Caliel. escrita por Wana


Capítulo 12
Não estou apaixonada pelo Vincent!


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!
Eu sei, eu sei! Demorei a postar né?
Desculpem, mas esse capitulo não ficou tããão bom ( na minha opinião ficou uma merdinh* sem graça,é.) mas foi o que deu pra fazer.
Eu estou extremamente preguiçosa agora( sempre estive) e tava lendo uma saga ai então acabei nem pensando em algo legal para postar KKK' me desculpem.
Esse capitulo é mais para resolver umas coisas, prometo que o outro vai ser melhor, eu acho.
enfim, vamos lá.



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Percebi Vincent se paralisar em cima do corpo magro e frágil de Alice, seus cotovelos suportando todo seu peso para que ele não esmagasse Alice acidentalmente. O corpo de Vincent bloqueava minha visão de Alice, mas eu pude ver seus braços e seus pés fazendo força, até que ela tirou Vincent de cima dela, o fazendo cair no chão, no outro lado da cama, longe de minha vista.

— O que vocês pensam que estão fazendo? - eu falei piscando diversas vezes, esse era meu tique nervoso e eu sabia que Alice sabia que isso indicava a quão confusa e atordoada eu estava.

— Nós... Bem... É... Nós estávamos... - Alice sentou-se na cama, seus cabelos bagunçados, seus lábios vermelhos, mas não mais que suas bochechas.

— Estávamos nos beijando. - Ouvi Vincent tentar concluir a frase mal formulada de Alice, mas como ele ainda estava deitado, eu não consegui ver suas expressões faciais quando não consegui detectar a emoção em sua voz.

— Isso eu sei seu traste. - falei rolando os olhos — Agora saia do quarto que eu preciso falar com Alice. - falei apontando para a porta. A cabeça de Vincent ficou visível, pouco a cima do colchão, um sorriso nervoso em seus lábios. — Eu lhe deixo sozinho por um momento e você tenta transar com ela. - resmunguei baixinho.

— Caliel eu-

— Saia.

— Certo! - ele levantou-se e passou com as mãos para o ar em sinal de redenção ao meu lado.

Fiz questão de segui-lo até a porta e bate-la na sua cara antes que ele pudesse se quer formular uma frase.

— Caliel eu... Me desculpe! - ela falou apressada e começou a chorar.

Eu a olhei surpresa sem esperar aquela reação. Alice chorava com se estivesse triste, decepcionada consigo mesma, como se tivesse feito algo realmente grave, como se merecesse ir direto à cadeira elétrica.

— Não era minha intenção magoar você. - ela choramingou. Eu me aproximei dela abraçando-a forte, algo estava errado e se Vincent tivesse feito alguma coisa para ela eu o mataria com uma faca de cozinha enferrujada.

— Ele fez alguma coisa pra você? - falei sem rodeios. Eu não havia mencionado ninguém, mas supus que Alice havia entendido quem era o tópico da conversa quando ela se afastou de mim arregalando os olhos.

— Não! - ela falou rápido. — Eu estou chorando porque eu não podia fazer isso com você. - ela acrescentou rapidamente limpando uma lágrima que escorria por sua bochecha.

— Oh, Alice você não acha que eu estou apaixonada pelo Vincent acha? - falei arregalando os olhos de surpresa quando eu entendi o que estava acontecendo.

— E não está? - ela questionou confusa.

— É claro que não! - falei com toda a entonação possível para que não pudesse haver nenhum mal entendido.  É claro que eu não estava apaixonado pelo Vincent! Claro que não! Tudo bem que eu sentia algo especial por ele, quando ele não estava sendo um idiota ou me irritando claro, mas nada que passasse perto de paixão. Era algo fácil e sem esforço, bem parecido com o que eu sentia por Alice, algo como um laço de amizade, que estava se formando aos poucos. Eu não me sentia irritada pelo fato do beijo de Alice e Vincent, eu estava irritada porque me preocupava com minha amiga!

 Eu gostava de Vincent, mas Alice era de um valor imensurável para mim, porque eu havia crescido com ela; ela era como minha irmã-gêmea do avesso, sem nenhuma semelhança física, com personalidade bem diferente da minha, mas que possuía um laço forte comigo, mais forte que um cabo de alço, algo que nada nem ninguém poderiam quebrar.

