Last Dance escrita por DramioneFanClub, Lunna Rosier


Capítulo 1
Last Dance


Notas iniciais do capítulo

Não contem cenas explícitas de sexo, ok
Espero reviews
Capítulo único



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Draco Malfoy havia acabado de entrar no salão principal, acompanhado de Pansy Parkinson. Em seu rosto, não havia um mínimo vestígio de sorriso e menos ainda de alegria. Não queria estar ali. Preferia ter ficado em casa. Era a melhor opção. Mas fora obrigado a aparecer naquele baile estúpido para todos os alunos que terminaram os estudos em Hogwarts e que sobreviveram a guerra. Draco não havia feito seu sétimo ano. Mas assim como acontecera com Harry, Rony, Hermione e muitos outros, foi decidido que não era preciso mais um ano de estudos. O conhecimento de todos eles, os distinguiam.
Pansy Parkinson, deslumbrante em um vestido prateado e chamativo, desfilava de braços enlaçados ao lado do Malfoy. Ela o amava. De seu jeito torto, mas o amava. Embora ele não sentisse o mesmo. Pansy apontou Blásio e Dafne Greengrass, do outro lado do salão, e puxou Draco com ela, até eles. Era tudo do que precisava. Uma reunião com os amiguinhos.
Estar ali, não era apenas chato. Mas o incomodava profundamente. Aquele castelo, contava a sua história. Quando olhava para cada parede, e para cada objeto, ele se lembrava do que fora antes. O menino mimado e preconceituoso que tentara matar o próprio diretor. Que tinha a marca negra no braço. Só de se lembrar, sua pele ardia.
Mas de todas as lembranças que o castelo lhe trazia, uma lhe atormentava mais. Ela. Quantos momentos bons eles viveram. Quantas memórias ele tinha deles.
Então, Draco vasculhou o salão com os olhos. Não, ela não estava ali. Viu Astória, irmã de Dafne, sorrindo discretamente para ele, perto da mesa de bebidas, mas ignorara. Há alguns passos dela, estavam Harry Potter, Ronny Weasley e Ginna Weasley. Ronny parecia nervoso, e até mesmo, ansioso. Onde ela poderia estar?
- Soube que seu pai poderá ser solto em breve, Draco. – Dafne comentou, sorrindo com sinceridade.
- Eu espero que não. – Draco disse, indiferente.
- Dafne, esses brincos são perfeitos. – Pansy mudou de assunto de repente, observando o brinco na orelha de Dafne. – Draco, quero um desse. – Ela avisou.
- Seu vestido também está arrasando. – Dafne elogiou de volta. – Será o mais lindo da festa. – Um sorriso orgulhoso surgiu nos lábios de Pansy.
- Ou não. – Blásio disse, com o olhar focado na entrada do salão.
Dafne, Pansy e Draco viraram-se também, para verem o que estava atraindo a atenção de Blásio. E então, Draco sentiu seu coração bater novamente. Bater de uma forma, que há muito tempo não batia.
- Ela está linda. – Draco murmurou, e recebeu um cutucão de Pansy.
Na entrada do salão, descendo as escadas, estava Hermione Granger. Tão diferente da Hermione que todos conheciam, a garota usava um vestido longo, branco com detalhes dourados. Os ombros estavam nus, e no pescoço, pendia uma gargantilha com um pingente pequeno de coração. Os cabelos, sempre cacheados e volumosos, estavam alisados e perfeitos, sem nenhuma ondulação. Uma tiara estava sobre os fios castanhos. Da mesma cor da gargantilha, a tiara possuía algumas pedrinhas brilhosas. Nos pés, sandálias altas, também douradas, com correias finas.
- O segundo mais lindo da festa. – Dafne corrigiu a última coisa que dissera, à Pansy.
- O que ela faz aqui? – Pansy perguntou irritada.
- É um baile, para ex-alunos. Hermione também faz parte. – Draco disse em um tom protetor. Não iria admitir que ninguém se referisse a sua Hermione, naquele tom de raiva e enojamento.
- Quer ir lá, acompanha-la? – Pansy perguntou maldosamente, e então, abriu um sorriso cruel. – Ah, é mesmo. Você não pode. Porque ela está acompanhando o Weasley. – Ela mostrou Ronny, caminhando em passos apressados até a escadaria, pronto para segurar a mão de Hermione.
- Vou beber alguma coisa. – Draco avisou, ignorando Pansy. E saiu, caminhando em direção a mesa de bebidas, onde Astória ainda estava.
- Noite ruim? – Astória perguntou.
- Ano ruim.
- Posso ajuda-lo de alguma forma?
- Se você tiver alguma varinha, poderia lançar um Avada Kedavra em mim. – Ele forçou um sorriso para a garota.
- Deixei a minha em casa. Passe lá depois da festa, e resolveremos essa questão. – Era um convite.
