James Delícia Potter.

A semana passou voando.

Sério, se eu soubesse que Hogwarts era tão boa, eu nunca teria posto meus pés em Durmstrang.

Talvez você não acredite, mas quando eu falo que é boa, é por que é a mais pura e cristalina verdade. Os dias passam que você nem sente, sempre tem uma festinha aqui e ali, e no final do ano letivo tem um baile. Eu sei, eu sei, essa coisa de baile tá meio ultrapassado e tal, mas o baile não é oque realmente importa, e sim o pós-baile. Se é que você me entende.

E se você acha que acabou por aí, está redondamente enganado. A população feminina de Hogwarts é de deixar qualquer um babando, se eu fosse mulher, acho que viraria lésbica.

E os micos então? Isso aqui poderia virar um show humorístico, ninguém nunca se cansaria de assistir, todo dia tem alguém tropeçando nos pés que “coincidentemente” colocam na frente, alguém escorregando no refeitório, pessoas malucas que se jogam em cima de pessoas ruivas e depois quebram os tornozelos delas. Se bem que esse último não foi tão engraçado.

Ah, e por falar nisso, descobri o nome da fulana sicrana.

Lily Evans. Até que é um nome bonitinho, pra uma pessoa bonitinha.

Quer saber como eu descobri o nome dela? Na chamada, estamos na mesma turma. E quando os professores chamam “Lily Evans” alguém sempre solta uma pérola com “O pula-pula quebrou” ou “O pato perdeu a pata”. Quando eu digo que essa escola é uma comédia ninguém acredita, eis a prova.

Sirius também parece que está amando Hogwarts. É uma coisa de louco, cada semana ele saí com no mínimo quatro garotas diferente, todas muito gostosas, se me permite dizer.

Mas como nada é perfeito, Sirius ainda foge da Lene McKinnon – Ou como eu aprendi sob ameaças, Marlene McKinnon, McKinnon, ou melhor ainda, nem dirigir a palavra á ela. – ela ainda o culpa pelo acidente com Evans, não sei por que, já que foi ela que pisou no tornozelo da garota. Mas pelo que parece, ela só pulou por que viu ele e já estava disposta a continuar o que começou no outro dia.

E já que estamos falando sobre isso, fomos despedidos. É, despedidos.

Não sei exatamente o porquê, mas pelo oque eu entendi tem a ver com garotos reclamando na demora das filas, e sobre meninas se atirando encima do balcão. E alguma coisa sobre sorvetes deformados também. Mas eu já superei, afinal, ficar desempregado é uma coisa natural e que acontece na vida de todo mundo.

Remus é oque mais está sofrendo com Hogwarts. E se eu te contar o porquê você não acredita.

Sim, é por causa que a biblioteca de Durmstrang era maior, mais iluminada e mais frequentada. Bem, digamos que eu entendo essa parte do menos frequentada, quem diabos prefere ficar escondido atrás de livro enquanto pode estar atrás de outras coisas?!

E no que importa o tamanho da biblioteca?!

Remus acho que você é o único paranoico que liga pra iluminação de uma biblioteca. Sinceramente, com tantas coisas melhores pra se olhar e preferir as letras?! É colega, isso se chama problemas mentais.

São poucas as coisas que realmente me incomodam em Hogwarts.

Em primeiro lugar os Sonserinos. Sei lá, acho que aderi essa rivalidade típica da Grifinória. Mas convenhamos, eles são mesmo irritantes. Andam em bando, a maioria é emo e são futuros assassinos e sequestradores. Mas tem cada garota lá, que vou te contar... As Sonserinas que me aguardem!

Em segundo lugar, o Amos bonitinho Diggory. Sério, aquele ali realmente me irrita. Não sei por que aquele jeitinho de bicha dele atraem tantas garotas! Só por que ele joga futebol bem? Ah, me poupe eu sou infinitamente melhor que ele em futebol, sou infinitamente mais bonito e infinitamente mais modesto. Ok, esse último você pode esquecer.

Em terceiro lugar é a Lana – sem sombras de dúvidas. - ela é muito grudenta. Mas é uma gata, oque compensa. Sabe aquela história, “É linda até abrir a boca?” É, isso defini bem a Lana.

Em quarto, são Dorcas Meadowes e Marlene McKinnon. Eu sei que deveriam ser quarto e quinto lugar, mas as duas vivem tão grudadas que parecem uma pessoa só. Elas são irritantes, esnobes, e acham que ninguém merece estar na presença delas. Elas é que não merecem estar na presença de tanta gostosura que minha mãe carinhosamente resolveu chamar de James Potter.

