(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 25
Capítulo 24: FASE DOIS - Starting


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho para vocês!

Já vou avisando que este está super-hiper-mega-blaster gigaaaante, então eu entendo se vcs acharem ele cansativo, chato ou não tiverem pique para chegar até o final, mas tudo o que eu escrevi precisava estar aqui, na minha opinião. Mesmo ultrapassando a dica de 4000 palavras (nem sei se eu conseguiria escrever só isso, pra início de conversa) AHSUAHSUASHASU

As músicas usadas no capítulo de hoje são:
Your body >>> http://www.youtube.com/watch?v=6cfCgLgiFDM
Buttons >>> http://www.youtube.com/watch?v=VCLxJd1d84s

Agora, termino meu lero-lero e nos vemos nas notas finais! ;)



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Bella



– Você tem certeza de que isso é uma roupa, Alice? - perguntei, olhando desconfiada para as tiras de tecido pretas e brilhantes sobre a cama que não pareciam formar nada. Apertei mais o meu roupão contra o corpo.

– Claro que eu tenho, sua bobinha - ela revirou os olhos, enquanto aplicava uma nova camada de rímel em seus olhos perfeitamente esfumaçados. - Isso é a coisa mais sexy que eu tenho no meu guarda roupa, e eu estou abrindo mão dele para você esta noite. Considere um presente da minha parte.

– Eu não estou certa de que eu quero esse presente. Por quê eu não posso usar algo do meu guarda roupa?

– Porque você não tem nada quente como isto. Além do mais, eu estou ditando as regras agora.

Olhei novamente entre o que ela escolheu para mim e o que ela mesma estava usando. Alice não parecia tão exposta como eu ficaria usando aquela coisa. Seu vestido dourado de lantejoulas era curto e parecia ter sido costurado em cada centímetro de seu corpo, mas ainda sim ele possuía uma quantidade infinitamente maior de tecido do que o que ela me oferecia para vestir.

– Você quer fazer isso dar certo, ou não? - ela perguntou, se virando para mim. - Onde está aquela garota cheia de atitude que derrubou um saco de areia de cinquenta quilos há duas horas atrás? Porque tudo que eu vejo diante de mim é a velha Bella reservada de sempre.

Fechei os olhos com força e respirei fundo.

– Tudo bem, faça isso logo antes que eu desista - murmurei, abrindo os braços e deixando que ela enfiasse aquilo em mim. De jeito nenhum que eu conseguiria colocar aquilo sozinha.

Ouvi o riso baixinho de Alice e ela levantou em um pulo, depois tudo o que eu senti foi ela deslizando o tecido macio e suave por sobre a minha pele. Ele escorregava mais do que eu podia imaginar. Alguns minutos depois, deixei que ela me sentasse de frente a sua penteadeira e trabalhasse em minha maquiagem e meu cabelo. Um longo tempo depois, que me pareceu ser uma eternidade, eu a senti beliscar minha bochecha esquerda enquanto me colocava de pé.

– Não abra os olhos ainda. Calce os sapatos primeiro - ela mandou, quando eu senti algo na frente dos meus pés.

– Alice, eu vou ter sorte se eu não quebrar o pescoço antes de chegar à porta - resmunguei, depois de deslizar meus pés dentro dos saltos mais altos que eu já tinha sentido. Eu deveria estar pelo menos meio metro mais alta.

– Shh, pare com isso. São só quinze centímetros e você está usando meus fantásticos Louboutin - ela fez uma pausa para um suspiro dramático. - Você pode abrir os olhos agora, hottie.

Contei mentalmente até três e respirei fundo antes de abrir os olhos.

– WOW - engasguei, piscando milhares de vezes por segundo.

Aquela mulher não era eu. O cabelo preto e brilhante parecia selvagem e cheio de vida, marcado por ondas perfeitas que davam a sensação de estar sempre em movimento. Um par de olhos verdes familiares estavam realçados por várias camadas de rímel, delineador e uma combinação incrível de sombras prata e preto. Os lábios levemente rosados pareciam maiores do que eu realmente tinha. E o vestido... bem, era totalmente indecente e inapropriado. O modelo frente única era amarrado no alto do pescoço, em seguida ele descia no maior e mais aberto decote em V de todos os tempos, chegando quase até o umbigo. Era possível ver quase todo o sutiã preto cravejado de cristais cintilantes e praticamente toda a minha pele. Eu não sabia que tinha tanto peito assim. A saia terminava quase na metade das minhas coxas e uma rápida virada me mostrou um decote nas costas, cheio de tiras transpassadas por todos os lados. Minhas pernas pareciam longas e curvilíneas em cima daqueles saltos - um belo par de sapatos pretos altíssimos, envernizados e brilhantes, com sola vermelha.

Aquela garota definitivamente não era eu.

– O que... o quê.... você fez co-comigo, Alice? - gaguejei, ainda sem conseguir desviar meu olhar chocado do grande espelho à minha frente.

– Eu sei - ela riu e pegou minha mão, me fazendo girar e ver todos os meus ângulos. - Nem eu acreditava que tudo isso se escondia dentro de você.

– Eu não vou ter coragem nem de sair desse quarto assim - murmurei.

– Ah não, você não vai guardar tudo isso aqui dentro destas paredes - ela riu, me puxando para fora em direção à sala. - Vamos mostrar ao mundo a garota quente que os agentes secretos mais idiotas do planeta querem esconder só para eles.

Quando ela falou isso, uma nova onda de coragem me invadiu. Ou era insanidade.

– Você tem razão. Eu comecei, agora vamos terminar.

– Ótimo, é assim que eu gosto de te ouvir falar - ela riu, parando no meio da sala. – Pegue seu celular e a sua carteira de identidade. É tudo o que você vai precisar essa noite - ela disse, enquanto recolhia suas coisas e enfiava dentro de uma pequena bolsinha dourada colocada em seu ombro.

– Onde está a minha bolsa? - perguntei, não vendo nada.

– Você pode deixar a sua identidade comigo - ela falou, pegando-a de mim e enfiando-a em sua minúscula bolsa já cheia. Ao ver a pergunta silenciosa em meus olhos, ela revirou os olhos e tomou o celular de minhas mãos. Quando eu achei que ela ia guardá-lo também, ela me surpreendeu ao enfiá-lo dentro do meu sutiã, em um lugar que milagrosamente não apareceria. Levei as mãos ao peito enquanto olhava para ela chocada. - O que foi? Não faça essa cara de puritana para mim. Ninguém vai enfiar a mão aí dentro, a menos que você permita. É um jeito seguro de te localizar.

