Coração De Mãe escrita por UnderworldKing


Capítulo 1
Prologo: Encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos. Me chamo UK-UnderworldKing. Sou novo por aqui, porém não para o mundo da escrita, então não vou encomodá-los com o típico "É minha primeira fic, por favor sejam gentis".
Estou aqui hoje para trazer a vocês esta história, a qual me ocorreu enquanto observava as semelhanças entre Miku e Haku e pelo fato de nossa querida cantora melancólica é frequentemente subestimada/injustiçada em muitas fics. Por isso, decidi fazer esta fic dedicada a ela (e também pelo fato de que rio cada vez que penso nela como mãe).
De qualquer maneira, essa é uma história sobre família e responsabilidade... de um jeito hilário!
Bem, sem mais delongas: vamos a leitura. Aproveitem e por favor, deixe-me saber o que vocês acham!



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Prólogo: Encontro


Desde que conseguia se lembrar, Yowane Haku nunca fora muita amiga da Senhora Sorte, ou a mais realizada das pessoas. De fato, ela tinha motivos de sobra para reclamar sobre o rumo que sua vida estava tomando ultimamente.

Desde criança, Haku sonhava em cuidar dos outros. Seu sonho era ser médica, de preferência uma pediatra. Seus pais sentiam orgulho de seu objetivo e a encorajavam. No entanto, Haku enfrentara alguns problemas enquanto ainda na escola. Garotos e garotas a consideravam esquisita por se dedicar tanto aos estudos e por sua aparência: uma garota de cabelos prateados e olhos vermelhos. Felizmente ela fizera alguns amigos e isso tornara a escola suportável.

Ao se formar, ela começara a procurar por um emprego e por uma escola de enfermagem onde pudesse se aperfeiçoar, porém foi forçada a se mudar para outra cidade, saindo de baixo das asas protetoras de seus pais. Ainda assim, eles lhe visitavam em feriados e a ajudavam a pagar pelo apartamento que alugara.

Foi então que Haku percebeu que o mundo não era um lugar muito gentil...

A cidade para a qual se mudara era uma metrópole urbana e Haku, tendo vivido e sido criada em uma cidade pequena, era constantemente acostada por algum estranho ou outro, procurando “convidá-la para um lugar divertido”. Ela sabia que todos só estavam interessados em uma coisa: seu corpo. Haku sabia que era atraente: peitos grandes, pernas longas e corpo em forma de ampulheta. Porém, ela sempre fora muito tímida quando em contato com o sexo oposto. Jamais tivera um namorado e nenhum garoto realmente lhe chamava a atenção.

Talvez ela devesse ter pegado leve em seus estudos e tentado vencer sua timidez. De qualquer maneira, Haku fora um dia perseguida por um homem particularmente insistente (ou “tarado” como ela os chamava) e tinha a suspeita de que o sujeito estava só esperando que ela fosse para algum lugar com pouca gente e... sorte a de Haku que naquele momento um jovem lhe aproximou e começou a falar como se fossem namorados, o que fez com que o sujeito desistisse.

Haku olhava de soslaio para ver quando o homem sairia e se virou para o estranho que a salvara, agradecendo-o:

– Não foi nada. Não gostei do jeito com que ele te olhou. Caras assim me deixam nauseado. – o estranho, que Haku viria mais tarde a saber se chamava Honne Dell, lhe falou.

Dell, um jovem de cabelos prateados e olhos vermelhos muito similares aos de Haku, e ela se tornaram bons amigos, apesar da atitude um tanto sarcástica e rude do jovem. (“Honestamente. Você anda por ai com um decote desses e espera que não reparem?” ele lhe dissera uma vez. “Sorte a sua que sou um cara legal, ou você estaria de quatro agora,” ele caminharia mais tarde para casa, naquele dia, com uma marca vermelha em formato de mão na sua bochecha esquerda). Dell também a apresentou para um grupo de amigos que consistiam de um homem (ela só percebera mais tarde) de cabelos roxos chamado Kamui Gakupo, uma loira de olhos azuis com uma atitude um tanto quanto... discutível, chamada Lily e (para sua maior surpresa e coincidência) a dona do complexo de apartamentos em que morava, Sakine Meiko.

