Coração De Mãe escrita por UnderworldKing


Capítulo 2
Capítulo 1 - Nome


Notas iniciais do capítulo

E agora iniciamos com a comédia!
Ah, e também; preciso de um beta-reader para revisar a gramática nos capítulos. Quem estiver interessado por favor me contate via MP.
Não se esqueçam de deixar um comentário, eles fazem bem a saúde coletiva!



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Capítulo 1

Nome

Haku estava ensopada ao chegar em casa. Deixando seus sapatos na porta, ela foi até a sala e sentou-se com a garotinha ainda em seu colo. Foi então que as consequências de o que fizera realmente lhe vieram a mente.

Haku olhou para a garotinha, que parecia estar bocejando. Sem duvida, ela parecia não ter mais que um ano de idade. Ela também estava suja e suas roupas esfarrapadas. A enfermeira decidiu que não deveria ser bom para uma garotinha ficar naquele estado.

Ok, tenho de me organizar. Primeiro, verificar se ela possui ferimentos. Depois, ligar para a delegacia de polícia e ver se há alguma notícia sobre uma criança desaparecida. Haku pensou.

Ela então levou a garotinha até seu banheiro e ligou o chuveiro, rapidamente retirando as roupas sujas da criança e as descartando. Enquanto banhava a garotinha, que parecia estar contente rindo na água quente de uma maneira que só as crianças pequenas conseguiam, Haku não encontrara nenhum ferimento ou possíveis sinais de agressão. Ela suspirou em alívio. Menos uma preocupação.

Após terminar de limpar a garota, Haku então se deparou com um dilema: ela não tinha nada com o que vestir a garotinha, exceto suas roupas que com certeza ficariam muito grandes. Mesmo assim, melhor aquilo do que deixar a criança com frio logo após o banho.

Haku foi até seu quarto e pegou a menor camiseta que tinha, colocando-a na menina. Como previra, a roupa era muito grande e quase caia pelos ombros da criança, mas pelo menos parecia lhe dar algum conforto. Levando a criança até a sala, Haku a colocou no sofá e disse para ficar quieta. A garotinha apenas a olhou com aqueles grandes olhos verde-azulados parecendo curiosa.

- Um... você... entendeu o que eu disse? – Haku perguntou. Ela então notou que estava falando com um criança pequena que, pelo visto, ainda nem conseguia falar. – Claro que não... – Haku suspirou e pegou o telefone, discando para a delegacia de polícia mais próxima.

Enquanto a mulher de cabelos prateados falava com um atendente, perguntando se haviam notícias sobre alguma criança desaparecida ou algo do gênero, a garotinha olhou para o modesto apartamento ao seu redor.

O local era simples com uma estande de livros, uma mesinha de centro, o sofá cinza onde estavam sentadas e uma TV. A cozinha ficava no mesmo cômodo em que estavam, com um fogão pequeno de duas bocas e uma geladeira. Havia também uma mesa de jantar redonda para quatro pessoas. Um pequeno corredor dava acesso a dois quartos e o banheiro. O local não era lá muito organizado, havia alguns livros e pratos sujos na pia, mas pelo menos era limpo em sua maior parte.

Haku agradecerá ao atendente após seu chamado não ter dado muito resultado, não havendo nenhuma notícia sobre crianças desaparecidas ou perdidas. Ela então colocou o fone no gancho e suspirou de novo, se virando e olhando para a garotinha, que lhe retribuiu com um olhar curioso de seus grandes olhos.

- O que vou fazer agora? Eu honestamente quero ajudar, mas... – Haku falou, mais para si do que para a garotinha. Ela não tinha como sustentar uma criança pequena, morando de favor como estava e com uma renda que mal dava para se manter.

Foi então que a garotinha se inclinou no sofá e começou a engatinhar até Haku, sentando-se ao lado da jovem de cabelos prateados e tocando-a com a sua pequena mão, como se quisesse consolar a enfermeira. Haku ficou surpresa pelo gesto e não pode deixar de sorrir. Ela sempre gostara de crianças, apesar de tudo.

A porta para seu apartamento então se abriu e Meiko entrou, fazendo com que a jovem de cabelos prateados olhasse para ela.

- Ei, Haku-chan. Eu tenho que falar sobre... – Meiko parou quando ela notou que Haku não estava só no apartamento. Ela olhou para a garotinha e então para Haku. E de volta para a garotinha.

Silêncio se seguiu...

Foi então que Haku percebeu que Meiko estava lhe perguntando com os olhos sobre aquela situação e se apresou a dizer:

- E-Eu posso explicar! Bem... é que... – de certa forma, Haku nem sabia como ela podia se explicar.

