(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 14
Capítulo 13: PRINCESA versus AGENTES


Notas iniciais do capítulo

Heeey leitoras mais lindas do Universo! *---------*
(obviamente são vcs, claro)
OBRIGAAAAAAAAAAAAAAADA por tudo! ♥
Chorei lendo os comentários, vcs simplesmente são as melhores garotas de todo o sistema solar. Não vou parar, não depois de saber o quanto vcs querem isso aqui. Vcs já estão divando no meu coração!
Espero que se divirtam com o que eu escrevi para vcs!



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Agente Cullen



– Até mais, Bella – sorriu o Black, como o completo retardado que é, antes de me encarar e recolher-se à sua insignificância dentro do seu Camaro de luxo.

Idiota.

– Nós definitivamente precisamos conversar – cuspi na direção da Princesa, me segurando para não arrastá-la em direção ao prédio, como eu tinha vontade.

Sem me dar a atenção devida, ela acenou brevemente com a cabeça.

– Não aqui no meio da rua – ela disse, antes de me abandonar ali no meio da calçada.

Bella passou pela portaria e eu tratei logo de me mexer, pescando o meu celular do bolso da calça enquanto passava pelo portão.

– Bella! – gritei quando vi o que ela estava fazendo, mas já era tarde demais.

A porta do elevador fechou antes mesmo que eu tivesse tempo de chegar até ela, e o outro elevador ainda estava na cobertura. Eu não podia deixá-la escapar, muito menos podia perdê-la de vista antes que eu pudesse dizer tudo o que eu tinha pra falar. Corri em direção às escadas e subi de dois em dois degraus, agradecendo à minha boa preparação física, parando ocasionalmente em andares alternados para apertar o botão do elevador – parando-o estrategicamente e ganhando mais tempo.

Eu sei que isso é infantil. Mas é o que me daria tempo de chegar antes dela.

– EMMETT! – gritei, gastando oxigênio desnecessariamente, quando ele finalmente dignou-se a atender a porcaria do telefone. – Largue o que você estiver fazendo e me encontre do lado de fora do apartamento agora!

– Ed? O que você fez dessa vez?! – resmungou ele, mas o ouvi em movimento.

– Apenas faça o que eu te disse, porra! – desliguei o celular antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa.

Quando cheguei ao sétimo andar, quase cuspindo meus pulmões pela boca, Emmett acabava de sair pela porta. O elevador ainda estava no quinto andar, o que automaticamente me abriu um sorriso torto nos lábios.

– O que aconteceu, cara? – perguntou Emm, com seu típico tom de não-estou-entendendo-porra-nenhuma, enquanto dava um passo na minha direção. – O que aconteceu? Quem morreu? Ou pior, quem você engravidou?

– Be...Bella...

– O QUÊ? Você engravidou a Princesa? Você tá querendo morrer, Edward seu idiota?! – protestou ele, indignado, fazendo a maior cena no corredor.

– Não, idiota! – consegui responder, em meio à respiração acelerada, fechando a cara para ele. – Não tem ninguém morto ou grávida. Bella está...

– A Bella está o que?

Nesse exato segundo o elevador soou e Bella saiu, aérea e levemente irritada.

– Emmett? – falou ela, estranhando vê-lo por ali. Sua expressão mudou completamente quando ela me viu ali, parado, do outro lado do corredor.

Alguém está encrencada, era o que meus olhos diziam a ela.

– O que tem a Bella, Edward?

Observei o par de esmeraldas verdes crescerem, enquanto a lógica parecia voltar ao seu corpo. Primeiro pensei ver pânico em seus olhos, mas ele cuidadosamente foi oculto por um olhar gélido.

– Emm, não é nada com o que você precise se preocupar – começou ela, olhando somente para ele. – Eu posso explicar tudo e você vai entender que...

– Bella está namorando – falei, já recomposto, me aproximando deles.

A voz de Bella morreu, enquanto percebi que ela estremeceu por um breve segundo. Ela desviou o olhar para o outro lado do corredor.

