(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 20
Capítulo 19: NOVOS PLANOS


Notas iniciais do capítulo

Olá garotas!
Vou pedir desculpas mais uma vez pelo meu sumiço, coisa que já está ficando manjada, mas eu estava em uma temporada de provas interminável e isso acabou comigo. Eu não tinha tempo, muito menos cabeça para fazer qualquer outra coisa, por isso desapareci por tanto tempo. Realmente sinto muito :(
Espero que gostem do capítulo de hoje! Nos vemos nas notas finais



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Agente McCarthy







Acordei na manhã seguinte, após uma longa noite de coma - ou melhor dizendo, sono - com uma fome de cão daquelas. Poderia devorar qualquer coisa que estivesse dando bobeira na minha frente e, com este pensamento, enfiei a primeira calça que achei e me coloquei a caminho até a cozinha. O cheiro delicioso de waffles me deixou alerta vermelho. Por quê?










Bom, basicamente porque meu parceiro Edward Cullen e qualquer tipo de cozinha não podiam coexistir pacificamente em um mesmo universo. Tudo que ele tentava fazer na cozinha não passava de uma tentativa de incendiar o apartamento ou poderia ser enquadrado como homicídio ou atentado público contra o prédio.







– O que você acha que está fazendo aí, Ed? - indaguei, quando apareci na cozinha.




Reparei que ele estava na frente do fogão, um pano de prato bordado na frente das calças improvisando o avental mais ridículo que eu já vi - fala sério, homens não usam esse tipo de porcaria -, tentando achar a melhor fórmula matemática para virar as panquecas estrategicamente com um ângulo perfeito, velocidade certa e toda aquela chatice nerd que só ele entende. Um prato com waffles fumegantes estava sobre a bancada, parecendo incrivelmente comestíveis. As primeiras panquecas feitas por ele estavam meio tostadas, mas parecia que alguém estava achando o caminho da sobrevivência.

Ele ergueu uma sobrancelha para mim e me olhou com aquela cara de espertinho dele.

– Café da manhã, o que você acha gênio?

– Acho que você deveria largar essas coisas aí e me contar aonde foi que você comprou esses waffles - apontei, enquanto me sentava em uma das cadeiras da nossa mesa. - Afinal de contas, nós dois sabemos quem é que cozinha as coisas aqui em casa e quem é que tenta botar fogo no apartamento.

– Rá, muito engraçadinho você, McCarthy!

– Eu sei que eu sou - abri um sorrisão pra ele e roubei uma maçã da fruteira. - Mas então, quando é que você vai me contar o que aconteceu?

– Como assim? - ele fez cara de desentendido.

– Você não vai para a cozinha a troco de nada... - então a ficha caiu. - Quem é ela?

ÓBVIO que tinha mulher na parada, cacete! A quem ele queria enganar?!

Percebi que ele ficou todo tenso por um micro segundo, mas conseguiu disfarçar. Mas eu percebi primeiro!

– Eu não sei do que você está falando, Emmett - ele riu.

– Ah, não venha fazer doce não, Cullen! Desembucha logo, ou eu vou descobrir.

– Não há nada para descobrir.

– Nada que você queira que os outros saibam - joguei verde.

– Exatamente - respondeu ele, voltando-se para as panquecas novamente.

E colhi maduro.

– Mas eu não sou os outros. E agora que você confirmou, Senhor Inteligência, trate logo de abrir esse bico!

– Você é um idiota - eu o ouvi resmungar.

– Fala logo, cacete!

– Tá bom, tá bom! - ele desligou o fogão depois de virar a última panqueca e com o maior suspiro dramático do mundo, resolveu me olhar nos olhos. - Foi só um beijo.

– Por enquanto - acrescentei o que ele não terminou, mas ficou subentendido.

– Tudo faz parte de um plano brilhante que eu tive esta manhã.

– E quem é ela? - ele já estava me dando nos nervos com esse papo furado.

– Bem, antes de mais nada, eu preciso que você tenha a mente aberta para tudo o que eu vou dizer nos próximos minutos. É muito importante.

– Minha mente e paciência já estão expandidas mais do que você pode imaginar.

