Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 19
Nostalgico


Notas iniciais do capítulo

Olá! Resolvi o problema, sou uma expert ou não? hahahahahaha. Enfim, queria saber de vocês se queriam os dois capítulos hoje ou amanhã cedinho, ou, se preferem que eu poste amanhã a noitinha? Vai da escolha de vocês!
Este capítulo está pronto faz um tempinho, mas, eu tomei uma inspiração dele com a música: Iris - Goo Goo Dolls, em certo trechos tem até "partes" da tradução. Espero que curtam e, boa leitura!
PS: É um ponto de vista de Patch. Para vocês se deliciarem! *-*



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Hoje faria exatamente três dias que eu estava sem Nora. Sem minha Nora. Cam ainda tentava me acalmar ao fim das aulas quando eu me trancava no quarto. Eu não chorei com sua morte, pois infelizmente aquilo não a traria de volta para meus braços. Saí novamente do quarto e, fui sentar-me no banco da fonte da Deusa. Estava olhando demoradamente para sua imagem, o capuz escondia parte de meu rosto e, a dor toda a minha felicidade.

Rixon apareceu certo dia para me consolar. Dabria apareceu certo dia para rir de minha cara. Arcanjos também apareceram para rir de mim. Mas, a voz da Deusa – de alguma forma – sussurrava para meus devaneios que a dor iria passar parcialmente. Que a verdade iria aparecer.
Meu amor se foi para sempre. A garota mais importante para mim nos últimos tempos se foi para sempre. Eu a queria em meus braços embalando-a durante uma manhã fria; uma tarde quente ou uma noite ameaçadora. Queria enxugar as lágrimas que penderiam de seus olhos. Queria rir com seu sorriso. Queria tirar a dor de seu corpo. Queria seus dedos entre os meus. Queria seus lábios nos meus. Queria seu calor e, seu cheiro presente em minha cama ou em meus lençóis negros. Eu a queria por completo, sem tirar nem pôr. Eu passava por essa dor durante todas as noites desde que ela se foi. Eu ia à sala de jogos e, ficava por lá jogando sinuca por diversão. Ia ao meu studio e, socava as paredes com raiva. Como pude deixar isto acontecer? Afinal eu estava aqui para protegê-la de qualquer mal que ameaçasse chegar, ou instalar em sua pele. Eu nem cheguei perto de ajuda-la ou protegê-la. Eu nem cheguei perto de conhecer seu corpo por inteiro, ou de tocar cada parte dele. No instante em que ela jorrava seu sangue em mim eu quis tocá-la para me lembrar dela para sempre, não que aquilo fosse preciso, mas, minha pele clamou por tal.

