Like Another Fairytale escrita por Mariia_T


Capítulo 16
15.


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo!!1 Bem atrasado, mas eu tenho desculpa porque eu estava viajando haha. Mas eu voltei e a LAF também! Então, mil perdões por não ter postado antes de viajar, maldade.
E aí, como foram de ano novo? O meu foi bom, apesar dos pesares.
Chega de enrolação: fic!



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    - Jolie? – Entrei em seu quarto, devagarinho. Ainda era muito cedo e eu não sabia se ela iria para a escola naquele dia.

    - Oi? – Fui respondida por uma voz rouca de sono.

    - Eu te acordei? Desculpe, não era minha...

    - Não, tudo bem. – Sorriu quando eu fechei a porta atrás de mim e me sentei na beira de sua cama. – O que foi?

    - Você vai à escola hoje?

    - Só vou poder ir para a escola na segunda. – Ela parecia bem satisfeita com a desculpa para não ir à escola durante essa semana.

    - E a festa? – Perguntei, com muito cuidado. Aquele era um assunto que claramente a deixava irritada e não era isso o que eu queria.

    - Você pode ir. Acho que não vou.

    - Mas... Mas é a festa da escola, você adora festas!

    - K, você me entende, não entende? Eu não quero ir lá e encontrar todas aquelas pessoas e...

    - Sabe o que eu acho, Jo? Você se apega muito ao passado. Deixa essa gente de lado. Você não deve nada a elas.

    - E se eles quiserem se vingar?

    - Jo, eu não acho que eles ajam de má fé ali. Ou que alguém guarde algum rancor.

    - Jennifer tem muitos motivos para ter rancor.

    - A Jennifer é um caso à parte.

    - Não, ela é o caso todo. Não confio nela, alguma coisa grita dentro de mim, dizendo para eu me manter longe. Um instinto de sobrevivência...

    - Jo...

    - Obrigada pelo dinheiro. – Disse ela, mudando de assunto.

    - Você merece.

    - Obrigada, mesmo.

    Sorri e dei um beijinho na testa dela, saindo de seu quarto em seguida. Arrumei-me rapidamente para a escola e peguei uma carona com tio Joe. Ele estava estranho, eu pude reparar o caminho todo. Não só ele, como tia Judith. Era estranho; quando ambos estavam juntos, parecia um campo de batalha. Quando estavam afastados, eles tinham seus próprios meios de se distraírem e fazer tudo parecer bem de novo.

    - Obrigada, tio. – Dei-lhe um sorriso e saí do carro. Atravessei o aglomerado de alunos que se mantinham ali mesmo faltando dez minutos para o começo das aulas.

    - Karen! – Ouvi Gabe me chamar, sentado em um muro, rodeado de algumas meninas e abraçado com Hanah. Acenei para ele e apontei para a porta da escola e ele assentiu. Eu tinha esse cuidado de nunca me atrasar para as aulas, por isso gostava de sempre estar no meu armário, checando meu horário e meus livros.

    - Ok, aula de filosofia... – Murmurei para mim mesma, procurando com os olhos o livro fino.

    - Falando sozinha? – Justin encostou-se à porta do armário ao lado e cruzou os braços, com um sorriso nos lábios. Era engraçado como Justin sempre estava de bom humor pela manhã.

    - Falar comigo mesma é sempre mais interessante. Eu digo o que eu quero escutar. – Respondi, fazendo Justin soltar uma gargalhada gostosa.

    - Muito prática, você. – Ele trocou o peso de um pé para o outro.

    - O que foi? – Percebi o desconforto em seu olhar.

    - Eu não gosto de ser chato, mas... Você trouxe o dever de história, né?

    Fechei a cara e arregalei os olhos. Justin acompanhou minha expressão e ficou tenso.

    - O dever de história! – Exclamei.

    - Você não trouxe? Não acredito, Karen! – Ele se desesperou. – Será que dá tempo de buscar? Na hora do almoço, será que...

    - Ei! Estava brincando! Está aqui! – Peguei a pasta de dentro do armário e balancei na altura dos olhos dele, guardando-o em seguida. Comecei a rir da cara zangada que ele fez.