Ela me arrastou para fora do apartamento, pedindo silenciosamente para que eu fizesse o mínimo de barulho quando saímos para o hall e seguimos em direção ao elevador. Alice havia dito um milhão de vezes que não poderíamos ser descobertas pelos agentes se quiséssemos ter algum sucesso. E eu com certeza não seria quem arruinaria todo o plano.

Quando o elevador finalmente chegou ao nosso andar e suspiramos de alívio, ela olhou para mim sorrindo diabolicamente antes de entrar e me puxar consigo para dentro. Assim que entramos, a porta do apartamento ao lado do nosso se abriu e nós vimos seu irmão surgir no corredor, as mãos tentando arrumar o cabelo sempre desalinhado, enquanto ele seguia para a nossa porta. A porta começou a se fechar no instante em que ele levantou o olhar em nossa direção - e o choque foi a última coisa que eu vi em seu rosto antes das portas metálicas se encontrarem e nós começarmos nossa descida.

– Essa foi por pouco - Alice riu, se encostando contra a parede do fundo.

– Nós não vamos conseguir sair. Eu sabia que isso não ia dar certo!

– Ei, pare de pânico - ela me repreendeu, segurando-me pelos braços. - Eles não sabem para onde vamos e até que Edward consiga se mexer eu já estarei acelerando com o meu Porsche. Concentre-se na diversão, garota.

– Diversão - repeti, como se a palavra fosse a coisa mais estranha do mundo.

Chegamos ao seu carro em tempo recorde e em menos de dois minutos já estávamos deixando a avenida para trás. Cerca de dez minutos mais tarde, o celular de Alice começou a tocar e eu vi o nome dele aparecer no painel do carro, mas ela rapidamente rejeitou a chamada. O Agente Cullen tentou mais algumas vezes, sem obter sucesso. Por fim, o meu celular começou a tocar.

– Não ouse atendê-lo, ou ele vai tocar o inferno em sua vida - advertiu ela.

Rejeitei a chamada e coloquei o aparelho no silencioso, assim não seríamos mais incomodadas. Alice ligou o rádio e começou a tagarelar coisas sem sentindo, enquanto cantava junto com os artistas suas músicas favoritas. Deixei meus olhos vagarem pelas luzes da cidade, tão bonita como eu nunca vira antes. Eu saía de casa tão pouco, ainda mais a noite. As vezes eu parecia uma verdadeira prisioneira, em vez de alguém que deveria ser protegida. Tentei deixar minha mente ir à frente, prevendo onde Alice poderia me levar, o que eu iria encontrar e o que eu poderia fazer. Porém não tive muita imaginação para continuar.

– Onde você vai me levar? - perguntei a ela, depois de algum tempo.

– É chamado Heaven's, fica no sul de Manhattan. É um lugar novo e super badalado que abriu há poucos dias, Chad e eu estávamos loucos para conhecer. Ele vai nos encontrar lá dentro de alguns minutos.

– Heaven's?

– Se é o que te preocupa, eu não vou te enfiar em qualquer buraco. É um lugar muitíssimo bem frequentado e eu duvido que os dois saibam da existência dele, caso pensem em nos procurar.

Assenti e não falei mais nada, até que chegamos ao lugar. Era quase onze e meia da noite e a fila estava dando volta no quarteirão. Alice encostou seu Porsche amarelo canário e dois caras enormes apareceram para abrir nossas portas, perfeitamente educados. Observei o manobrista levar o carro enquanto ela me puxava para a entrada, ignorando toda a fila que aguardava sabe-se lá há quanto tempo para entrar. Os assobios e provocações não foram tão fáceis de ignorar.

– Alice Cullen e Bella McCarthy, pode procurar aí. Área VIP - ela informou ao maior de todos os seguranças, que não tinha cara de muito amigável. Evitei fazer o contato visual direto, mas eu percebi alguns olhares furtivos em minha direção enquanto ele procurava pelos nossos nomes.

– Aqui está. Vocês podem passar - ele soltou a corda que bloqueava a entrada e permitiu nossa passagem, enquanto ouvimos mais protestos vindos da fila. Uma moça morena e bonita apareceu de um canto que até então eu não tinha notado, parando-nos para envolver nossos pulsos com pulseiras douradas.

Alice me puxou para dentro do corredor escuro e mal iluminado, se remexendo ao som da música alta que vinha de dentro do lugar. Depois de alguns minutos de quase tropeços, muita escuridão e muitas curvas, chegamos a uma grande área aberta cheia de pessoas. Um jogo incrível de luzes preenchia todo o lugar de decoração sofisticada, dando a impressão de que era um verdadeiro Paraíso. Havia muito mais gente ali do que eu jamais vira em toda a minha vida, o que me fez travar. Alice percebeu e virou-se para mim de cara fechada.

– O que foi agora?

– Alice, isso é...

– Ah não, nem vem! - ela parou na minha frente e fechou a cara. - Até onde eu sei, você não é claustrofóbica e não pode ser o tipo de garota que tem medo de pessoas. Você é uma Princesa e cresceu dentro de bailes e coisas assim.

– Mas isso é diferente - desviei meu olhar do lugar para ela. Ela não entendia.

– É claro que é. Você é diferente agora, Isabella. Você é uma garota nova, a Bella, que mora em Nova York e não naquela sua ilha esquecida lá no meio do Atlântico. Aqui é assim que as pessoas saem para se divertir. Não há o que temer e, por mais que eu odeie dizer isso, você não está sozinha aqui. Eu e Chad estamos com você. E se alguém te olhar feio, olhe feio três vezes de volta. Honre estes peitos, garota.

Eu ri.

– Só você consegue dizer esse tipo de coisa em um discurso.

– É porque eu sou fantástica, hello! Agora vamos atravessar essa pista de dança cheia de caras gatos, chegar até o bar e pegar algo para beber. O Chad vai chegar a qualquer momento.

Ela pegou minha mão e me puxou para o mar de gente, desviando da quantidade absurda de corpos que tentavam se chocar contra a gente. Eu abaixei minha cabeça no início, preocupada com meus próprios pés, mas depois decidi que eu não queria ser a deslocada do lugar. Se Alice estava de cabeça erguida, eu seria capaz de fazer o mesmo e provar que eu era alguém independente.