Então, sem mais, Astória saiu de perto, com uma cerveja amanteigada em mãos. Agora, Draco estava mais próximo de Hermione, que se juntara a Harry, Ginna e Ronny que lhe segurava pela mão. Mesmo de costas, ela era linda. Então, delicada e disfarçadamente, ela virou o rosto para trás, encontrando o olhar de Draco sobre ela.
Nenhuma reação de ambas as partes. Hermione suspirou pesadamente e voltou a prestar atenção ao que Ronny lhe dizia.
Draco ficou ali, encostado a mesa de bebidas, perdido em pensamentos. Um tempo depois, Hermione já estava parada ao seu lado.
- Oi. – Ele disse quando a viu.
- Oi. – Respondeu, servindo-se de uma bebida qualquer, tentando ao máximo, disfarçar a conversa que começava a se desenrolar entre ela e Draco.
- Podemos conversar? – Ele sussurrou, virado para ela.
- Estamos conversando.
- Em particular. Sem todas essas pessoas nos olhando. – Ele mostrou Ginna, Ronny, Harry, Dafne, Blásio, Pansy e outros vários pares de olhos, os observando.
- Não acho que será uma boa idéia.
- Por favor. – Ele pediu. – Prometo que não tomarei muito do seu tempo.
Hermione suspirou vencida.
- No banheiro feminino. Não há ninguém lá. Vou espera-la.
- Draco – Ela começou, mas ele já estava saindo de perto dela, caminhando em direção a saída.
Depois que ele saiu, Hermione permaneceu ali, indecisa. 10 minutos depois, ela achou que já era a hora de ir, se é que deveria mesmo ir. Quando chegou perto da escada, Ronny a parou, chamando-a para uma dança.
- Sabe o que é, Ronny. – Ele esperou uma resposta. – Eu preciso muito ir ao banheiro.
- Tudo bem. – Ele assentiu decepcionado. – Mas volte logo, ok?
- Ok.
Então, ela subiu as escadas o mais rápido que podia subir com aqueles saltos. Andou por vários corredores até que finalmente achou o banheiro feminino. Mas estava vazio. Não havia nada e nem ninguém ali. O castelo estava silencioso e sombrio. Draco não estava lá. Provavelmente, cansou-se de me esperar, pensou ela. Então, sem o menor cuidado, ela tirou as sandálias que estavam machucando seus pés, e encostou-se na parede fria e úmida do banheiro.
- Hermione. – De repente, Draco apareceu ao seu lado, assustando-a.
- Draco. – Disse em reconhecimento.
- Pensei que não viria mais.
- Eu sempre venho, não é mesmo? – Ela disse com uma careta.
Ele apenas riu. Uma risada leve, mas sem deboche. O sorriso que apareceu em seus lábios, revelando dentes extremamente brancos, era um sorriso que Hermione poucas vezes vira nele. Ele costumava sorrir com malícia. Mas ali não. Ali, ele sorria com sinceridade.
- Está linda. – Elogiou.
- Sua acompanhante, a Pansy, também está muito elegante. – Ela retrucou, com ciúmes.
- Eu não teria vindo com ela se você tivesse aceitado me acompanhar.
- Nós dois sabemos que você não teria coragem, Malfoy.
- É claro que eu teria. – Ele esperou que ela dissesse algo, mas como ela permaneceu calada, ele encostou um dedo nos lábios dela, manchando-o com o batom que Hermione usava.
- Não acho que você precise disso. Fica mais bonita quando está sem toda essa maquiagem. Não que você não esteja bonita agora. Só que fica melhor sendo você mesma.
- Vou me lembrar disso. – Declarou em voz baixa. – Por que pediu que eu viesse?
“Para pedir que seja minha para sempre” foi o que Draco quis dizer. Mas limitou-se falando:
- Não sei exatamente. – Não era mentira. Ele realmente não sabia ao certo o que o levara a chama-la para aquele lugar. Mas tanta coisa se passava por sua cabeça, que ficava difícil ter certeza de alguma coisa. – Para te tocar outra vez; - Ele escorregou seus dedos longos e finos, desde o ombro nu de Hermione, até seu cotovelo. – Ou para sentir seu cheiro novamente. – Ele afundou a cabeça na curvatura entre o ombro e o pescoço de Hermione, inspirando profundamente o cheiro frutal que emanava dela.
 Involuntariamente, Hermione fechou os olhos e de sua boca, saiu um suspiro que quase se parecia com um gemido.
- Draco. – Ela o chamou em um sussurro, sentindo um misto de emoções dentro de si. Entre eles, o desejo era o que falava mais alto.
- Minha doce Hermione. – Ele murmurou em seu pescoço, beijando-a ali, logo em seguida. – Você tem meu coração. – Ele sussurrou em seu ouvido, dando uma mordiscada na orelha da garota depois. – Quero ter o seu também. – Avisou em um murmúrio cansado e triste.
- Você já o tem. – Ela declarou com firmeza, atraindo a atenção dele, que levantou o rosto, olhando-a olho a olho.
- Prove-me.