Em quinto e último lugar é o seboso. Vou te falar, nunca vi uma pessoa mais... argh, não tenho nem palavras sobre... aquilo! Aquele cabelo oleoso dele deve dar náuseas em qualquer garota que chegue perto, isso é, se ele ainda não for BVL. Sério, será que já teve alguma mutante que teve coragem de beijar... como é o nome dele mesmo?

Vamos parar de falar da escola, né? Isso me lembra dever de casa.

Não que eu me importe com dever de casa, mas sei lá, é meio deprimente pensar em dever de casa em plena tarde de sábado. E o pior nem é pensar no dever de casa, o pior é estar em casa, e pensar nele me faz pensar que ainda estou nela.

Isso teve sentido? Não? Ah, ok.

Acho que tanta música está mesmo fazendo mal aos meus neurônios. Devia ouvir mais os conselhos da minha mãe.

A Petúnia deixou um número de telefone, ela disse que era pra eu passar lá pra ajudar a fazer os cartazes, pôsteres e um slogan pro fã-clube. Aé, esqueci de falar, agora nós temos um fã-clube. Bem, a Petúnia é gostosa, mas a cara dela me lembra um cavalo. É tipo camarão, sabe? Come o corpo e joga a cabeça fora. O resto das meninas até que são bonitas. Tem até uns garotos afiliados, chuta que é macumba, saí exu, queima Jeová!

Túnia, como pediu pra ser chamada – um apelido muito tosco, pelo menos na minha nada humilde opinião – também chamou Remus e Sirius, já que eles também fazem parte do “Meu maroto favorito”, mas Sirius tinha três encontros agendados pra hoje e Remus tinha que ir na casa da tia dele concertar o computador.

Programa interessante o do Remus, não?

Não é atoa que eu digo que ele vai ficar pra titia. Mas eu nem posso falar nada, vou ter que ir no curral ajudar a cara-de-cavalo. Mesmo assim é melhor que nada.

Liguei para o número que ela me deu, e ela ficou toda animadinha. Bem, quem sabe, né?!

A casa dela não era muito longe da minha, mas mesmo assim fui de carro. Preguiça? Não, eu chamo de precaução, quem sabe uma menina maluca resolve me sequestrar... Ãn, se bem que eu não ia me importar.

Mas e se fosse feia? É, é melhor prevenir do que remediar.

Cheguei no endereço que ela me deu e quem atendeu foi um garoto gordo. Muito gordo mesmo, e não era só gordo, ele era feio. Feio e chato pelo visto.

– Desculpa, acho que errei o endereço.

Já ia pegando o papel pra checar quando ouço uma voz esganiçada atrás do gordo.

– James? James é você? Aqui, entra! Válter fala pra ele entrar!

– Entra.

Falou o gordo e virou as costas. Devia estar com inveja da minha gostosura, só pode.

Nunca vi uma pessoa tão mal-humorada na minha vida. Isso é, se não contarmos a McKinnon.

Petúnia me ofereceu água, refrigerante, biscoito e mais tudo oque você pode imaginar. Eu não como tanto, ok? Não me confundo com seu namorado.

É, Petúnia era namorada do garoto gordo, bem... De certa forma eles se completam.

Fomos pro quarto dela, o ogro ficou na sala com uma garrafa de coca-cola e assistindo televisão. Se fosse eu, mesmo que minha namorada tivesse cara-de-cavalo eu não desgrudaria. Mas isso nunca ia acontecer por que eu sou bonito demais pra ter uma namorada com cara de cavalo.

Quando ela abriu a porta fiquei cego por um momento, oque era aquilo?!

Um quarto ou a casa da Barbie?

Eu aposto na segunda alternativa.

Tudo era rosa e com babados, tudo com estampa de coração, tudo muito arrumado. Tudo muito brilhante, tudo muito olha-eu-queria-ser-a-Barbie.

Fizemos os pôsteres, e até que ela era uma boa designer. O resto deixamos pra quando os meninos estivessem presente.

Quando estávamos descendo as escadas ouvimos um barulho, meio... alto demais.

Petúnia ficou branca, vermelha, roxa, verde, tudo de uma vez só e deu um grito que acho que minha cabeça vai doer por no mínimo duas semanas.

– LIIIIIIIIIIIIIIILY.

E saiu correndo. Eu não sabia se seguia ela, se ia embora.

Decidi seguir ela, talvez eu pudesse ajudar.

– LIIIIILY ABRE A PORTA.

Lily? Lily Evans?

Petúnia estava meio que gritando meio que tentando arrombar a fechadura com um grampo de cabelo com um coração na ponta. Eu deveria dizer a ela que aquilo nunca ia adiantar?

Meu coração parou no momento em que ouvi um grito. Um gritinho fino e fraco.

Sim, era Lily Evans que estava lá dentro, e eu ia arrombar aquela porta com a força bruta.