Caliel. escrita por Wana


Capítulo 15
Adeus chances!


Notas iniciais do capítulo

Heeey!
Eu não demorei muito dessa vez não é?
Me sinto orgulhosa KKK
Vamos ao capitulo de hoje então.



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As cópias falsificadas da Meredith pularam em cima de mim, como leões pulam em cima de carne fresca, mas no caso elas estavam tentando proteger carne podre. Eu dei um soco na cara uma das garotas que tentou me arrastar pelos cabelos e a garota caiu ao chão, bem ao lado de Meredith.

— Okay, você pediu. - A única garota que restava falou, se equilibrando sobre um pé, enquanto o outro pé balançava como um pêndulo no ar, um pouco mais afrente de seu corpo; seus braços estavam armados bem à frente de seu corpo e suas mãos formando punhos, a garota tentava fazer uma cara de mal serrando as sobrancelhas e fazendo biquinho, o que a fez ficar muito semelhante a um pato.

— Eu vou tentar não lhe machucar... Muito. - falei prendendo uma risada enquanto a olhava nos olhos. Ela não fazia noção do quão ridículo estava àquela pose. Eu avancei lentamente, com um sorriso provocante, a garota vacilou, suas pernas começaram a amolecer e de repente se equilibrar em apenas uma perna ficou extremamente difícil. Eu fechei meus punhos lentamente , quando uma mão me segurou pelo ombro e em um gesto automático eu lancei um soco, imaginando que Meredith ou seu capacho estivessem se recuperado, bem eu esperava leva-las ao chão novamente.  Meus olhos se arregalaram quando meus olhos encontraram Lucas massageando seu maxilar; ótimo, eu não havia acertado o soco na vaca e sim nele, que por sinal me encarava com um olhar de fúria.

— Você é tão estúpida! - ele esbravejou, me fitando com um olhar que eu não consegui decifrar, então se abaixou para ajudar Meredith se levantar, seus olhos não saíram dos meus apesar de depois de alguns segundos eu querer que ele fizesse isso, seu olhar pesava demais sobre mim. — Vem, vamos cuidar de você. - sua voz era calma, preocupada, ele passou um braço por trás da costa de Meredith, que fazia uma cara de coitadinha e eles foram embora. Eu apenas fiquei o observando sair por aquela porta, com a Barbie prostitua ao seu lado; eu tinha noção de que todos no refeitório me analisavam, na verdade eu podia sentir o peso dos seus olhares em mim; ainda olhando pela por onde Lucas saiu eu pude ver as duas garotas saírem também, acompanhadas dos garotos sem cérebro que estavam na mesa, então isso significava que eu estava sozinha ali, pelo menos naquela mesa.

— Ei, você precisa sair daqui, há uma inspetora vinda para cá agora mesmo. - Uma voz familiar puxou-me pelo braço e apressou seus passos para também passar pela tão famosa porta, no estado de letargia que eu estava apenas o segui silenciosamente, sem me opor o dispor, apenas concentrando-me em fazer minhas pernas se moverem. Em pouco tempo nós estávamos fora do refeitório e eu pude me sentir mais normal quando libertei-me dos olhares dos curiosos de plantão, mas ele não parou de me guiar pelos corredores até que estávamos no ginásio, uma construção a parte do colégio em si. — Acho que aqui ninguém vai nos perturbar aqui. - Nate disse olhando para os lados.

— Todos me viram batendo naquelas garotas, não há porque me esconder. - falei me sentando na arquibancada, Nate se sentou ao meu lado.

— Mas se você não for encontrada na cena do crime, você tem direito a Habeas Corpus. -ele brincou. — Eu posso testemunhar a seu favor, digo que você estava comigo durante o dia todo e que você tem uma gêmea louca com excessos de raiva e no final tudo vira apenas lenda. -ele continuou sua brincadeira e deu uma longa gargalhada de sua piada. Que carinha louco.

— Obrigada por me chamar de louca. - falei sarcástica. —Sério, por que você está fazendo isso por mim? - eu perguntei fitando minhas mãos.

— Você é uma garota legal... - deu de ombros. — Agressiva, mas legal. - acrescentou dando uma batidinha nos meus ombros. Eu dei um sorri e voltei meus olhos para seu rosto. Ele estava calmo, sentado despreocupado, me fitando com um sorriso simples. — Por que toda aquela agressão? - perguntou, mas seus olhos não tinham aquela curiosidade louca que todos no refeitório me encaravam.