Afinal, eu estava ali para provar isso a mim mesma. Eu ia conseguir me divertir.

Chegamos até duas banquetas em um canto do bar e Alice pediu algo a um dos barmans cheia de sorrisos, flertando com ele descaradamente. Segurei o riso.

– Eu pedi algo leve para você começar devagar, afinal a noite está só começando... O que é tão engraçado? - ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

– Você mal chegou e já está toda sorrisos para o primeiro cara que aparece no seu campo de visão.

– Que culpa eu tenho se eles contratam pessoas tão carismáticas?

Eu ri e observei a pista de dança. Havia muita gente ali mesmo, mas o lugar não parecia lotado ou apertado. A música era alta e animada, o que dava a energia que o lugar precisava para pulsar de vida. Uma porção de garotas agarravam-se à homens em danças que mais pareciam rituais de acasalamento, o que levou uma porção de sangue ao meu rosto. Como pessoas podiam se comportar daquela forma? Onde estava o amor próprio, o respeito pelo espaço pessoal?

– Ei, gata - uma voz grave e carregada sussurrou ao pé do meu ouvido, enviando um longo arrepio por todo o meu corpo. Girei no meu assento para dar de cara com Chad, seu rosto a centímetros do meu, um sorriso travesso brincando em seu belo rosto enquanto seus belos olhos azuis prendiam-se aos meus.

– Chad! Você me assustou! - eu o repreendi, rindo.

– Alice, quem é essa deusa que você trouxe contigo esta noite? - perguntou ele.

– Acho que você se lembra da Bella, a Deusa das Virgens - ela riu.

– Fala baixo! - eu sussurrei, olhando em volta enquanto corava.

– Que Bella? - ele sorriu torto, me puxando para ficar de pé e me obrigando a dar uma voltinha, enquanto me avaliava com os olhos estreitados.

Quando eu parei na sua frente de novo, ele me aprisionou em seus braços na frente de todo mundo e me puxou para mais perto de repente. Desde quando Chad era tão alto e forte? Eu nunca o tinha visto desse jeito antes. Meus os olhos se arregalaram quando ele se aproximou mais e me deu um selinho nos lábios.

Queen B, se eu não gostasse da mesma fruta que você, eu te pegava esta noite.

Apesar de mais vermelha do que um pimentão, eu consegui rir.

– Acho que eu tenho sorte então - brinquei.

– Vamos dizer que sim - ele sorriu e afrouxou seu aperto em volta de mim, me levando a sentar novamente. - Alice fez um ótimo trabalho com você, minha querida. Eu poderia até esquecer que eu sou gay e mudar de time por você.

– Obrigada - Alice riu, depois fechou a cara teatralmente. - Quer dizer então que por mim você não mudaria de time, mas por esta garota aqui sim? Isto é uma ofensa!

– Minha cara Alice, a Queen B tem toda a inocência que você nunca teve - ele falou para ela, como se eu nem estivesse no meio deles. - Ela é o tipo de mulher que tem fogo por trás dos olhos e é capaz de fazer um homem subir pelas paredes em menos de um minuto. Você é linda, mas a garota aqui chama bastante atenção.

– Chad, você está oficialmente me deixando constrangida - informei a ele.

– Que bom, eu adoro perturbar as pessoas - ele piscou, brincando com meu cabelo.

– E ele é bom nisso mesmo - riu Alice, passando um copo com um drink cor de rosa para mim e algo em um copo igual ao seu para Chad. - Beba - ela mandou.

– O que é isso?

– Algo bem suave que você vai gostar. É apenas para aquecer.

Olhei para ela longamente, e quando percebi que ela não iria desistir, levei o copo aos lábios e cheirei antes de provar. O cheiro parecia bom. Virei um pequeno gole.

– É doce - eu admiti surpresa, gostando e provando mais.

Ela e Chad riram.

– Continue assim e quem sabe até o final da noite você vai estar se agarrando a um belo bofe em um canto escuro dessa boate - brincou Chad.

– Por favor, não me deixem fazer nada disso! - eu protestei imediatamente.

– Você só fará o que você quiser, Bellinha - garantiu Alice, rindo junto com Chad.

– Vamos dançar, garotas? - ofereceu Chad, levantando-se.

Alice ficou de pé no mesmo instante. Olhei em dúvida para a massa aglomerada.

– Eu definitivamente ainda não estou pronta isso - falei, bebendo mais um gole.

– Ou... - começou Alice.

– ... ainda não está o suficiente bêbada - terminou Chad, rindo com ela.



Agente Cullen



– Cacete Edward, respira e começa tudo de novo! - repetiu o tonto do Emmett, ainda parado como uma estátua estúpida na minha frente.

Agarrei-o pelos ombros e descarreguei toda a fúria em seu olhar tapado.

– Eu disse que a Alice levou a Bella para sabe-se lá Deus onde, com menos tecido no corpo do que o mínimo para manter sua integridade - rosnei, com vontade de quebrá-lo em milhões de pedaços.

Ele levou alguns segundos para processar e piscou várias vezes. Então se soltou de mim e começou a se mexer.

– Porra, porque você não falou logo?! - ele resmungou, enquanto corria de volta ao quarto.

– O que você pensa que está fazendo? - gritei, indo atrás dele. Deparei-me com ele parado diante do closet aberto, puxando uma série de roupas para fora.

– Plantando batatas, ora essa! - ele respondeu, todo irônico, sem parar. Emmett estava se achando o espertinho. - Por quê você não foi se vestir também?

– Eu estou vestido.

Ele parou e virou-se para mim, fazendo uma careta de reprovação.

– Você realmente espera ir atrás delas vestido assim? Conhecendo a sua irmã pelo pouco que eu conheço, no mínimo elas devem estar em alguma dessas baladas de elite exclusivas, que os mauricinhos vão para pegar piranhas e alpinistas sociais.

Eu odiava admitir, mas ele tinha razão.

– Anda logo, Cullen - ele esbravejou, quase me fazendo rir. - Agora quem é o tapado é você! Ponha esse traseiro idiota em movimento e vista uma beca que a gente consiga entrar em qualquer lugar.

