Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 4
Realizando


Notas iniciais do capítulo

Bom, este capítulo, ficou bem grandinho por vista dos outros ok? Beijinhos s2



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Acordei às dezoito horas e quarenta e cinco minutos. Não consegui fincar os olhos novamente e, comecei a fitar o teto de meu novo quarto. Tudo acontecera tão rápido, conhecer, encontrar e me renovar. Eu já sentia-me renovada, uma nova vida estava em mim agora. Uma nova Nora, eu não era mais a Nora McLimbs, agora eu era a Nora Redbird e, isto fazia com que eu lembrasse-me mais de minha vovó e, subitamente sentisse mais falta ainda dela. Logo meu sonho tomou o lugar destes devaneios. Eu parecia tão apaixonada e, tudo parecia tão real. O toque, o cheiro, a vergonha, o amor e, o par de olhos negros continuava em meus pensamentos e, por alguma razão sentia que iria perdurar o dia todo. Logo o despertador estridente de Vee soou nos avisando que eram dezenove horas em ponto. Na Morada devíamos nos acostumar com a noite e, dispersar o dia de nossa mente. Vee levantou seu corpo e, sentou-se desligando o despertador.
- Boa noite e, bem vinda à nova rotina. – Disse ela dando um sorriso amarelo completamente falso e, rolando os olhos. – Vou tomar uma ducha, suas roupas ficam no closet. Assim que abrir vai dar de cara com o uniforme. – Ela levantou-se, pegou algumas roupas e, entrou no banheiro. Logo era possível escutar o som da água escorrendo até o ralo do Box.
Levantei-me e, cambaleei até a porta do closet. Abri e entrei, quando eu vi o que tinha na minha frente, quase deixei meu queixo pender. Havia várias fileiras de saias com estampa xadrez, camisetas branca, pretas e azuis marinhos simples e blazers negros; E, logo abaixo destas peças continham várias sapatilhas de diversos modelos da cor preta.
Peguei uma saia de cintura baixa até a metade das coxas, uma blusa preta e as sapatilhas. Dispenso o blazer.
Vee saiu do banheiro, com uma mini-saia, sapatilhas e blusa branca.
- Ah, você pode usar seu cardigã de sempre. Eles permitem. – Ela sentou-se em frente à penteadeira e, logo começou a passar uma maquiagem ao estilo “Vee”.
Entrei no banheiro, fiz minha higiene matinal, tomei uma ducha rápida e, coloquei o uniforme da Morada. Estava fora do quarto secando meus fios encaracolados com a toalha olhando Vee passar delineador nos olhos.
- Ah! Hoje você conhece a perdição do bad-boy. – Disse ela fitando-me do espelho e, mordendo os lábios.
- Uau! Estou super ansiosa para isso, Vee. Nem imagina o quanto. Adoro bad-boy! – Disse de modo irônico arqueando as sobrancelhas. Sentei em seu lugar na penteadeira e passei rímel, delineador e gloss.
- Ah Nora, tem de se animar mais sabe? Como pode não se interessar em garotos? E ainda mais, nem viu ele ainda para dizer algo. E, os garotos daqui dão uns baile nos lá de fora. – Disse ela abrindo a porta.
Joguei meu cardigã sobre as roupas e, saí do quarto ao lado de minha gêmea ao avesso enquanto ela tagarelava sobre o tal bad-boy, que só pelos comentários de Vee já estava me deixando com raiva.