– O quê?! Espera aí, isso é uma daquelas pegadinhas de televisão, certo?! Eu já vi vários desses vídeos – ele começou a rir, passando por nós e olhando para os lados do hall em nosso andar. – Muito bem, vocês já podem aparecer... onde estão as câmeras?

– Emmett, presta atenção no que eu te disse – falei sério, segurando-o pelo braço quando ele passou ao meu lado. – Bella está namorando. Com um cara de verdade.

Ele congelou. Seus olhos azuis correram rapidamente na direção da Princesa, depois voltaram para mim. Quase pude ouvir o estalo do seu cérebro.

– Mas quem é o desgraçado que ousaria te... – a voz dele sumiu, quando seu olhar se fixou no dela e ele finalmente entendeu algo. – Eu vou matar aquele filho da puta!

– Emmett, olha a boca! – eu o repreendi, me segurando para não rir.

– Eu posso explicar tudo, por favor! – falou a Princesa, a única que não estava explodindo entre nós três. – Não é nada disso que vocês estão pensando... Tudo aconteceu muito rápido, ele estava conversando comigo hoje de manhã e de repente...

– Eu sabia que isso ia dar merda! Eu disse mil vezes que era para ele ficar longe de você! – rugiu Emmett, mais alterado do que eu esperava. – Me larga, Edward! Eu preciso dar um telefonema e dizer tudo o que aquele imbecil merece ouvir... ou melhor, eu vou pegar meu carro e matá-lo pessoalmente, e não ouse me impedir!

– Como assim você falou com ele? – perguntei, perdido.

Emmett andava falando com o Black desde quando?

– Os meios não justificam o final da história – rebateu ele.

– Não seria “os fins não justificam os meios”? – citou Bella.

– Que se dane, o que importa é que ele não vai ter o seu “viveram felizes para sempre” nesta história. Considere o babaca um homem morto!

– Mas que feira livre é essa aqui no meu andar? – interrompeu Alice, surgindo do seu apartamento.

– Alice! – gemeu Bella, parecendo preocupada pela primeira vez.

– Princesinha, você está muito encrencada comigo – ameaçou ela, estreitando os olhos para Bella, referindo-se a algo que obviamente não era do nosso conhecimento.

– Bella está com problemas, Alice – anunciei.

Ela revirou os olhos para mim.

– Isso já é do meu conhecimento, maninho. Qual é a acusação de vocês?

– Bella está namorando – soltou Emm, praticamente cuspindo fogo.

– Bella o quê?! – guinchou Alice, realmente chocada.

– Vocês não vão me deixar falar? – reclamou Bella, exasperada.

– Não! – ecoamos os três ao mesmo tempo, o que no mínimo foi bizarro.

– Muito bem então, continuem falando da minha vida e de mim como se eu não estivesse aqui – disse ela, marchando por nós em direção ao apartamento.

– Bella!

Seguimos Alice para dentro de casa, em meio a protestos, cochichos e acusações. A Princesa seguiu direto para o quarto, mas não foi esperta o bastante para trancar a porta ao passar.

– Me deixem em paz! – ordenou ela, quando a encontramos na cama com a Malgata nos braços.

– Primeiro de tudo: não use esse tom comigo, você não manda em nada por aqui – rebateu Alice, sentando na frente dela e à uma boa distância do felino que parecia querer nos despedaçar.

– Alice!

– Quieto Edward, a conversa ainda não chegou em você – continuou ela, malcriada como sempre. – E segundo: que história é essa de namoro, garota?

– Eu tentei explicar, mas ninguém me deixou falar!

– Você não tem o que falar – intrometeu-se Emm. – Eu vou matá-lo e ponto!

– Emmett meu querido, nada de violência ainda – intercedeu Alice.

– Nada de violência? Aquele imbecil do James não tem nada na cabeça!

– James? – repeti.

– Quem? – ecoou Alice.

– Branco? – arquejou Bella, a mais surpresa entre nós.

Quem? – falamos Alice e eu, ainda mais perdidos.

