(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 23
Capítulo 22: ESQUENTANDO


Notas iniciais do capítulo

Heeey sweethearts!
Sorry pela demora na atualização, mas é que eu não tive tempo de terminar esse capítulo no fds passado - e ele nem tinha ficado bom como eu queria, então precisei de um pouquinho mais de tempo...
Pra quem gostou do POV Edward, advinhem o que tem no capítulo de hoje? Preparem-se!



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Agente Cullen




– Será que esse cara não cansa de bancar o namorado perfeito? - questionou Emm.

Estávamos há dez minutos só assistindo a babação de ovo do Black em cima da Princesa, sem o menor sinal de que ele fosse deixá-la em paz. Originalmente o nosso plano era esperar que um deles fosse ao banheiro para agirmos - de preferência o Black, pois poderíamos pegar a garota e sair correndo sem chamar muita atenção.

Porém o inútil do peão não estava colaborando para o meu xeque-mate.

– Emmett? - eu o chamei, quando resolvi colocar em prática o plano B.

– Hmmm?

– Lembra-se da nossa missão no ano passado, aquele bar em Atlanta?

Distraído, ele pareceu procurar pela lembrança.

– Acho que sim, por quê?

– Está a fim de repetir a dose?

Um lento sorriso se espalhou pelo rosto dele, quando ele finalmente entendeu.

Para resumo da história, em julho do ano passado estávamos em Atlanta atrás de um cara procurado pelo FBI, acusado de invadir o sistema de arquivos da Segurança Nacional e repassar senhas criptografadas para a Al-Qaeda. Basicamente, era um vietnamita tatuado e marrento, porém não mais esperto que nós dois. Depois de alguns dias de observação, percebemos a rotina do sujeito: ele sempre ia ao mesmo bar, por volta do mesmo horário, três ou quatro vezes por semana, para tomar cerveja misturada à alguma outra bebida que tinha cheiro de plástico - Emmett pediu o mesmo por curiosidade, mas passou mal por dois dias seguidos - e usar o Wi-fi livre de suspeitas do bar. Como nós resolvemos o caso?

Da maneira mais divertida possível. Evacuação em massa e apreensão do alvo.

– Oh, o que você tem aí dentro da sua pasta mágica, doutor Nicholls? - ele riu.

Puxei a pasta para mais perto sobre o banco estofado e abri só um pouquinho.

– Só algumas coisas que eu trouxe como plano B, você sabe... - abaixei mais o tom de voz e quando ninguém estava olhando, enfiei o pacote dentro de um dos bolsos secretos do meu paletó. - Um pouco de peso, papel alumínio, fita adesiva, um pouco de fio e um cronômetro.

– Kabooom! - ele murmurou, quase chamando a atenção para nós. - Então, quem vai?

Pensei por um instante, avaliando as probabilidades.

– Acho melhor eu ir, e você fica aqui de vigia - falei para ele, enquanto olhava na direção dos dois. - Enquanto eu monto tudo por lá, você fica de olho no Black. Se por um acaso ele levantar e for ao banheiro, você me manda uma mensagem avisando e dá um jeito de sair com a Bella daqui antes que ele volte. Eu te encontro na rua lateral, o mais rápido possível.

– E se ele não for ao banheiro?

– Se ele não for, vamos usar a outra alternativa do plano. Eu vou deixar o pacote montado no último reservado, e quando eu voltar e me sentar, você espera uns três minutos e vai até lá. Daí o show começa quando você sair pela porta, gritando aos quatro ventos. Você esbarra no Black enquanto estiver passando por eles, e se tivermos algum golpe de sorte, eu consigo puxar a Princesa e tirá-la fora do campo de visão dele. Dois minutos no total, é o que temos.

– Tenho que reconhecer que, quando você quer, você sabe como fazer as coisas da maneira mais divertida Cullen - ele admitiu, empolgação ao máximo.

Abri meu sorriso marca registrada.

– Eu sou o melhor parceiro que você poderia esperar dos Céus. Volto em três minutos.

Terminei de enfiar as coisas nos meus milhares de bolsos e, quando ninguém estava olhando, levantei e caminhei livre de suspeitas até o banheiro masculino. Haviam dois caras lá dentro usando os nictórios, desrespeitando a lei básica de sobrevivência masculina em banheiros - nunca fique ao lado de um nictório sendo usado, na melhor das hipóteses para evitar respingos acidentais e, na pior, olhadas e "toques" inesperados.

