Um Par De Olhos Negros. escrita por Jéss mS


Capítulo 12
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem anjos, ontem não deu para eu postar um capítulo porque tive um compromisso. Espero que curtam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/246085/chapter/12

Estávamos todas – Vee, Shaunee, Stevie e eu – sentadas no sofá do dormitório, colocando os assuntos em dia. Até que a maldita da Aphrodite surgiu nas escadas com um envelope negro e caligrafia dourada nas mãos. Ela chegou até nós – que neste ponto já tínhamos parado de tagarelar – e, entregou-me o envelope.

- Laurel pediu para lhe entregar, já que na noite do Ritual você não acreditou em mim. – Disse Aphrodite com os dentes cerrados.
- Obrigada. – Disse enquanto abria o envelope.
“ Nora Redbird. Espero sinceramente que compareça ao próximo Ritual feito pelas Filhas e, Filhos das Trevas.
Assinado, Laurel.”
Todos poderiam dizer que era armação de Aphrotide, mas, eu conhecia a letra de Laurel e, aquela com certeza era ela.
- E agora? Preciso dizer mais alguma coisa? – Indagou Aphrodite.
- Com toda certeza não. – Respondi.
Ela saiu de nossas vistas, subindo os degraus da escada devagar enquanto rebolava sua bunda magricela.
- O que é isto? – Perguntou Vee, curiosa.
- Laurel me pediu para ir ao próximo Ritual das filhas e filhos das trevas. – Respondi.
- Eca. – Disse Stevie. – Boa sorte. – Continuou enquanto levantava para ir em direção ao seu quarto. – Ah e, não confie nela irmã. Tchau, até mais.
Acenei um adeus com a mão em direção à Stevie e, Shaunee. E, agora revelaria meu plano à Vee.
- Vee? Vamos ao quarto? Preciso te dizer algo. – Disse enquanto me levantava e, a arrastava até nosso dormitório.
- Não tenho alternativa né? Sendo arrastada deste jeito. – Respondeu Vee com irônia.
Ao chegar ao quarto, tranquei a porta atrás de mim e, acendi as lamparinas claras.
- Diga de uma vez Nora. – Disse Vee com a mão na cintura.
- Quero investigar o carro de Patch. Há algo de estranho com ele e, você sabe disso. – Disse.
As sobrancelhas de Vee arquearam-se. Vee sempre gostou de investigações e, até tinha vontade de ser delegada. Logo notei a animação em seus olhos, como quem bolava um plano mirabolante em sua mente nada bondosa.
- Sabe onde ficam os carros? – Perguntei.
- Claro! Meu Neon e seu fusquinha ficam lá. Todos separados por formandos. Vamos logo, do que vamos precisar? Faca? Lanterna? – Disse ela enquanto batia palminhas e, saltitava de baixo para cima.
- Não vamos precisar de nada disso Vee, está de dia, viu? Estão todos dormindo. – Disse rolando os olhos. – Só precisamos de nós duas, a gente vai procurar algo lá. Ele é estranho e, quando me aproximei dele as coisas começaram a ficar estranhas. Vamos.
Puxei-a pelo braço e, descemos as escadas silenciosamente e, encaramos a manhã fria que nos aguardava, mas, nada disso importava já que como agora éramos qualificadoras – mesmo novatas - não sentíamos mais frio. Vee nos guiou por um caminho que ladeava a Morada e, a soleira da porta da mesma ficou bem distante depois de um longo caminho percorrido. Chegamos a um local com asfalto e, postes de lâmpadas ali erguidos. As paredes eram grades e, o portão era levadiço. Chegamos a uma fileira de carros e, logo avistei meu fusquinha rosa. Vee foi apontando os carros enquanto dizia de quem era cada qual.
Um mercedes estava ao lado de meu fusquinha o qual era de Shaunee que seu pai deu de aniversário – sim, os pais dela eram riquíssimos e, sempre davam este tipo de presentes para ela. Mas, ela não era mesquinha ou um tipo de maldita como Aphrodite; Ao lado do mesmo estava o de Vee, seu tão conhecido Neon que seu pai lhe deu quando ela completou dezesseis anos, Vee nada gostou do carro, mas, não poderia reclamar já que era ele que nos levava para cima e, para baixo de nossa cidade; Ao lado estava uma moto vermelha que era de Damien, seus pais lhe deram esta para que ele ficasse com imagem máscula como disse a própria Vee; Ao lado estava um Fiat Spider, carro de minha irmã. Nosso padrasto idiota lhe ofereceu um porsche quando ela passou o 3º ano do colegial, mas, ela recusou, pois queria alguma recordação de nosso pai Harrison – que era sumido desde sempre; E ao lado deste estava por fim o carro que tirava a atenção dos demais. Era o tipo de carro de filhinhos de papai ou, de maloqueiros de um beco que vendesse drogas. Era um Jeep Commander, um carro belíssimo que chamava a atenção de muitos homens pelo porte e, a atenção de mulheres por ser um carro com aparência máscula. Aquele com certeza era o carro de Patch e, como que correspondendo aos meus pensamentos Vee se pronunciou.