– O namorado da Bella, JW – esclareceu Emm, como se não víssemos o óbvio.

– Não cara, o Black é o namorado dela – falei, olhando diretamente para a princesa.

Bella corou e desviou o olhar do meu.

– O Black?

– Jacob Black?! – gritou Alice, fazendo escândalo. – Bellinha, como você me esconde esse tipo de coisa!

Aquilo realmente estava acontecendo, eu vi o elo fraco do nosso lado se romper. Alice passara do lado da promotoria para a defesa da ré.

– Tudo aconteceu muito rápido Alice – sussurrou Bella, olhando diretamente para ela. – Eu posso te explicar os detalhes depois.

– Eu quero saber os detalhes agora – exigi.

– E eu também, não estou gostando nada disso – acrescentou Emm.

– Não, vocês não têm que gostar de nada e muito menos têm o direito de saber os detalhes – argumentou Alice, ficando de pé e encarando a nós dois. – Se tem alguém que tem o direito de gostar de alguém por aqui, esse alguém é a Princesa bem ao meu lado. E ninguém além de mim precisa saber os detalhes. Bella está namorando com o Jacob. Ela é adulta, vacinada e segundo a instituição dos Estados Unidos, livre para escolher quem ou o que ela quiser. Isso é tudo por aqui, ponto final.

– Nós não estamos discutindo isso, Alice – protestou Emmett.

– Claro que não, porque não há o que discutir. O assunto está encerrado, agora caiam fora da minha casa.

– Não vamos a lugar nenhum – rebati, olhando dela para Bella. – Você não pode fazer isso, não é certo. Está quebrando todas as regras. E há uma punição para isso.

– Punição? – repetiu ela, acompanhada pela indignação de Alice.

– Exatamente – olhei dela por um segundo para Emm, recebendo sua aprovação. – Bella McCarthy, a partir de hoje você está sob regime fechado.

– O que isso quer dizer?

– Edward, você não ousaria... – ameaçou Alice, me encarando.

– Castigo. Nada de sair de casa. Por tempo indeterminado – esclareceu Emm.

Olhei para Emmett com aprovação, ignorando a explosão furiosa de Alice e o choque completo da Princesa. Até a gata do Mau tinha parado de rosnar.

– Você só pode estar brincando! – esbravejou minha irmã, sarcasmo escorrendo por todo o quarto. – Vocês não podem deixar ela de castigo, ela não é uma criança!

– Sim, nós podemos – afirmei, ficando de pé. – Ela é nossa responsabilidade.

– É exatamente o que pais de verdade fariam se soubessem que sua filha está namorando um marginal escondido – acrescentou Emm, também de pé.

– Jacob não é um marginal! – defendeu Bella, parecendo irritada.

– Não importa o que ele diz a você, Bella. Nossa decisão está tomada – virei-me para sair do quarto, sendo seguido por Emmett. – E não torne isso mais difícil, pois as coisas podem piorar. E o aviso está dado, Alice. Estamos de olho.



Bella



– Alice, isso não é justo!

Eu ainda estava resmungando, lágrimas de raiva escorrendo pelo meu rosto no início daquela noite. Meu dia passara de desastre em potencial para catástrofe total. Mesmo depois daquela cena com Jacob na frente da rua, depois de discutir (e não ser ouvida) com os dois agentes federais mais insensíveis que eu já tive a infelicidade de ficar presa, mesmo depois do banho e da sopa que Alice me obrigara a comer, eu não aceitava os fatos.

– Eu sei honey, eu sei – concordou ela, sentada do outro lado do sofá de frente para mim. Ela me passava a segunda caixa de lenços da tarde. – O mundo não é justo, até mesmo para Princesas da vida real.

Eu dei um olhar duro para ela.

– Tudo bem, me perdoe por isso – ela disse com um pequeno sorriso, encolhendo as pernas quando Preciosa ameaçou dar um passo em sua direção. – Ei, acalme o seu felino aí. Ela parece tão brava quanto você, o que é incrivelmente assustador.

