Coração De Mãe escrita por UnderworldKing


Capítulo 10
Capítulo 9 - Crescendo


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno capítulo de transição antes de chegarmos a próxima parte desta fic.
Sem mais delongas, aproveitem!



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Capítulo 9 - Crescendo


Os anos seguintes á mudança de Haku trouxeram muitas surpresas para ela. Algumas boas, outras nem tanto.

Haku havia finalmente completado a escola de enfermagem e arrumado um emprego em um hospital na zona urbana onde morava, um local muito diferente daquele onde ela começara a trabalhar. Houve uma festa feita por seus amigos na casa dela para comemorar o seu sucesso.

Kaito e Meiko ainda eram bons amigos que constantemente a visitavam. Para a surpresa da mulher de olhos vermelhos, os dois começaram a sair, dois anos após ela ter se mudado. Alguns pensariam que esperar tanto tempo para que uma mulher aceitasse um simples convite para um jantar a sós faria qualquer homem desistir, mas Haku sabia que o que Kaito sentia por Meiko não era uma simples paixonite ou atração. A mulher de cabelos prateados torcia pela felicidade dos dois.

SeeU trabalhou de babá para Haku até Miku completar 12 anos. A coreana pareceu não se importar com a grande distância que separava as duas casas e sempre se mostrava feliz por passar algum tempo com os gêmeos quando estes vinham. Ela agora arranjara um estágio em uma loja de animais próxima ao complexo de apartamentos.

Gakupo continuava a torcer pelo sucesso de Haku e era frequente que ela ouvisse sobre as participações da empresa do homem de cabelos púrpura em algum evento beneficente. Ele até mesmo trouxera uma vez a sua prima mais nova, uma garota de cabelos e olhos verdes chamada Gumi, para conhecer Miku. As duas passaram uma tarde inteira falando de músicas e Gumi falara sobre alguns animes que assistia. Uma vez, Miku perguntara se Gakupo podia ensinar a ela a como manejar a katana que ele sempre trazia consigo, fazendo com que Haku quase tivesse um ataque cardíaco quando Gakupo dissera que ele veria em sua agenda se ele estava livre para dar lições à garota de cabelos azuladas.

Ele gastara muitos minutos depois tentando explicar á uma frenética Haku que fora tudo uma brincadeira.

Dell raramente vinha visitar Haku, porém ele fazia o mesmo com todos os seus amigos. Ele nunca ficava para cuidar de Miku, o que Haku não fazia questão nenhuma, porém também desejava sucesso na carreira profissional da nova pediatra.

Lily… continuava sendo Lily. Com a única diferença que ela agora era uma pop star de sucesso. Era frequente que Haku a visse na rua usando disfarces, mesmo quando ela entrava (ou melhor, invadia) a sua casa para passar algum tempo com “a sua musa”. Haku estava impressionada pelo fato de que nenhum repórter ou paparazzi tenha descoberto onde Lily morava, considerando que o rosto dela se encontrava estampada em praticamente todas as revistas de músicas cada vez que algum álbum novo seu era lançado.

Os gêmeos Kagamine cresceram e se tornaram praticamente inseparáveis de Miku. Lily até mesmo anunciou que os dois estavam morando com ela após o primeiro ano escolar de Miku. Porém, a loira ainda não tenha muito jeito com crianças, sendo que quando um surto de gripe atingiu a vizinhança fora a sua vez de se descabelar e pedir à Haku. Lily depois negaria veementemente que ela perdera a compostura.

Rin se tornara uma garota assertiva, determinada e um tanto teimosa que adorava mandar em seu irmão. Ela sonhava em se tornar tão legal quanto “Lily-nee-san” e em fazer dueto com Miku. Ela era a “mente maligna” do trio, sempre bolando algum jeito novo de meter-se em confusão.