- Este. – Disse ela apontando o Jeep. – Com certeza é o carro do bad-boy.
- Pensei a mesma coisa – Disse com sinceridade.
Fomos em direção ao mesmo sem hesitar, já que ali na Morada ninguém trancava seus carros. Pois se houvesse quaisquer transcorridos era só ir até um qualificador e, eles indicariam o culpado. Vee abriu a porta do motorista e, entrou no Jeep. Fiz o mesmo pela porta do passageiro, fechamos ambas as portas juntas.
- Hm, que cheirinho de menta – Disse Vee, enquanto inspirava o ar. O cheiro conhecido de Patch, então estava comprovado: aquele era o carro de Patch. Vee começou a olhar para o banco de trás.
- Aqui não tem nada, parece até que o carro nunca foi usado. – Disse ela, arqueando as sobrancelhas e, passando a mão pelo volante. – Meu pai poderia ter me dado um desses. – Disse ela com biquinho enquanto eu passava a mão pelo banco, pelo espaço sob meus pés, olhava o porta-trecos. Até que então abri o porta luvas. Uma luz resplandecente tocou meus olhos fazendo os mesmo ficarem semicerrados, quando os mesmo se acostumaram com o que viam, meu queixo caiu. E Vee – percebendo minha reação – veio em minha direção ver o que eu olhava com os olhos arregalados.
- Uma faca? – Perguntou Vee enquanto tirava a mesma do porta luvas que eu fechei delicadamente. Ela inspecionava a faca como se procurasse marcas de sangue por ali.
- Este cara é um maníaco. – Disse sem pensar. – Pra quê ele tem isso aqui? – Perguntei indignada. Porque ele mantinha uma faca em seu porta luvas? Éramos protegidos – todos – pelos qualificadores mestres então não havia necessidade para tal. Eu sabia que ele tinha uma pose de marginal, mas, não que chegaria ao ponto em ficar com uma faca guardada no porta-luvas de seu carro.
E, como que por mágica eu e, Vee nos assustamos com leves batidinhas no vidro atrás de mim.  Não precisava me virar, porque pela reação de minha melhor amiga que estava na minha frente já era possível imaginar que quem estava dando as suaves batidas era o dono do par de olhos negros.
Os olhos verdes de Vee arregalaram-se com a presença de Patch. Ela estava sem fala e, olhava diretamente nos olhos dele. Ela segurava-se em meu braço para não despencar ali na frente de nós dois. Eu estava extremamente preocupada com ela, acabamos de encontrar uma pequena faca no porta-luvas do Jeep Commander de Patch e, ele misteriosamente aparece atrás de nós; Era para qualquer pessoa que estivesse no lugar dela sentir medo.
Descemos do carro como se não tivéssemos feito absolutamente nada de ilegal. Onde eu estava com a cabeça quando fiz isto? Vee e, eu estávamos nos encaminhando para a Morada, mas, Patch parou a nossa frente fazendo com que nossos olhares se encontrassem.
- Saia. - Disse Patch de repente. Eu peguei Vee pelo pulso e, tomei impulso para caminhar sobre o gramado da Morada. Senti uma mão quente em meu outro punho. Era a mão de Patch. Afastei-me dele rapidamente e Vee segurou-me pelos ombros.
- Você não Nora. Só ela. - Disse ele encarando Vee.
- Ela não vai ficar aqui sozinha com você. Eu não vou deixar. - Disse Vee antes que eu sequer pensasse em dizer algo coerente. É lógico que Patch não iria deixar isso barato, ele provavelmente usaria aquela faca agora pela manhã. Ele se aproximou e, segurou meu punho, puxando-me em sua direção. A força dele foi maior do que a minha e, de Vee juntas e, eu fui arrastada para perto dele abaixando subitamente meu rosto.
- Vá Vee, não acontecerá nada. Prometo. - Eu disse ainda fitando o chão. Vee hesitou durante alguns instantes, enquanto encarava Patch. Mas, depois de alguns minutos era possível ouvir as batidas das sapatilhas de Vee correndo pelo gramado da Morada, em direção ao dormitório e, mesmo sem ver os olhos de minha melhor amiga eu sabia que ela possivelmente estaria espantada e, chorando.