– Ontem à noite, eu liguei para a Princesa e deixei uma mensagem para ela... Sabe, dizendo que eu estava arrependido, sentia muito e queria que ela voltasse.

– Não... - o olhei boquiaberto. - Não acredito que você se rebaixou a isso!

– Pois bem, como eu ia dizendo e antes de ser interrompido... - ele revirou os olhos para mim e sentou-se na cadeira do outro lado da mesa - Eu deixei um recado para ela, e por incrível que pareça, ela me respondeu. E eu consegui convencê-la a abandonar o Corrompedor de Donzelas e voltar para casa.

Que porra era essa que ele estava falando?

– O que você disse? Bella está aqui?! - gritei.

– Shhhh, você não está sendo discreto! E eu não vou poder terminar de te contar se ela aparecer por aqui agora.

– E você saiu no meio da noite para buscá-la? Por quê não me acordou?

– Eu não fui a lugar nenhum... acredita que o idiota do Black veio trazê-la? E ao que me pareceu, ainda rolou a maior briga entre o casal - ele sorriu irônico.

Eu ri alto.

– Ela já tinha dormido um pouco e acordou no começo da madrugada, enquanto eu estava assistindo a uma maratona de Simpsons no sofá. Papo vai, papo vem, acabamos nos aproximando e eu a beijei.

E ele soltou isso numa boa, como se não fosse nada demais.

Não senti o momento exato, mas só ouvi o baque surdo da minha maçã caindo no chão. Eu o olhava boquiaberto, sem acreditar no que acabara de ouvir.

– Você ficou louco, Edward?! - ralhei com ele, agarrando-o pela camisa e o puxando para me encarar. - Perdeu toda a inteligência que você tem aí dentro dessa massa cinzenta? Não sabe diferenciar trabalho de outras coisas?

– Ei, me solta! Como eu te disse...

Como você me disse o cacete! Você sabe o que pode te acontecer? Na melhor das hipóteses, você vai ser processado e condenado pelo FBI, e na pior delas, sabe onde você termina? Com seus pedaços jogados ao mar pela janela do castelo do pai dela. Ele não vai deixar você sair ileso dessa, imbecil!

– Dá para você me escutar? - ele se livrou de mim e passou a me olhar feio.

– Não escuto gente maluca, e nem adianta me olhar assim porque cara feia para mim é fome.

– Emmett, você não vê a lógica disso? Pense bem!

– A única coisa que eu vejo é você falando uma asneira atrás de outra.

– Se eu mantiver um relacionamento com a Princesa, advinha quantos problemas nós solucionamos de uma única vez? - ele ergueu os dedos da mão e enumerou, totalmente fora de sua lucidez. - Primeiro, tiramos o Jacob Black e suas mãos ágeis e cheias de malícia de uma vez por todas da vida dela. Não é bom o bastante pra você? E aí vai o segundo motivo: se eu estiver no jogo, não abro espaço para a concorrência. Isso significa nenhum macho alfa rondando a nossa ovelha de ouro.

– Pensei que fosse uma galinha dos ovos de ouro - retruquei.

– Dá na mesma - ele riu. - Mas você não acha que é um bom plano?

– E você acha que ela vai aceitar namorar com você assim, do nada, só porque você quer? Tudo por causa de um beijo de nada?

– Se você tivesse visto a reação dela depois, não usaria a palavra nada para qualificar o meu beijo - ele se gabou, todo cheio de si. - Além do mais, não seria um relacionamento de verdade. Eu seria totalmente imparcial e profissional.

– Você está querendo me dizer que vai brincar com os sentimentos da garota? - enfureci, afinal, eu já gostava pra caramba da Bella. Ela era quase da família.

– Bom, eu não pretendo deixar que ela goste tanto assim de mim - ele disse, pensativo. - Tudo o que eu preciso é que ela se mantenha ocupada o suficiente comigo para não reparar em outros caras que estiverem por perto. Assim nós saberemos que ela estará sempre segura.

– Isso não me pareceu nada seguro, mas sim ordinário.

– Ah, pare de bancar a mulherzinha! - ele zombou.

– Então pare de ser um canalha.

