Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 9
Assustada


Notas iniciais do capítulo

Postando para vocês! Estou ansiosa pelos comentários! Boa leitura e, espero que gostem s2



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- Topa um encontro comigo anjo? – Disse Patch, sugestivo enquanto andávamos em direção à fonte da Deusa.
- E o que vamos fazer? Ultrapassar os limites da Morada?
- Hoje não anjo, quem sabe um dia? – Disse ele arqueando as sobrancelhas.
Patch segurou em minha mão e, me arrastou por um caminho que eu desconhecia da Morada. Percorremos um dos caminhos que ladeavam a mesma e, fomos para os fundos da Morada. Arbustos ladeavam a mesma e, adentramos em uma porta negra. As lamparinas estavam acesas. Havia pinballs, jogos de futebol de botões, mas, Patch arrastou-me até uma escada que levava a um subsolo do cômodo. A iluminação era um pouco mais fraca ali em baixo e, havia várias mesas de sinuca espalhas por ali, vi a animação estampada no olhar de Patch. Logo ele pegou dois tacos, me entregou um menor e, ficou com o maior.
- Que lugar é este? – Perguntei olhando ao redor.
- É o salão de jogos. Estava fechado esta semana, mas, reabriram. É um dos locais em que não tem toque de recolhimento. – Disse ele, enquanto organizava as bolas sobre a mesa mais afastada do local.
Fui a sua direção com o taco em mãos, olhando-o enquanto organizava o jogo, com a bola branca afastada das demais.
- Porque me trouxe aqui Patch? – Indaguei.
- Quero um tempo com você. Entendi errado quando você dispensou o jantar? – Ele se preparava para uma tacada, por isso não olhou em meus olhos. Sua tacada foi bruta o bastante, o que fez com que as bolas espalhassem-se e, como que por milagre ele encaçapou duas. Ele investiu mais uma vez e, encaçapou uma. Investiu outra, mas, errou. Eu sorri com sua frustração.
- Sua vez anjo. – Disse ele olhando-me nos olhos.
Dei de ombros e, fiquei próxima a bola branca, segurando o taco de um jeito inexperiente. Patch saiu de seu local e, veio para trás de mim. Congelei com seu movimento.
- Coloque o taco assim. – Disse ele, enquanto pegava minhas mãos colocando o taco sobre a mesa e, arqueava seu corpo contra o meu. Eu sentia sua respiração acelerada contra meu ouvido e, sentia seu coração bater com força em minhas costas e, eu estava ruborizada. Patch deu uma tacada segurando em minhas mãos e, encaçapei uma bola.
- Ótimo para uma iniciante. – Disse ele no pé de meu ouvido.
- Obrigada pela força de vontade. – Respondi com sarcasmo.
Nas próximas tacadas eu fui sozinha e, ao todo encaçapei seis com uma pequena dificuldade, mas, como disse o próprio Patch, eu fui bem por ser minha primeira vez jogando. Patch encaçapou o restante das bolas que ali sobraram com tamanha facilidade.
- Fome? – Perguntou ele, enquanto guardava os tacos do jogo.
- Bastante, mas, vou ir ver o filme com o pessoal. – Disse sem pensar.
- Ótimo, estou com muita vontade de comer pipoca.
- Não te convidei Patch. – Disse sendo rude.
- Parece que sim anjo, vamos. – Disse ele.
Nem tive tempo de protestar, pois Patch pegou minha mão novamente levando-me pelo mesmo caminho, só que agora percorrido de trás para frente. Chegamos ao dormitório feminino e, Damien já estava sentado ainda de uniforme em um dos sofás com um saco de pipoca em mãos e, filmes espalhados ao seu lado. Ele olhou em meus olhos e arqueou as sobrancelhas.
- Estão no quarto, arrumando-se. Não sei por que, mas... – Ele disse e, rolou os olhos.
Acenei positivamente com a cabeça e, subi de dois em dois degraus. Patch ficou sentado olhando os filmes. Cheguei ao quarto e as meninas estavam trocando de roupas. Shaunee e Vee arregalaram os olhos ao mesmo tempo.
- Conte tudo agora baby! – Berrou Vee ao me ver.
- Não rolou nada ok? Só jogamos sinuca no salão de jogos. Ou, melhor ele me ensinou a jogar.
- Só? Você saiu com o bad-boy mais gato da Morada e, diz só? – Disse Vee arqueando as sobrancelhas. Ela estava vestida com uma saia cintura alta verde e, justa definindo suas curvas e, uma blusa branca simples.
- Ninguém sabia o nome dele Nora e, você conseguiu arrancar isto dele e, além do mais não somos bestas. Você também não dormiu aqui na noite da redação. – Disse Shaunee segurando o riso e arqueando as sobrancelhas.
Lembrei-me da noite no mesmo instante, dos lábios de Patch prensando os meus. De suas palavras. De seu toque. E do bilhete; Do modo que ele me protegeu de uma possível ameaça com preocupação nos olhos. Ele me fez dormir lá e, sua presença me relaxou por completo.
- É. Eu não dormi aqui. – Disse sorrindo e, corando.
- Viu? – Disse Shaunee que vestia uma skinny e blusa rosa larga. – Se troque rápido, te esperamos lá em baixo. – Disse ela e, puxou Vee pelo punho seguindo o caminho do dormitório.
Assim que elas deixaram o quarto, uma leve lufada de ar me atingiu e, o medo possuiu meu corpo. Eu tremi junto à luz do cômodo e, olhei para todos os locais possíveis. Não havia nada ali. Senti que alguém tocava minhas costas e virei-me por instinto e, bastante assustada. Não havia nada ali, também. As lágrimas ameaçavam cair, o grito queria sair de minha garganta, mas, a mesma não emitia som algum.
