Passos ecoava ao longe, meus olhos abriram repentinamente. E, o que eu via? A escuridão é claro, os túneis são assim. O frio jorra em sua pele a brisa fria provida de umidade. A escuridão te assustada e, os ecos das vias acima de nós me assustavam no início, mas, eu me acostumara com aquilo. Passos? Passos era algo diferente àquela hora da noite e, cada um destes passos provindos da distância deixava-me aflita e, ao mesmo instante uma sensação gostosa rodeava minha pele fazendo-me sorrir instantaneamente. Sentei-me em minha cama improvisada. Ariane dormia relaxadamente ao meu lado. Levantei e, sai corredor à fora. Os passos aproximavam-se cada vez mais devagar, mais hesitante, mais cuidadoso. Sabe aquelas cenas horríveis de filme de terror? Que berramos “Corra para o lado contrário, caso contrário você morre” Aquilo estava acontecendo comigo e, como em filmes de terror, eu fui para o lado que representava o perigo. Eu segui o medo, a escuridão. Como qualificadora eu enxergava até que bem com a penumbra o que me ajudou a distinguir o rosto que estava se aproximando de mim. Ao me ver seu rosto iluminou-se com seu sorriso de canto de boca sexy. Seus olhos iluminaram-se e, meus joelhos ficaram com a consistência de uma gelatina, antes que eu alcançasse o chão segurando minha boca com força, seus braços fortes alcançaram o torno de minha cintura e, suas mãos pressionaram minhas costas com força segurando-me em seu colo. Minhas pernas esticadas estavam suspensas no ar. E de repente o mesmo faltou aos meus pulmões e, as lágrimas atingiram meu olhar, eu estava tão acostumada com a sensação de tirar tudo de mim com lágrimas que quando o vi me surpreendi com as lágrimas jorrando de meus olhos. Sua presença me impressionou por completo e, seus olhos fecharam-se com intensidade, seus braços fortes pressionaram-me com mais força desnecessária. Fazendo nossos corpos ficarem colados, quase tornando-se apenas um. Ele me preenchia, preenchia o vazio de meus dias e, quando seus lábios finalmente pressionaram o meu com necessidade eu sabia que o teria para sempre e, em qualquer circunstância. O dono do odor de menta estava ali e, aquele odor me tranquilizou. Ele não se importou com a sujeira em minha roupa e, até com o meu mau cheiro. Ele me abraçou como nunca me abraçou um dia, ele me beijou com certo cuidado, com certa delicadeza e, até mesmo com certa hesitação. Naquele momento meus instintos diziam que o certo seria que a transfusão ocorresse com ele. Ele tirou seus lábios dos meus com delicadeza.

- Faça o que é certo anjo e, não o que acha que é. Tenha certeza do que quer. – Sussurrou a voz sexy de Patch roçando seus lábios nos meus.
No momento em que tomei coragem para responder, senti os lençóis sob meu corpo e, eu acordei assustada e, respirando ofegante. O odor de menta estava aprisionado em meu corpo e, em minhas narinas. Havia dias que eu tinha este sonho tão real com Patch, era como se ele estivesse comigo de alguma maneira. Lágrimas rolaram sobre minha bochecha, qual seria a escolha? Eu tenho uma conexão forte com ambos. Com Cam por ter sido meu anjo da guarda, meu protetor desde bebê e, com Patch, simplesmente por ser Patch. Por ter o odor de menta e, por ser o dono de algo pelo o que sou apaixonada: O seu par de olhos negros.