Dentro de Mim escrita por Milady Sara


Capítulo 12
Encontro com hippies


Notas iniciais do capítulo

Olá povo querido do meu coração o/ Como foi a semana de vcs? A minha foi uma novela mexicana como sempre! Como estão vcs nesta bela sexta feira? Eu? To gripada e roca ,-, mas como não abandono vcs, aqui está mais um cap!
Mesgustem o capítulo '3'.



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“Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.”

“Estou com saudade de você

Saudade de você

E agora com os olhos embaçados

Posso eu posso ver

É tão ruim

Como água entre os dedos

Ver você

Se perder de mim, se perder de mim.”

“Quando morrer quero ser cremado... Para que minhas cinzas alimentem as ervas e as ervas alimentem os loucos como eu.”

"Lute por aqueles que perdeu e por aqueles que não querer perder.”

"Se existe alguém que pode machucar você, existe alguém que pode curar suas feridas."

“Todo mundo quer me ver no chão

Com o meu corpo sobre o chão sujo

Todo mundo quer.”

Ravena POV

 Comecei a acordar, mas ainda não queria abrir os olhos. Mexi as mãos, uma colcha, estava numa cama. No meio da floresta. O que tinha acontecido? Só me lembrava de ter voado sem rumo até ficar exausta, pousar e desmaiar com a cara na lama. Aparentemente alguém tinha me resgatado.

 Abri devagar os olhos, dei de cara com um teto velho e desbotado. Estava em uma cama realmente. Ao meu lado, uma mulher de cabelos pretos mal cuidados, vestindo um macacão, suja de terra sorria gentilmente para mim. Tento me sentar, mas sinto uma pontada na nuca.

 - Ai! Minha cabeça! – volto a me deitar.

 - Vá com calma... Ainda precisa descansar. – a mulher disse para mim.

 - Quem é você? Não é eslovena é? – se eu tinha aprendido alguma coisa nesse tempo todo foi reconhecer sotaque esloveno.

 - Meu nome é Yeva. Sou russa.

 - O que uma russa faz em uma floresta na Eslovênia? – ela abriu a boca, mas foi interrompida quando a porta do cômodo se abriu e dois homens entraram. Um de barba e um ruivo, ambos sujos como ela.

 - Como ela está? – perguntou o barbado com cara de líder. Sim, pessoas tem cara de líder.

 - Bem. – disse Yeva quando os dois sentaram ao lado dela.

 - Quem são vocês? – pergunto.

 - Também temos nossas perguntas para você, mas acho que o visitante tem prioridade. – disse o cara de barba. – Eu sou Richard, este é Bran, - ele aponta para o cara ruivo. – e você já conheceu Yeva. Nós somos... Como dizer... Ambientalistas, naturalistas, mas preferimos hippies, embora talvez não seja a melhor palavra para descrever.

 - Sou Ravena. Mas... O que vocês fazem aqui? – Richard suspira.

 - É uma longa história. Mas antes, Lucy! – ela grita e uma garota com aparência igualmente suja aparece. – Traga um chá para nós sim? – ela saiu, e voltou com quatro xícaras de chá enquanto Yeva me ajudou a sentar.

 - Bem, - continuou Richard depois de um gole de chá e de Lucy ter saído. – Yeva, Bran, Lucy e eu e outras várias pessoas fazemos parte de uma comunidade, e vivemos aqui. – só então reparei o ambiente, parecia um laboratório, abandonado e destruído invadido por plantas.

 - E que lugar é esse?

 - Essa é a parte boa! – disse Bran. – Todos nós tínhamos nossas vidas, eu era cientista, Richard era linguista, Yeva publicitária... Mas devido ao mal uso de algumas florestas no continente, Richard fundou uma associação e, bem, acabamos sabendo e nos juntando.

 - Nosso objetivo era dar fim ao mau uso destas florestas. – continuou Yeva. – Este lugar, por exemplo, era uma instalação que fazia experiências genéticas com plantas e animais da região. Começamos a investir contra eles de todos os modos, e por fim, conseguimos o terreno para nós.

 - Mas, - prosseguiu Richard. – como tudo o que vai volta, conosco não foi diferente. Os donos do lugar nos tiraram tudo. Tudo mesmo. Só o que nos restou foi esse lugar. Então há alguns anos vivemos todos aqui.

 Uau.

 Bebi um pouco do chá. Me sentia melhor agora, não sentia mais tontura nem enjoo.  Meus poderes estavam com força total, considerando o tanto que eu voei e o pouco descanso. Tinha sentido algo estranho enquanto eles contavam a história. Vasculhei a mente deles.

 A história era verdade, mas ficava estranha em certo ponto. Primeiro todos eles eram imprevisíveis, volúveis, facilmente manipuláveis. Richard teve aquela ideia do nada, tudo bem até aí. Mas... Quando eles pisaram neste lugar, ficaram insanos, agrediram as pessoas do laboratório, que até então progredia. Devido às inúmeras agressões e outras coisas, acabaram por dar o lugar para a associação. Logo em seguida, alegaram insanidade e desequilíbrio e eles foram internados. Mas nenhum tratamento deu certo, segundo eles, precisavam voltar para a floresta. Então foram mandados para o lugar que afinal era deles.

