela – ele se abaixou lentamente e sentou sobre a mesa de centro, pegando o meu pé direito e tirando um dos meus saltos – mas eu também gosto desta mulher que está na minha frente.

Eu sorri torto para ele e fechei meus olhos quando ele começou a massagear o meu pé. Até aquele momento, eu não percebi que sofria tanto dentro daquele sapato mortal. Meu outro pé também foi liberto e eu ganhei a melhor massagem que eu já recebi na minha vida. Suas mãos quentes eram gentis e firmes contra minha pele, e quando ele subiu pela minha panturrilha, um pequeno gemido me escapou.

Abri os olhos quando ele parou de repente.

– Por quê você parou? – perguntei, manhosa. Aquilo era tão bom.

– Estou esperando você me contar o que aconteceu.

Tentei puxar minhas pernas de volta, mas ele não permitiu.

– Você fala e eu continuo, amor – ele sorriu torto.

Chantagista filho da mãe!

Eu devia ter desconfiado que não ia ser tão fácil assim.

– Eu saí para dançar com a Alice e o Chad – comecei, contando o máximo de verdade possível. – Aí nos bebemos um pouquinho.

– Um pouquinho? – ele perguntou, apertando com mais força a minha batata da perna.

– Ai! – protestei, mas ele não pareceu se importar. – Ok, bebemos bastante. Nós dançamos também, é um lugar bem legal. Fomos ao Heaven’s. Você ia gostar de lá.

– E o que mais?

Dei uma de desentendida.

– Mais nada. Eu preciso de uma bebida! O que você tem aí?

– Para você, água. Sua cota de álcool do ano já foi atendida – ele estreitou os olhos.

Revirei os olhos e bufei.

– Sério, Jake? Preciso de algo mais forte do que água.

– Como você chegou aqui? – ele segurou meus dois pés ao mesmo tempo, suas mãos talentosas trabalhando eficientemente por ali.

Meu corpo relaxou e eu tive dificuldade de formar qualquer pensamento lógico.

– Bella?

– Hmmm...

– Eu ainda estou esperando – ele insistiu.

Abri meus olhos e dei de cara com seu olhar fuzilando o meu. Droga.

– Eu peguei um táxi. Foi o mais longe que cinquenta dólares podia me trazer.

– E por que você quis sair de lá? Cadê a Alice?

– Você quer muitas respostas, Black. Forneça-me combustível. Alcoólico.

Mantive minha postura rígida, teimosa como eu sabia ser. Bêbada, tudo aflorava. Jacob ficou me observando e quando viu que eu não ia desistir, bufou e caminhou até o seu bar no canto da sala. Eu abri um sorrisinho. Ponto para mim!

– Algo forte, meu bem – gritei para ele rindo.

Jacob não respondeu e enquanto fazia o seu caminho de volta para mim, eu observei o quão quente ele parecia naquele jeans escuro e jaqueta de couro. Meu estômago se agitou de antecipação, até que um miado familiar soou perto de mim.

– Ei, garoto! Venha aqui – chamei Napoleão, que me observava desconfiado perto do sofá. – Vamos, venha que eu tenho bastante amor para te dar, já que o seu dono não está querendo saber de mim.

Napoleão pulou com seu corpo enorme no sofá ao meu lado, dócil como um filhotinho. Fiz carinho em seu pelo macio e brinquei com suas orelhas, sorrindo o tempo todo.

– Este gato velho é um traíra, se entrega a qualquer carinho seu – resmungou Jake, me entregando um pesado copo de vidro com muito gelo. E pouco líquido dourado.

– Você deveria aprender mais com ele – resmunguei, fazendo careta quando peguei o copo. – Ele sabe agradar uma garota. E você não. O que é isso?

– Sua bebida – respondeu ele, caindo do meu lado direito.

– Não, é gelo dentro de um copo. Eu te pedi algo forte!

– Bella, você já bebeu demais. Não está em seu juízo normal.

– Dane-se o juízo! Você não me diz o que fazer! – eu gritei com ele, colocando o copo em seu colo. Napoleão rosnou alto no meu colo.

– Ei, acalme-se ou ele pode te machucar – Jacob advertiu.

– Ele não vai me ferir, ele gosta de mim... ao contrário de você!