– É, eu vi esse lance do jogo de sexta - um deles comentou, relaxado, enquanto eu passava pela porta de entrada. - Os Lakers arrasaram na última partida.

– Você deveria mesmo era ter visto o MMA de ontem, Karl - o outro tagarelou, animado. - Foi emocionante. Hey cara, você viu a luta dessa madrugada?

Parei por um instante, tentando não fazer cara de nojo pela proximidade e falta de noção dos dois retardados que balançavam suas bolas como se quisessem pintar todo o banheiro.

– Não, não vi essas coisas. Estou sempre ocupado à noite, se é que vocês me entendem.

Enquanto eles abriam sorrisinhos maliciosos e faziam comentários sobre a falsa vida sexual que eu acabara de compartilhar com dois estranhos, me dirigi ao penúltimo reservado e fechei a porta, trancando-a. Abaixei a tampa do vaso e coloquei as luvas de plástico antes de começar a esvaziar os bolsos, evitando fazer o máximo de ruído.

Muito bem, três minutos Agente Cullen.

Peguei o peso - que na verdade era um pacote maciço de cocaína que apreendemos em nossa última missão, mas acabou ficando esquecido no carro do Emm - e comecei a envolvê-lo com camadas do papel alumínio cortado, que eu ia amassando conforme tentava dar uma forma amorfa ao pacote. A porra do papel alumínio fez mais barulho do que eu pretendia.

– Ei cara, está tudo bem aí? - ouvi um dos caras me chamar do outro lado da porta.

– Droga! - murmurei, parando com aquilo por um momento. - Ahn sim, estou bem... Acho que é efeito colateral do meu café da manhã.

– Você não parece muito legal, sabe... os barulhos... - ele insistiu.

Por muito pouco não saquei a minha arma e atirei nele ali mesmo.

– Eu vou ficar bem, só preciso liberar as coisas por aqui - respondi, irritado. - Alguma privacidade, por favor? Não consigo me concentrar aqui com você me interrompendo daí.

– Vai fundo então cara... Mas cuidado pra não ir fundo demais - ele debochou.

– Babaca sem noção - resmunguei quando eles sairam do banheiro, rindo alto.

Com mais da metade do meu tempo desperdiçada com aqueles dois, recuperei o foco e tratei de terminar logo o meu artefato. Depois de embrulhado minuciosamente, enrolei o fio em volta algumas vezes e por fim fixei o cronômetro, programando-o para dali a quinze minutos. Era tempo suficiente para causarmos o caos, pegar a Princesa, cair fora dali e para que a polícia chegasse e descobrisse nossa pequena fraude. Abri devagar a porta do reservado, verificando se não havia testemunhas ou curiosos de plantão e, quando constatei que era o único ocupante do lugar, segui para a cabine ao lado e coloquei o pacote no chão. Corri até a pia e peguei algumas toalhas de papel, umedecendo-as no recipiente de álcool gel fixado na parede, e voltei até onde depositara o embrulho, fazendo uma limpeza rápida porém eficiente de toda a superfície. Passei também nas portas, apagando quaisquer digitais que pudessem levar até mim.

Quando voltei para a nossa mesa, enfiando com cuidado as luvas dentro do meu paletó, Emmett parecia um homem distraído qualquer, que falava ao celular.

– Com quem você está falando? - sussurrei, sentando diante dele.

– Com ninguém - ele murmurou de volta, falando um "tchau" antes de guardar o celular de volta. - Estava fingindo estar em uma ligação, só para não parecer suspeito demais enquanto vigiava cada movimento dos dois.

Revirei os olhos para ele.

– Bem, é a sua vez agora - abaixei o tom de voz e me aproximei um pouco. - O pacote está no chão, na última cabine. Cuidado para não tocar em nada diretamente com a sua pele, porque eu limpei todas as minhas digitais. Você se lembra de tudo?

– Claro, né Edward - ele resmungou. - É hora do show, baby.

E lá se foi ele.

E então tudo aconteceu muito rápido. Num segundo, eu estava olhando o Black beijando a mão da Bella e ela toda boba sorrindo para ele, no outro era o Emmett berrando "Tem uma bomba no banheiro masculino! Esse lugar vai explodir em minutos!" e no instante seguinte eram as pessoas que estavam se descongelando, processando a informação e começando a se mexer. Algumas mulheres histéricas começaram a chorar, homens elegantemente vestidos corriam como búfalos selvagens em direção à porta de saída, pessoas ligavam pra polícia e garçons corriam para todos os lados sem saber o que fazer.