 Em uma análise mais profunda, achei no corpo deles, algo como enzimas, da floresta. Inativas no momento. O que tinha acontecido... Tinham sido o que? Controlados pelo lugar? Aquele lugar tinha vida é isso? E usou aquelas pessoas, as deixou loucas e pronto? Bebi outro gole de chá, assustada. Poderiam não estar sendo mais controlados pela floresta, se é que isso aconteceu mesmo, mas ainda eram um tanto quanto desequilibrados.

 É oficial. Só tenho cada dia mais problemas.

 - E você querida? – disse Yeva. – Qual sua história?

 - Sou uma heroína e vim para cá resolver alguns problemas. – olho para a xícara com chá em minhas mãos.

 - E esse problema, - disse Richard. – teria haver com aquela substância que sai de você? – desvio os olhos da xícara e olho para ele. – Sabe aquilo não parava de sair de você, então recolhemos tudo. Bran analisou, mas nunca viu nada parecido. Jogamos aquilo em um dos nossos canteiros, pode ver se quiser. – ele apontou para a janela atrás de mim, empurrei a cortina e olhei, vi um pequeno terreno com grama, flores e alguns vegetais. – Era o mais infrutífero. – franzi a sobrancelha para ele. – Tudo o que era plantado ali morria. Ficou assim depois de jogarmos a substância. E mais, colocamos um pouco na perna machucada de Lucy. Ela está ótima não? A perna estava gangrenada. – não esbocei reação.

 - Sabe Ravena, - disse Yeva. – não temos recursos aqui. O que temos é para sobreviver. Mas se tivéssemos ajuda de algo especial... Poderíamos nos reerguer. – continuei impassível. – Como aquilo sai? Pelo estado de pânico em que você estava quando te encontramos aposto que é quando tem medo. – Bran se inclinou para mim e agarrou meu pescoço com a mão.

 - E podemos fazer isso facilmente. – ele disse. Joguei o chá em seu rosto e ele apertou mais.

 - Pare Bran. – disse Richard. – Vai assusta-la. – o ruivo me largou. – Voltaremos em uma hora. E espero ter mais daquela substância. Senão vamos produzir a força. – e saíram do quarto. O espelho que tinha no quarto explodiu em cacos.

 Não podia continuar ali. Sorte minha alguém não ter prestado atenção na parte da heroína. Peguei minha mochila que estava no canto. Me encostei na parede até me transformar numa sombra na mesma. Desse modo fui para a parede de fora. Estava no segundo andar. Vários “hippies” cercavam o lugar. Me arrastei pelo chão como sombra sem ninguém reparar. Voltei ao normal quando entrei na floresta. Ajeitei a mochila no ombro. Olhei para trás. Algo me dizia que a ver aqueles caras. Comecei a caminhar.

Mutano POV

 Depois de magicamente curados, Ciborgue fez um check-up em nós que durou a noite toda. Resultado: dormi pouco e sentado numa pedra. Lindo não? Estávamos melhores do que nunca, o que era realmente muito estranho. De gosma inútil aquilo passou para gosma curadora...

 Agora é oficial, não faço ideia do que está acontecendo.

 Voltamos a andar atrás de Era, o que não foi tão difícil já que tinha um rastro de gosma preta e pontos mais verdes na grama na direção onde Rae tinha ido.

 Era reconfortante estar de novo em uma floresta. Ou várias no caso. Dá para dizer que aquele era meu habitat natural, nada podia me parar em mata fechada.

 Depois de um tempo andando, eu ouvi e senti cheiro de algo... Gente? Mais essa agora!  Paro de andar.

 - O que foi Mutano? – perguntou Estelar.

 - Tem gente ali na frente... –digo.

 - Gente? Você quer dizer humanos? – diz Robin. Não chefe, quero dizer ornitorrincos mutantes e carnívoros.

 - É. Humanos.

 - Que tipo? – pergunta Lata Velha. Do tipo que tem pernas sabe?

 - Pra viver numa floresta... Um tipo estranho com certeza.

 - Vamos lá. – diz Robin olhando para frente.

 Chegamos a uma área descampada, o lugar parecia uma mistura de laboratório com fazenda. No centro do local, um prédio de cinco andares de concreto, desbotado e esburacado. Ao redor dele, outras cinco casas de madeira de dois andares um tanto mal feitas. A frente dos locais eram limpas, mas ao redor haviam hortas e canteiros de flores e em um canto mais afastado, algo que deveria ser um chiqueiro, mas além de porcos tinha uma vaca, um cavalo e um galinheiro quebrado.

 - Esse lugar precisa de uma reforma... – disse Cabeça de Lata. Assentimos.

 Várias pessoas, talvez umas vinte ou trinta, correndo de um lado para o outro discutindo e brigando entre si. Um cara de barba parecia coordenar as coisas.

 - Como assim? Barnabas! – outro homem de barba se postou. – Você é quem estava vigiando! Como não viu nada! Argh! Lyla! – uma mulher loira apareceu. – De que adianta ficar aqui fora se você também não vê nada! Será que é tão difícil assim? Ela não poderia ter fugido!