Revirei os olhos e segurando o riso, corri para o meu quarto. Depois de arrancar minha calça jeans surrada e minha camiseta, eu optei por uma calça de linho bege e abotoei alguns botões de uma camisa de mangas três quartos azul marinho. Não estava com muita imaginação para escolher o disfarce ideal, mas achei que estava bom o bastante. Peguei um par de sapatos marrons e fui pulando até a sala enquanto enfiava o último pé. Emmett apareceu meio minuto depois, dentro de jeans pretos, uma camiseta branca colada ao corpo da Armani e um paletó preto. Pegou seus óculos de sol sobre a mesa de centro, sua carteira e atirou a minha para mim e me puxou para fora, após pegar as chaves do carro.

– Devo reconhecer McCarthy, você se superou agora - eu murmurei, batendo em seu ombro enquanto aguardávamos pelo elevador.

Ele sorriu presunçoso para mim.

– Você me ofende todas as vezes em que duvida da minha capacidade de lidar com situações de emergência. Eu posso não ser um crânio como você, Ed, mas eu sei me virar muito bem com o que eu tenho em mãos. Agora, para onde vamos?

– Não sei ainda. Podemos começar passando pelos lugares que a Alice mais frequenta enquanto eu tento localizá-las.

– Vai ser como achar uma agulha em um palheiro - resmungou Emmett, quando chegamos ao estacionamento. Eu estava tentando ligar para Alice e até tentei Bella, enquanto descíamos, mas nenhuma delas me atendiam. Óbvio que elas não me atenderiam. - Você tem noção de quantas baladas existem em Nova York?

– Algumas centenas - resmunguei. - Você dirige enquanto eu tento falar com alguma das duas. Nós vamos achá-las.

Fui indicando os endereços, enquanto não desgrudava o celular do ouvido. Até peguei o celular dele para tentar outra tática, esperando que alguma delas me respondesse, mas depois de uma hora e meia de frustração e tentativas inúteis eu não sabia mais onde procurar. Fomos em cada lugar que eu lembro de Alice ter comentado, os que ela mais gostava e até lugares remotos, mas nenhum deles tinha uma Alice Cullen ou sequer uma Bella McCarthy em suas listas.

– Mas que droga - resmungou Emm, enquanto engolia o resto de seu sanduíche. Ele fez questão de parar em um drive thru do McDonald's depois de rodar todo aquele tempo. Eu não reclamei muito, afinal um Emmett faminto é infinitamente pior de suportar do que um Emmett idiota. - Seria mais fácil se a gente tivesse colocado um daqueles chips rastreadores por baixo da pele da Princesa.

– EMMETT! - dei um grito, quando me ocorreu a mais brilhante de todas as ideias.
Ele virou-se para mim alarmado. Sorte que estávamos com o carro parado.

– Você é um gênio!

– É claro que eu sou - ele franziu o rosto. - O que foi agora?

– É isso! Nós podemos rastreá-la através do Blackberry. Como agentes do FBI, nós temos acesso a esse tipo de informação privilegiada.

Ele sorriu largamente quando acompanhou minha ideia.

– É verdade! Como eu não pensei nisso antes? - ele sorriu, orgulhoso. - Me dá um telefone. Eu vou falar com alguém do escritório, tomara que seja a noite de plantão do Carter. Ele me deve uns favores.

Entreguei um celular a ele e enquanto ele fazia a ligação, tentei falar com Bella outra vez. Um... dois... três... quatro... cinco... seis... sete... caixa postal de novo...

– Alooooooow - uma voz enrolada atendeu, abafada por um barulho ensurdecedor.

– Bella! - chamei, surpreso, quando ela atendeu dessa vez. Nem eu acreditava que tinha conseguido. Olhei para Emmett no telefone e dei um tapa em seu ombro para chamar sua atenção da outra conversa. - Onde você está?

– Quem é? - eu ouvi um barulho e em seguida ela riu. - Descuuuuulpa!

Você está bêbada?!– gritei, perdendo o controle.

– Nãããããããão - ela riu de novo, soando completamente bêbada. Mas que ótimo! Meu sangue ferveu. - Eu só estou aleeeegre. Muuuuito! E você está me atrapalhando, estranho!

– É o Edward, Bella. Por favor, me diz onde você está - implorei.

– Edward... - ela fez uma pausa. - Eu não quero você aqui. Você é muito chaaaato! Ele é um chato mesmo - eu a ouvi falar com alguém, em seguida alguém riu perto.

Coloquei a mão no microfone do celular e olhei para Emmett, em busca de ajuda.

– Ela está bêbada e não quer me dizer aonde está. Você precisa me ajudar a fazê-la confessar - eu disse a ele. Ele desligou o celular e voltou-se para mim.

– Coloque ela no viva voz. - Fiz o que ele pediu e em seguida o som da música alta encheu o espaço do carro. - Bella, é o Emmett. Fala comigo, por favor.

– EEEEEEEEEEMMETT! - ela gritou e riu, achando engraçadíssimo. - De você eu gosto, eu acho. Não, eu não gosto maais... Você me enganou também.

– Bella, por favor, onde você está? - pedi.

– Em um lugar muuuuuito legal. Eu gosto daqui. É brilhante. E tem bebida.

– Bella, você está bêbada - Emm repetiu. - Cadê a Alice?

– Sumiu com um gato faz um tempo, eu acho - ela deu uma risadinha. - Ela me deixou sozinha... mas agora eu não estou mais sozinha - ouvimos um barulho de alguém próximo a ela e em seguida outra risadinha. - Me dá um tempo, gatinho.

– Quem está aí com você? - nós dois perguntamos ao mesmo tempo, fervendo.

– Shhhhhh. Isso não é da conta de vocês. Que tal serem bons garotos e irem dormir? - ela riu de novo. - Ah, eu me esqueci que vocês dois são meninos maus, meninos muuuuuito maus. Eu não fico perto de meninos maus. Não fico, não é?

– Bella, eu acabei de te ver - Emmett disse, e eu olhei pra ele sem entender.

– O quê? Onde? - ela ficou agitada.

– Fala pra esse cara tirar as mãos de você ou eu vou até aí arrebentar ele - ele continuou e eu logo entendi.

– Ei, alguém viu a gente, gatinho - ela riu e ouvimos ele murmurar alguma coisa para ela. - Jace não tem medo de vocês. E eu também não.

O Jace iria ficar sem as mãos hoje, era tudo o que eu pensava.