– Preciosa me entende melhor do que ninguém – murmurei, acariciando-a.

– Que bom que ela te entende, mas eu realmente espero que você não chegue ao ponto de rosnar para mim e querer me dilacerar como esta criaturinha aqui gostaria – continuou ela, olhando feio de volta para Preciosa.

– Você não está ajudando, Alice. E você sabe que eu desaprovo o seu julgamento sobre a minha gata.

– Ok, não precisa me mandar para o seu calabouço real por não simpatizar com sua gata – retorquiu ela, revirando os olhos para mim. – Mas enfim, voltando ao assunto.... O que você pretende fazer?

– O que eu pretendo fazer? Não sei... mas não é justo que as coisas sejam assim.

– Isso mesmo – aprovou Alice, entusiasmada com algo que se passava em sua cabeça. – Quando eu entrei no Ensino Médio, o Edward veio com esse mesmo ataque idiota para cima de mim. Aquela realmente foi uma época desagradável.

– E o que você fez?

– Elaborei dezesseis planos diferentes de me vingar dele, metade deles envolviam a morte do meu irmão mais velho – respondeu ela com tranquilidade, como se comentasse sobre um par de sapatos novos.

Eu ri.

– Você só pode estar brincando, certo?

– Você está me vendo rir? – falou ela séria, e eu parei de rir quando olhei para o seu rosto. – Edward consegue ser insuportável como ninguém quando ele quer. Eu sinceramente não sei a quem ele puxou, tenho certeza de que mamãe o encontrou sendo criado por leões no meio da selva quando ela e papai visitaram a África no final dos anos 80. Embora ela nunca tenha admitido isso, eu sei que é verdade.

– Acho que dá para entender a origem das desavenças entre vocês – comentei.

– Obrigada B, eu sabia que um dia alguém concordaria com a minha teoria – sorriu ela, entendendo tudo errado. – Voltando ao foco, eu ainda tenho o meu caderninho. Podemos usar alguns dos dez planos não utilizados.

– Você realmente usou esses planos contra seu próprio irmão? – arquejei.

Comecei a me preocupar com esse suposto caderninho, e por alguns segundos senti pena de Edward na época em que Alice investira tudo contra ele. O que poderia estar lá?

– Claro, aqueles foram os meus melhores dias de vingança contra o pateta do meu irmão – sorriu ela, com a lembrança. – Digamos que eu o traumatizei de algumas formas bem interessantes. Arruinei alguns encontros dele, espalhei alguns boatos, uma ou outra foto pelos corredores da escola...

– Alice, você é uma pessoa diabólica!

– Obrigada.

– E eu não quero saber desse caderno. Não conseguiria fazer algo do tipo.

– Droga, você estraga toda a diversão – reclamou ela, fazendo beicinho. Eu ri, porque era engraçado ver um adulto fazendo isso. – O que você vai fazer então?

– Ligar para o Jacob, eu acho – fui até a bancada e peguei meu celular.

– Ótimo, e o que você vai dizer a ele?

– Eu não sei – suspirei, desabando sobre um dos bancos altos em frente a bancada.

Ela ficou de pé, pegou o controle remoto sob a mesa de centro e o colocou no ouvido.

Alô Jake, aqui é a Bella! – falou ela, imitando a minha voz de um jeito totalmente falso. – Olha, eu liguei para dizer que estou de castigo. Tenho quatro anos outra vez, não é legal? Iupiii! Agora vem a parte legal: não posso namorar você, pois estou em cárcere privado. Então é isso, estamos terminando! Tchauzinho!

– Eu não falaria isso. Você sabe que eu não sou assim! – protestei.

– Ah, eu não sei de mais nada. O que você vai falar então? – desafiou ela.

Estreitei meus olhos para ela. Alice Cullen estava mesmo me desafiando?

– Observe, senhorita Cullen – falei friamente, enquanto procurava pelo número dele.

Alice abriu um grande sorriso torto. Jacob atendeu no terceiro toque.

– Bella?