Meu olhar encontrou o de Emmett no instante em que eu levantei, enquanto eu me aproximava do nosso alvo e ele também. Estava a maior muvuca e era gente empurrando para todos os lados, de modo que o empurra-empurra era mais do que normal na situação. Emmett conseguiu contornar a multidão e passou por trás do Black, abaixando a cabeça enquanto passava entre a Princesa e ele como um furacão. Alguém gritou em algum lugar, e minha mão se fechou em volta do braço da Princesa antes que ela atingisse o chão.

– Peguei você - sussurrei para ela, puxando-a para atrás de uma mesa e tirando-a de vista.

– Edward?! - ela quase gritou, bastante alarmada. Era claro que a ameaça de bomba e todo aquele salve-se-quem-puder havia abalado o psicológico da garota, que me encarava de olhos arregalados e levemente trêmula. - O que você faz aqui?

– Shhhh - murmurei, levando-a para o lado oposto de onde vinha uma nova manada de homens engravatados. - Estou tirando você de circulação, vamos sair logo daqui.

Ela empacou no mesmo instante, ficando na ponta dos pés para procurar pela multidão. Tentei ficar na sua frente o máximo possível, mas não estávamos sendo muito discretos.

– Não vou a lugar algum com você! - ela falou, tentando me contornar e seguir o grupo de pessoas que se amontoavam na saída. - Eu estou com o Jake! Preciso achá-lo!

– Não precisa porra nenhuma - falei, antes que pudesse me controlar a tempo. - Escuta, Bella, nós precisamos sair daqui. Eu tenho que te tirar daqui, antes que isso vire merda.

– Não vou sair e largar o Jacob aqui! - ela teimou.

Perdi a paciência.

– Muito bem, vamos fazer do meu jeito então. Não reclame depois - e, em um único movimento, abaixei e passei os braços em volta dos joelhos dela, erguendo-a no ar e carregando ela como se fosse uma criança birrenta.

– Agente Cullen! Me coloque no chão agora! - gritou ela, tentando descer a todo custo.

– Quieta, Majestade - falei, enquanto avançava em direção aos fundos do restaurante e saía pela cozinha, a essa hora já abandonada. Depois de dar algumas voltas, consegui finalmente sair do lado de fora, onde rapidamente me encaminhei até a rua lateral, onde Emmett deveria estar nos esperando. Dito e feito.

Ele parou com o carro cantando pneus a cinco metros de nós, e eu abri a porta de trás e coloquei a Princesa dentro antes de trancá-la e entrar na do carona.

– Parem logo esse carro! - ela exigiu, bufando, enquanto tirava os cabelos que lhe cobriam o rosto. Estava vermelha, agitada e furiosa, porém adorável.

– Desculpa Bella, mas o nosso destino é o apartamento - falou Emm.

– Eu não posso sair correndo assim! Eu tinha um encontro e... - ela então parou e olhou de Emmett para mim, várias vezes. - Como vocês sabiam onde eu estava? E outra, como chegaram tão rápido até onde eu estava e me tiraram de lá desse jeito?

– Nós somos agentes secretos, é o nosso trabalho - disse Emmett, olhando pra frente.

– Além do mais, nós temos que manter um olho em você - acrescentei.

– Acho que é mais do que um olho que vocês estão mantendo em mim - ela falou, olhando desconfiada para nós dois. - Eu não preciso de tudo isso.

O som de um celular salvou nossa pele.

– Oi Jake! - Bella atendeu, parecendo bastante aliviada. - É, foi uma confusão gigante naquele lugar. Mas eu estou bem, só com um pequeno arranhão. E você?... Não, não precisa se preocupar. Eu já estou indo para casa - ela olhou então rapidamente para nós dois. - É, eu caí lá dentro, mas consegui sair pelos fundos e apareceu um táxi bem na hora... Ok, eu te ligo mais tarde. Um beijo.

Emmett e eu fizemos sons idênticos de vômito.

– Vocês disseram alguma coisa?

– Nada - murmuramos, rindo pelo canto do olho.

Alguns minutos depois, olhei pelo retrovisor e vi Bella obervando a nós dois, os sapatos de salto alto sobre o banco ao seu lado enquanto ela massageava distraidamente o pé esquerdo. Ela flagrou meu olhar e empinou o queixo.