    - Rá, rá, rá. – Ironizou. – Você é hilária, Karen!

    Não consegui conter a risada e corri um pouco para poder acompanhar sua caminhada.

    - Ah, qual é, sua cara foi ótima!

    - Não estou vendo graça alguma, princesa. – Resmungou e como um soco na boca do estômago eu parei de rir. Por que ele sempre tinha que colocar essa palavra nas nossas conversas. Está aí uma palavra que me assombra e me deixa tensa: princesa. Continuei andando enquanto Justin começava a tagarelar sobre como eles seriam incríveis no jogo de mais tarde. – A gente se vê depois? – Perguntou, parando comigo na porta da sala de filosofia. Assenti para ele e abri um breve sorriso. – Ok, estarei te esperando no estacionamento para o almoço.

    Justin havia prometido me levar para almoçar no restaurante da mãe toda vez que eu quisesse para ficar de boca calada sobre seu emprego secreto. Não vi motivos para aquela proposta – tentadora – patética, mas como ele insistiu, aceitei. E também, depois do jogo ele me levaria para a festa, já que Jolie não iria nem queria.

    Virei-me para entrar na sala, mas Jennifer esbarrou em mim ao entrar primeiro. Fui obrigada a sentar na única cadeira vaga ao lado da garota e ouvir durante a aula o ruído do atrito da lixa em sua unha e o barulho metálico dos minúsculos pingentes que pendiam de seu anel de ouro envelhecido. Podia sentir seus olhos me queimando durante a maior parte do tempo.

    Eu sabia que Jennifer não gostava de mim, mas não podia calcular exatamente quanto.

    - Onde está Jolie, Karen? – Jennifer quis saber quando o sinal soou.

    Olhei para ela, sem vontade de responder.

    - Eu acho que isso não é do seu interesse, Jennifer. – Respondi e dei-lhe as costas, saindo da sala. Pude perceber que ela me seguia e logo me acompanhou lado a lado.

    - Pode discordar de mim, Karen, mas não sou a pessoa certa para nutrir uma inimizade. – Ela sorriu.

    - Isso é uma ameaça? – Senti-me intimidada, por mais que não quisesse.

    - É um aviso. – Ela riu fraquinho. – Você está andando com Justin agora, ele não tem o melhor grupo de amigos do mundo. E não estou falando de nós.

[...]

    - Ganhamos! – Ouvi a voz de Justin logo atrás de mim. Girei nos calcanhares e fui engolida por um abraço de urso dele, tirando-me do chão e me balançou. Soltei uma gargalhada e o abracei de volta, feliz por ele.

    - É isso aí! – Fizemos um high-five quando ele me colocou de volta no chão.

    - Ah, não acredito! Ganhamos! – Ele me abraçou de novo, tirando-me do chão. – Agora, festa! – E, ainda me carregando, abriu a porta do carro dele e me sentou no banco do carona.

    - Já pensou se vocês não ganham? E a festa, como ficava? – Perguntei, quando ele entrou no carro.

    - Não, não pensei nisso. Porque eu sabia que a gente ia ganhar. – Sorriu, presunçoso. – E o dever de história?

    - Foi meio difícil convencer o professor de que fizemos juntos, já que você não estava lá, mas ele aceitou no final. – Sorri também.

    - Foi mal, o treinador não me deixou sair da concentração.

    - Está tudo bem, adoro exercitar minha habilidade de persuasão. – Ri comigo mesma, sentindo que estava me exibindo um pouco.

    - Metida. – Ele riu fraquinho e deu partida no carro.

    Não conversamos muito, mas ouvimos algumas músicas que passavam numa estação de rádio qualquer. Justin estava radiante, usava o casaco do time, com um R enorme no peito, com orgulho, parecia mal caber em si de tanto.

    - Festinha. – Comentei, ironicamente, quando Justin estacionou na vaga com a placa “Rei do Basquete”.

    - O Rei merece. – Sua voz transbordava orgulho.

    - Vai lá, rei. – Revirei os olhos, rindo um pouco.

