Entre Caçadores E Presas escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 16
Querida agonia.


Notas iniciais do capítulo

Boaaaaa tarde, pessoas ♥ eu vim postar porque eu to entediada, sos e pq eu to tentando, sabe, conter minha decepção com certas coisas que existem foram do computador -q enfimmm deixando meus problemas pessoais de lado, espero que gostem desse capítulo e que comentem pfvr! Beijos.



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Dear agony ― Breaking Benjamin

Um visitante, uma tortura. Tudo que era bom ficou uma merda quando ele chegou e eu ainda não sabia se queria que ele me matasse o mais rápido possível ou se queria ser orgulhosa e morrer por mim mesma. Garrett ― eu chegava a achar que o diabo tinha esse nome de tão mau que aquele homem era ― tinha sido mandado por Josh para verificar se Edward não estava deslizando em alguma coisa.

Céus! Ele destruíra toda a minha esperança de sair daqui, destruíra tudo que eu tinha com Edward e ainda me fazia de empregada. Toda hora, todo momento, todo maldito segundo do dia miserável que eu vivia.

Não que Edward aprovasse isso, ele não aprovava. Era só que não tinha como dizer que não e se rebelar contra ele, Garrett poderia chamar Josh a qualquer momento para me matar e não teria nada que Edward pudesse fazer para parar isso. Ele era forte demais e nos vigiava todo segundo que passávamos juntos.

Não nos falamos desde aquela noite, nem nos tocamos nem nada parecido.

Eu estava enlouquecendo.

Nós estávamos no jantar ― eu sentada no chão, assim como estava acostumada esses dias ― e eles dois na mesa. Cansada, cansada, cansada, cansada ― é o que me define. Eles conversavam sobre alguma coisa que eu não fazia questão de entender, apenas perceber que Edward era o que menos falava e quando Garrett não estava olhando, desviava os olhos para mim.

Pedindo desculpas.

Pedindo desculpas por algo que ele não tinha culpa.

Tratei de comer tudo que tinha em meu prato porque eu não sabia quando seria autorizada a comer novamente. No mínimo uma vez por dia, no máximo três vezes. Eu daria mais valor às refeições depois disso, não dispensando nenhuma como fazia antes, como Edward me avisara para não fazer.

Arrependi-me por ter suspirado ao me levantar do chão em que eu estava encolhida e colocar o prato na pia, pois os olhos de Garrett se voltaram para mim. Eles brilhavam uma excitação doentia que eu sabia que ele possuía, e rapidamente, encolhi meus ombros, tirando os pratos sujos da mesa em que eles estavam sentados.

― Então, Edward, você já provou dela? Ela é tão deliciosa quanto parece?

O olhar de Edward para a mesa era quase constrangido, como se ele estivesse olhando em meus olhos e me pedindo desculpas por aquilo. Respirei, apertei o vidro resistente em minhas mãos trêmulas e coloquei-os na pia, querendo acabar logo com aquilo e me esconder dentro de meu closet ― que era o lugar que eu dormia agora. Não, não fora uma ordem de Garrett, era uma loucura de minha cabeça.

Eu me sentia segura lá.

― Não provei. ― Edward mentiu disse.

― Ah cara, que desperdício. Estou começando a pensar em fazê-lo só para saber se ela ainda é virgem. 18 anos ― Ele ponderou em uma voz divertida ― 18 anos virgem. O que você acha Edward?

Fechei meus olhos enquanto abria a torneira e tentei acalmar minha respiração acelerada pelo terror. Se ele me tocasse, eu não… eu não… eu tinha certeza que dessa vez seria forte o bastante para pegar aquela navalha da gilete e enfiar dentro de meus dois pulsos. Não importava Edward, não importava Josh, o que importava era o meu sofrimento.

― Deixe a garota, Garrett.

Minhas mãos tremiam assim como meu queixo. Meus olhos estavam prontos para derramar enxurradas de lágrimas torturadas e meus braços queriam voltar para Edward, queria abraçá-lo e dizer que ele não tinha culpa por nada. Prensei meus lábios, reprimindo um soluço enquanto lavava o último prato.

Garrett ainda não tinha respondido e eu não queria olhar para trás e ver o que ele estava fazendo com o garfo que ele pegara da gavetinha onde ficavam os talheres. Tentei parar de imaginar modos de torturas com aquilo, no entanto quando escutei Edward murmurando “Josh vai matar você se fizer isso” que queria dizer “eu vou matar você se fizer isso”, não consegui me acalmar.

― Mas eu não vou fazer isso. Você vai.

Não mesmo.

― Qual é Edward? Você era menos covarde quando estava no acampamento…

― Covardia é isso que você quer que eu faça. Recuso-me a fazer isso.

― Ah é assim, é? ― Virei-me no mesmo momento em que Garrett agarrava um celular preto em suas mãos, olhando para mim e para Edward ao mesmo tempo. ― Vou dizer a Josh tudo que venho notado aqui. Ah, claro, por que diabos ela estaria com a sua camisa quando cheguei aqui? Por que diabos você não quer furá-la com o garfo quente? Vou dizer que você está apaixonado por ela e assim que ele souber disso, vai matar a sua donzela e vai matar você também, seu verme.

