Entre Caçadores E Presas escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem. Comentem por favor!



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O sol era um problema. Um grande problema, para ser sincera. Lembrava-me de ter fechado a janela antes de me deitar e dormir, mas eu tinha quase certeza que alguém tinha vindo aqui e aberto só para me irritar. Talvez Nick — meu irmão mais velho e mais irritante de todos. Ele adorava fazer isso e eu era a pessoa nessa casa que tinha a paciência mais gasta com ele. E o pior era que no final de tudo eu que acabava sendo a errada, mesmo os motivos sendo ao meu favor.

Era uma porcaria. Minha vida toda era uma porcaria, desde o meu nascimento até os dias de hoje. Dezoito anos feitos hoje e eu sabia que ninguém daria mínima para isso. Talvez lembrasse, e logo em seguida fariam questão de esquecer porque era meu aniversário e no meu aniversário não íamos a uma lanchonete ou a uma pizzaria como sempre acontecia com os meus irmãos. Eu estava acostumada com a displicência insultante — era isso que me irritava. Meus sentimentos não deveriam ser tão pacíficos a respeito disso, eu deveria falar alguma que os impactasse e quem sabe minha família não se dava conta que eu percebia.

Eu estava cansada dessa vida.

Com os olhos vermelhos por causa do sol, andei até o banheiro cambaleando com o cansaço e joguei água nos olhos antes de tomar banho e me vestir, apressada por causa do meu atraso eminente. Assim como nos outros dias, vesti uma roupa não muito especial para ir à escola. Uma calça jeans, uma blusa de banda e um tênis.

— Como sempre, Isabella é a que come mais. — Meu pai murmurou com seu mau humor diário.

O ignorei, com os olhos baixos. Com o passar dos dias, isso se tornava comum, mas não significava que a dor não estivesse lá, me agoniando e me fazendo baixar os olhos para não mostrar a dor presente neles.

Eu odiava todos da minha família, mas não era como se eles também não retribuíssem isso com prazer. Eu odiava porque eles odiaram primeiro e sequer fizeram questão de esconder isso. Estava lá para todos verem o quanto eu era indesejada em minha família e me olharem com piedade.

Patético. Eu não precisava de pena vinda de ninguém.

Meu pai — se é que eu ainda podia o chamar assim — me olhou com nojo antes de se retirar da mesa, empurrando a cadeira de madeira para trás com força. Sempre depois de tomar café da manhã, ele sempre se levantava com raiva da mesa como se algum pensamento o tivesse incomodado de repente.

Na escola estava tudo normal. As pessoas me ignoravam como de praxe e eu seguia minha vida naturalmente, não me deixando afetar com tudo aquilo. Depois de Riley, eu nunca mais tivera alguma amizade. Ninguém nunca se aventurou como ele fez para tentar falar comigo.

E eu apostava que a maioria das pessoas desse colégio nunca tinha escutado a minha voz.

Eu saí da escola tarde. 20h00min. Isso não acontecia em dias normais, mas eu tinha que fazer o trabalho de Sociologia pendente e em minha casa, isso não era a coisa mais calma de se fazer. Para falar a verdade, eu nunca conseguia fazer nenhum trabalho com pessoas me irritando constantemente.

Estava escuro e frio. Pessoas sem coragem não se arriscariam pelas ruas de Nova York depois das seis horas da noite, principalmente aquele bairro sem segurança alguma. Foi uma precisão, se pudesse, eu evitava sair sozinha para qualquer lugar quando fosse de noite, mas isso não era uma coisa da qual eu pudesse fugir.

Tudo que eu queria era entrar em uma boa faculdade e sair de casa. O emprego não importava, eu só queria conseguir viver em um apartamento e trabalhar. Um marido não me importava — eu deixara de ser sonhadora a respeito disso no mesmo momento que notei o fato de nenhum garoto se interessar.

Um silvo passou por trás de mim. Não ousei olhar para trás, se eu continuasse andando iria chegar mais rápido a algum lugar onde eu pudesse me abrigar. Fique calma! Não foi nada! — Me ordenei, respirando fundo e apertando o passo. Ouvi passadas atrás de mim, a pessoa que estava caminhando, pelo menos, não fazia questão de esconder que estava andando.

Talvez isso fosse uma coisa boa — tentei me confortar. Isso significava que a pessoa não estava querendo me assaltar ou qualquer outra coisa semelhante, estava simplesmente andando na mesma rua que eu. Apenas andando, não seguindo, não planejando coisas más.

— Olá, docinho. — Sussurrou o que me parecia ser uma voz de homem.


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Notas finais do capítulo

Comentemmmmm, isso faz o capítulo sair mais rápido...