    - Vem comigo, princesa?

    - Não sou sua filha. – Eu disse, quase engasgando com minha própria saliva.

    - Que bom que não é, seria realmente um saco ter que cuidar de você a noite toda. – Riu e saiu do carro. Balancei a cabeça negativamente, Justin era quase uma criança no corpo de um adolescente. O casarão estava todo iluminado e parecia pequena para tanta gente, já que havia muitos alunos fora da casa, no jardim. O barulho era quase insuportável, mas rapidamente meus ouvidos se adaptaram aos ruídos e ainda mais à gritaria que se seguiu quando Justin apareceu, levantando os braços e fazendo um high-five com algumas pessoas enquanto entrava na casa.

    Assim que entrei, vi Justin dar um beijo na bochecha de Katherine e se afastar, indo falar com outras pessoas. Ela me viu quando revirou os olhos para o amigo.

    - Hey! Você veio! – Ela gritou e veio me abraçar.

    - É... – Abri um sorrisinho e abracei de volta.

    - Gostei da sua saia. – Disse, segurando minha mão em cima da cabeça e me fez dar uma rodadinha. – Você não estava com ela antes.

    - Eu troquei na escola. – Expliquei. Eu havia trocado de roupa porque, segundo Jolie, não se usa calça jeans para tudo nos EUA, inclusive para festas, como eu pensava. Por isso ela me obrigou a levar uma roupa extra na mochila, dizendo que ficaria melhor se eu me trocasse.

    - Gostei dela. – Repetiu, olhando mais um pouco. Não podia negar, era um pouco curta, mas era linda mesmo. – Vamos achar o resto do pessoal.

    Ela me segurou pela mão enquanto me arrastava casa adentro. Aquele lugar era enorme, devia ter uns três metros de pé direito, e era somente o primeiro andar!, porque ignoramos a grande escada que havia na sala. As pessoas se espremiam em alguns cantos, conversando, rindo, bebendo e se beijando.

    - Toma um. – Ela parou rapidamente para pegar um dos copos vermelhos que havia numa mesa e me entregou. Cheirei discretamente o copo, desconfiada com o que aquilo poderia ser. Tinha cheiro de uva verde, por isso não me preocupei em beber.

    - Karen! – Gabe me abraçou e me tirou do chão quando achamos o “grupinho de amigos”. Devia ter pelo menos umas dez pessoas naquela roda, e eu só conhecia Jennifer, Seth, Gabe e Kate. – Você está linda! Veio com quem? Veio sozinha? Quer carona? Não, espere; Jolie está aqui?

    Muitas perguntas de uma vez só. Olhei para ele e ri fraquinho.

    - Vim com Justin. – Soltei. Mas só depois lembrei-me que assim como minha prima, Gabe não gostava da minha aproximação de Justin.

    - Ah. – Ele soprou, revirando os olhos. – E onde está o viado?

    - Ele está por...

    - Falando de mim, gente bonita?! – Justin pulou nas costas de Gabe, que quase caiu para frente se eu não tivesse segurado seu ombro.

    - Reza a lenda que quando a gente fala no diabo, ele aparece. – Seth brincou e Justin mostrou-lhe o dedo médio.

    - Também te amo, minha vadia. – Justin mandou um beijo para ele. – O que estavam falando? – Pegou a bebida da minha mão, como se eu estivesse segurando para ele, e tomou, fazendo uma careta logo em seguida.

    - Eu queria saber com quem Karen veio. – Gabe respondeu, apontando para mim com a mão que segurava o copo. Justin virou-se rapidamente para mim. Olhei para meu copo e depois para ele, meio que sugestivamente, meio que avisando que ele estava fazendo alguma coisa errada.

    - Ah... Oi... Karen, eu achei que era... – Ele se embolou. – Tome. Desculpe. – Devolveu-me o copo.

    - Não tem problema. – Respondi. – Mas não quero isso, tem baba sua aí.

    - Ah, que isso! Eu sou limpinho! – Justin riu e abriu a boca, com a língua para fora e chegou mais perto. Inclinei-me para trás, segurando seu ombro para mantê-lo longe de mim.