— Aquela filha da... - comecei sentindo meu sangue ferver, mas Nate me interrompeu.

— Relaxe e fale, não precisa perder o controle. - disse sorrindo.

— Certo. - suspirei. — Meu armário e o de Alice foram pichados com vários palavrões, minhas coisas sujas de tinta, livros rasgados e trabalhos da Alice prontos para ser entregues ficaram parecendo desenho de criança de cinco anos.

— E o que liga isso a Meredith?

—Lavínia viu tudo, ela viu quando aquela ridícula e suas macaquinhas adestradas estragaram meu armário. - falei trincando os dentes.

— Lavínia?

— Enteada do meu pai.

— Entendo... - ele disse pensativo. — E que motivos a Meredith tem para fazer isso? - questionou.

— Eu não sei. - suspirei sincera. — Mas ela mexeu não só comigo, mas com minha melhor amiga, isso eu não tolero. - disse. Eu bem que gostei de bater naquela vaca, ah e como eu gostei. Sua voz me irritava, o jeito que ela parecia grudar nos garotos (mas especificamente no Lucas, mas não vem ao caso) me irritava, o jeito que ela me mandava olhares cheios de veneno também me irritava, mas eu não queria brigar, não queria mesmo, mas o que acontece? Ela praticamente pede para morrer, porque foi isso que ela fez.

— Ah código de amigas certo? - ele disse levantando uma sobrancelha.

— Por ai. - falei balançando a cabeça, para dissipar meus pensamentos ou caso contrário voltaria para bater mais nela.

— Foi só por isso todo aquele alvoroço?

— E você acha pouco? - perguntei ofendida. É claro que um garoto não entenderia isso, provavelmente ele achava isso ridículo.

— Eu não estou desmerecendo seus motivos... - ele esclareceu vendo meu olhar irritado. — Eu apenas acho que tem algo mais. - sorrio misteriosamente. — Algo com cabelos pretos e é vulgarmente chamado de ‘Luke’ - ele fez aspas no ar.

— O que você quer dizer com isso? - falei o puxando pelo colarinho na camisa, deixando seu rosto próximo ao meu, o desafiando a continuar suas insinuações.

— Estou dizendo que você não bateu nela só por um código de amizade, mas por ciúmes também. - falou e tirou minhas mãos de sua camisa.

— Claro que não! - berrei ofendida.

— Ah vamos lá, Caliel. - ele disse balançando a cabeça. — Até eu já percebi o que rola entre vocês, eu vi como ele me olhou quando eu encontrei com você no corredor e eu vi como você olhou para ele quando ele saiu, e eu só falei com você umas... Três vezes. - ele despejou tudo na minha cara, fazendo questão de sorrir depois.

— Não há nada entre mim e ele. - fechei os olhos e suspirei fundo. Como aquilo poderia ter acontecido? Eu sabia que estava sentindo alguma coisa ridícula por aquele idiota e eu podia admitir para mim mesma que eu tinha tido uma pontada mínima de ciúmes, ok isso é normal, eu posso deixar de gostar em um par de minutos não? Grande coisa estar meio que gostando daquele imbecil... Não é o fim do mundo, nem um crime... Tudo bem, a quem estou tentando enganar? É péssimo, terrível, abominável e me faz sentir como uma idiota saber que meio que sinto ao que não é um ódio mortal por aquele garoto! Saudades sanidade. E o pior é que eu meio que esperava que Nate pudesse me ajudar com isso, eu poderia sentir algo por ele, para deixar de sentir algo pelo Lucas, um sentimento anularia o outro, talvez eu até namorasse com o Nate e depois poderia rir da época mais idiota da minha vida; mas lá estava ele, achando que era apaixonada pelo Lucas, provavelmente me vendo como uma garota agressiva e possessiva, a qual ele preferiria virar gay a ter um relacionamento. Adeus chances.

Mas eu não podia desistir, não ainda. Eu não queria largar minha única possibilidade de voltar a funcionar normalmente, não mesmo. Então em um ato impulsivo, eu apenas inclinei meu corpo na direção de Nate e lhe beijei. Ele foi pego de surpresa, ficou uma imóvel como uma estátua, sem retribuir o beijo que eu tentava lhe roubar.  Eu desisti, corando rapidamente. Adeus chances e dignidade.