– Não estou sendo nada disso. Estou sendo profissional. Além do mais, não vou magoá-la. Bella jamais desconfiará de qualquer coisa.

Eu não disse nada naquele momento, mas tampouco concordei. Isso ia dar merda.




Bella







Acordei na manhã seguinte com um puf puf puf incessante ao meu redor. Preciosa já despertara havia muito tempo e parecia bastante impaciente com a minha letargia matinal. Depois de uma série sucessiva de patinhas caminhando no colchão à minha volta, miados e alguns gemidos, finalmente desisti.







– Você ganhou, já estou levantando - resmunguei com ela.







Peguei minha mala que estava abandonada no meio do quarto e procurei algo para me vestir. Optei por uma calça jeans escura, uma das trocentas de grife que eu agora possuía, uma regata branca simples e um casaquinho leve preto de bolinhas brancas. Vi que no canto do quarto havia um banheiro e me dirigi para lá, afim de me livrar de qualquer vestígio indesejado matinal.




Depois de lavar o rosto e escovar os dentes, me olhei pela primeira vez no imenso espelho na parede acima da pia e diante de mim. Eu parecia diferente. Não diferente do tipo "não sei quem é você", mas um diferente do tipo "o que você está fazendo?!". Meus cabelos negros estavam uma verdadeira bagunça, meu rosto pálido demais e uma expressão gigante de ponto de interrogação estampava meu rosto. Olhos verdes brilhantes demais me encaravam e os lábios inchados denunciavam o crime que eu cometera noite passada.

Automaticamente meus dedos tocaram minha boca e ali permaneceram por um tempo, enquanto minha mente fazia questão de relembrar cada detalhe bem nitidamente do que acontecera entre mim e o Agente Cullen nesta madrugada. Santa Bharsóvia, eu tinha um namorado! Tudo bem que ele havia se comportado como um idiota ontem a noite, achando que eu fosse uma pessoa que não sabe pensar por si mesma, mas ainda sim, éramos namorados. Não éramos?

Pelo menos até um certo agente secreto do FBI decidir bagunçar minha cabeça.

– Droga! - extravasei, deixando que meu pulso acertasse um soco sobre a bancada de mármore negro. Claro que eu me arrependi um segundo depois, porque doeu muito mais do que eu esperava. - Isso com certeza não me ajudou, só aumentou minha frustração e me deu uma nova onda de dor para administrar. Vamos lá Preciosa, hora de enfrentar a fera.

Peguei minha gata sobre o balcão - eu nem vi a hora em que ela subira ali, prova de como eu não estava em meu estado normal - e a levei de volta para o quarto, colocando-a sobre a cama enquanto eu me trocava. Depois de arrumar a cama e deixar o quarto mais organizado que eu consegui, abri a porta e saí do quarto.

Escutei um burburinho de vozes vindos da cozinha.

– ... Bella jamais desconfiará de qualquer coisa - concluiu o Agente Cullen.

Franzi a testa ao ouvir o meu nome e entrei no campo de visão deles. Ambos estavam sentados à mesa, Emmett de costas para mim - corei rapidamente quando vi que ele ainda estava sem camisa - e Edward sentado exatamente à minha frente. Seu olhar encontrou o meu e tudo pareceu paralisar. Verde contra verde. Eu sabia que eles estavam falando sobre mim, provavelmente alguma coisa que eu nunca deveria saber, mas nada disso passou a fazer mais sentido.

Me senti capturada, presa enfeitiçada pelo predador.

– Bom dia, majestade. Que bom que está entre nós novamente - foi Emmett quem quebrou o feitiço, me trazendo de volta a realidade.

Pisquei e desviei meu olhar para ele, depois voltei a encarar o Agente Cullen.

– Sobre o que eu não vou desconfiar? - exigi.

Os dois agentes na cozinha piscaram, surpresos com a minha pergunta.

– Nada - responderam juntos.

– Não foi o que me pareceu. Eu ouvi quando vocês falaram que eu jamais desconfiarei de qualquer coisa, e agora eu gostaria de saber o que é.

– Uma Princesa que anda escutando através das paredes? - zombou Emmett.