    - Acho que não, hein! – Seth puxou a calça de Justin um pouco para baixo e começou a rir.

    - Muito engraçado você, Seth. – Ele revirou os olhos e arrumou a calça, saindo dali, nervoso.

    - Ih, ela tá na TPM! – Gabe riu, gritando mais alto para que Justin ouvisse.

    - Gabe! – Kate o repreendeu, olhando para onde Justin ia. – Ele ficou chateado. – Ela disse para mim, fitando-me.

    - É. – Concordei, mas ela continuou me olhando daquele jeito estranho. – Que foi?

    - Vai atrás dele!

    - O quê? Por quê?

    - Porque ele ficou chateado por sua causa!

    - Minha causa? Quem brincou foi o...

    - Vai, Karen! – Ela ordenou e eu obedeci rapidamente, sem entender nada do que estava rolando.

    Vaguei um pouco pela casa – interrompendo alguns casais que tinham um momento mais íntimo em alguns cômodos do andar inferior – antes de achar Justin na cozinha, inclinado para frente, olhando a geladeira com interesse.

    - Hey. – Falei, parando no batente da porta. Larguei meu copo no balcão que acabava ao lado da porta. Justin desviou o olhar para mim e fechou a cara. – Está bravo?

    - Não. – Resmungou, voltando a olhar a geladeira.

    - Não parece. – Fui sincera.

    - E?

    - E que não deveria ficar assim. Reis não têm o direito de perder o sorriso diante de seus súditos. – Argumentei, lembrando-me do nome que ele mesmo adotou e também das minhas lições de etiqueta do palácio. Justin fechou a porta da geladeira e veio até mim.

    - Eu acho que um rei tem direito a tudo. – Cruzou os braços, encostando-se ao lado oposto ao meu do batente.

    - Não é bem assim. – Falei, olhando o colarinho de sua blusa, por não conseguir olhar em seus olhos ao falar sobre esse assunto. – Um rei tem que abrir mão de muitas coisas, até mesmo de seu próprio prazer pelos outros. Ele demonstra força, coragem e caráter. Não se deixa abater por qualquer coisa. Um rei forte representa uma nação forte.

    - E como você sabe disso tudo? – Ele arqueou a sobrancelha, esperando uma resposta. E tinha que ser uma convincente.

    - Internet. – Soltei. O que não se podia fazer na internet hoje em dia, afinal? Foi uma boa resposta, sorri para mim mesma por dentro.

    - É? Parece mais experiência de causa própria, para mim. – Abriu um sorrisinho de canto.

    - E-eu... Não, eu não... – Gaguejei, tentando achar uma resposta rápida.

    - Não acredito! – Justin abriu a boca e me olhou, incrédulo. Pronto! Eu me entreguei!, eu pensava, esperando ele dizer a próxima frase. – Eu deixei Karen Respondona Alexandrine sem resposta! Eu sou demais! Sou demais! – Comemorou, beijando os próprios ombros.

    Não sei que tipo de nó se formou e apertou meu cérebro, mas meus pulmões relaxaram de tal forma que achei que Justin poderia pensar que eu estava desfalecendo na sua frente. Olhei para ele, estarrecida, quase em choque.

    - Eu... – Tentei falar. – Seu idiota. – Ri, nervoso.

    - Sou demais! E que argumento incrível, o meu! – Comemorou. – Você veio de um país governado por um rei, não é? Claro que você sabe disse tudo, cara, que sacada de mestre eu tive agora! Sou um gênio! – Riu, bagunçando os cabelos. Ri com ele, ainda respirando com dificuldade.

    - Gênio. – Concordei.

    - Ah, qual é. Eu fui bom, agora. – Justin pediu compreensão.

    - É, você foi bom. – Revirei os olhos.

    - É... Estou com fome, você está? Achei uns sanduíches de queijo cheddar aqui, mas achei que ficaria feio se eu comer isso sozinho...