Eu ainda estava estatelada no lugar, implorando por olhar que Edward percebesse a merda que ele estava fazendo. Nem doeria tanto assim uma furada de garfo, doeria o fato de ser por ele, mas isso eu entendia. Eu compreendia demais coisas que estavam na cara, eu era uma besta que não queria que Edward se machucasse por minha causa.

― Por favor, não… ― Sibilei para ele, movendo apenas meus lábios.

Eu não conhecia sequer o timbre da minha voz agora, só sabia que era feminina. Fazia mais de duas semanas que eu não falava nada e perguntava-me se isso estava acelerando o processo de insanidade de minha mente, porque sim, era óbvio que eu estaria entrando no mesmo daqui a poucos dias.

Edward jogou o celular de Garrett no chão e tomou o garfo de suas mãos. Ele não teve essa rapidez toda, hesitou antes de andar para mim e furar meu braço com a porcaria do garfo. Que Garrett queimasse no fogo do inferno e que ele sentisse toda a dor que eu senti em toda a minha vida, estando no cativeiro ou não.

Que ele sentisse a dor de todo mundo em suas costas quando morresse; que Deus fosse justo com a sociedade e fizesse esse idiota sofrer bastante. No inferno, de onde ele nasceu, e onde ele vai apodrecer pelo resto da eternidade. Pobre da mãe dele, e eu esperava que ela tivesse morrido no parto para não ver, nem ter de cuidar de uma pessoa como ele. Doentia ― que sorria com o sofrimento das outras.

Foi rápido. Três segundos e estava sangrando parcas quando corri para o meu quarto com a mão em meu braço e o rosto banhado em lágrimas. Ninguém tentou me parar, Garrett estava gargalhando na cozinha quando bati a porta do quarto com força.

Desmanchei-me na porta, arfando e com os quatros dedos pressionados fortemente contra o lugar que estava começando a ficar inchado e vermelho e estava sangrando a minha vida para fora.

Eu estava me limpando no banheiro quando a porta do meu quarto bateu e foi trancada por uma chave que eu nem sabia da existência. Congelei onde estava; o pano gelado em meu braço machucado e o meus olhos fixados na porta que o espelho refletia atrás de mim. Não perdi tempo, atirei-me nos braços de Edward quando vi que era ele, e o abracei com mais força que um dia conseguiria.

Solucei, chorei, sorri, o apertei meus braços a sua volta, tudo ao mesmo tempo. Ele beijou várias vezes o alto de minha cabeça, minha bochecha, meu ombro, e de novo a minha bochecha, dizendo “eu sinto muito” e “me desculpa” tantas vezes que eu já tinha decorado o espaço que ele dava antes das frases.

Meu Deus! Como ele podia ser tão…? Que saudades eu sentia dele, que saudades de quando éramos apenas nós dois e podíamos sair nos beijando por todo o canto da casa sem que tivéssemos que nos esconder.

 ― Não temos tempo, Bella. Venha cá, me deixe cuidar desse seu braço. Desculpe-me por isso, seria pior se… se eu não fizesse. Eu prometo que vou te tirar daqui, eu prometo.

― Eu sei, eu sei. ― Tentava lhe acalmar abrindo e fechando minha mão em seus cabelos.

Ele pressionou seus lábios fortemente nos meus e por alguns segundos deixei que meus olhos se fechassem e eu aproveitasse um pouco daquilo. Um pouco. Segundos. Nada era suficiente. Eu queria beijá-lo, queria beijar cada parte de seu corpo com meus lábios, queria tocá-lo. Céus! Como isso foi mudar em tão pouco tempo?

― Garrett… ― Tentei.

Ele me olhou, destravando a maletinha de pequenos socorros.

― No banheiro por alguns minutos, está tomando banho e espero que ele morra lá dentro. Temos que ser rápidos.

Ele limpou e fez um curativo em meu braço rapidamente, depois, ele sussurrou de novo pedido de desculpas incontáveis e me fez prometer que eu não ficaria com raiva dele por tudo que fosse forçado a fazer. Sussurrei desesperada, que não era possível que aquilo acontecesse e toquei-lhe o rosto, tentando decorar como era a sua pele sob meu toque.

Quando ele saiu ― após ter me beijado nos lábios de novo ― foi como se eu tivesse saído do céu para o paraíso e estivesse de entrada no inferno e estivesse aspirando o cheiro de minha agonia espessa.  


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Notas finais do capítulo

Okay... as coisas complicaram bastante para esses dois, não foi? Geeeente, comentem pls e quem ainda não foi na minha nova fanfic, ainda não está tarde! http://fanfiction.com.br/historia/296081/Alexithymia
Espero que tenham gostado do capítulo! Nos vemos ainda essa semana, ok? ♥