– Se vocês pensam que eu estou feliz, saibam que a resposta é não - ela anunciou, bastante séria. - Vocês oficialmente estragaram o meu encontro, além de quase me fazerem torcer o pé enquanto corria com esses sapatos... Mas contentem-se com um breve obrigada, por salvar a minha vida hoje, duas vezes. Soterramento e atentado terrorista.

– O prazer é nosso, Bells - sorriu Emmett.

– Vocês estão me devendo uma - ela sorriu um pouquinho, olhando para mim.

Se não fosse pelo cinto de segurança que me prendia ao banco, eu teria avançado sobre ela ali no banco de trás naquele mesmo instante. Puta merda! Eu gostava muito mais desse visual desarrumada sexy que o Bonequinha de Alice Cullen.

Pensamentos inapropriados à parte, quando chegamos ao nosso prédio Bella foi a primeira a descer do carro. Ela foi andando e parou diante do elevador na garagem, pela primeira vez então prestando atenção em nossas roupas.

– Mas que roupas são essas? - ela perguntou, quase rindo.

– Disfarces - respondi, orgulhoso do nosso plano ter dado certo.

– Vocês estão... - ela se aproximou e ergueu a mão, e quando eu pensei que ela me fazer um carinho íntimo, seus dedos alcançaram o meu bigode falso e o puxou de uma vez - ridículos.

Respondi com uma série de grunhidos, enquanto Emmett e a garota se dobravam de rir.

– Você poderia ser mais delicada, sabia? - resmunguei, quando entrei no elevador.

– Vocês poderiam escolher algo melhor para usar de disfarce - ela riu, derrubando o chapéu de Emmett com um tapa e pegando os óculos de grau falsos dele para experimentá-los.

Emmett e eu ocupamos o fundo do elevador, enquanto uma Princesa sorridente parava na nossa frente, de costas para nós. Vendo de trás, a garota tinha uma bela visão. Nada muito exagerado, mas curvas que eu nem imaginava que ela pudesse ter estavam salientes naquele tecido verde colado ao corpo.

– Ela parece diferente - Emmett sussurrou perto do meu ouvido.

– Talvez esse vestido tenha personalidade própria - propus.

– Eu não sei o que é, mas eu acho que eu gosto. Ela tá dando um caldo - ele soltou.

Bella virou um pouco o tronco, olhando para nós por cima dos óculos de grau.

– Eu ainda estou aqui e posso ouvir vocês, cavalheiros.

O elevador então abriu no nosso andar e ela marchou em direção ao apartamento, ereta e bastante consciente de nós dois atrás dela, como duas sombras. Ela tocou a campainha duas vezes seguidas e então Alice apareceu, toda sorrisos.

– Santa Dior, o que aconteceu com você garota? Está tendo um furacão na cidade?

– Quase isso. Escapei de um atentado terrorista no restaurante.

Um atentado terrorista no La Pasta? - Alice olhou imediatamente para nós, desconfiada.

– Pois é, quem poderia imaginar? - emendou Emmett, fazendo cara de indignado.

– Esses terroristas estão cada vez mais urbanos - observei, apoiando a mentira.

– Sei... Algo me diz que tem algo muito estranho por trás dessa história - disse Alice, parecendo não acreditar em nada. Voltou-se então para Bella, fazendo careta para o óculos de Emmett que ela se apropriara. - Mas e o Jake? Por quê voce não veio com ele?

– Os agentes me tiraram de lá enquanto Jake e eu tentávamos encontrar a saída. Mas ele me ligou e ele está bem... Se me derem licença, eu gostaria de tomar um banho e descansar um pouco - Bella falou, antes de passar por Alice e sumir dentro do apartamento.

Alice então voltou-se para nós, furiosa.

– O que vocês fizeram com o encontro da minha garota? - ela exigiu, encarando a nós dois.

– Salvamos a vida dela? - rebati. - Um agradecimento, por favor?

– É Alice, acabamos de salvar a vida da garota que estaria no Céu agora - apoiou Emm.

– Eu aposto que vocês tem algo a ver com essa baboseira aí.

– Você está nos chamando de terroristas? - protestou Emmett, ofendido.

– Não, coração - ela sorriu para ele. - Eu aposto como você foi coagido pela mente maquiavélica do meu irmão a fazer algo que você não estava de acordo, tudo porque ele não tem testosterona o suficiente para chegar aos pés do Black.