    - Gosto de cheddar. – Afastei-me dele e sentei-me no balcão ao lado da geladeira. Justin pegou dois sanduíches e me deu um, sentando-se ao meu lado em seguida. Abri o papel alumínio que embalava o pão e mordi um pedaço.

    - Tá curtindo a festa? – Justin perguntou, a voz distorcida, a boca cheia.

    - Ew. – Apontei para a comida na boca dele. Ele riu e levantou a mão, como se prometesse que ia parar. – É, está agitada. – Ri pelo nariz. – De quem é a casa?

    - Você não conhece. – Justin deu de ombros. – É de uma garota que eu já... É... Hm, beijei. – Franziu o cenho e soltou uma risada. – Não sei por que fiquei com ela. Tem tantas garotas melhores por aí. – Sorriu, virando seu rosto para mim.

    - Tenho certeza que sim. Não vi a garota ainda, mas se você diz...

    - Isso é meio frustrante. – Ele riu pelo nariz, mordendo o último pedaço de seu sanduíche.  

    Ficamos em silêncio por dois segundos e um cara apareceu na porta da cozinha, um sorriso enorme estampava seu rosto fino e infantil.

    - Ei, Justin! Vamos queimar a camisa deles, vem! – O garoto chamou e depois saiu correndo, para onde eu deduzi ser a porta que dava para os fundos da casa.

    - Eles te amam! – Falei, saltando do balcão, assim como Justin, que riu.

    - Eu sou o rei! – Dizendo aquilo, ele tornou aquela palavra oficialmente nossa brincadeirinha interna. E um passo a menos de distância entre Justin e meu “segredo”.

    Ele segurou minha mão e me puxou para fora da casa, onde estava praticamente toda o pessoal da festa e um círculo no meio. Justin foi abrindo caminho entre as pessoas até que ele me soltasse e foi para o centro do círculo onde Seth, Luke e outros rapazes estavam. Um deles segurava uma camisa azul escura com preto e outro segurava uma garrafa de bebida alcóolica, com um isqueiro na outra mão.

    - Hoje é a noite em que a Millennium nunca vai se esquecer! O dia em que a Roosevelt passou por cima deles! – Um dos garotos, o mais branquinho de todos, gritou, fazendo subir da multidão atrás de mim e ao meu redor um grito de concordância. Justin abriu um sorriso e levantou os braços. – Pisamos como baratas! – Mais um coro de “yeah”. – Massacramos como um monte de vagabundos nojentos! – “Yeah”.

    Justin pegou o isqueiro enquanto Luke banhava a blusa com a bebida e acendeu o fogo, que rapidamente consumiu toda a superfície da camisa e o garoto largou a blusa no chão, abanando as mãos.

    “Yeah”.

    - E aí? – Justin veio correndo em minha direção quando as pessoas começaram a voltar para o interior da casa.

    - Quanto ódio no coração de vocês. – Soltei, ainda meio impressionada.

    - Não fazem isso na Dinamarca?

    - Temos um acordo de paz com quase o mundo inteiro e você acha que iríamos incentivar a violência gratuita nas nossas escolas? Olha, eu nunca tive aulas numa sala de aula da Dinamarca, mas eu realmente espero que não seja assim. – Confessei num jato, fazendo Justin rir.

    - É o Furacão Roosevelt, fazer o quê? – Deu de ombros e me puxou para dentro da casa novamente.

    - Justin! – Uma garota chamou quando o viu entrando.

    - Fica bem sozinha?

    - Eu me acho por aí. – Sorri de lado e dei as costas para ele, procurando por alguma pessoa conhecida.

    - Argh, eu não aguento mais isso! – Katherine passou voando por mim, nervosa demais para me notar. Pela mesma porta que ela saiu, Seth saiu também e esbarrou em mim.

    - Ah, foi mal. – Ele bufou.

    - O que foi?

    - A Kate é uma chata! – Reclamou.

    - Entendi. – Não sabia o que dizer. Não podia concordar com ele, não achava isso de Kate, mas também não podia discordar, seria muito indelicado da minha parte.

    - Você não está bebendo nada? Toma a minha. – Ele me entregou o copo. – Não tem graça uma festa dessas se não aproveitar a bebida.