Fiquei vermelha na mesma hora.

– Isso realmente não é apropriado - comentou Edward, sorrindo torto enquanto servia um prato com panquecas. - Falávamos sobre a logística da missão, assunto do qual você não está autorizada a saber.

– Isso aí, assunto ultra secreto do FBI - emendou Emmett.

Não engoli a história.

– E por quê você está parada aí, vermelha feito um pimentão? O que aconteceu?

O olhar nada santo que Emmett lançara em minha direção me deixou mais sem graça ainda. Desejei que um buraco se abrisse no chão para me engolir, ou que apenas eu tivesse um saco de papel para esconder minha dignidade.

– Na-nada - gaguejei, enquanto abaixava e fingia estar ocupada com minha gata.

– Sei... - ele riu alto, enquanto eu lançava um olhar furioso para o Agente Cullen. Ele fingia estar concentrado em suas panquecas no prato, mas eu vi o sorriso torto que se formou em seu rosto. - Um passarinho verde me contou outras coisas...

– Você deve ter sonhado com muitos periquitos então - rebati, passando por eles.

Os garotos caíram na maior gargalhada, enquanto eu ficava cada vez mais brava.

– Vocês têm leite? Preciosa precisa do café da manhã.

– Abre a geladeira aí e olha, prima - respondeu Emmett, de boca cheia.

– Só tem cerveja e um queijo velho fazendo aniversário - respondeu Edward.

Olhei para eles com desdém e quase sorri por dentro com o que eu ia dizer.

– É assim que vocês esperam que eu fique aqui? - ergui uma sobrancelha. - Três garrafas de cerveja e um resto de queijo velho na geladeira, e para o café da manhã mais açúcar e gordura do que uma pessoa é capaz de digerir. Não tem nada saudável para uma garota comer, e ainda por cima, vocês pretendem matar minha gata de fome. Acho que eu vou voltar a ficar com o Jake.

A reação deles foi exatamente o que eu imaginei. Ambos largaram os garfos, que cairam sonoramente nos pratos e passaram a me olhar com uma fúria assassina.

– Nem pensar! - esbravejou Emmett.

– Você não volta para o domínio daquele cara! - cuspiu Edward.

– Bom, então é melhor alguém ir ao supermercado. Eu voto em mim mesma, afinal vocês não sabem o que comprar para mim.

Eles bufaram em conjunto, o que foi bastante engraçado de assistir.

– Eu vou com você - o agente Cullen se colocou de pé.

– Não - protestei rapidamente. Seria mais seguro se não estivéssemos perto.

– Então eu vou - Emmett se levantou.

– Também não. Não vou sair com você assim - indiquei sua falta de roupas.

– Gata, você sairia comigo até pelado - zombou ele.

– Estou indo, adeus - passei por eles em direção a porta. Dois pares de mãos me detiveram, um em cada braço, e eu olhei de cara feia para os dois homens me segurando. - O que foi agora? Dá para me soltar?

– Você não vai a lugar algum sozinha - ordenou Edward, indiscutível.

– É melhor vocês me soltarem. Isto é uma ordem - minha voz soou calma, mas algo que eles viram em meus olhos os fizeram me soltar. Não tão rapidamente quanto eu gostaria, mas ainda sim soltaram.

– Você não vai a lugar alguma sozinha. Isto também é uma ordem - decretou ele.

– Vocês não tem autoridade nenhuma sobre mim.

– Temos mais do que você imagina - falou Emmett, sério. - Agora espere aqui que eu vou me trocar. Estamos saindo em cinco minutos.

– Argh! - bufei e passei por eles, desejando mais do que nunca poder atirar algo neles. Bem pesado.

Provavelmente eu teria ido para o meu quarto e como uma criança, batido a porta bem alto. Mas como eu não tinha um quarto aqui, recusei-me a ficar no quarto de qualquer um deles. Marchei até o sofá e me joguei lá, cruzando braços e pernas.

Cerca de vinte minutos mais tarde, estavamos no maior mercado daquela área de Nova York. Eu seguia na frente, parando de vez em quando para ler o rótulo de algum produto que me chamava a atenção, enquanto os agentes vinham atrás de mim totalmente domesticados empurrando o carrinho. Alice teria rido.