– Como vocês conseguiram entrar? A fila do Heaven's está dando volta lá fora.

– BINGO! - gritamos nós dois ao mesmo tempo quando ela caiu na nossa. Emmett tratou de ligar o carro enquanto procurava o endereço pela internet no celular.

– Vocês estão jogando bingo? Depois a bêbada sou eu - ela riu alto.

– Bella, não saia daí - ordenei, praguejando a demora de Emmett para arrancar com o carro da porra do lugar em que estávamos. - Nós vamos te pegar.

Ela riu alto.

– Eu não quero nenhum dos dois me pegando, creeedo! Eu não gosto mais de vocês dois, nenhum pooouquinho. Au revoir!– ela desligou bem na minha cara. - Achou o endereço?

– Acabei de achar. Esse Heaven's é novo, fica do outro lado de Manhattan, no extremo sul. Vamos levar pelo menos vinte e cinco minutos para chegar lá, se não tiver ninguém para nos atrapalhar.

– Tudo isso? - fechei a cara. - Acelera esse maldito Rover, McCarthy.

Cerca de meia hora depois, chegamos na frente do lugar, mais nervosos e impacientes do que já estávamos. Um acidente em uma das principais vias de acesso à Manhattan nos prendeu por pelo menos dez minutos, e não havia por onde escapar. Emmett parou o carro do outro lado da rua e descemos imediatamente, indo em direção à entrada. A tal fila continuava enorme como Bella havia dito e várias pessoas começaram a nos xingar. Não tínhamos tempo.

– O final da fila é lá atrás, rapazes - murmurou o segurança grandão, nem sequer olhando em nossos rostos.

– Escuta aqui amigo, nós precisamos entrar aí dentro - começou Emmett, abrindo a carteira. - Minha prima está aí dentro, bêbada, e ela não sabe se cuidar sozinha.

– Problema de vocês - indiferente, ele apontou com a prancheta. - O fim da fila é lá.

– Eu não vou pegar essa maldita fila para entrar aí dentro - rosnei.

– Então eu sou obrigado a chamar meus reforços - ele olhou pela primeira vez para nós dois, inflando como um grande baiacú, quando mais quatro caras igualmente grandes surgiram das trevas ao lado dele de repente. - Rapazes, por favor.

– FBI de Nova York - Emmett sacou o distintivo dele e meteu-o a centímetros do cara da prancheta. Eu não perdi tempo e fiz o mesmo. - Agente McCarthy e Agente Cullen e, a menos que você queira arrumar encrenca, é melhor tirar essa maldita corda da frente e deixar nós entrarmos agora.

O segurança surpreso, olhou atentamente para os nossos distintivos, nossos nomes e de volta para nós, umas três vezes pelo menos.

– Calma aí, autoridade... Há uma McCarthy aqui dentro. Agora eu me lembro dela, chegando junto com outra garota há algumas horas atrás. Elas estão na área VIP.

Assim que ele nos deu passagem, passamos como furacões sem olhar para trás ou pararmos para a moça das pulseiras.

– Bela jogada, Agente McCarthy - eu elogiei, enquanto corríamos pelos corredores.

– Obrigado, Agente Cullen. Esses caras metidos à grandões sempre tem um rabo preso com a polícia e tremem na base quando encontram um policial. Foi fácil.

Quando passamos pela última curva, ficamos cara a cara com um espaço enorme e abarrotado de gente dançando e se pegando em todos os cantos. O lugar era escuro e tinha um belo jogo de iluminação, mas passava longe de ser o Paraíso. Tanta ironia no nome, que mais parecia uma versão promíscua e elitista do Inferno mesmo.

Passamos nos acotovelando em meio a multidão tentando encontrar algum sinal da Bella ou de Alice, mas nada estava à vista. Emmett apontou em direção ao bar e seguimos até lá. A música era ensurdecedora, mesmo gritando mal nos ouvíamos.




I came here tonight to get shit out of my mind

I'm gonna take what I find (Oh oh, yeah)

So open the box, don't need no key I'm unlocked

And I won't tell you to stop (Oh oh, yeah)



– Você está vendo alguma delas em algum lugar? - perguntou ele, de pé, fazendo a varredura de um lado enquanto eu fazia do outro.

– Não, nada... E você? - perguntei de volta, procurando todos os rostos.



Hey boy!
I don't need to know where you've been
All I need to know is you and
No need for talking
Hey boy!
So don't even tell me your name
All I need to know is whose place
And let's get walking


Um movimento de cabelos negros chamou minha atenção exatamente na direção em que estávamos, a poucos metros de nós. Uma garota estava dançando de costas para nós com um cara, aliás, ele estava quase comendo-a em meio a multidão com seus movimentos lascivos. Ela não parecia ligar muito, mas ele estava consciente o bastante para deslizar suas mãos por todo o corpo esbelto e curvilíneo da garota. O vestido preto não tinha quase nada de tecido e suas costas estavam praticamente nuas, além do comprimento que subia cada vez mais por sua coxa.

Eu conhecia aquele cabelo negro muito bem.

– Emmett! - chamei, apontando para o lugar bem no momento em que ela se virou.


All I wanna do is love your body
Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh
Tonight's your lucky night, I know you want it
Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh
All I wanna do is love your body
Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh
Tonight's your lucky night, I know you want it
Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh


– Cacete! Aquela ali é... é a Bella?! - arfou ele, tão surpreso quanto eu.

Um sorriso bêbado brincava nos lábios rosados e inchados da Princesa, enquanto ela se permitia de olhos fechados ser agarrada por um estranho completo na pista de dança e na frente de todo mundo. Observei com uma fúria assassina o imbecil passar os braços pela cintura dela, colando-se como velcro à garota e lentamente subir as mãos por sua lateral, conhecendo e adorando cada curva de seu corpo. De frente, o vestido era pior do que eu podia pensar. O decote chegava até perto do umbigo e expunha não só o sutiã mais quente que eu já vi, como peitos que eu nunca imaginei que ela teria. Eu teria ficado totalmente duro, como metade dos caras do lugar, se não estivesse com um desejo assassino.

Antes que eu soubesse o que estava fazendo, eu já tinha feito.

– Jace! - gritou Bella, querendo abaixar-se ao lado dele, mas Emmett a impediu.