– Jacob? Você pode falar no momento?

Ele fez uma pausa de cinco segundos, eu contei. Sua voz parecia mais tensa.

– Claro... Aconteceu algo?

– Sim.

Alice sussurrou um “viva voz” para mim, ávida por saber tudo. Neguei rapidamente.

– Por favor! – sussurrou Alice, se aproximando de mim. – Prometo não dar um pio!

Vendo que ela não ia desistir, lamentei comigo mesma enquanto fazia o que ela me pediu. Fiz sinal de silêncio para ela, que saltou alegremente até o meu lado e fingiu trancar os lábios.

Revirei os olhos para ela.

– Bom, se é sobre o que ocorreu hoje mais cedo na frente do seu prédio... Eu acho que te devo um pedido de desculpas. Não queria colocar você naquela situação e...

– Jacob? – eu o interrompi.

– Sim?

– Você não precisa me pedir desculpas – respirei fundo e olhei para o outro lado, para não ver o rosto de Alice quando eu dissesse o que estava prestes a dizer. – Não há o que se desculpar. Eu não me arrependo de nada. Está tudo bem, eu já aceitei ser sua namorada.

Ouvimos um barulho alto do outro lado da linha, como se algo tivesse caído.

– Jacob? Está tudo bem?

Silêncio do outro lado da linha. Olhei para Alice, que ainda me olhava boquiaberta.

– Alô? Jacob? Você está aí? Por favor, fala comigo!

– Eu... estou aqui, Bella... Desculpe, você me pegou de surpresa.

– Que barulho foi esse?

– Uma taça de vinho quebrando e uma grande mancha no meu tapete persa.

– Ah meu Deus, eu sinto muito! – falei, fechando a cara para Alice que tentava abafar sua risada com as mãos na boca.

– Eu já disse que está tudo bem, Bella. Você me pegou de surpresa, foi só isso – ele riu, parecendo o meu Jake outra vez.

Meu Jake. Fiquei surpresa com o modo “possessivo” que eu já estava adquirindo.

– Mas então... namorada – ele testou a palavra, nova para nós dois. – Você me ligou só para me pregar um grande susto, ou havia algo mais?

Alice levantou as sobrancelhas para mim, sugestivamente.

– Não... é que... hum... – travei.

– Estou ouvindo, pode me falar o que você quiser.

Eu não ia conseguir aquilo. A quem eu queria enganar?

– Jacob... é complicado. Na verdade, eu não faço ideia de por onde começar.

– Que tal do começo? – pediu ele, em um tom agradável e totalmente paciente.

Olhei para Alice em busca de socorro, mas seus olhos apenas gritavam FALE LOGO!

– Tudo bem – respirei fundo e fechei os olhos. – Acontece é que Edward contou tudo ao Emmett e ele não gostou nenhum pouco da história do namoro. Ele ficou furioso.

Tive que me segurar para não falar “eles”, afinal eu precisava manter as aparências.

– Ele ficou furioso? – repetiu Jacob, parecendo levemente irritado. – Ele não tem o direito de fazer isso. Ele não é o seu pai, Emmett não tem nenhum poder sobre você.

Eu concordei, porque grande parte daquilo era verdade. Emmett e Edward não eram o meu pai. O Rei Charlie não se oporia a alguém como Jacob Black.

Porém, infelizmente, aqui não era Bharsóvia. Eles tinham poder sobre mim nos EUA.

Invente algo melhor, foi o que Alice me disse ao mexer os lábios. Mais mentiras.

– Eu sei disso, Jake – continuei, recriminando a mim mesma por inventar mais mentiras para ele. Tentei me manter o máximo possível perto da verdade. – Acontece que enquanto eu estiver aqui, eu tenho que obedecê-lo. Caso contrário, ele liga para os meus pais e no outro dia eu estarei em um vôo para Rochester. E eu não quero sair daqui, não agora que eu estou começando a gostar das coisas.

Alice abriu um sorriso de aprovação. Jacob ficou quieto por alguns minutos.