– Eu vou te mostrar o meu nível de testosterona, toupeira - rosnei.

– Vem então! - provocou ela, como sempre, nunca se importando de ser o elo frágil da briga.

– Aff, pelo amor de Deus vocês dois - resmungou Emmett, me puxando para casa. - Eu já estou cansada dessas briguinhas de irmãos entre vocês dois. Isso é um saco!




Bella




– Bellinha, você não deveria cair tão facilmente na história deles de atentado - teimou Alice.

– Alice, eu estava lá e já te disse o que aconteceu um milhão de vezes - suspirei, me afundando mais em meu assento no sofá.

A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi me livrar daquele vestido apertado, e agora eu aproveitava todo o conforto do meu moletom. Eu tinha fortes indícios para acreditar que era por isso que Alice estava tão ranzinza, olhando torto para mim várias vezes enquanto assistíamos televisão. Continuei a ignorá-la, porém ela não desistia.

– Isso é o tipo de coisa que eles fariam, para conseguir o que quer que eles quisessem. Pense comigo, Princesa! Não é suspeito demais o Edward e o Emmett aparecerem lá no La Pasta, e de repente, o lugar é esvaziado por um boato e você dá de cara justamente com eles?

– O Edward ouviu meu telefonema essa manhã, esqueceu? É meio óbvio que ele estivesse por lá.

– Exatamente!

– Mas isso não quer dizer que eles tenham sido capazes de fazer um absurdo desses! Olha o absurdo que você está dizendo, Alice. Eles não seriam capazes de armar uma bomba e colocar a vida de dezenas de pessoas em risco só para terminar um encontro meu com o Jake.

– Uma bomba de verdade não, mas algo que parecesse real...

– Certo, chega desse assunto. Você está me dando dor de cabeça.

– Ah, então é isso que você vai fazer? - ela aumentou seu tom de voz. - Quando é colocada diante da verdade, a Grande Princesa de Bhar-sei-lá-o-quê não sabe ouvir algo que não deseja? Você prefere acreditar no meu irmão do que em mim, que te acolheu todo esse tempo?

– Bharsóvia - corrigi, estreitando meus olhos para ela. - Alice, você está exagerando. Eu não estou escolhendo entre você e o seu irmão, escute o que você está dizendo! Eu apenas me recuso a acreditar que eles colocariam a vida de tantas pessoas em risco.

– Você está escolhendo ele! - ela gritou, ficando de pé e me encarando feio, o que apenas me deixou mais irritada. - Quer saber então? Vá ficar com o seu querido agente secreto!

– Se é o que você deseja - rebati, ficando de pé também e pegando minha gata.

– Ótimo!

– Ótimo!

Saí do apartamento batendo a porta com força, e parei antes de tocar a campainha da porta ao lado, respirando fundo e ponderando. Eu ia fazer exatamente o que Alice disse, correr para o apartamento dos garotos como uma covarde?

A porta do apartamento deles foi aberta enquanto eu ainda estava ali, parada no meio do hall com Preciosa adormecida no colo, e eu dei de cara com um Emmett sorridente.

– Você gosta tanto assim de ficar no hall? - perguntou ele, rindo.

Sorri um pouquinho para ele.

– O que você está fazendo aí?

– Estou pensando.

– Que lugar mais estranho pra pensar, caramba Bells.

– Você ouviu? - perguntei, abaixando a voz.

– Acho que até o Obama ouviu lá da Casa Branca - ele sorriu, e esticou um braço até mim e me puxou para mais perto. - Vem cá, eu vou te dar asilo político.

– O Edward está em casa? - perguntei, quando ele fechou a porta atrás de mim.

– Ele está no chuveiro, por isso não ouviu nada. Se ele estivesse aqui na sala, eu aposto que a briga estaria rolando até agora, mas entre os Cullen.

– Como eles conseguem brigar tanto? - resmunguei baixinho, quando Emm me levava em direção ao sofá de dois lugares e se sentava comigo, puxando minhas pernas para o seu colo.

Estranhei um pouco esse seu gesto, mas permiti. Afinal, Emmett era Emmett.

– Sabe aquela história de Caim e Abel? Então, eu acho que os Cullen são a reencarnação deles. Eu sempre fico surpreso como a Esme conseguiu manter os dois vivos por tanto tempo, porque eles vivem se pegando desde sempre. Eu não ficaria nenhum pouco surpreso se um matar o outro qualquer dia desses, você sabe.