As pessoas que estavam em volta se afastaram, olhando com curiosidade e não querendo perder uma boa briga. Encarei o sujeitinho praguejando no chão aos meus pés. Ah, então este era o Jace mão-boba? Eu deveria acertar outro soco em seu rosto para combinar com o nariz que eu acabara de quebrar.

– Ei, você está louco, cara?! - berrou ele do chão, cambaleando ao se levantar.

– Não ouse respirar nem o mesmo ar que ela no raio de cem quilômetros, ou eu acabo no seu corpo o que eu comecei com o seu nariz - ameacei.

– Edward? - Bella pareceu retomar um pouco do juízo e olhou do babaca na minha frente para mim, depois para o cara que a segurava. - Emmett?! O que vocês fazem aqui? Me deixem em paz!

Eu ignorei seus gritos e olhei em sua volta.

– Cadê a toupeira da minha irmã, para que eu possa matá-la agora mesmo?

– Ela foi... ao banheiro, eu acho. Deve estar voltando logo - ela fechou a cara.

– Muito bem, nós vamos buscá-la agora mesmo - falou Emmett.

– Me larga! - berrou uma Bella bêbada, tentando sem sucesso se soltar. - Socorro!

– Ei cara, larga a garota - alguém se intrometeu perto da gente.

– Não se mete e cuida da sua vida! - berrei de volta.

De repente tudo ficou escuro e começou o maior empurra empurra, enquanto as pessoas uivavam de alegria. Será que a energia tinha acabado?

Atenção galera, chegou a Hot Song!– anunciou o DJ e as pessoas gritaram, animadas. - Ninguém é de ninguém por quatro minutos!

– Mas que porra é essa? - gritei, sem enxergar nada. - Emmett!

– Eu tô aqui - ele gritou e eu o senti pegar meu braço. - Ai merda, Bella! Volta aqui!


I'm telling you loosen up my buttons, baby (Uh Huh)
But you keep fronting (Uh)
Saying what you gonna do to me (Uh huh)
But I ain't seen nothing (Uh)


A mão dele se foi, mas alguém agarrou o meu braço, uma mão feminina. Achei que fosse Bella e a puxei mais para perto, não gostando nenhum pouco do que estava acontecendo. Que merda era essa de tudo ficar escuro e ninguém era de ninguém por quatro minutos? Boa coisa não era, com certeza... Senti então lábios em meu pescoço e lentamente começaram a se aproximar da minha boca.

– Bella? - gemi, me abaixando mais para puxá-la até mim.

– Errou, gostoso - uma risada sexy soou no meu ouvido e eu congelei no mesmo instante. - Mas eu posso ser quem você quiser.


Typical
Hardly the type I fall for
I like when the physical
Don't leave me asking for more
I'm a sexy mama
Who knows just how to get what I wanna
What I want to do is spring this on ya
Back up all of the things that I told ya


Cacete. Isso é o que dá pensar com a cabeça de baixo.

– Quem é você? - perguntei, me afastando da garota. Precisava pensar.

– Alguém que te viu lá do bar, quando você apareceu por aqui - ela riu e tentou se agarrar em mim novamente. - Pode me chamar de Jenny. E você?

Um estalo se seguiu e a área do bar foi a única a ser iluminada, no instante em que cinco garotas tinham ajuda para subir sobre o balcão e começavam a dançar. Em especial duas me chamaram a atenção: uma baixinha de cabelos curtos e espetados, com um microvestido dourado, e outra morena com o vestido-perdição.


You've been saying all the right things all night long
But I can't seem to get you over here to help take this off
Baby, can't you see?
How these clothes are fitting on me
And the heat coming from this beat
I'm about to blow
I don't think you know


Puta que pariu– arfei, quando eu percebi o que elas estavam fazendo.

A garota na minha frente insistia em chamar a atenção de volta para si novamente, mas tudo o que eu via era a forma como minha irmã e a Princesa dançavam sobre o balcão, na frente de todos esses marmanjos. As outras mulheres nem existiam para mim. Tudo o que eu precisava era chegar até lá e arrancá-las de lá, antes que eu cometesse um homicídio em massa em pleno lugar fechado.

Emmett apareceu no meu campo de visão, mas também ficou congelado quando reparou quem estava lá. Bella estava de olhos fechados e com uma garrafa de vodca nas mãos, sentindo cada batida da música, enquanto seu corpo balançava de um lado para o outro hipnotizando cada fração do meu olhar. Seus lábios estavam curvados em um sorriso bêbado e torto e a cada vez que ela descia ou rebolava um pouco mais, eu sentia o incômodo cada vez mais doloroso em minhas calças. Eu precisava tirá-la dali imediatamente.


I'm telling you loosen up my buttons, baby (Uh Huh)
But you keep fronting (Uh)
Saying what you gonna do to me (Uh huh)
But I ain't seen nothing (Uh)


Era a coisa mais sexy que eu já tinha visto. Eu queria tê-la agora mesmo.

Descongelei meus músculos e agradeci pelo escuro, porque se alguém olhasse para minhas calças agora provavelmente eu passaria uma vergonha danada. Arrastei Emmett comigo, ainda em estágio hipnotizado, e lutamos para conseguir chegar mais perto do bar.

– Bella! Alice! - gritei quando nos aproximamos, mas elas não nos ouviram.

Tornei a chamar, desta vez com a ajuda de Emmett, mas elas não nos ouviam ainda. Apenas dançavam, rebolavam e me matavam do coração a cada vez que chegavam perto demais dos marmanjos no gargarejo tendo visão privilegiada de suas calcinhas. POR FAVOR DEUS, elas tinham que estar usando calcinhas. Muito grande, bege e broxantes. Inferno, e um cinto de castidade também... Só de pensar o contrário eu quase explodi. Elas abriram os olhos e olharam para baixo.

– Ei, garotas! Rebolem mais! - um filho da mãe tarado perto de mim gritou e eu o empurrei para longe, de volta para a multidão.

Emmett começou a fazer o mesmo com os outros que assoviavam e provocavam Bella e Alice e, em poucos instantes, abrimos caminho em meio ao mar de cuecas descontroladas até o nosso tesouro. De jeito nenhum que alguém ia se aproximar.

Quando a maldita música infernal de streap tease finalmente terminou, Emmett e eu tínhamos conseguido um semi círculo à nossa volta, onde ninguém ousava se aproximar. Nós estávamos praticamente rosnando e batendo no peito feito homens das cavernas, mas eu nem ligava. Ninguém iria invadir o nosso território.