Len cresceu se tornando um garoto tímido, porém aplicado, frequentemente tentando (e falhando miseravelmente) pôr um pouco de senso na cabeça de sua irmã gêmea. Ele era muito inteligente, assim como Rin, gentil, compreensível (o que fazia com que Lily comentasse que ele é quem deveria ser a irmã) e adorava sua Rin e Miku, apesar de toda confusão em que se metiam. No entanto, bastava ouvir a palavra “shota” que ele imediatamente se tornava uma fera.

Enquanto cuidava de sua vida pessoal e criava a sua filha, ajudando-a a crescer, Haku tivera de passar por várias situações que desafiavam todo o seu conhecimento adquirido sobre crianças e adolescentes.

– Mamãe, como os bebês nascem?

Como quando Miku começara a perguntar sobre os “fatos da vida” aos treze.

– Hum… bem… e-eu… digo… você vê, Miku… - isso se seguiu por uma hora até Haku finalmente pedir licença para ir ao banheiro, se olhar no espelho e recompor-se. Ela então armou-se de todo o seu conhecimento sobre biologia e anatomia e voltou para explicar a Miku como o nascimento ocorria.

Três horas depois, Miku estava sentada no sofa, rosto mais vermelho do que uma beterraba e tremendo como se estivesse em choque, e Haku estava sentada na mesa, com a sua cabeça nesta e Lily a confortá-la (sem tentar nada que fosse considerado inapropriado) enquanto que a mulher de cabelos prateados murmurava seu mantra de “eu sou uma péssima mãe”.

Passadas algumas semanas, Rin se revelara um tanto precoce para sua idade quando ela chegara até Lily enquanto esta assistia a um filme alugado com Haku, esta corando e tentando se manter a uma distância “segura” de Lily, porém sem sucesso, pois o braço da loira se encontrava em volta de seus ombros.

– Tia Haku. – Rin começara. – Miku e eu vamos ter peitos grandes como os seus?

Haku empalidecera e quando Lily perguntou por que Rin estava perguntando aquilo a garota simplesmente disse:

– Miku diz que eles são fofos e macios, que nem um travesseiro. Se for assim, quero eles também pra eu poder dormir confortável com a Miku quando viermos ficar aqui!

Aquilo rendeu uma conversa embaraçosa de duas horas com as duas garotas e Haku repensando sobre antigos hábitos noturnos que Miku ainda demonstrava de vez em quando.

Miku agora possuía 14 anos e dera a Haku uma notícia que a levou a ter sua primeira discussão com sua filha:

– Mas eles dissera que eu era perfeita pra fazer a propaganda, mamãe. E que isso ajudaria a começar a carreira como cantora. – a menina de cabelos azuis falou após ouvir sua mãe recusar o convite para que ela estreasse em uma propaganda da Academia patrocinada por Crypton.

– Miku, eles dizem isso, mas ter o seu rosto estampado na TV expõe você. As pessoas vão começar a te analisar e criticar. – Haku argumentou.

– Mas e se eu me sair bem? E se eles gostarem de mim?

– Filha... – O tom de Haku se tornou mais sério e resoluto. – ser famosa não é tão fácil e bom quanto parece. É muita pressão e você é nova demais pra ter tanta responsabilidade.

Haku deixou claro que não mudaria de idéia, o que surpreendeu um pouco Lily (que havia vindo á casa da mulher de olhos vermelhos para aproveitar e almoçar por lá). Miku fez beiço e tentou recorrer a loira, mas Lily apoiou Haku:

– Sua mão ta certa, Miku-chan. Ser famosa não é fácil e praticamente devora todo tempo que você podia passar com seus amigos.

Vendo que não ia conseguir convencer ninguém, Miku saiu batendo pé sem dizer nada a mais ninguém.