Eu desistiria do restante dos meus dias para tocar sua pele mais uma vez, para sentir seu absurdo calor contra as pontas de meus dedos ou, contra a palma de minha mão. Nora pode me sentir, mas, eu não podia senti-la de tal forma, a Deusa chegou e me concedeu isso. Foi um presente tremendamente especial quando toquei seu corpo para carrega-la até a Morada Sussurrante. Ela foi o paraíso em que eu nunca havia chegado. Ela era o meu paraíso, o meu refúgio o meu local para desviar-me do Mundo. Tudo o que eu respiro é Nora, tudo o que eu vejo é Nora. Seu sangue estará gravado nos pontos diversos de minhas memórias. Suas lágrimas desesperadas, seu berros de dor, sua fraqueza em meus braços, seus olhos cinza chuvosos olhando-me atentamente e, nosso último suave beijo. Nosso último momento, nosso mais doloroso momento. Eu só queria que ela soubesse quem sou eu e, que ela soubesse que o que eu fiz ou deixei de fazer se relaciona a ela, a sua vida, a seus dias. Eu queria um momento com ela para explicar tudo divinamente bem. Nos últimos instantes de sua vida, vi nossos simples momentos juntos passarem como um filme corriqueiro em minha mente. E até hoje esse filme se repetia em minha memória.
Meus pensamentos foram interrompidos por passos não muito distantes, ficando cada vez mais próximos. A dona dos passos sentou-se ao meu lado. Olhei para seu rosto desprovido de maldade como tantos pensavam que tinha. Ela estava com uma blusa preta como a noite e, uma mini-saia branca como a pomba da paz. Seus pés eram calçados por um salto agulha. E ela olhou-me atentamente nos olhos. Aphrotide sorriu para mim com certa solidariedade.
- Eu sei como salvá-la, ela ainda não se foi Patch. – Disse sua voz ronronante. Olhei para ela sem saber ao certo se era verdade. Ou se ela apenas falara de tal modo para acabar com as forças que ainda restavam em meu corpo. Ela olhou-me com mais atenção percebendo a hesitação em meus olhos. – Confie em mim, eu só posso contar isto para você. Laurel não alcança nossa mente, assim como não alcançava a de Nora e, assim como não alcança a de Cam. Você tem de ajuda-la, ela é a salvação para a Morada, assim como a Deusa me disse. – Aphrodite pronunciou cada uma das palavras com calma.
- Porque está me falando isso? Você não se importa com absolutamente ninguém Aphrodite. – Disse entredentes.
- Me importo com a Deusa e, me importo com seu pedido. Você terá de fazer algumas coisas para que isso se concretize e, aí te levarei até ela. Eu sei onde ela está e, eu posso com toda a certeza ajudar você a socorrer ela.
- Não acredito em você e, não vou fazer nenhum favor para você Aphrodite. – Disse com raiva saindo de meus lábios. Ela com toda a certeza está fazendo joguinhos comigo, disto eu tinha certeza.
- Acredite, não estará fazendo nada por mim. Se você fizesse algo seria completamente para você. Apenas tente. – Insistiu ela olhando-me com pudor. Olhando em seus olhos pude ver que ela não estava brincando comigo, afinal porque ela perderia tempo fazendo isto? Ela retomou a liderança de Filhas e, Filhos das trevas após a morte de Nora. E repentinamente uma voz completamente distante e, feminina sussurrou em meio aos meus devaneios mentais “Tente.”. Aquela voz não era de Aphrodite, sua voz não era bondosa como a que sussurrou para mim esta simples palavra, que me fez voltar atrás e, me fez pensar com total força em Nora.
- Do que precisa? – Indaguei ainda com hesitação e, com o maxilar rijo.
- Chame a horda de nerds para o muro leste daqui a cinco minutos, preciso testar algo. – Disse Aphrodite voltando com seu tom esnobe.
- Chamar quem? – Ela olhou-me com atenção. – Você quer dizer os amigos de Nora? – Perguntei novamente.
- Exatamente. Chame-os e, eu tentarei invocar os elementos. Eles irão descobrir algo incrível. E, o outro favor? – Perguntou-me ela, acenei positivamente com a cabeça. – Você terá de se juntar à Cam, para que tudo fique completamente restrito. Em um trio fica mais difícil de Laurel descobrir algo e, ele precisa ficar sabendo dela logo. Eles têm uma ligação muito forte Patch. Ele foi seu anjo da guarda durante anos. O sangue de anjo da guarda ainda jorra em suas veias e, seu sangue está completamente ligado ao sangue de Nora. Ele sentirá Nora viva, mais cedo ou mais tarde. – Disse ela com desespero levantando-se e, indo em direção ao muro Leste com certa preocupação em suas costas. Algo me dizia que aquelas palavras eram verdadeiras e, finalmente fiz o pedido de Aphrodite. Saí do banco próximo à fonte e, fui em direção ao dormitório masculino, pois o pessoal estaria assistindo à filmes repetitivos na TV. Cheguei à soleira da porta e, todos estavam parcialmente concentrados. Eu ainda enxergava a dor nos olhos de Vee e, ainda via seus olhos completamente vermelhos.
- Pessoal. Vocês podem me acompanhar, por favor? – Disse sem hesitação em minha voz, para poder lhes transmitir total segurança do que deveria ser feito.
- Ok. – Disse Damien dando o impacto inicial. Todos se levantaram junto a ele. Todos me seguiram em direção ao campus da Morada Sussurrante. Me encaminhei sem hesitação ao muro Leste, o ponto de poder da Morada, ao lado do alçapão. Ao chegar às proximidades do mesmo, avistei Aphrodite com o corpo tenso dando voltas em círculos imaginários.
- Pronto. – Disse em alto e, bom som. Para que todos ali pudessem escutar. – Faça o que tem de fazer. – Disse em direção à Aphrodite. A mesma virou-se olhando-me com seus olhos azuis atentos.
- Porque nos trouxe para a maldita? – Disse a voz estridente de Vee. – Não queremos fazer parte de seu grupo de uma só. – Disse Vee com sarcasmo na voz.