- Só uma pergunta... – Meiko disse, interrompendo sua inquilina. – Quem é o pai?

Haku corou um tom rubro ao perceber o que Meiko estava perguntando. Ela rapidamente sacudiu sua cabeça e disse:

- Ela não é minha!

- Então o que? Algum parente? – Meiko perguntou, ainda aparentando confusão.

- Bem... você vê...

Haku então narrou como ela encontrará a garotinha a caminho de casa, perto de uma pilha de lixo e a trouxera para o apartamento, banhou-lhe e tentara obter informação se a criança era desaparecida ou algo assim, somente para sair de mãos vazias. Meiko ficara quieta durante todo o tempo, apenas olhando de Haku para a garotinha sentada entre elas, que continuava a olhar de uma para outra com curiosidade.

Após a enfermeira de olhos vermelhos ter terminado, Meiko suspirou:

- Então, o que você pensa em fazer agora?

- Bem... – enquanto Haku falava, a garotinha engatinhou em direção a Meiko. – Não tenho certeza. Talvez entregá-la ao Serviço de Proteção Infantil, ou algo assim.

- Sei... e você acha que ela vai simplesmente ser adotada? Muita gente está com problemas financeiros por causa da crise e, francamente, duvido que considerem adotar uma criança em tempos como esses. – Meiko disse.

Haku sabia daquilo. As pessoas já estavam cheias de problemas nesses tempos, ela sabia disso melhor do que ninguém, mas o que mais ela podia fazer? Mesmo assim... o pensamento de simplesmente deixar a criança em cuidados de estranhos e não ter idéia se ela teria um bom futuro ou não lhe deixava um gosto amargo na boca.

Foi então que as duas ouvira um “dá-dá” e Meiko notou que a garotinha estava tentando subir em seu colo. Haku observou enquanto que a mulher mais velha pegava a garotinha com suas mãos e a sentara em seu colo. Meiko então abriu um raro sorriso para a criança.

- Tenho de admitir, você é bem fofinha. – Meiko falou.

Logo após, seu sorriso transformou-se em um de nervosismo quando a garotinha agarrou um de seus seios com suas pequenas mãos. Meiko pareceu ficar paralisada, seu rosto ganhando um tom vermelho enquanto que a garotinha tocava seu busto como se fosse algum brinquedo. Haku olhou para o lado, corando.

Meiko agarrou a garotinha e a ergueu no ar, fazendo com que seus bracinhos não pudessem mais alcançar seu corpo enquanto que ela apenas os balançava no ar. Meiko apenas a olhou, mas não pareceu zangada:

- Essas crianças de hoje em dia... – Meiko suspirou, sacudindo a cabeça. – Aqui. – ela então estendeu a garotinha para Haku, que a pegou em seus braços e a colocou em seu colo. – E então, ela tem algum nome?

- Não. Não encontrei nenhuma identificação ou... – Haku parou de falar abruptamente, com uma expressão surpresa em seu rosto, que começara a tomar um tom vermelho.

Meiko a olhou com curiosidade e logo percebeu o que era. A garotinha estava agora apertando os seios bem-desenvolvidos de Haku, que apenas podia ficar mais vermelha a cada segundo. Meiko não pode deixar de conter uma risadinha e apontou:

- Parece que ela gostou de você.

Haku então segurou a garotinha ao alcance de seus braços enquanto ela apenas a olhava e produzia os sons que qualquer infante que não sabia falar usava para se comunicar. Meiko então manteve um sorriso bem-humorado em seu rosto enquanto dizia:

- Bom, então vamos ter de dar um nome a ela. – Haku olhou para Meiko, deixando escapar um “hã?” inconscientemente trazendo a criança mais para perto de si. – Bem, não podemos ficar chamando ela só de “garotinha” ou algo assim.

- Espera aí. Você tá dizendo... – Haku ficou tão surpresa ao perceber o que Meiko estava sugerindo que acabou se inclinando para o lado e sua perna roçou no controle remoto da TV no sofa, ligando esta.

Haku então depositou a garotinha no chão, que imediatamente se virou para a TV no momento em que esta ligou e, como qualquer outra criança, pareceu encantada pelas imagens transmitidas pelo dispositivo, engatinhando até este.

- Olha, eu posso ser como sou; estourada, impaciente e tudo mais, mas eu não vou deixar uma criança abandonada no meio da rua. – Meiko disse.

- M-mas... eu não tenho como pagar você pelo aluguel de duas pessoas e... – Haku protestou, porém Meiko a interrompeu.