– E eu faço parte destas coisas?

– Eu diria que sim – respondi, sentindo minhas bochechas esquentarem.

– Ótimo – pude imaginá-lo sorrindo largamente do outro lado do telefone, lindo e relaxado. – Vou conversar com ele, se você quiser. Quer sair hoje à noite?

– Não! – respondi rápido demais, quase gritando.

Alice me olhou como se eu estivesse louca.

– Não quer sair? – repetiu ele, confuso. Sua voz ficou imediatamente triste.

– Não, não é isso!

– Mas você acabou de dizer que...

– Jacob, me escuta: você não precisa falar com o Emmett, pelo menos não por enquanto. Eu me entendo com ele por aqui... E além do mais, eu não posso sair com você hoje.

– Ah, isso! – ele relaxou, junto com Alice ao meu lado. – Amanhã então?

– Amanhã também não. Você vai rir de mim, mas ao que parece eu tenho quatro anos de idade outra vez – olhei rapidamente para Alice, que piscava para mim. – Estou de castigo. Não posso sair de casa, ao que parece, por tempo indeterminado.

– Você o quê? – repetiu ele, desta vez mais alto.

– Estou de castigo.

– Ele não pode te fazer prisioneira dele! – rugiu Jacob.

– Ei Jake, acalme-se por favor. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Vou dar um jeito nisso.

– E o que você vai fazer?

– Eu não sei ainda, mas vou pensar em algo.

– Ótimo, enquanto você pensa em algo eu vou fazer a minha parte.

Ele ficou quieto de repente. Senti meus batimentos aumentarem por antecipação.

– O que você vai fazer?

– Bem, você não pode sair de casa, certo?

– Certo – concordei, esperando para ver aonde ele pretendia chegar.

– Muito bem, já que Maomé não vem à montanha, a Montanha vai à Maomé – citou ele, fazendo Alice rir alto ao meu lado.

Tive que disfarçar a risada dela com uma tosse. Olhei feio para ela.

– Bella, está tudo bem?

– Sim, Jake, desculpe. Continue. Você não está pensando em...?

– Sim, isso mesmo meu amor – Alice sorriu largamente, ao ouvir as duas últimas palavras. – Você não pode sair de casa, o que parece ter ficado claro na sua sentença. Mas não há nada sobre um certo Príncipe escalar a torre da Princesa para vê-la.

– Isso é cafona – eu disse rindo.

– Eu sei que é, mas é o que garotas gostam de ouvir. Então, eu vou pegar o meu cavalo branco e vou ao seu resgate em meia hora... Ou você não vai jogar suas tranças para mim pela janela?

– Eu não tenho tranças compridas como a Rapunzel, sinto muito.

– Poxa, isso dificulta... Que tal se você jogar alguns lençóis amarrados pela janela?

Eu ri. Adorava o senso de humor dele.

– Posso providenciar isso... ou então você poderia usar o elevador, que tal?

– Nossa Bella, como você é inteligente! – exclamou ele, fingindo um tom de surpresa. – Eu nunca teria pensado nisso. Mas por garantia, vou calçar minhas botas de escalada.

– Ok, tudo bem príncipe encantado – eu ri para ele.

– Acho que eu prefiro Imperador. Gostei de quando você me chamou assim – confessou ele, baixinho.

Olhei para Alice, que revirava os olhos para nós.

– Como quiser, ó grande Imperador – brinquei.

Seu Imperador – corrigiu ele. – Todo seu. Vejo você daqui a pouco.

Desliguei e Alice praticamente pulou em cima de mim, mais alegre do que uma criança prestes a abrir os presentes na manhã de Natal.

– Bella, que orgulho de você! – cantarolou ela, enquanto me esmagava em um abraço não típico dela. – E você ainda tem o Imperador comendo na palma da sua mão!

Revirei os olhos para ela. Até parece que um Imperador se arrastaria até mim.

– Você está sendo exagerada, Alice.