– Ei, o que vocês dois fazem aqui? - esbravejou Alice, parecendo mais sóbria.

– Desçam agora desse maldito balcão, pelo amor de Deus - mandou Emmett.

– Vocês não deveriam nem ter subido aí, para começo de conversa - lembrei.

– Como vocês são chaaaaaatos! - resmungou Bella, engolindo vodca direto do gargalo da garrafa. Cara, aquilo era quente.

– Me dê essa garrafa, garota. Já chega de bebida por hoje - pediu Emmett, segurando-a pelas pernas.

– Ei, não ponha a mão em mim! Ou eu me jogo aqui atrás, em cima do Sam!

– Eu te pego, garota, sem problemas! - um cara negro riu, do outro lado, enquanto preparava uma bebida.

– Bella McCarthy e Alice Cullen...

– Desçam agora daí! - completou Emm, furioso também.

Elas estreitaram os olhos para nós e a multidão de caras do outro lado gritou para que elas se jogassem, porque eles queriam mesmo é a chance de apalpá-las. Eu ia arrebentar a cara de todo mundo. Ponto.

– Tudo bem então - concordou Alice, rápido demais, antes de piscar para Bella.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela caminhou até a outra ponta do balcão e sem aviso prévio, simplesmente se virou de costas, abriu os braços e se jogou do balcão com pelo menos um metro e meio de altura. Eu gritei no instante em que ela fez isso, mas antes que adiantasse alguma coisa, Bella já seguia seus passos e estava se jogando atrás dela. Quando nós conseguimos atravessar a multidão, Bella e Alice estavam rindo no colo de dois caras grandões que provavelmente as tinham pegado. Santo Deus, pelo menos isso.

– Para casa. Agora - murmurei quando alcancei-as, olhando feio para os dois.

Elas fizeram menção de descer e eles colocaram-nas no chão.

– Vocês conhecem esses dois? - um deles perguntou, apontando para mim e Emm.

– Infelizmente sim - respondeu Bella, estreitando os olhos e segurando sua garrafa.

– Precisam de carona, garotas? - o outro perguntou, ignorando-nos.

– Ninguém precisa de você por aqui - respondeu Emmett, dando um passo à frente.

– Vocês estão querendo briga? - o primeiro insistiu, flexionando os músculos.

Idiotas.

– Ei, chega de confusão por aqui - Alice interveio, dando um passo a frente e ficando no meio de toda a nuvem de testosterona que nos envolvia. - Eu não quero ser jogada na sargeta como uma bêbada barraqueira. Nós vamos embora, não é mesmo Bellinha?

– Vamos?! - ela repetiu, incrédula.

Eu ia matar Alice assim que estivéssemos longe da platéia, com toda certeza.

– Sim, vamos antes que a terceira mundial exploda aqui por nossa causa - Alice puxou a mão dela e passou por mim e Emmett marchando. - Vamos, idiotas!

Nós lançamos um último olhar para eles e nos afastamos, sem dar as costas à eles até perdermos o contato visual. Agora sim, eu poderia respirar tranquilo.

Tudo estava terminando.



Bella




Minha cabeça estava começando a pesar, mas eu não queria ir embora ainda. Não justo agora, que eu estava me divertindo taaaaanto.... Mas que droga!

Eu não quero ir com esses chatos! Não quero!

– Ei, eu preciso ir ao banheiro! - gritei, empacando quando passamos perto de um deles.

– O quê? - gritaram os agentes à minha volta.

Eu me sentia escoltada como uma criminosa.

– Banheeeeeeeiro! Preciso fazer xixi! - gritei, fingindo me retorcer. - Ou você quer que eu me abaixe e faça aqui no chão, na frente de todo mundo?

Alice riu e eu segurei o meu riso.

– Tudo bem, você tem dois minutos - concordou o Cullen, cheio de autoridade. - Nós vamos ficar de vigia na porta e Alice entra com você.

Eu cruzei os braços.

– Eu não preciso de uma vigia do xixi! - teimei. - Eu sei fazer tudo sozinha!
Ele ia responder, eu sei que ia, mas o McCarthy interveio.

– Tudo bem, pode ir lá garota. Só não demore muito, ok?

– Obrigaaaaaaada! - dei um pulinho e abri um sorriso para eles, antes de me virar e quase correr até o banheiro.

Eu sabia muito bem qual banheiro era esse. Já tinha estado aqui mais cedo esta noite, quando Jace me beijou pela primeira vez. Só que eu sabia de uma coisinha que nenhum dos três imaginava: esse banheiro tinha duas saídas.

Ainda com um sorriso estampado em meu rosto, eu me certifiquei de que não havia ninguém ali para me espiar e caminhei na ponta dos pés até o outro lado, para a outra saída. Eu simplesmente ia dar o fora daqui o mais rápido possível, de jeito nenhum que eu ia voltar para casa com eles. Nem ferrando!

Abri a porta devagar e espiei para ver se a barra estava limpa. Não havia sinal de nenhum dos três, então eu abri mais a porta e saí de uma única vez, fechando-a rapidamente e escorando meu corpo inteiro contra a madeira lustrosa. Encostei minha testa e fechei os olhos, contando até cinco antes de me virar e fazer alguma coisa maluca para escapar do Heaven's.

Eu precisava de uma ajudinha divina.

Virei-me e preparei-me para correr em cima dos sapatos assassinos, mas não cheguei além do primeiro passo. Alguém estava passando por ali bem na hora e em meu impulso, eu teria jogado a nós dois no chão se não fosse pelo reflexo rápido do belo par de braços que me segurava naquele segundo.

Eu ri, porque achei aquilo divertido. Será que eu podia fazer de novo?

– Whoooa - ele riu, enquanto ainda me segurava inclinada.

Aqueles braços pareciam bons o bastante para me ajudar a sair dali, e talvez fossem bons o bastante também para me aconchegar durante a noite. O que foi isso que eu acabei de pensar?

Subi meu olhar devagar dos braços fortes até que encontrei a camisa branca de botões, perfeitamente acomodada em seu corpo grande e largo. Os dois primeiros botões abertos davam todo o espaço que eu precisava para minha imaginação correr e eu imaginei como seria correr meus dedos pelo seu peito duro como aço. Meus olhos vagaram pelo pescoço, a garganta se movendo quando ele engoliu em seco, depois lábios cheios que revelaram um sorriso grande e branco. Um olhar divertido piscou para mim e eu me agarrei a ele.