No momento eu estava exclusivamente preocupada com Alice. Alice sempre fora a menininha meiga, de olhos sinceros e doces, brincalhona e extremamente sonhadora, bobinha até. Alice era tão cabeça de vento às vezes, sem nunca se preocupar muito com as coisas, que nunca se lembrava do quanto era frágil. Eu tinha quase certeza que apenas por bem pouco Alice não acreditava em príncipes encantados, o que lhe gerava bastantes babacas tentando brincar com ela e seus frágeis sentimentos. Apaixonava-se facilmente e se magoava com a mesma facilidade. Eu, no entanto, sempre fui realista, sem me importar muito com histórias de amor, sem acreditar em contos de fadas, sempre preferi ser mais realista, andar com os pés no chão e mãos curvadas em punhos preparada para proteger a mim mesma ao invés de esperar um príncipe, que eu sabia que não viria. Príncipes me indicavam perfeição e eu sabia que perfeição não existia. Eu nunca conseguira controlar os instintos de proteção que eu tinha por Alice, eu simplesmente a defendia com unhas e dentes a qualquer sinal de ameaça, o que por sinal, gerou bastantes olhos roxos e dentes quebrados... Dos meninos, claro.

Eu tinha porque reagir com raiva antes, porque simplesmente eu havia acordado sem lembrar-me de nada, depois Alice havia acordado com um latino desconhecido, o que me garantiria que Vincent não estivesse tentando se aproveitar da confusão na cabeça de Alice? Ele não seria o primeiro a tentar se aproveitar da cabeça de vento dela e eu simplesmente não deixaria e ninguém se aproveitar dela.

— É claro que eu teria conquistado ele em pouco tempo. - falei brincalhona para Alice e ela riu limpando as lágrimas do rosto. — Você se lembra de algo da noite passada? Vincent não tentou se aproveitar de você quando eu saí do quarto não?- soltei as perguntas a encarando para que ela não tivesse chance de mentir.

— Não e não. - ela disse sorrindo. — Na verdade, eu acho que eu queria beija-lo há muito tempo. - falou pensativa. — Quando estávamos no quarto sozinhos eu senti um...

— Eca! Poupe-me dos detalhes dos seus detalhes íntimos! - falei com as mãos tampando os ouvidos.

— Eu pensei que havia magoado você. - ela mudou de assunto rindo e me abraçando de novo.

— Eu me preocupo com você Alice. - falei em um suspiro. — Eu não sei se você está confusa, mas seja o que for não deixe que nenhum cara bonitinho brinque com você. - passei-lhe meu sermão de sempre. Acho que ela já havia até o decorado com a quantidade de vezes que eu já havia repetido para ela?

Bonitinho? - ela zombou.

— Ok! Talvez bonitão seja mais aplicável ao caso. - me rendi.

— Talvez Deus grego seja mais aplicável. - ela disse suspirando. Dei de ombros, sabendo que não poderia fazer nada agora. Ao que me parecia, Alice estava em mais um de seus encantamentos. — Você tem certeza que não está apaixonada pelo Vincent? - ela me questionou de novo, seus olhos procurando um traço de hesitação em mim.

 — Não! Quem precisa de Vincent Millar? Eu tenho o Nathaniel. - falei dando de ombros brincalhona.

— Nathaniel? - eu pude sentir suas sobrancelhas arquearem enquanto seu rosto descansava no meu ombro, ela se afastou para me questionar melhor.

— Só mais um cara que me atropelou para tentar me conhecer... - fingi dar de ombros.

— Como Vincent? - ela riu.

— Sim. - gargalhei baixinho. — Ele estuda no nosso colégio e é igual um anjo. - falei sorrindo ao lembrar-me de Nate. Minha língua esteve coçando para que eu lhe contasse sobre Nate desde o momento que eu o conheci.

— Uau! Era ele que você estava beijando ontem? - ela falou com os olhos faiscando de tanta curiosidade.

— Quê? - me engasguei. — Do que você exatamente se lembra? - falei aflita tentando fazer a pergunta parecer normal. Ela cerrou as sobrancelhas como se estivesse tentando lembrar.