– Eu sei – ela me soltou, e depois fechou a cara para mim, com reprovação. – Olhe só como você está horrível. Chorou a tarde inteira. Como você espera recebê-lo assim?

– Horrível? – repeti, me encolhendo com sua sinceridade súbita.

– Sim, horrível – concordou ela, me puxando pelo corredor. – Vamos, eu tenho somente alguns minutos pra fazer um milagre. Transformar um dragão em uma Princesa não é para qualquer um, honey. Está na hora de se mexer.



[...]



– Muito bem, você está pronta – sorriu Alice, satisfeita consigo mesma. Revirei meus olhos para ela. – Eu vou sair com Chad para beber algo, então...

– Então... – continuei, confusa, porque ela não terminara a frase.

– Não faça nada que eu não faria. Mentira! Faça sim, faça tudo!

Empurrei Alice para fora de casa, desconfortável com seu comentário audacioso, enquanto ela ria alto. Jacob deveria estar quase chegando, e eu estava arrumada como a boneca versão adulta de Alice Cullen. Achei totalmente desnecessário aquele sapato de salto alto e o vestido curto, para quem estava presa e de castigo em casa.

Corri de volta ao quarto, arrancando os sapatos pelo caminho e soltando o cabelo que ela acabara de prender. Alice ficaria furiosa, eu sabia. Mas eu permiti que ela pensasse que eu estava concordando com tudo. Fui até o guarda roupa, peguei uma calça jeans, uma blusa sem mangas azul marinho de seda e coloquei uma sapatilha do mesmo tom. Eu ia colocar meus tênis, mas achei que Jake – “meu namorado” – merecia que eu caprichasse pelo menos um pouquinho.

Eu terminava de enrolar meu cabelo em um coque frouxo quando o interfone tocou.

– Droga, não tive tempo de tirar essa maquiagem toda – murmurei com Preciosa, enquanto corria até a cozinha para atender.

Jacob chegou exatamente três minutos depois.

– Boa noite... – sorriu ele, mas não permiti que ele continuasse.

Puxei-o para dentro do apartamento e bati a porta atrás dele, afobada.

– ... minha linda namorada – ele terminou, sorrindo torto. Indicou a porta atrás de mim, com um aceno de cabeça divertido. – Tudo isso é pressa de me ver?

– Quase – sorri timidamente. – É pressa para que não te vejam.

– Entendi – ele se aproximou mais de mim, passando uma mão pela minha cintura e me puxando para mais perto. Ele estava lindo. Prendi a respiração quando seu rosto pairou a centímetros do meu. – O que você gostaria de fazer?



Não faça nada que eu não faria. Mentira! Faça sim, faça tudo!



A voz de Alice ecoou na minha cabeça, divertida e sexy. Não consegui pensar.

– Não... sei – murmurei, de maneira quase inaudível.

– Podemos pensar em algo – ele piscou e, sem que eu estivesse pronta, seus lábios tomaram os meus em um beijo quente e demorado.

Eu ainda estava sem fôlego quando ele se afastou alguns centímetros, ainda com o braço em volta de mim, e mostrou um pequeno buquê de rosas brancas que trazia na outra mão e que passara despercebido por mim. Jacob fez um floreio exagerado, me fazendo rir.

– Isso aqui é para você, minha bela princesa encarcerada.

– Elas são lindas, Jake! – falei, sorrindo para as lindas flores. – Você lembrou.

– Claro que eu lembrei, rosas brancas são as suas favoritas – ele sorriu.

– Obrigada, meu Imperador – sorri, e em um instante de coragem e muita audácia, fiquei na ponta dos pés para dar-lhe um breve beijo.

– Não há de quê – ele abriu seu sorriso largo de cem watts, meu sorriso favorito.

Puxei-o pela mão e o arrastei até a cozinha, onde comecei a procurar por um vaso para colocar as flores nas milhares de portas do armário. Enquanto me ocupava com minha tarefa, senti seus olhos o tempo todo sobre mim. Quando me virei, encontrei seus olhos fixos na minha direção.