Fui apresentada a várias garotas e, Shaunee – uma mulata de cabelos negros, pele de amêndoa, lábios grossos e olhos castanhos – avisou-me que minha irmã voltaria no final de semana que vem. A mesma cumprimentou-me com beijos no rosto, boas vindas e, um enorme e verdadeiro sorriso nos lábios.
Estávamos andando lado-a-lado  lisosà caminho de nossa primeira aula. Até que um rapaz de cabelos negros pendendo na testa, olhos azuis e corpo magro nos alcançou.
- Ei meninas! – Gritou ele. – Uau! Quem é a novata? – Perguntou, olhando-me dos pés a cabeça.
- Seja mais educado Damien! – Disse Shaunee. – Está é Nora Redbird, irmã de Stevie Rae e, melhor amiga de Vee. Nora – disse ela olhando-me-, este é o mal educado e, gay do Damien.
Eu sorri olhando-o e, estendi minha mão.
- Olá Damien! Então também conhece minha irmã? – Perguntei puxando assunto, enquanto nos encaminhávamos para a sala de aula. Estávamos conversando abertamente, nos conhecendo até que um bip ensurdecedor soou, avisando-nos que o início da aula começaria.
Entramos na sala e, a mesma estava uma confusão. Todos sem exceção estavam fora das carteiras. Laurel entrou na sala, vestindo-se com saia longo vermelha e, blusa simples branca. Com um logo da Deusa em seu peito esquerdo na altura do coração.
- Boa noite alunos. – Disse ela – Primeiramente gostaria de apresentar a novata Nora Redbird. – Ela me convidou ao centro da sala com um aceno de cabeça. – Nora, estes são seus novos colegas. – Eu estava corada e, sentia isso. Fiz um aceno de cabeça cumprimentando-os. Voltei ao meu local perto de meus amigos e, Laurel continuou a falar. – E Segundamente, nós iremos juntá-los em duplas por conter mais alunos do que esperávamos.
Logo estávamos todos ajudando, colocando as carteiras em duplas e, enfileiradas conforme os pedidos de Laurel. Ela juntou todos em duplas. Damien com Shaunee e, Vee com Stevie que logo mais chegaria. Eu fiquei sozinha e, sentei-me em frente à Vee. Laurel começou a aula, dizendo-nos para irmos ao 3º capítulo do livro de Introdução à Sociologia de Qualificadores. Estávamos todos entretidos na explicação; Até que ouvimos batidas à porta. Todos viraram os olhares à mesma e, Laurel – desculpando-se – foi até lá. Ao abri-la a estranha sensação de estar sendo observada atingiu-me em cheio junto com uma fria brisa. Mas desta vez a sensação não era ruim, era boa como borboletas no estômago, ou, como um abraço de te envolve por inteira e, te esquenta, assim fazendo-me corar e, sorrir como que por instinto.
Uma figura negra surgiu na porta e, todos nós paralisamos. Era possível ouvir os suspiros de Vee ao longe. Seu uniforme estava certo, só nos pés e nas calças. Pois usava um moletom negro cobrindo-lhe parte do corpo. Seu corpo era esguio, seus cabelos loiros escuros, quase castanhos; Seus lábios estavam em linha reta; Seus ombros eram rígidos e, largos; Era alto – aquela altura que qualquer menina sonha em um garoto – um estilo bad-boy o preenchia unido à uma áurea negra e, por último seu par de olhos negros que fitavam-me com certo interesse, como os olhos do sonho. Vee me deu um beliscão nas costas e, minha admiração desmoronou. Ela sussurrou “É ele” e, logo lembrei-me: Aquele deveria ser o bad boy que Vee havia dito. E, a raiva já me atingiu. Não sei por que quando falavam no tal bad-boy ou se quer mencionavam sua existência, a raiva sugava-me para uma escuridão que eu não sabia que existia em mim. Sua pose era de uma pessoa que se sente acima de todos. Seus olhos fitavam todos mas, não davam a mínima importância, mas, mesmo assim todas as meninas da sala conseguiam suspirar por ele e, lançavam sorrisinhos para ele. E, acho que isso me deixou com mais raiva ainda.
- Sente-se com Nora, por favor. Nossa nova aluna.