— Lembro que você estava dançando com um cara... - ele começou com uma expressão de esforço. — E que depois eu vi você se beijando com ele... - Eu arregalei os olhos, eu não estava preparada para dizer a Alice “Hey, eu acidentalmente me agarrei com seu irmão... Sim, seu irmão gêmeo idiota que eu por acaso odeio”, não que Alice não fosse aprovar, mas ela iria ficar bem louquinha e começar a fazer piadinhas, fora que provavelmente um espirito de santo casamenteiro baixaria nela... Não eu definitivamente não estou preparada para isso agora... E nem nunca! — Eu só não consigo lembrar-me do rosto do garoto. - ela falou se rendendo e eu suspirei auditivamente. — Era o tal Nate?

— Érr... Sim era ele. - eu disse por fim.  Uma mentirinha boba não faria mal a ninguém.

Houve um barulho na porta, como se alguém tivesse batido nela sem querer, seguido de cochichos, eu coloquei um dedo em cima dos meus lábios indicando para que ela ficasse calada, enquanto me aproximava da porta.

— Elas vão nos escutar! - Lucas sussurrou atrás da porta em um tom repreendedor para Vincent.

Eu girei a maçaneta e abri a porta bem rápido fazendo Lucas e Vincent caírem no chão do quarto.

— O que as Marias fofoqueiras estão fazendo escutando atrás da porta? - falei batendo o pé no chão

— Na verdade, nós estávamos procurando... - Lucas começou a observar tudo a sua volta procurando uma desculpa convincente. —... Meu Celular! - ele disse surpreso quando viu encontrou seu celular um pouco atrás dele, no chão.

— Sei. - falei fingindo engolir sua desculpa esfarrapada. — Vamos lá pra baixo conversar. - falei olhando para os dois ainda no chão. — Alice, depois você nos encontra lá certo? - falei olhando por cima do ombro para ela. Ela assentiu com a cabeça e eu sai com os dois atrás de mim.

Eu me joguei em um sofá grande e Vincent se jogou em outro menor, enquanto Lucas vinha sentar perto no mesmo sofá que eu, massageando sua testa como se estivesse tentando fazer com que eu me sentisse culpada.

— Eu não me lembro de quase nada do que aconteceu ontem, acredito que tenha sido por causa da bebida, ou talvez de algo que eles colocaram nela, eu quero saber o que exatamente vocês dois se lembram de ontem. - falei sem rodeios.

— Eu bebi demais também, não me lembro de quase nada. - Lucas falou como se quisesse tirar o corpo fora. Suspeito, muito suspeito!

— Eu me lembro de tudo que eu vi. - Vince deu uma olhada meio que zombeteira entre mim e Lucas, sentados um ao lado do outro. Eu me afastei de Lucas o máximo que o sofá permitia sentindo-me começar a corar.

— Então nos esclareça o que aconteceu, desde o começo da festa até a hora que um estranho veio parar no quarto de Alice.

— OK! - Vince concordou e eu e Lucas inclinamos nossos corpos na direção de Lucas, ansiosos pela história. — Nós chegamos à festa, estava tudo muito agitado, havia garotas muito gosto... Muito bonitas lá. Eu andei com Alice pelo jardim, vocês dois vinham atrás de nós. A Caliel passou irritada na nossa frente e um cara falou alguma coisa que ela não gostou, bom você deu um belo chute no meio das pernas do cara. - ele me fitou risonho. — Eu, Lucas e Alice corremos até você, mas você entrou dentro da casa e se misturou com as pessoas e Lucas disse que poderíamos aproveitar a festa que ele procuraria você e então sumiu.- Vince lançou um olhar de Lucas para mim e de mim para Lucas. — Depois eu vi vocês se beijando e dançando juntos, quase uma dança do acasalamento, devo dizer. - dessa vez ele jogou sua cabeça para trás e começou a gargalhar. — Vocês estavam bem grogues e não estavam ligando muito pra muita coisa, depois eu vi vocês pegando um táxi e achei que vocês tinham decidido ir até um motel acabar o que tinham começado na festa. - Vince deixou toda a malícia dele imperar e eu corei. — Alice já havia bebido umas boas doses de um drink meio colorido e estava bêbada e muito engraçada, eu a perdi de vista, comecei a procurar ela, mas só consegui encontrar ela quando ela estava saindo em um táxi com aquele cara que saiu daqui mais cedo.