Haku rapidamente adotou o grupo como seus novos amigos naquela cidade. Eles eram boas pessoas, apesar de cada um ter suas... estranhezas. Primeiro, Dell, como mencionado anteriormente, era direto e não media as palavras a ponto de ser considerado rude. Ele também não era muito sociável de acordo com os outros, mas não tolerava violência contra mulheres. Quando Haku perguntara porque, ninguém soube lhe responder e Dell simplesmente a ignorará, fumando aquele cigarro que sempre parecia estar presente em seus lábios, como se fosse uma parte de seu corpo. De acordo com Gakupo, o grupo já tentara convencê-lo a largar o habito, mas Dell parecia se tornar surdo sempre que alguém tentava “educá-lo” sobre como levar uma vida saudável.

Meiko era alcoólatra certificada. Sempre que o grupo se encontrava era ela quem trazia a cerveja ou saque para eles. Gakupo não bebia (felizmente) e frequentemente ficava encarregado de levar uma Lily e Meiko inconscientes de volta para casa. As duas simplesmente não sabiam dosar o álcool. Meiko também tinha um temperamento esquentado e quando bêbada não media palavras. Porém ela era alguém que sabia escutar e em quem se podia contar nas horas difíceis (isto é, se não estivesse se recuperando de uma ressaca).

Lily... Haku não sabia por onde começar. Primeiro, a loira estava sempre lançando olhares de aprovação quando falava de seu guarda roupa (que consistia em várias roupas com um generoso decote) e Haku podia jurar que uma vez ela vira Lily umedecer seus lábios enquanto olhava para seus peitos. Porém ela também flertava com Gakupo, para o constrangimento do homem, e frequentemente seus tópicos envolviam a vida amorosa de alguém ou o último cara com que saíra. Outro dia, fora uma mulher. Haku não sabia se Lily era homossexual ou bi e, francamente, preferia não saber. Já era o suficiente saber que havia caras atrás de suas saias.

Gakupo era praticamente a única pessoa composta (leia-se: normal) no grupo. Ele era um jovem empresário de sucesso e fora educado em uma família que prezava cavalheirismo acima de tudo em seus homens. No entanto, ele sempre andava por aí com uma katana. Haku achava que a família de Gakupo provavelmente descendia de algum clã samurai ou algo parecido, pois a única vez em que lhe foi permitido examinar a arma, ela notara que a dita katana não só era bem conservada como também era afiada.

Mesmo assim, o grupo fora fundamental para que Haku conseguisse se habituar a vida na cidade grande. Foi então, quando começou com seu emprego em um hospital no centro da cidade, que Haku se desiludiu por completo.

O local era bem cuidado e equipado e tinha bastante leitos, porém a direção do hospital sempre reclamava de falta de verbas, cobrando preços de seus pacientes com plano de saúde que beiravam extorsão. Haku já ouvira falar sobre como a administração de alguns hospitais não era capaz de gerenciar seus recursos ou tirava proveito destes.

Ouvindo as constantes reclamações de seus superiores, Haku até mesmo se prontificara para fazer a contabilidade se fosse o caso (ela sempre fora boa com números), porém a única respostava que teve foi um médico zangado berrando consigo, dizendo que ela o estava acusando de má administração. Haku se encolhera e jamais abrirá a boca novamente no trabalho, somente respondendo quando lhe era perguntado algo.

As outras enfermeiras também não gostavam dela, apesar de algumas estarem na mesma escola de enfermagem que Haku. Ela frequentemente ouvia algumas dizendo como Haku “convencerá” seus professores a lhe darem notas boas. Haku não era uma mulher de brigar e não gostava de discutir com os outros, além do mais, era possível que seus superiores usassem algo assim como desculpa para expulsá-la, então ela ficava quieta frente a estas acusações absurdas.

Seu trabalho em si também não era muito satisfatório. Três vezes Haku fora instruída a não dar atendimento a algumas crianças, pois, aparentemente, seus pais não haviam quitado sua conta com o hospital. Haku também era obrigada a dar certos tipos de remédio a alguns pacientes, mesmo quando ela sabia que estes não eram os melhores para combaterem os sintomas de uma determinada doença. Ela viera a saber mais tarde, que o hospital tinha convênio com os fabricantes de tais medicamentos e se recusava a fazer negócios com outros laboratórios.