Após sua filha ter saído de vista, Haku suspirou. Miku vinha se tornando muito insistente em seu sonho de virar uma cantora famosa como Lily, ainda mais agora que alguns caça-talentos de Crypton estavam visitando a escola e fazendo testes entre algumas aulas. Haku sabia que eventualmente iria ter de conversar com Miku sobre aquilo e agora que sua filha trouxera o assunto a tona, não havia mais saída.

– Bem, parabéns Haku! Sobreviveu a sua primeira discussão com sua filha e ela nem saiu dizendo que te odeia ou que você destruiu os sonhos dela. – Lily disse, dando tapinhas nas costas de sua amiga, tentando animá-la. O exemplo era tão específico que Haku só podia imaginar como Lily teria lidado se fosse ela em seu lugar.

– Mesmo assim, vou falar com a Miku. – Haku disse, se colocando em pé. Ela odiava aquela sensação de ter deixado Miku chateada, mesmo sabendo que era necessário dessa vez.

Subindo as escadas até o segundo andar da casa onde ficavam os quartos e o banheiro, Haku parou perto da porta aberta do quarto de Miku e respirou fundo antes de entrar, mentalmente se preparando para o que podia ser outra discussão.

– Miku... – a mulher de cabelos prateados disse, entrando no quarto de sua filha. Miku estava sentada perto de uma mesa onde estava fazendo o seu dever de casa. Ela olhou para Haku. – Miku eu só quero o seu bem. Não é que eu não queira que você seja famosa.

– Então por quê?

– Porque ser famosa, manter a fama, é muita responsabilidade e cobrança. Olha a Lily, por exemplo. Quantas vezes ela vem almoçar aqui em casa?

– Poucas. – Miku respondeu, parecendo começar a ligar os pontos.

– E se lembra das vezes em que ela atendeu o celular e teve de sair correndo? É porque ela teve de comparecer a uma reunião da gravadora ou o agente chamou ela. Lily tem de sempre estar disponível e ela tem de manter uma imagem. Você saberia fazer tudo isso, todos os dias?

Miku ficou quieta, pensando no que sua mãe lhe disse. Ela então olhou para Haku e sacudiu a cabeça. Haku suspirou novamente e abraçou Miku, que a abraçou de volta pedindo desculpas por ter saído da sala daquele jeito.

Passados alguns segundos, as duas se separaram e Haku sorriu para a garota de cabelos azulados.

– Eu não me importo de você querer ser famosa. Se é isso que você quer, filha, então eu vou te apoiar. Mas tudo tem seu tempo. Olha só pra mim. Eu demorei muito tempo até descobrir como faria pra te criar sem ter de me descabelar sempre que algo desse errado. - Miku soltou uma risadinha, fazendo com que Haku também risse.

– Tá bom, mamãe. Eu espero. – Miku disse, abraçando sua mãe adotiva novamente. – Te amo mamãe.

– Também te amo, Miku. – Haku disse, beijando a testa de Miku.

Feitas as pazes, as duas desceram as escadas novamente e encontraram Lily ali, a espera delas. Vendo que as coisas haviam voltado ao normal, a loira falou para Miku:

– Se algum dia quiser saber como é ser famosa, me procura Miku. Posso te dar algumas dicas de quando e como você deve se apresentar.

– Tá bem, tia Lily! – a adolescente falou em um tom entusiasmado.

– É claro, você só precisaria fazer um pequeno favor em troca. – Lily disse, se inclinando para perto de Miku, sussurrando, porém alto o suficiente para que Haku ouvisse. – Convence a sua mãe a sair comigo.

– LILY!!! – Haku exclamou, corando. – Pare de tentar usar minha filha!

– Ei, amor é guerra Haku e pra isso preciso de tantos aliados quanto possível. Certo Miku?

A garota de marias-chiquinhas riu e concordou com a cabeça, fazendo com que sua mãe chamasse seu nome em protesto.

Apesar desses pequenos episódios, Haku podia dizer que estava muito contente com sua família, amigos e emprego. Ela só podia imaginar como as coisas seriam dali para frente...


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