- O que você quer? - Indaguei levantando meu olhar de encontro ao seu. E, subitamente mergulhei na escuridão que eram seus olhos, seu toque no meu punho ainda estava forte queimando como brasa e, aquilo não me machucava só me... confortava.
- O que você queria olhando meu carro? – Indagou sutilmente. Eu não respondi, não poderia responder, eu estava morrendo de vergonha por ele ter me descoberto, mas, ele devia explicações quanto à faca que achei ali. - Se queria saber de algo ao meu respeito, deveria ter falado diretamente comigo e, não ter vindo até meu carro. - Seus dedos apertavam cada vez mais forte meu punho o que estava começando a me machucar, mas, eu não iria demonstrar. Então ignorei a leve ardência que começava a tomar conta daquele local.
- Você diz isso, como se fosse responder todas as minhas perguntas. - Eu disse olhando diretamente em seus olhos. Ele me empurrou contra uma das portas fechadas de seu Jeep e, minhas costas latejou com o impacto, seu quadril estava unido ao meu e, seus dedos apertavam forte meu punho, aquilo com certeza deixaria marcas.
- Você já tentou? - Indagou ele. Eu acenei negativamente com a cabeça com os lábios prensados em uma linha fina. - Então pergunte. - Disse ele em tom rude, olhando-me diretamente nos olhos fazendo com que eu me perdesse no poço profundo que eram suas órbitas negras.
- Porque você tem uma faca no carro? Sabe que não tem necessidade para tal. - Disse por fim, seus dedos pressionaram mais meu punho e, eu o puxei com força. - Já pode me soltar. - Disse amaciando meu pulso com os dedos.
- Para minha própria segurança. - Respondeu ele dando de ombros. Patch apoiou sua mão esquerda na porta do carro atrás de mim e, não sei se era possível, mas, seu corpo ficou mais próximo ao meu, sua respiração estava em minha testa colando os fios da minha franja ali. Seu quadril na altura do meu causava-me arrepios. Tentei focar-me no meu assunto inicial.
- Segurança de quê? Você está na Morada. - Eu levantei meu rosto e, sei que provoquei um grande erro ao fazer isto. Nossos olhos encontraram-se provocando vibrações em todos os lugares do meu corpo e, seus lábios estavam entreabertos. Ele engolia em seco enquanto seus olhos negros iam de meus olhos a minha boca.
- Não é só porque estou na Morada, que estou seguro do Mundo que me rodeia anjo. - Disse ele em tom solenemente sério.
- Quem está me perseguindo? Sei que sabe algo a respeito disso. - Indaguei ainda fitando seus olhos. Meus punhos estavam cerrados sobre seu peito para afastá-lo um pouco de mim, mas, aquilo nos deixava mais próximos. Eu sentia seu peitoral subir e descer sob o pano fino de sua camiseta preta, o calor de sua pele vinha para a minha causando-me arrepios pela nuca e braços e, depois me cobria o corpo todo.
- Eu ainda não sei, mas, logo terei essa resposta. - Disse ele aproximando seu rosto do meu. Eu virei a cabeça para o lado me afastando dele.
- E aquelas cicatrizes? O que elas são? - Quando fiz esta pergunta, seu maxilar ficou rígido e, seus lábios pressionaram-se em uma linha reta, seus olhos ficaram rudes, como se aquela pergunta não pudesse ser feita ali.
Repentinamente Patch começou a dar pequenos passos para trás descolando nossos corpos e, ainda olhando-me nos olhos, o afastamento de nossos corpos me causou frio e, eu arqueei as sobrancelhas.
- Aonde pensa que vai? - Berrei indignada, ele já estava de costas para mim e, saí em disparada em sua direção. Agarrei a barra de sua camiseta puxando-a. - Preciso de respostas Patch, você disse que me daria todas. - Ele não me respondia, nem olhava para trás. Eu comecei a puxar a sua camiseta com força e, repentinamente ela rasgou sobre meus dedos e, os mesmo passaram por suas costas revelando uma pele firme e, quente ali.
 Uma escuridão invadiu meu campo de visão, o campus da Morada havia sumido, agora só havia um céu negro sem estrelas ao meu redor, era como se alguém estivesse arrancando meu intestino pela boca. Eu procurei por alguém, mas meus olhos fecharam-se e, meu corpo caiu sob meus joelhos e, o Mundo ao meu redor esvaneceu-se.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vim avisar a Miih, que ainda não deixei tudo separadinho conforme sua dica porque este capítulo já estava pronto. À Nichi que irei continuar com a história. À Queen que o Cam logo mais entrará neste mundo sombrio só estou arrumando uma maneira. E Viih, espero que curta bastante este capítulo.
Deixem coments se quiserem mais um capítulo hoje, beijones