– Ai credo, Emmett - eu fiz careta.

– Só estou dizendo a verdade, Majestade.

– Pensei que tínhamos parado com isso - franzi a testa.

– Parado com o que? Dizer a verdade? Não, você nunca deve esconder nada de mim!

Eu ri.

– Quer dizer que você pode ter segredos, mas eu não? Tenho que te contar tudo?

– Exatamente - ele abriu um sorriso largo. - Esse é o trato.

– Não fizemos trato nenhum - esclareci. - Mas não, não era isso que eu estava me referindo. Você me chamou de majestade, e pensei que havíamos parado com a formalidade.

– Ah, isso - ele sorriu, pegando minha mão livre e brincando com meus dedos. - Foi um deslize, às vezes eu falo as coisas sem pensar. Mas não precisamos ser formais.

– Emmett?

– Eu?

– Posso te fazer uma pergunta?

– Você já fez, então não preciso mais dizer sim.

Revirei os olhos.

– Essa não conta. Você me contaria a verdade, se eu te pedisse?

– Claro - ele respondeu, sem titubear.

Recolhi minhas mãos das dele e coloquei minhas pernas no chão, ficando de frente para ele.

– Vocês tiveram alguma coisa a ver com o que aconteceu no restaurante hoje?

Eu vi que ele ficou rígido, muito rapidamente, e pareceu titubear. Ah, não.

– É claro que não tivemos nada a ver com aquilo - ouvi uma voz atrás de mim, mas não era dele que eu queria ouvir a resposta.

Virei-me devagar e vi Edward parado atrás de nós, uma calça confortável e uma camiseta básica. Acho que eu nunca o tinha visto tão simples e a vontade, nem menos lindo.

– Emmett? - insisti, fazendo um esforço enorme para voltar a encará-lo.

– Escute o que o Ed está dizendo, Bella - ele respondeu, como se quisesse encerrar o assunto.

– Você sabe o quanto isso é importante pra mim, não sabe?

– Eu sei, eu ouvi o que aconteceu - ele disse, fazendo menção à minha discussão com Alice. Para Edward, pareceria que estávamos falando apenas sobre presenciar o atentado ou não.

– Muito bem... - olhei dele para Edward, e de volta para ele. - Será que eu posso passar a noite aqui?

– Passar a noite aqui? - repetiu Edward, seu tom misturado entre confusão, esperança, felicidade e curiosidade. - O que aconteceu? Cadê a Alice?

– Ela vai passar a noite fora, e eu não quero ficar sozinha... Acho que eu fiquei um pouco impressionada demais com aquele atentado - admiti, surpresa por um instante em como eu estava desenvolvendo a capacidade de mentir com habilidade.

– Ela vai ficar com quem? - Edward insistiu, revelando o irmão ciumento.

– Não importa, é claro que você pode ficar prima - Emmett riu, pegando minhas pernas mais uma vez. - Vai ser divertido ter uma garota em casa... Não para fazer o esperado, você sabe.

– Emmett, você sabe que eu não faria nada do que a sua mente perversa está disparando.

Ele abriu um sorrisão, satisfeito.

– É bom mesmo, não quero nem saber da mais remota possibilidade da senhorita estar fazendo qualquer tipo de coisa que envolva um homem e um pouco de privacidade. Nunca, jamais!

– Você pareceu o meu pai agora - sorri para ele.

– Ei Ed, você acha que eu daria um bom rei? Sabe, eu acho que eu ia ficar o maior gato com um Manto Real e todas aquelas paradas que a Alta Realeza usam... - tagarelou Emmett.

– Ah claro, você nasceu para ser um Rei - concordou Edward, sarcasmo puro. - Você poderia governar uma centena de amebas com alguma facilidade.

– Eu ia ser o maioral, fala aí Bella - ele piscou para mim.

Caí na gargalhada, feliz por estar ali vivendo um pouco de normalidade ali, com eles. Os agentes poderiam me deixar furiosa algumas vezes, com vontade de matá-los em outras, mas no final das contas eu sabia que poderia contar com eles para o que precisasse.

– Ei, alguém está quase dormindo - Emmett riu, quando eu bocejei algumas horas mais tarde. Depois de algumas fatias de pizza, refrigerante, marshmellows e todo o tipo de porcaria que Alice abominaria, eu estava letárigica. - Acooorda Bela Adormecida!