Olhei em direção ao espelho da penteadeira e, vi uma figura negra logo atrás de mim com uma máscara de esquiador. “Fique longe de Patch e, a segurança voltará a reinar” Sussurrou uma voz em minha mente, tapei os ouvidos tentando evitar e, um som de uma respiração invadiu os mesmo como se a pessoa estivesse bem ao meu lado; com a respiração entrecortada próxima ao meu ouvido. O medo corroía minha pele. Eu estava trancada, sem saída e, a voz não parava de sussurrar as mesmas palavras. A imagem não se moveu atrás de mim. “Fique longe de Patch e, a segurança voltará a reinar” Fechei meus olhos e, gritei em alto e bom som. Minha garganta doeu com a brutalidade do berro e, meus olhos arderam permitindo que as lágrimas escorressem. Alguém batia na porta com tamanha força, mas, não conseguia abrir a mesma. A figura continuava ali, sua voz continuava a sussurrar e, meu coração à palpitar. Eu desabei no chão, abraçando minhas pernas em frente a mim. Um súbito frio percorria minha espinha e, as lágrimas rolavam sem descanso. Meu choro era alto e, a pessoa ao lado de fora estava desesperada, eu fui engatinhando em direção a um canto perto do closet. E, a porta se abriu. Fiquei em silêncio com medo de ser a figura me procurando. As lágrimas rodopiavam por sobre minhas bochechas indo de encontro ao meu colo em silêncio. A figura com máscara de esquiador havia desaparecido. E Patch entrou pela porta, chamando meu nome com desespero. Laurel vinha logo atrás e, foi ela quem me viu primeiro.
- O que aconteceu querida? O que viu? O que te deixou assustada? – Indagou ela, olhando diretamente em meus olhos.
Patch chegou mais perto; seus olhos transbordavam curiosidade e, desespero. Ele procurava por algo no quarto que não poderia ser encontrado.
- Venha querida. – Chamava Laurel. – Patch, coloque-a na cama agora! – Esbravejou a mesma.
Patch envolveu minhas costas com um braço e, as minhas pernas com outro. Ele me carregava como seu eu tivesse o peso de uma pena. Seus olhos avaliavam meu rosto. Ele me colocou na cama e, sem que Laurel pedisse tirou minhas sapatilhas e colocou-as no canto. Avistei Shaunee, Damien e Vee na soleira da porta. O olhar de Vee parecia preocupado, olhando-me desesperada, ela tentava entrar no cômodo, mas, Damien a mantinha ao lado de fora do mesmo. Patch sentou-se ao meu lado na cama e, Laurel retirou um frasco das dobras de suas roupas e, colocou-o em minhas mãos.
- Beba. – Ela disse. Patch ficou estranhamente rígido e, tomou o frasco de minhas mãos.
- Laurel, eu dou isto para ela beber, as meninas dão banho nelas e, dormem aqui para ela não ficar sozinha.
Meu corpo não parava de tremer. Laurel encarou Patch com curiosidade, seu olhar transmitia desconfiança. Ela me olhou e, eu acenei positivamente com a cabeça. Ela se aproximou e, tocou seus lábios em minha testa; Seu beijo simples fez meu corpo parar de tremer. Ela saiu pela porta e, meus amigos vieram em minha direção. Vee agarrou minha mão com força.
- O que houve baby? O que te aconteceu? – Ela perguntou chorando ao mesmo tempo. Seu queixo estava trêmulo. E, ela passava a mão compulsivamente pelos meus cabelos.
- Vou preparar um banho para ela – Disse Shaunee.
- Vou pegar algo para comermos. – Disse Damien.
- Vou com você Shaunee. – Disse Vee, levantando-se.
Eu ainda sentia frio e, a imagem da pessoa com a máscara de esquiador não saía de minha mente. Patch ficou na cama e, quando fez menção de levantar agarrei sua mão com força.
- Não vá. – Eu consegui sussurrar. – Fique comigo Patch, por favor. – Consegui sussurrar entre soluços do choro preso em minha garganta.
- Acredite anjo não vou sair daqui por nada... o que houve anjo? – Perguntou ele com urgência, seu olhar percorria o quarto por completo. – Havia alguém aqui não havia? – Perguntou ele.
- Havia, mas, estava escuro e, a pessoa sussurrava em minha mente com raiva dizendo para eu me afastar de você.
- É claro, todos me querem longe de você. Mas, a Deusa não.
- Eu não te quero longe de mim, Patch. – Disse com as bochechas coradas. – Nunca.
Em me sentia segura com a presença dele. Parece besteira, mas, sinto que a figura se foi porque Patch estava comigo em meu quarto. Sua áurea negra não me assustava nem um pouco, muito pelo contrário, ela me protegia de quaisquer maus que ousassem entrar em contato comigo. Seu sorriso me confortava e, seu toque fazia-me sentir em casa. Eu o queria perto e, nunca longe. Meu coração pulava contra minhas costelas com a presença dele e, de alguma forma meus instintos diziam que eu o conhecia de algum lugar. E, os olhos de Patch diziam o mesmo e, mais cedo ou mais tarde precisaria de respostas para tantas perguntas que rodopiavam em minha mente. Em apenas dois dias de convivência ele me proporcionou isto, esta sensação maravilhosa. Eu acabei de passar pelo maior susto de toda minha vida e, ele estava ali me acalmando.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram? Espero que vocês gostem. Beijones s2