Levantei-me com Napoleão nos braços, um pouco desajeitada por causa de seu tamanho e peso. Ele miou e protestou um pouco, mas eu ignorei. Caminhei até o bar e peguei a primeira garrafa que eu vi – a mesma bebida que ele havia me servido.

Jacob bufou lá do sofá enquanto eu fazia meu caminho de volta, com gato e garrafa.

– Você só pode estar brincando comigo, garota – ele resmungou, me segurando de último instante quando eu tropecei no tapete e quase caí com tudo no sofá.

Napoleão ficou muito nervoso e acabou lutando comigo, na sua pressa de sair do meu colo. Por um milagre, eu consegui segurar a garrafa intacta. Mas ganhei alguns vergões no braço e na barriga, pelo decote do meu vestido.

– Satisfeita agora? – Jacob perguntou, comigo sentada em seu colo no sofá.

Virei um gole grande direto do gargalo da garrafa. E soltei uma risadinha.

– Agora sim, meu herói super chato – eu pisquei para ele.

– Por quê você não me dá essa garrafa? – ele tentou tomá-la de mim.

– NÃO! – gritei, colocando-a fora de seu alcance. – Ela é minha agora.

– Você quer beber? É isso o que você quer, Bella?

– Sim! – eu respondi, virando mais uma dose do líquido dourado. Desceu queimando em minha garganta, mas eu nem liguei.

Ele suspirou e fechou os olhos, tombando a cabeça contra o encosto do sofá. Jacob era tão lindo, ainda mais à luz da lua que entrava pela parede de vidro do nosso lado. Eu estava quase indo beijá-lo novamente quando ele abriu os olhos e encontrou o meu olhar cheio de intenções.

– Tudo bem, você pode beber. Mas não vai beber essa garrafa sozinha – sua outra mão alcançou a garrafa e a tirou de minhas mãos, sem que eu esperasse. Ele ergueu a garrafa no ar, antes de tomar uns três goles. – Á mim, que sou um irresponsável e estou deixando minha namorada ter o seu primeiro P.T. na vida.

Eu ri alto, porque senti vontade. Jacob sabia ser legal. Às vezes.

– Você vai ficar bêbado junto comigo? – perguntei, esperançosa.

– Não, eu vou ficar muito menos bêbado que você. Provavelmente ligeiramente alegre. E vou segurar o seu cabelo quando você estiver colocando a sua vida para fora no vaso sanitário daqui a pouco.

– Awwn, como você é romântico – eu disse sarcasticamente, revirando os olhos.

– Eu sou o melhor namorado que você pode ter – ele admitiu.

– Talvez. O mais convencido, com certeza – lembrei a ele, bebendo outro gole.

– Por quê você quis sair do Heaven’s? – perguntou ele, algum tempo depois.

Eu já estava deitada em seu colo, com ele mexendo em meu cabelo, enquanto eu olhava para a garrafa vazia em cima da minha barriga. Meus olhos estavam começando a pesar e minha língua estava dormente. Olhei para cima, vendo-o oscilar um pouco com o teto junto. Era engraçado.

– O Cullen e o Emmett chegaram lá furiosos – respondi, minha língua enrolando em algumas palavras. Falar era meio complicado naquele momento. – Eles gritaram com a gente e queriam me arrastar para fora de lá. Eu só... não queria voltar para casa.

– E por quê você não me ligou, Bella? Eu teria ido buscar você – ele falou gentilmente.

– Meu celular acabou a bateria. Eu não tinha como falar com ninguém.

Um som irritante soou perto de mim, fazendo minha cabeça explodir. Levei as mãos até as orelhas e tentei abafar o som.

– Ei, calma, é só o meu celular – Jake riu baixinho, pegando o aparelho que estava no seu bolso da outra perna. – É a Alice.

– Jaaaaaake! Não diz a ela que eu estou aquiiii! Por favor! – implorei a ele.

– Bella...

O barulho infernal continuava. Minha cabeça ia explodir naquela hora.

– Jake, por favor. Por favorzinho. Eu não quero mais ninguém hoje.

Ele suspirou e atendeu o telefone. Fechei meus olhos e tentei me concentrar na conversa, mas depois de certo tempo ficou difícil. Sem que eu percebesse, acabei adormecendo.





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Notas finais do capítulo

As notas finais ficam para o próximo capítulo, ok?
(mas por favor, não deixem de comentar esse tbm!)