– Eu acho que minha bateria acabou - murmurei, esfregando um olho e mudando Preciosa se posição. Ela nem se dera ao trabalho de acordar desde que chegamos, só alguns resmungos enquanto sonhava. - Estou acabada, Emmett. Que horas são?

– Quase duas - falou Edward, sentado no chão ao nosso lado, onde havia se acomodado para assistir ao filme que eu mal me lembrava. - Vamos, é melhor você ir para cama.

Deixei que ele me ajudasse a ficar de pé e me guiasse pelo corredor, e também não reclamei quando ele se ofereceu para carregar minha gata. Só me dei conta do que estávamos fazendo quando ele parou diante da sua cama.

– Não, eu não vou dormir aqui - falei, de repente mais desperta.

– Bella, por favor - ele revirou os olhos. - Até parece que eu vou te atacar no meio da noite.

– Eu vou dormir no quarto do Emmett.

– Você não aguentaria dormir com um trator e uma britadeira do seu lado.

– Eu vou para o sofá então.

– Ele não é confortável.

– Eu não preciso de muito - teimei.

– Para com isso, vai - ele colocou afastou as cobertas e arrumou os travesseiros, colocando minha gata adoravelmente adormecida no centro da cama. Ela se remexeu um pouquinho, mas depois ligou a máquina de ronronar, visivelmente satisfeita. - Viu, até Preciosa gosta da minha cama e você está aí, cheia de frescura.

– Ela é uma traidora - murmurei, olhando feio para a bolinha de pêlos branca.

– Você pode ficar com a cama - ele insistiu, pegando minhas mãos. Tentei me soltar, mas ele não permitiu. - Eu vou colocar um colchão no chão, bem longe de você, ou se você quiser, durmo até do lado de fora do quarto. Não me faça implorar.

– Você não precisa dormir no corredor, Edward. O quarto é seu.

Ele abriu um sorriso torto, de tirar o fôlego, satisfeito com a minha resposta.

– Mas precisamos manter a distância - acrescentei, me afastando delicadamente e sentando na cama, ao lado de Preciosa. - Você aí e eu aqui.

Ele me olhou com uma cara de dar dó.

– Parece solitário e distante, mas eu aceito - ele sorriu um pouquinho.

Observei da cama enquanto ele arrumava sua cama improvisada, arrastando um colchão que trouxera provavelmente do quarto de Emmett e cobrindo-o com um lençol, acompanhado por alguns travesseiros e cobertores que ele pegara no armário. Antes que Edward apagasse a luz do quarto, eu o vi tirar a camiseta bem na minha frente - ele não fez questão de se virar ou sair do quarto para tirá-la, ou caso tivesse o mínimo de decência, permanecer vestido diante de mim - sem a menor cerimônia e com um sorriso pequeno e onipresente. Desviei o rosto, fingindo não ter visto o que ele fez, mas senti minhas bochechas queimando vigorosamente.

– Boa noite - ele falou, do lado dele do quarto.

Eu havia contado. Seu colchão estava a precisos quatro passos meus da cama, dois do dele.

– Boa noite, Edward - respondi, fechando meus olhos e me enrolando no cobertor macio. O cheiro impregnado de Edward Cullen estava por todos os lados, desestabilizando qualquer pensamento coerente que eu pudesse ter naquele momento. Era tão... bom.

Eu não tive nem tempo de pegar no sono.

– Bella?

– Hmmm? - murmurei, sonolenta. Sua voz soava muito longe.

– E o meu beijo de boa noite? - sete palavras que me eletrocutaram.

Meus olhos se abriram de repente.

Eu não precisava ver seu rosto para saber que ele estava sorrindo largamente.





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Notas finais do capítulo

E então???? O que acharam?!
Quero saber de tuuuuuuudo!
.
Quero desejar boas vindas às fofas da tha_fernanda e a Juliana Salvatore Cullen (menina, eu adoramei ver vc comentando em um moooonte de capítulos *O*) que agora estão nos acompanhando tbm! Welcome girls! ^^
O meu grandessíssimo MUITO OBRIGADA a todas vcs que comentaram no capítulo anterior, realmente me deixou bastaaaante feliz... E tudo o que eu escrevi hoje foi o que vcs pediram, então espero que tenham gostado e se divertido tanto quanto eu me diverti escrevendo. Minha fic é pra vcs, então tudo o que vcs pedem é uma ordem.
Quem aí está preparada para a grande mudança da Bella? Começa no próximo capítulo ;)
Beeeijos ♥