— Então foi sua culpa ela ter dormido com um cara estranho! -acusei com raiva.

— Ei, eu pensei que ela conhecia ele! Pensei que ele estava levando ela para casa! - ele se defendeu. —Além do mais, eu não sou babá. - completou empinando o nariz.

— Me desculpe por achar que você se importaria pelo menos um pouco com a irmã do seu melhor amigo. - falei ácida.

— Se você não estivesse se agarrando com o garanhão ai - ele apontou para Lucas. — Talvez você tivesse visto Alice chegar com um estranho!

— Eu estava bêbada! - me defendi. — Se você não serve para ajudar quando é preciso, me faça o favor de não tentar seduzir Alice, porque ela precisa de cuidado!- falei irritada.

— Ok, acalmem-se! - Lucas falou revirando os olhos.

— Eu não acho que Alice seja o tipo de garota que goste de príncipes! - Vince continuou a discussão, ignorando Lucas.

— Você não sabe de nada! - falei rindo sem humor.

— Cara, a Caliel conhece a Alice melhor até mesmo que eu, se ela disse que Alice é frágil é porque é verdade. — Lucas me apoiou e eu olhei para ele embasbacada, ele apenas me deu um sorriso, não daqueles zombeteiros de sempre, mas sim um sorriso doce.

— Fala isso só porque pegou ela. - Vince falou revirando os olhos.

— Vincent Millar, você está entrando em uma área perigosa. - falei com a mandíbula apertada.

— Obrigada por avisar. - ele falou sarcástico.

— Você está sendo tão idiota. - rolei os olhos.

— Ótimo. - ele zombou.

— Ótimo. - concordei acidamente.

Alice desceu as escadas sorridente, dançou pela sala e se sentou ao lado de Vince em um sofá.

— Eu não dormi com aquele cara. - ela disse fazendo uma careta. — Quer dizer, não da forma como vocês imaginam. Da forma maliciosa, quero dizer. Eu o conheci na festa, ele me disse que não tinha onde dormir, eu estava bêbada e ofereci minha casa. - ela sorriu envergonhada.

— Ofereceu estadia para um estranho? - eu falei a repreendendo.

— Culpa da bebida. -ela falou rindo baixinho.

— Eu não vou deixar você beber por muito tempo. - Lucas disse.

— Apoiado! - assenti com a cabeça. Alice rolou os olhos.

—Aposto que aquele idiota do Bryan batizou todas as bebidas. - Lucas rosnou.

Vince entrelaçou seus dedos com os de Alice e eu o fuzilei. Ele ainda ia ter que passar por muitos testes meus para poder pensar em ter algo com a minha amiga.

— Eu vou tomar um banho e ir embora. - falei me levantando e indo embora.

— Carona? - Vincent falou quando eu subi o primeiro degrau. Eu olhei por cima do ombro, Vince me encarava sorridente, com se nada tivesse acontecido. Eu o fitei de volta, inicialmente brava, mas conforme os segundos iam se passando aquele sorriso foi quebrando minha fortaleza, a raiva dissipou-se e a despeito de mim eu soltei uma risadinha baixa.

— Claro. - falei sorrindo. É pelo que parece, Vince também tem o estranho poder de não me deixar ficar com raiva dele por muito tempo. Droga! Vince gargalhou baixinho e voltei a subir as escadas.

— Ei! Por que quando sou eu você não deixa as coisas tão fáceis? - Lucas questionou quando eu estava no topo da escada.

— Porque você é um idiota. - eu zombei só para não perder o costume e joguei minha cabeça para trás gargalhando alto e voltei a subir as escadas. 


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Notas finais do capítulo

Nesse capitulo a Caliel tava mais parecendo mãe da Alice né?
É eu sei.
Ela vai ficar bem de olho no Vincent a partir de agora, preparada para quebrar sua mandíbula caso ele magoe Alice, é.
Deixem um review coisitas!
Beijos.



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