Por falar nela, eu ligaria para ela assim que pudesse. Essas férias dela precisavam terminar logo. Por incrível que pareça, eu estava com saudade dela. Mesmo que ela não gostasse muito de mim, era o mais próximo de uma amiga que eu tinha por aqui, além do fato de que morar com ela siginificava ter liberdade.

– Será que você pode ser um pouco mais rápida com isso, Bella? - resmungou Edward em algum lugar perto de mim. - Estamos nesse mercado há quase uma hora, ninguém aguenta mais.

Olhei dos dois frascos de shampoo que eu tinha em mãos para ele.

– Você sabe o quanto é difícil escolher entre duas coisas que parecem ser o tipo certo para você? - perguntei, mas depois percebi o quão ruim foi aquela escolha de palavras. Rapidamente ele pegou o sentido errado.

– Escolha o que é o certo para você - aconselhou ele, se aproximando sem deixar meu olhar. Pegou cada um dos frascos das minhas mãos e os leu atentamente, me torturando, enquanto eu estava entorpecida diante dele.

Meus olhos registraram seus cabelos cor de bronze, sempre desalinhados, e minhas mãos coçaram para tocá-los e sentir sua textura incrível novamente. Seus olhos estavam concentrados nos rótulos, mas ele parecia saber exatamente o que estava acontecendo comigo. Um sorriso torto cresceu lentamente naquela boca perfeitamente esculpida e meu coração parou de bater por uns cinco segundos.

Jesus, ele estava me deixando louca no meio do supermercado.

– Escolha este - ele por fim anunciou, me entregando o frasco que eu estava quase descartando antes. Nem me lembrava mais o porque. Seus dedos pegaram uma mecha do meu cabelo e a aprisionou, enquanto seu olhar subia devagar até o meu. - Enxergar através de uma embalagem bonita é mais inteligente do que escolher a primeira coisa que seus olhos vêem.

Um alerta vermelho soou em minha cabeça.

– O que você está querendo dizer com isso?

– Nada - ele riu e piscou para mim. - Apenas estou te mostrando qual é o melhor.

– Vamos logo com isso, casal - berrou um Emmett de forma nada discreta.

Edward sorriu torto, enquanto eu olhava para os lados para ver se ninguém ouvira.

– Não somos um casal! - resmunguei com ele quando o alcancei, batendo nele com o frasco de shampoo.

Ele riu baixinho.

– Pois não foi o que pareceu. Só casais discutem sobre shampoo em mercados.

– Você é impossível as vezes, Emmett McCarthy.

– Obrigado, alteza - ele fez uma reverência para mim e eu revirei os olhos.

– Vamos para casa, antes que eu enlouqueça - e me entregando completamente, lancei um olhar nada discreto em direção ao agente Cullen.

– O Edward paga - Emmett anunciou e rindo, me puxou para longe.

– O quê?! - ouvi a voz dele abafada, mas já estávamos fora de seu campo de visão.



[...]





– Alice, quando é que você volta para casa? - quase chorei, quando ela finalmente atendeu o celular.





– Ah, olá para você também, Bellinha - respondeu ela cheia de sarcasmo, quando atendeu o telefone depois de três tentativas minhas. - Que bom que você me perguntou, eu estou bem. O iate do Chad é incrível!





– Eu posso imaginar o quanto é, para você nem lembrar que eu existo...



– Ei, pode parar de ciúmes! Alice Cullen não pertence a ninguém, você já deveria saber disso.

– Mas você não mandou uma notícia desde que saiu, e eu passei por tanta coisa...

Acho que eu finalmente consegui a atenção dela.

– O quê? Como assim aconteceu tanta coisa? Anda, desembucha logo mulher!