 Ela? Algo me dizia que aquele pessoal estava daquele jeito por causa de Ravena. Chegamos mais perto e as pessoas foram parando para nos olhar. Sou lindo sim, fazer o que, até os europeus sabem disso.

 - Olá. – disse Robin.

 - Olá. – disse o cara de barba. – Quem são vocês e o que querem? – tão educado você tio.

 - Sou Robin, e estes são Estelar, Ciborgue e Mutano. Somos heróis e não pudemos evitar ouvir o alvoroço de vocês. O que está havendo? – a feição do cara mudou.

 - Graças a Deus! Precisamos muito de ajuda! Poderiam nos ajudar, por favor? Eu lhes imploro!

 - O que aconteceu? – Estelar perguntou taciturna.

 - Meu nome é Richard, e esta é nossa comunidade hippie! O problema é minha filha! Pobre coitada foi afetada por uma grave doença... – nos entreolhamos céticos. - Ela enlouqueceu e acabou fugindo! Não podemos ficar sem ela! Além de minha filha ela é quem faz um adubo especial para nossas plantas sem ela iremos...

 Ciborgue fazia barulhinhos (tipo bip, bip, biiiiiiiiiiiiip) para cada um dos tais hippies que ele olhava. Ele estava encontrando informações sobre aquelas pessoas.

 - Como ela é? – pergunta Estelar.

 - Sua aparência e modo de agir foram afetados pela doença! Ela é sombria, com pele cinza e...

 - Cabelos roxos? – pergunto. A cara de Richard se fecha.

 - Conhecem Ravena?

 - Talvez. – assume Robin. – Como sabe dela? – ambos cruzam os braços.

 - Ela foi nossa hospede por algumas horas. Não quis cooperar conosco. Precisamos daquela substância. – trinquei os dentes. Se aquele cara tiver tocado em um fio de cabelo da Rae...

 - O que fizeram com ela? – Robin também estava um pouco furioso, assim como Ciborgue e Estelar.

 - Nada. Ela fugiu antes de fazermos qualquer coisa. Estamos à procura dela, mas... – ele olhou para nós de um jeito estranho. – Porque procurar se podemos trazê-la pra cá... Adam! Meg! Sibby! Gabe! – então dois caras e duas garotas apareceram, pareciam irmãos pra mim. Loiros e como direi... Bombados!  Nem tanto, mas o suficiente pra serem ameaçadores. – Peguem eles!

 Adam avançou pra Robin e o prendeu pelo pescoço, Meg agarrou os braços de Estelar os prendeu e a jogou no chão, Sibby derrubou Lata Velha e segurou o pescoço dele como se fosse quebrar assim que dessem sinal e Gabe me prensou contra uma árvore, me enforcando. Nenhum de nós reagiu, e Richard sorriu como se tivesse vencido. Tsc, tsc... Novatos.

 - Titãs! – Robin gritou. Agimos na hora.

 Estelar assustou Meg mostrando suas mãos brilhando verde, ela se afastou e Estelar a jogou de volta para o resto dos hippies e Richard. Ciborgue desprendeu a cabeça do corpo, arrancando um grito de Sibby, em seguida ele a jogou como Estelar fez. Eu me transformei em pantera, nem precisei tocar no cara, ele por si só saiu correndo, mas não resisti e arranhei de leve a perna dele. Robin deu uma cotovelada na barriga de Adam, fazendo o largar o pescoço dele, em seguida o jogou para os irmãos.

 Nos juntamos. Estelar flutuando com um brilho verde nas mãos e nos olhos, Ciborgue transformou os dois braços em canhões e os apontou para os caras, eu assumi minha forma de leão rosnando e Robin tirou seu bastão, apertou um botão e ele se transformou em uma lança que ele apontou para Richard.

  Ficamos nesse enfrentamento alguns minutos.

 - Vão embora. – Richard diz impassível.

 - Com prazer. – diz Robin e nós nos dirigimos à floresta, atravessando o lugar. – O que descobriu Ciborgue? – Lata Velha faz várias telas, uma para cada “hippie” aparecerem, mostrando informações.

- Para resumir... Ambientalistas um pouco fora da realidade... Melhor ter cuidado com eles.

 - Vamos. Não podemos perder tempo com esses caras.

Richard POV

 - Richard? – me viro e olho para Yeva. – E agora? – sorrio para ela.

 - Eles não sabem com quem nem onde se meteram. Além do mais... Nós temos esse lugar todo mapeado, inclusive as fronteiras. – acaricio o rosto dela. – Eles não perdem por esperar.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu inventei essa baboseira toda de laboratório e coisa e tal, e não, não vai aparecer mais nenhum personagem nesta bagaça! Os personagens já foram todos apresentados, agora acompanhem a trama ;).
Recebi um sinal de vida de alguns leitores que não sabia da existência esses dias )o) Se vc é um leitor fantasma plz mostre-se! E se não for tbm pq como já foi dito, estou me alimentando de reviews então não me façam passar fome u-u.