- É só montar o círculo, vocês irão se impressionar com o que pode acontecer. – Disse a voz de Aphrodite. – Patch, é melhor ficar longe. – Continuou ela. Hesitantemente eu obedeci. Fiquei empoleirado abaixo de um carvalho parcialmente próximo ao círculo mágico. Aphrodite encaminhou-se para o centro do mesmo.
- Obrigada Deusa por estar conosco. – Pronunciou inicialmente. Cada um dos membros ainda hesitantes pegaram suas respectivas velas. Logo pude ver Damien com uma luz levemente amarela em torno de seu torso. O vento atingia seus fios negros e, seus olhos estavam arregalados; Shaune obtinha a cor vermelha em torno de seu corpo, fogo aos seus pés e, seus olhos transmitiam força, sua vela havia se acendido sem qualquer chama próxima a ela, sem contar Shaunee é claro; Uma cor levemente azul estava em torno de Vee que permanecia com seus olhos esmeraldas parcialmente vermelhos arregalados ao que via aos seus pés, uma poça involuntária se formava ali e, ela flutuava por sobre a água, respingos começaram a formar-se em torno dela, eu não sentia, mas, Vee com certeza sentia um odor de mar, era possível ver em sua expressão fungando o ar em torno de si; Stevie estava de costas para mim, mas, pude ver a felicidade espalhada por seu corpo e, a cor verde estava em torno de seu dorso também. Logo vi folhas caindo da altura de sua cabeça e, sumindo ao chegar ao chão. Ela com certeza estava impressionada com tudo. E, ao fim todos os elementos rodeavam em torno de Aphrodite que inacreditavelmente não esperava por aquilo. Ambas as cores estavam em torno de seu corpo, completando-se com a roxa do espírito. Aphrodite foi qualificada não só com quatro elementos, mas, também com o cinco como jazia acontecido com minha Nora.
- Então é verdade. – Disse a voz sussurrante de Aphrodite. – A Deusa não mentiu para mim. – Disse com os olhos arregalados para todos ali. – Vocês estão qualificados com cada um dos elementos e, a Deusa... A Deusa me qualificou com os cinco elementos. – Continuou ela, com lágrimas pendendo de seus olhos delicados. Todos estavam impressionados com os elementos provindo de seus próprios corpos. Mas, vi raiva nos olhos de Vee.
- Você tirou dela! – Gritou Vee abruptamente. – Volte para seu mar. – Berrou novamente abaixando as mãos em torno de seu corpo. Logo a cor azul saiu de seu torso e, se foi.
- Eu não tirei nada loira aguada! A Deusa me deu, eu não tenho esse poder de tirar o que é dos outros. – Berrou Aphrodite contra Vee. Todos estavam parcialmente congelados em seus lugares. Mas, Stevie foi mais rápida, com um movimento de mão ela abriu uma leve rachadura no chão sob os pés de ambas as loiras as separando.
- Parem com isso. – Gritou Stevie Rae. – Já estou acabada com a morte de minha irmã. Não precisamos disto. Obrigada Aphrodite, você nos ajudou a conhecer nossas qualificações. Mas, isto nem de longe melhora quem você foi um dia. – Finalizou Stevie Rae, colocando sua vela verde ao chão e, indo a rumo da Morada Sussurrante. Damien, Shaunee e, Vee um pouco hesitantemente seguiram a irmã de Nora. Aphrodite me olhou nos olhos e, por mais incrível que possa parecer vi decepção em seu olhar. Mas, logo aquele brilho parcial sumiu de seus olhos e, a pontada esnobe de Aphrodite retornou.
- Eu te disse. – Disse ela com deboche em sua voz. – E, agora precisa de mais alguma prova que tenho um jeito de trazê-la de volta?
- Você precisa me explicar isto melhor. – Disse entredentes.
- Já lhe disse que para começar algo, você terá de contar o que sabe até agora para Cam. – Disse ela aproximando-se e, diminuindo o volume da voz. – Precisa confiar nele, assim como Nora confiou. Assim como ele confiou em Nora. O sangue dele está muito ligado ao de Nora, afinal eles têm uma conexão espiritual e, parcialmente sanguínea. Espero que entenda e, que por ela você tente.
- Porque isto? Para que salvá-la? – Indaguei indignado com a atitude de Aphrodite, ela até poderia fazer aquilo para com a Deusa, mas, nunca seria da personalidade de Aphrdoite, ajudar a menina que lhe tomou o seu topo em certo momento.
- Preciso tentar, não sou líder daquele bando de loucos, mas, preciso tentar e, até agora a Nora é a única que tem a ligação necessária com alguém que não esteja na mesma situação que ela. Ela com certeza deve ter espasmos de lembrança de vocês dois, ou de mais alguém. Mas, de alguma forma precisa ser você, ou Cam. Ou outra pessoa que ainda não foi marcada. – Disse Aphrodite com sabedoria em cada uma de suas palavras.
- Outra pessoa? Preciso saber de tudo antes de tentar fazer qualquer coisa. Quem é essa pessoa? – Indaguei suas informações com pressa.
- Um amigo de infância de Nora, ele tem sangue de nefilim e, assim a marca das trevas tipo dois. Ele está para chegar à Morada. Sei que de algum modo você guarda seu segredo e, que ninguém além de Nora e Cam sabe de seus pontos. Mas, pelo seu olhar sei que não gosta muito do tal de Scott Parnell. Acho que é isto.
Scott? Scott Parnell? Aquele amigo idiota de Nora? E, com certeza amigo não era nem a palavra certa, o que eles tinham não era amizade e, sim proximidade. E, ele ajudaria por ser nefilim? Não queria esta raça perto de Nora e, com certeza não deixaria isto acontecer. Eu mesmo iria ajuda-la e, como a própria Aphrodite disse, Cam também ajudaria, sem que eu gostasse, mas, ajudaria. E, isto deveria acontecer o mais cedo possível.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram? Valeu a pena esperar? Comentem me dizendo o que acharam, logo mais - provavelmente no próximo capítulo - posto o link da segunda temporada! E, no dia em que postar o epílogo aqui, posto o prólogo lá e, aviso deixando o link novamente. Espero que meus fiéis leitores, não me abandonem! Beijones s2