Ele saiu da soleira da porta e, veio em minha direção. Seus olhos negros fitavam-me com desejo ou, como se fosse uma grande surpresa eu estar ali, ao seu lado. Ele não parou de me olhar até sentar ao meu lado. Um calor súbito atingiu meu corpo por completo e, eu corei – sabia disso. Sua presença fez com que tudo se apagasse e, nem estava mais atenta a aula de Laurel, nem aos alunos ou a Vee que suspirava abertamente atrás de mim. Meus olhos fitavam o par de olhos negros, não os do sonho, mas, o real.
- Olá, me chamo Nora Redbird. – Disse cochichando, tentando aproximar-me dele, saber seu nome, já que segundo Vee, ninguém sabia. Só para ver se a minha raiva diminuiria
- Me chame de Patch. – Ele ficou de lado para olhar-me - Falo sério. Me chame. – Ele sorriu de canto de boca. O que ele queria dizer com aquilo? Me chame? Eu pensaria em chamar qualquer pessoa em qualquer lugar, menos a ele. Um rapaz com jeito de marginal. – Acho melhor prestar atenção em Laurel, ela sabe quando não estamos o fazendo. – Disse ele piscando e, virando-se para dar ênfase ao que tinha dito.
Virei-me para frente com certa pressa e, parecia que Laurel não tinha nem percebido que eu não tinha prestado atenção nos últimos minutos da aula.
- Qualificadores. Passarei um trabalho bem simples para vocês. Peguem seus livros e, façam um pequeno resumo do capítulo 3. E, quero isto para amanhã. Por isso, o toque de recolhimento será retirado, apenas nesta noite, para a produção do trabalho. E, como já sabem, irão direto para a aula de Deusa, sua qualificadora, por nosso querido professor Dragon estar em uma viagem com alguns alunos a outra Morada. Tenham uma boa noite.
Todos os alunos se dispersaram e, Patch continuou sentado em uma posição relaxada. Com as costas apoiadas por completo na cadeira e, as pernas estendidas. Com um jeito de que estava pouco se importando que haveria uma próxima aula. Estava me encaminhando até a porta.
- Nora? – Chamou Patch com uma voz rouca, baixa e sexy. Eu rodopiei nos calcanhares para olhar em sua direção.
- Sim? – Disse tentando não dar importância à sua voz que me arrepiava o corpo por um todo.
Ele levantou-se e caminhou em minha direção, sua passadas eram precisas e, ele não tirava seus olhos dos meus. Este garoto está me provocando? Ou é só paranoia minha? E, estes arrepios quando ele está por perto? Será que vou ter de obrigar meu coração a não palpitar quando ele está no mesmo lugar que eu? Colocou uma caneta em sua boca com a tampa entre os dentes, segurou a mesma. Pegou minha mão direita causando a sensação de fogo em brasa onde seus dedos tocavam-me e, escreveu o número “336” na palma da minha mão.
- Te espero anjo. – Disse ele piscando com um olho só e, com o olhar malicioso que ele obtinha.
- O que? Como assim? Que número é esse Patch? – Ele já estava a caminho da porta e, rodopiou nos calcanhares com um sorriso de canto de boca.
- O número do meu quarto é claro, para fazermos o trabalho.
- Eu nunca iria lá, prefiro fazer o trabalho na biblioteca ou, até mesmo sozinha. – Eu disse. Sua áurea negra arrepiava-me os pelos dos braços, seus olhos negros como a noite, deixavam-me insegura e, seu sorriso de bem alinhado deixava-me confusa. Ou seja, não seria seguro estar no mesmo cômodo que ele. Só eu e ele. Trancados.
- É você quem sabe. – E, logo virou-se indo em direção a próxima aula.
Se ele achava que eu iria ao quarto dele, só por conta de um trabalho ele estava muito enganado. Eu nunca iria até lá, é claro que não. Nunca me trancaria em um cômodo junto a um rapaz que mais parece um marginal. Ainda mais ele um bad-boy, o bad-boy que todas as meninas da Morada suspiravam quando ele passava. Eu não queria isso, não queria ficar sozinha com ele. Era isso mesmo que eu queria? Era isso? Manter distância, daquele par de olhos negros irresistíveis?


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Notas finais do capítulo

E aí curtiram? Critica, sugestões ou opinião é só comentar! Beijones s2