– O que foi? – perguntei, sentindo minhas bochechas esquentarem.

– Você está linda – ele disse simplesmente.

Corei ainda mais, mas não pude deixar de me sentir lisonjeada.

– Você deve estar delirando. Aposto que caiu quando tentou escalar o meu prédio até a minha janela.

Ele apontou para os pés, ele realmente tinha vindo com botas. Eu ri.

– Eu quis tentar o seu método antes de colocar o meu em prática. Usei o elevador dessa vez.

– Você me entendeu – disse e quis me fingir de brava, mas não durou nada.

Preciosa apareceu na cozinha, curiosa com o som da risada de Jake.

– Então esta é...

– Sim, esta é a minha Preciosa – concordei, olhando para ela. – Ela também não gos...

E surpreendendo totalmente a nós dois, Preciosa se aproximou de Jacob timidamente quando ele se abaixou e começou a persuadi-la. Ela não rosnou em nenhum momento, ou ignorou a presença dele como fazia com a maioria das pessoas.

– Preciosa não é assim com ninguém, a não ser comigo ou com o papai – falei, em choque, quando ela saltou graciosamente para o colo de Jacob e ligou a máquina de ronronar no momento em que ele começou a coçar atrás de suas orelhas.

– Bom, pelo visto eu devo ter algo com gatos antissociais – ele riu, andando até mim.

Fiz carinho em minha gata, completamente à vontade no colo dele.

– Ela parece gostar de mim – ele disse suavemente, olhando para mim.

– Acho que ela não é a única – disse baixinho, ainda sorrindo para Preciosa.

– O que você disse?

Olhei para ele, nervosa. Eu disse aquilo em voz alta?

– Nada. Gostaria de me acompanhar ao cinema, na minha incrível sala de estar? – mudei de assunto, torcendo para que ele caísse na minha. – Deixo você escolher o filme.

Jacob sorriu, feliz, enquanto conduzia a mim e Preciosa – ainda ronronando em seu colo – de volta a sala e nos acomodava no sofá, enroladas nele. Tive quase certeza que seu sorriso não era somente porque eu o deixara escolher o filme, ou porque Preciosa já era sua fã, ou porque estávamos sozinhos, livres e momentaneamente despreocupados em nossa própria bolha de felicidade em casa.

Ele sorria porque ouviu aquilo de mim.






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Notas finais do capítulo

Bem, por enquanto é isso! *------*
Primeiro de tudo, quero agradecer > muitíssimo < as fofas da Flavinha e da Bells_dkb por recomendarem DP! *O* Quase tive um treco quando vi que eu tinha mais duas recomendações... E Flavinha, vc quase me matou! Que escolha de palavras foi aquela, meeeu deus garota! Óbvio que eu não merecia tudo aquilo e nem é pra tanto tbm, mas mesmo assim, muito obrigada. Acho que nunca recebi tantos elogios e palavras tão impactantes... Obrigada MESMO! ♥
Segundo, um grandioso muuuuito obrigada à todas vcs que comentaram no capítulo anterior! Adorei ler o que todas vcs escreveram, sempre amo ler o que minhas leitoras estão achando e suas reações. Fiz questão de responder à cada uma :)
Pelo visto, o tema cavaleiro ainda é um assunto que causa polêmica por aqui AHSUAHSUASHAUS Fiquem tranquilas, não vou deixar vcs esquecê-lo tão facilmente! haha
E quanto ao Edward e ao Jacob, eles ainda vão brilhar bastante por aqui. Um dia vcs vão amá-los, no outro, talvez odiá-los... Tudo a seu tempo!
O próximo capítulo pode demorar um pouco mais, pq é bem provável que eu vá viajar na próxima semana, então não terei como escrever ou postar aqui pra vcs... Mas vcs podem pedir/dar sugestões tudo o que quiserem nos reviews, eu sempre gosto de colocar o que me pedem na história - afinal, tudo o que eu escrevo é para vcs.
Aguardem por mais Bella, Edward, Jacob, Alice e Emmett! Beeeijos ♥