Aproveitei que eu estava sentada sozinha na área de lazer do prédio - sozinha naquelas, afinal Emmett estava do outro lado da parede de vidro me vigiando, enquanto treinava nos aparelhos de musculação - para ligar para aquela ingrata que dizia me abrigar e ser a minha fada madrinha. Mas afinal, ela nem lembrou da minha existência desde que saíra naquela tarde e me abandonara à mercê de seu irmão e o melhor amigo dele. Contei tudo, tudo mesmo, que me acontecera nos últimos dias. De certa forma, me senti mais aliviada por compartilhar tudo aquilo com alguém. Mesmo que esse alguém me interrompesse a cada cinco segundos para protestar, gritar e perguntar se eu estava louca.

– Definitivamente, você perdeu todo o juízo - decretou ela por fim, quando eu terminei de contar. Contei até mesmo sobre o beijo que seu irmão me dera. - Bella, honey, o que passa na sua cabeça por deixar o Edward colocar as garras dele em você? Como irmã dele, eu posso te dizer que ele tem experiência em ser desagradável. Como amiga, eu posso te dizer que ele não vale uma batida do seu coração. E como mulher, eu posso te dizer que ele não presta!

– Obrigada por me deixar tão animada depois de todo esse julgamento - acusei.

– Não me agradeça ainda. Volte para a casa do seu Imperador e peça para ele quebrar a cara do ogro do meu irmão.

– Alice, eu não faria uma coisa dessas.

– Então deixa que eu faço!

– O quê?! Não, você não pode fazer isso! O Jake não pode...

– Tudo o que você precisa é encontrar com o seu namorado e dar uns bons amassos nele, tenho certeza de que você nem vai se lembrar quem é Edward Cullen depois de tudo.

– Alice?

– Sim?

– Volta para casa.

Ela suspirou do outro lado da linha.

– Eu vou ver o que eu posso fazer por aqui. Primeiro, vou ligar para o tonto do meu irmão e falar umas coisinhas de irmã pra irmão com ele. Ele vai ouvir umas boas verdades, por se meter com quem vive debaixo do meu teto... Depois, eu vejo com o Chad quando nós poderemos voltar.

– Só não demore muito, por favor. Eu sinto sua falta.

– Passe uma temporada no quarto do seu namorado que isso passa - ela riu. Tão típico dela falar esse tipo de coisa. - E mantenha distância do Edward, para a sua segurança. Poupe o pouco de dignidade que ainda lhe resta.

– Vou ver com o Emmett se eu posso ficar no quarto dele.

– Não, isso definitivamente não está disponível. Fique no sofá deles.

Franzi a testa enquanto olhava para Emmett do outro lado do vidro.

– Por quê?

– Agora eu estou indo, honey. Beijinhos!

E ela desligou o telefone na minha cara, sem dizer mais uma única palavra. Lancei outro olhar para Emmett, que fazia flexões no tatami, me perguntando o que ela queria dizer. Será que ela achava que o Emmett poderia me agarrar e estava tentando me proteger?

Fui arrancada do meu devaneio quando meu celular vibrou, anunciando outra ligação. Dessa vez era Jacob. Eu ignorara as outras cinco ligações e as mensagens de texto dele, mas dessa vez eu não conseguia mais ser tão fria.

– Jake - atendi, devagar.

– Bella! Finalmente, pelo amor de Deus! - ele suspirou aliviado. - Você tem noção do quanto eu estava preocupado? Tentei falar com você o dia inteiro.

É, eu vi.

– Agora você está falando - falei, ainda ressentida com ele.

– Tá, eu sei que eu mereço todo o seu desprezo e a sua ausência... Mas por favor, me desculpa! Eu fui um idiota ontem a noite, não deveria ter dito nada daquilo para você... Você estava com saudades da sua gata, não é mesmo? Não havia nada demais para que eu precisasse ficar paranóico daquele jeito.

Eu nunca quis tanto dar um tiro em mim mesma. Eu era um monstro!

Jacob nem fazia ideia do que acontecera, e agora eu me sentia pior do que nunca.

– Jake...

– Não, Bella, me deixa terminar. Eu sinto muito mesmo, eu não queria dizer nada daquilo. Eu sei que você é uma garota forte e nenhum pouco influenciável. Isso é uma das coisas que eu mais gosto em você. Você é incrível e eu nunca...

– Jake...

– ... deveria ter duvidado de você. Não há razões para nada disso.