— Me desculpe me desculpe mesmo. - eu me apressei. — Eu não deveria ter lhe beijado, eu sei que você não sente nada por mim. - continuei atropelando as palavras.

— Eu não sinto o que você quer eu sinta, nem sequer você sente o que quer sentir. - falou, sem desconcertado. — Caliel, você é demais, não é você... - ele começou. Eu rolei os olhos.

— Não é você, sou eu. - o interrompi fazendo uma voz grossa, tentando imitar um galã de novela mexicana. — E ai você me diz que está apaixonado por minha amiga, ou que precisa ir embora agora mesmo por questões de força maior... Ah, talvez você esteja noivo e a garota esteja grávida...

— Ou talvez eu seja gay... - ele acrescentou, imitando uma voz grossa de galã de novela, mas diferente de mim a dele funcionou e ficou realmente sedutora, se você desmembrar a frase, se concentrando em cada palavra por vez e não ela por um todo.

Eu pisquei atordoada. — Você é o que? - eu pisquei confusa.

— Gay, homossexual, viado, apesar de eu não gostar desse último termo. - ele falou normalmente.

— Você não me parece gay. - falei franzindo o cenho. Seria possível ele estar inventando toda aquela história apenas para me não me fazer me sentir rejeitada?

— Perdão por eu não ser bom fazendo maquiagem e cortando cabelos, ou que eu não use calças apertadas e blusas com glitter, ou porque eu não ande rebolando e não fique falando como uma garota. Nem todo gay é assim. -ele rolou os olhos.

— Me prove que você é gay. - o desafiei, mesmo não tendo em mente alguma coisa para pega-lo na mentira.

— Eu tenho um namorado. - falou teclando em seu celular e então me entregou. Era uma foto dele e um garoto de cabelos castanhos, olhos pequenos, pele morena e magro; eles estavam de mãos dadas em um parque, sorrindo feliz e estava na cara que eles eram realmente um casal. — Eu estava indo para a casa dele quando atropelei você.

— Certo você é gay, ok. - falei tentando me fazer aceitar aquilo, ele não colocaria sua masculinidade em risco só para não ferir meus sentimentos.

— Amigas? - ele disse levantando um dedinho para que eu tocasse, falando com uma voz irritantemente fina.

— Okay, eu já entendi que você é gay, você me convenceu agora chega. - fiz uma careta para sua voz final. Ele gargalhou alto e me deu um abraço, eu me aconcheguei entre seus braços.

— Sem problemas entre nós então? - ele acariciando minha cabeça.

— Sem problemas. - eu concordei. Uma das portas do ginásio se abriu de forma barulhenta, me assustando e me fazendo largar-me de Nate. Lucas apareceu na porta, seus olhos vagaram por todo o ginásio a procura de algo, até que nos encontraram.

— Ah, perdão por incomoda-los. - Lucas falou alto, andando até nós com um sorriso ácido. — A diretora está lhe caçando então eu lhe aconselho a ir encontra-la para não piorar as coisas. - ele disse irritado parando em nossa frente. — Palavras dela, então recado dado, podem continuar com o que estavam fazendo. - ele não esperou uma resposta, apenas deu meia volta e apressou-se a passar pela porta a batendo com uma forma desnecessária e o barulho ecoou pelo ginásio novamente. Eu e Nate nos entreolhamos e caímos na gargalhada, Lucas parecia ter ficado realmente irritado comigo por eu ter batido na sua prostituta preferida.

— Parece que você não vai conseguir me salvar da ira da diretora. - suspirei. Eu estava verdadeiramente ferrada dessa vez.

— Vamos seguir o conselho do seu namorado. - ele se levantou e estendeu-me uma mão, eu a agarrei.

— Ele não é meu namorado. - falei irritada.

— Okay, seu não-namorado. - ele concertou rindo e nós passamos pela porta do ginásio, em direção ao prédio principal.


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Notas finais do capítulo

Pois é, Nathaniel faz parte do lado rosa da força, aceitem isso KKK
Era isso ou matar o Nate e como eu odeio matar meus personagens...
Estou quase entrando na minha parte preferida da história haha
Até o próximo capitulo!
Beijos



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