- Bobagem. Se dinheiro é o problema, então vamos falar com Gakupo. Você disse uma vez que é boa com contas não? Bem, ele vive reclamando que não consegue achar ninguém pra substituir o contador dele que se aposentou.

- Olha... não que eu não aprecie o que você está fazendo, mas... não quero incomodar vocês com mais um custo extra.

- Eu sei, eu sei... é o tipo de pessoa que você é. – Meiko disse, balançando a cabeça. – Mas eu não estou dizendo que vou cobrir os custos de criar a garota.

Enquanto as duas conversavam, a garotinha assistia a um show ao vivo passando na TV. Ela parecera tão entretida que começou a bater suas mãozinhas enquanto tentando cantar a música. Haku suspirou e finalmente decidiu ceder aos argumentos de Meiko:

- Está bem, está bem... eu vou falar com ele.

- É só até você conseguir encontrar um emprego em algum outro hospital. Sei como você quer ser uma médica e todo resto.

- Pediatra. – Haku a corrigiu.

- É, isso. Agora, falando sério, qual é o nome que você vai dar pra ela? – Meiko perguntou com um sorriso quase que infantil.

- Você parece muito animada com a idéia, não? – Haku apontou, cerrando seus olhos.

- Não leve a mal. Eu gosto de crianças, mas seria um péssimo exemplo como mãe. Já você me parece o tipo maternal.

- A-acha mesmo? – Haku perguntou, corando novamente.

- Claro! 

Haku então se pôs a pensar no Meiko havia lhe dito e dar um nome a garotinha. Foi então que as duas ouviram o som de palmas da menina que continuava a assistir o show e tentava reproduzir a música com seus sons incoerentes de bebê.

- Acho que ela é fã de música. – Meiko disse, observando a menininha.

- Música... som... – foi então que uma idéia veio a Haku. – É isso! Miku!

- Hein? – Meiko perguntou.

- O nome dela. Que tal Hatsune Miku?

- Hum... Hatsune Miku... é, até que soa bem.

Haku se levantou e foi até a garotinha, que parou de bater palmas e tentar imitar o cantor ao sentir Haku se ajoelhando próximo a ela. Haku sorriu para a menina enquanto falava:

 - Então, que acha? Hatsune Miku?

A garotinha pareceu sorrir e fez menção de quere ir no colo de Haku, que a pegou em seus braços e olhou para a menina, agora com o nome de Miku, com carinho.

- Hatsune Miku... – ela repetiu, aproximando a pequena Miku para perto de si.

- Talvez você devesse incluir seu nome de família em algum lugar se vai realmente ser a mãe dela. – Meiko sugeriu.

- Você ach... – Haku parou de falar outra vez ao sentir pequenas mãozinhas apertando seus seios. Ela não precisava olhar para saber quem era.

Meiko não conseguiu conter o riso ao ver a cena se repetir. Ela então falou:

- Sabe, dizem que o seio é um símbolo de maternidade. Talvez ela realmente tenha te reconhecido como a mãe dela.

Haku não sabia se devia responder ou falar com Miku. No fim, suas bochechas tomaram a decisão por ela e coraram um tom rubro.

Após sua conversa com Meiko, Haku decidirá ajeitar seu quarto de modo que Miku pudesse dormir com ela. Já que não possuía um berço, Haku decidiu que Miku teria de por hora dormir em sua cama. Já que a jovem de cabelos prateados não se mexia muito em seus sono, ela não precisava se preocupar em sem querer rolar para cima de Miku.

- Bem, acho que já é hora de dormirmos, não concorda? – Haku perguntou à garotinha em seus braços.

Miku bocejou, parecendo concordar com as palavras de sua nova mãe. Haku sorriu novamente e foi até o banheiro preparar Miku e a si mesma para dormir. Após isso ela levou a garotinha de cabelos azulados para a cama e a cobriu com um cobertor colocando-a próxima a parede e deitando-se do lado dela, assim não haveria o perigo de Miku se mexer em seu sono e acabar caindo.

Haku deu “boa noite” a mais nova inquilina de seu apartamento, que rapidamente dormiu, após se aproximar e deitar-se, grudada em Haku. Ela não pode deixar de sorrir, pensando o quanto aquela garotinha era bonitinha e fofa. Com estes pensamentos, Haku adormeceu.

Na manhã seguinte, Haku acordou e lentamente se espreguiçou. Foi então que ela sentiu algo molhado. Olhando para sua camisa ela viu uma grande mancha de baba no seu seio esquerdo e olhando para Miku, que continuava a dormir, ela notou o que parecia ser um sorriso de satisfação no rosto da garotinha.

Espero que isso não vire um habito... Haku pensou, uma grande gota escorrendo atrás de sua cabeça.


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