Se não fosse o fato de que aquele fora o único hospital que aceitara uma pessoa sem experiência na área, Haku teria se demitido. Porém, demissão não seria uma boa marca em seu currículo tão cedo em sua vida profissional.

Frustrada com o seu trabalho e com os olhares decepcionados daqueles a que recusara serviço, combinado com o fato de que seus queridos pais vieram a falecer em um acidente de carro, Haku começara a aceitar o convite de Meiko e Lily para uma bebida. A mulher de cabelos prateados viera então a descobrir que álcool e ela não se misturavam muito bem, mas continuara a afogar suas decepções e mágoas, ignorando a frustração com o emprego e impressão de que sua vida estava lentamente se tornando mais frustrante e deprimente.

Para completar, o banco em que seus pais mantinham sua conta falirá devido à crise financeira e não havia previsão para algum tipo de ressarcimento. A casa de seus pais também fora a leilão, já que Haku não tinha dinheiro o suficiente para pagá-la. A única razão pela qual Haku não se desesperará e se voltara para algo mais drástico (como drogas) era o apoio de Gakupo e dos outros (até mesmo Dell, que pelo menos conseguia fazer com que sua mente desviasse de pensamentos deprimentes com seus comentários inoportunos).

Haku continuara a beber, só não virando uma segunda Meiko, porque ela parava antes de cair dura no chão, sabendo que teria trabalho no dia seguinte. Como o local onde se encontravam era a poucas quadras de onde morava, Haku conseguia chegar a pé (cambaleando durante todo caminho) em seu apartamento. Foi em um destes dias, após mais uma vez afogar as mágoas em cerveja, que Haku se deparará com algo que mudaria sua vida...

Enquanto voltava para casa, tentando manter seu equilíbrio e lutando para não cair, Haku só conseguia pensar em como sua vida parecia estar estacada. Ela ainda não conseguira uma vaga em outros hospitais e viva de favor. Meiko aceitará mantê-la no apartamento desde que conseguisse arranjar um emprego melhor para pagar o aluguel.

Mas nenhuma sorte até agora... Haku pensou.

Foi então que ela tropeçou em uma garrafa que rolara para longe de uma pilha de lixo em um beco próximo indo ao chão, porém ela conseguirá colocar as suas mãos na frente para aparar a queda e evitar um nariz quebrado. Haku ficara algum tempo deitada no chão e, naquele momento, para sua maior sorte, começara a chover.

Nenhuma sorte mesmo... Haku reforçou seu pensamento anterior, lentamente levantando sua cabeça, com uma expressão triste em seu rosto. Ótimo. Agora vou chegar em casa ensopada. Como se já não fosse o suficiente essa tonteira, o zumbido na minha cabeça, o choro de criança e... perai. a mente de Haku parou por completo quando o som lhe alcançara os ouvidos e ela perceberá o que era.

Haku então se apoiou em seus braços e identificou a origem do som. Olhando para o beco onde estava a pilha de lixo, ela viu uma caixa de papelão aberta. Tonteira e outros sintomas do álcool foram esquecidos enquanto Haku se levantava e caminhava até a caixa e, para sua surpresa, encontrou uma criança de cabelos azul-esverdeados dentro desta enrolada em jornais.

Haku olhou em volta e para a criança novamente, imaginando o que ela estaria fazendo ali. Foi então que ela finalmente percebera: aquela criança havia sido provavelmente abandonada, se ela estava em meio a um monte de lixo.

A mulher de cabelos prateados então segurou a criança chorosa com suas mãos e a retirou da caixa de papelão, mantendo-a coberta pelos jornais para que ela tivesse pelo menos alguma proteção contra a chuva. Olhando novamente para os lados e vendo que não havia ninguém, Haku decidiu que não podia deixar uma criança que parecia não ter mais que um ano, sozinha, no meio da rua.

A enfermeira então abraçou a criança contra o próprio peito e partiu em direção a sua casa em um passo mais apressado. Haku tomou algum tempo para notar que a criança havia parado de chorar...



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