Alguém realmente gostava de mim lá em cima!

– Parece que a minha ajuda divina veio mais rápido do que eu esperava - sorri.

Ele me ajeitou até estar na vertical de novo, mas não fez menção de me soltar.

– Essa com certeza é uma cantada inesperada para mim. Você estava pedindo a Deus por mim? - ele arqueou uma sobrancelha, sorrindo torto.

Ai ai, eu precisava de mais uma bebida. Eita milagre bonito!

– Mais ou menos isso - eu sorri e corri minhas mãos de seus braços até a barra de sua camisa, prendendo-a em meus dedos. - Eu estava pedindo por um meio de sair daqui o mais rápido possível, antes que as pessoas venham atrás de mim. Eu não tenho culpa se Deus te colocou no meio caminho para que eu achasse você.

– Você quer dizer, Deus me colocou no seu caminho para que você não caísse sozinha aqui e quebrasse o pescoço. Será que eu sou algum tipo de barreira?

– Não sei o que você é, mas se você for algum tipo de passaporte ou carona para fora... eu estou aceitando - eu me ofereci, na maior cara de pau.

– Direta - ele murmurou, sem piscar.

– E um pouquinho bêbada também - eu dei uma risadinha. - E então, vai me ajudar? Ou eu vou ter que encontrar outro jeito de sair?

– Eu não seria louco de deixar você fazer isso, garota - ele riu e passou o braço nas minhas costas, me puxando para mais perto de si. - Aliás, belo vestido. Nunca vi tanto espaço para imaginação em tão pouco tecido. Eu não teria deixado você sair de casa assim, com certeza.

– Obrigada... eu acho.

– Então, para onde nós vamos? - ele perguntou, quando me levava para o lado oposto do corredor. - Onde você mora?

– Eu não vou para a minha casa, com certeza - murmurei, enquanto atravessávamos a multidão de pessoas dançando pela pista. Eu queria ficar mais ali, mas precisava dar o fora antes os outros sentissem a minha falta.

Ele parou no meio da pista de dança e olhou fundo dentro dos meus olhos.

– Você quer ir para a minha casa?

Borboletas assaltaram o meu estômago.

– Estou inclinada a dizer que sim, meu milagre.

Ele sorriu largamente, ficando ainda mais bonito. Era impossível.

– Seu pedido é uma ordem - ele me deu um selinho e me conduziu para fora, em direção ao estacionamento poucos metros adiante.

– Belo carro - eu elogiei quando ele sacou as chaves e um belo carro negro à nossa frente piscou, destacando-se dos demais.

– Obrigado - ele sorriu como um menino, quando paramos diante da Ferrari novinha em folha. Santo Deus, uma Ferrari?! - É o meu brinquedinho novo.

Ele abriu a porta para mim e eu entrei, certa de que não tiraria aquele sorriso bobo do meu rosto tão cedo.


[...]


Maldito calor.

Foi a primeira coisa que me acordou na manhã seguinte. Estava realmente me incomodando, algum raio de sol batendo diretamente no meu rosto. E tinha outra coisa quente me incomodando também, mas eu não dei muita importância. Quando minha mente estava um pouco mais desperta, eu simplesmente desejei voltar a dormir e entrar em coma. Para sempre.

Uma terrível dor de cabeça começou a me atingir. Era a pior dor de cabeça que eu já tive ou ouvi falar - era como se uma manada de elefantes, búfalos e cavalos, acompanhada por duzentos carros de corridas, caminhões e um aeroporto inteiro funcionasse ao mesmo tempo e a todo vapor dentro do meu cérebro. Tudo se retorcia e até mesmo abrir os olhos foi brutal. Resmunguei baixinho.

Depois de alguns minutos, meus olhos se acostumaram à claridade cegante da manhã e eu consegui piscar algumas vezes, até conseguir focalizar qualquer coisa que estivesse diante de mim. Meus sentidos então voltaram e eu me dei conta que havia alguma coisa quente perto de mim, mas não era outro raio de sol. Nem qualquer cobertor.

Um braço quente envolvia minha barriga nua e uma perna estava entrelaçada às minhas, em um gesto bastante possessivo e íntimo. Eu sentia meu sutiã e algo na parte de baixo do meu corpo, porém nada nos separava além disso.

Droga. Droga. Droga. Mil vezes droga!

Fechei meus olhos com força, medo preenchendo cada fibra do meu ser. Aquilo não estava acontecendo comigo, não podia estar acontecendo... Uma respiração tranquila soprava em minha pele delicadamente, algo que eu não deveria gostar, mas gostava. Eu não deveria me sentir tão confortável, mas eu me sentia.

Abri um olho devagar e virei meu rosto em câmera lenta. Eu tinha medo do que poderia encontrar, óbvio. Ainda mais porque nada vinha em minha mente além daquela dor de cabeça infernal. Porém tudo foi sufocado quando meus olhos caíram sobre o anjo ao meu lado. Lábios entreabertos e relaxados, cílios longos e negros emoldurando seu rosto tão bonito. Eu não fiz nada, além de olhá-lo dormir tão profundamente por um longo tempo. Até que meus olhos viajaram para baixo em seu corpo, para encontrar nada além do lençol que cobria o seu quadril. Nada além de um tecido fino me separava de um cara, dormindo pelado ao meu lado.

Puta merda. Eu estou tão ferrada!– sussurrei, entrando em pânico.





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Notas finais do capítulo

Beeem.... alguém ainda vivo depois de tanta coisa?! AHSUAHSUASHAUS
Então, o que acharam?? Algo digno de comentários?

Primeiramente, meu muuuuito obrigada às sweethearts que comentaram no capítulo passado ----- milhões de beijos para BellaDS, Marry Barcelos, Laura, jojovic, Lyne Wayland, delena, Cléo, Flavinha, Ketlen e Emanuele ----- prometo que respondo cada uma de vcs depois! Muuuito obrigada mesmo, fiquei super feliz com os reviews!
Segundo, um grande e especial agradecimento para a Cléo e a Anne Rice, pelas mensagens liiindas que me mandaram! Eu amei meeesmo, de verdade, meninas! Obrigada por tanto carinho!!

Beijinhos