– Jake, me desculpa! - eu disse em uma explosão, e uma lágrima escapou dos meus olhos. - Eu não deveria ter agido daquela forma. Eu não deveria ter te deixado, não deveria ter voltado para casa e...

– Bella, aconteceu alguma coisa? Por quê você está se desculpando?

– Porque... - enxuguei o meu rosto com as costas da mão. Como eu era estúpida! Ele iria me odiar para sempre quando descobrisse. - Porque eu sou um monstro!

– Bella, do que você está falando? - sua voz se tornou preocupada.

– Me desculpa, Jake... - funguei.

Foi então que eu senti uma mão no meu ombro, e quando olhei para cima, vi a última pessoa que eu precisava ver naquele momento. Uma compreensão sem limites estava transbordando em seus olhos verdes, os cabelos acobreados agora escurecidos pela pouca luz da noite. Devagar, ele sentou-se ao meu lado no banco e enxugou delicadamente uma lágrima do meu olho esquerdo.

Um suave "desliga" saiu de seus lábios. Meus olhos geraram mais lágrimas.

– Eu... eu tenho que ir, Jacob - sussurrei, voltando a chorar.

– O quê? Não, Bella, por favor, não desliga! Fala comigo e me conta por quê você está chorando! - ele pediu, desesperado.

– Eu não... não vou conseguir fazer isso agora. Fa-falo com você depois.

E sem forças para dizer mais nada, tirei o celular da orelha e apertei o botão para encerrar a chamada. Quando consegui olhar para cima de novo, para seus olhos, comecei a chorar de novo. Seus braços rapidamente me envolveram e quando dei por mim, eu já estava aninhada em seu colo.

– Eu sou uma pessoa horrível - resmunguei baixinho, ainda chorando.

– Shhh - ele tentava me consolar, passando a mão pelos meus cabelos. - Quem foi que te disse isso? Por quê eu mesmo vou dar um tiro nesse idiota.

– Então pode me acertar agora, de preferência no coração - me afastei dele e coloquei a mão no peito, para mostrar o que eu queria. - Eu sou um monstro, Edward. Estou fazendo tudo errado!

– Você não está fazendo nada de errado - ele pegou minha mão e a segurou delicadamente. - E você nunca seria capaz de ser um monstro.

Mas eu sou!– gritei com ele, mesmo sem ter a intenção. - Eu não posso continuar agindo assim. Não quando eu tenho um namorado e fico sentindo coisas por outro homem. Isto não é certo. O Jake não merece isso, ele vai me odiar para sempre!

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, seus olhos faiscaram.

– Você sente algo por mim? - ele repetiu, ignorando todo o resto.

Eu tive vontade de arrancar aquele sorriso a tapas.

– Você não ouviu o que eu disse? Não é certo eu beijar você e namorar o Jake.

– Então vamos resolver isso.

– Vamos - concordei, quando já havia parado de chorar. Fiz menção de me levantar do seu colo para conversarmos sobre o que viria a seguir, o fim de qualquer tipo de relação entre nós, mas fui impedida por seus braços ao meu redor.

– Termine com o Black e fique comigo.

Perdi o fôlego.

– O quê?!

Ele colocou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha e deixou a mão ali, em meu rosto, seu rosto a centímetros do meu.

– Você me ouviu. Largue o Black e vamos ficar juntos. Eu quero você, Bella.

Fiquei completamente muda.















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Notas finais do capítulo

Entããããããããão.....
O que vai acontecer agora, hein? Será que a Bella vai aceitar?
Quem gostou do capítulo de hoje???? Quero saber tudo nos reviews!

Quero agradecer mtmtmtmtmt a cada uma de vcs que deixaram reviews no capítulo anterior, eu fiquei muuuito feliz com eles! Eu sei que tem bastante gente lendo - afinal, aparecem os números MUAHAHAHAHA - mas eu ficaria ainda mais feliz se todo mundo que lê comentasse. Isso me daria ainda mais inspiração pra escrever, afinal, é por vcs que comentam que eu escrevo. Então, por favor, não seja um leitor fantasma!

Obrigada por todo o carinho de vcs, nos vemos em breve! kisses ♥