    - Obrigada pela lição, mas...

    - Qual é, Karen! – Ele se inclinou, chegando bem perto de minha orelha e sussurrou: – Não seja tão chata como Kate.

    Olhei para o copo, a bebida não tinha cor e tinha um cheiro forte. Tomei um gole e senti a bebida queimar minha garganta e cair quente em meu estômago. O gosto era horrível, forte, amargo, mas não me deixei intimidar por ela, bebi tudo que havia ali em apenas três goles.

    - Vai com calma. – Seth riu.

    - Você ofereceu.

    - Culpado. – Riu pelo nariz.

    - Só tem isso desse jeito? Puro?

    - Uh, a gatinha quer mais?

    - Só se tiver um gosto melhor. – Condicionei.

    - Podemos improvisar algo. – Ele me puxou pela mão até a cozinha e abriu os armários, procurando algumas coisas. Pegou um pote de achocolatado, café, leite condensado e leite normal, pegou algumas frutas e também uma latinha de coca.

    - Para quê tudo isso?

    - Vamos achar o que te agrada mais. – Fechou a última porta do armário com o ingrediente que me parecia indispensável: uma garrafa de Bacardi.

    [...]

    - Espera! – Gritei, batendo na mão dele, que deixou a colher cair no chão. – Coloca mais leite condensado! – Minha voz soou infantil demais. Eu já estava alta, podia rir de qualquer coisa, até uma piada de humor negro me faria chorar de rir.

    - Own, o bebê quer mais docinho? – Seth provocou, pegando a lata de leite condensado e despejando mais um pouco dentro.

    - É a última dose da garrafa, temos que aproveitar! – Gritei, jogando meus braços para cima e abracei Seth pelo pescoço, ele por sua vez colocou as mãos na minha cintura. Ele riu de mim e despejou o líquido incolor dentro do copo que estávamos dividindo.

    - Um brinde a nós, que não queremos nada mais que ficar bêbados e ser felizes! – Propôs e eu concordei.

    - Só temos um copo, como vamos brindar? – Olhei o copo em sua mão e fiz careta.

    - Um brinde a isso. – E ele me roubou um selinho.

    - Um brinde! – Ri de sua ousadia e tomei um gole da bebida inventada por nós, que desceu sem queimar, mas atingia meu sistema tão forte quanto se estivesse pura. Seth bebeu um gole também e me fitou enquanto apurava a bebida.

    Numa fração de segundo, ele largou o copo no balcão e me agarrou pelas pernas, puxando-me para seu colo e grudou nossos lábios, me beijando com volúpia e voracidade. Fui sentada no balcão, ao lado de nossa bagunça, e ele se encaixou entre minhas pernas, segurando-as com firmeza enquanto sugava meu lábio inferior no meio do beijo. Agarrei também seus cabelos e descia as mãos para suas costas largas, sem me decidir. Sua mão subiu para minha nuca e puxou meus cabelos para baixo, obrigando-me a jogar a cabeça para trás, dando-lhe passagem livre para meu pescoço, que ele abocanhou sem o menor pudor ou delicadeza. Eu apenas fechei os olhos enquanto sentia suas mãos correrem por meu corpo, apertando e me trazendo mais para ele.

    - Mas o quê... – A voz feminina e extremamente familiar nos interrompeu. Seth se afastou minimamente e virou-se para trás, dando a mim uma visão perfeita de quem estava atrás, na porta da cozinha. A realidade caiu em mim como uma bigorna cai na cabeça dos desenhos animados.

    - Jolie! 


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Notas finais do capítulo

Eaí? Pois é gente, ferrou. Para quem não lembra, a Jolie disse uma vez que era a fim do Seth (Ryan, pra quem acompanha desde o início) e agora aconteceu isso. E aí? Bom, vocês vão ter que me desculpar pela demora, mas é só agora que a fic vai começar meeeesmo. Vai acontecer um monte de coisa daqui para frente uhul! SAISAHSAPSKA bom, espero que tenham gostado! Beijão gatitas ♥



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