Hermione nunca fizera o gênero “atirada”. Pelo contrário, sempre fora tímida e recatada. Mas sem poder lutar com suas próprias vontades, enlaçou o pescoço de Draco, e em seguida, selou seus lábios ao do Malfoy. De repente, não havia mais nada além dos dois. Não haviam Ronny, Pansy, Lúcios e Narcisa. Nada. Apenas os dois e o sentimento que havia dentro deles, que crescia a cada dia mais. Algo único, sem explicação. Amor!
As mãos de Draco, prendiam a cintura de Hermione, e a mantinha presa entre ele e a parede. Como era mais alto que ela, Hermione ficava na ponta dos pés, para alcança-lo, enquanto se beijavam sem se importarem com mais nada. Draco sabia do que precisava, pelo menos naquele momento. Precisava sentir Hermione de outra forma, precisava ter certeza de que ela era apenas dele. Ele queria poder tocá-la sem restrições e beijá-la aonde sabia que ninguém mais beijaria. Porque ela era apenas dele, e isso fazia com que ele fosse o único a ter o direito de tê-la por completo. Era o que ele queria. Mais do que isso. Era do que ele precisava. E foi essa necessidade, que fez com que ambos acabassem na sala precisa. Havia uma grande bagunça lá, como sempre. Mas entre todas aquelas tralhas, havia uma imensa cama de casal coberta com um tecido de seda vermelho. Por cima do tecido havia pétalas de rosa. Draco e Hermione interromperam o beijo e olharam ao redor. Quando viram a cama, sentiram o mesmo. Seus corações deram saltos de desejo e felicidade. Embora, ainda houvesse dúvidas na cabeça de Hermione. Ela nunca chegara tão longe, e nem imaginara que um dia chegaria. Não com Draco, pelo menos. Mas por outro lado ela se perguntava o que iria perder, se resolvesse se entregar a ele. Draco já tinha seu coração, o resto não tinha mais tanto valor. E aquela, também poderia ser a última chance dos dois. Depois daquele baile, poderiam não se ver nunca mais. Então ela assentiu levemente para Draco e segurou sua mão. Os dedos encaixavam-se perfeitamente. Eles se completavam em todos os sentidos.
Segurando a mão da garota, Draco caminhou de costas para a cama e de frente para ela, conduzindo-a até onde queria. Quando sentiu a beira da cama encostando em suas pernas, ele mudou de posição, ficando a frente dela e colocando-a de costas para cama. Com cuidado, deitou-a ali. Não havia mais preocupação ou medo em Hermione. Aquele momento prometia ser tão perfeito, que ela só conseguia sorrir, encantada por vê-lo ali, tão próximo dela, e prestes a tê-la completamente. Ela se entregaria a ele, claro. Naquele momento, era tudo que ela mais queria.
- Seremos apenas eu e você. Por grande parte da noite. – Ele avisou, beijando-a novamente, com as pernas nas laterais do corpo de Hermione.
O beijo fora mais rápido, e logo ele foi arrastando a boca desde o rosto de Hermione, até seu pescoço. Cada beijo, fazia-a tremer. Enquanto a beijava, Draco colocou as mãos por baixo do corpo dela, procurando os botões que prendiam o vestido, e foi tirando-os um a um, com certa dificuldade pela falta de espaço para suas mãos. Quando finalmente desabotoou o último, posicionado um pouco acima da cintura fina dela, ele parou de beijá-la, levantando o rosto e desamarrando as tiras douradas na frente do vestido que o mantinham mais apertado. Após desatar o nó, ele passou as mãos pelo corpo magro de Hermione, nas laterais. Ele queria tocá-la sem todo aquele tecido envolvendo-a. Queria tocá-la sem nada entre seus dedos e o corpo macio da garota.
Mas era a vez de Hermione. Com as mãos pequenas e os dedos finos, ela retirou o terno que ele usava, jogando-o no chão. Em seguida, o próprio Draco afrouxou a gravata prateada que usava e tirou-a lançando-a longe. A camiseta branca de dentro, foi desabotoada por Hermione, com cuidado. Quando ele finalmente estava com a parte de cima do corpo, nu, Hermione arrastou os dedos pelo corpo definido que ele exibia.
- Faça isso durar. – Ela pediu.
E não falava apenas daquela noite ou do que estavam prestes a fazer. Ela falava de sentimentos. Queria que o que quer que ele sentisse por ela, durasse para sempre.


Hermione acordou poucas horas depois, cansada e com o coração acelerado. Ao olhar ao redor, lembrou-se repentinamente de tudo. Um tecido fino e vermelho estava envolvendo seu corpo nu, e ao olhar para o lado, e encontrar um par de olhos claros a observando com curiosidade, ela enrubesceu. Ela olhou para o corpo de Draco. Da cintura para baixo, estava coberto pelo mesmo tecido que a envolvia. Da cintura para cima, ele continuava nu.
- Foi uma noite perfeita. – Ele quebrou o silêncio.
- Que horas são?
- Quase meia noite.
- Estamos aqui há apenas duas horas?
- Algo assim. – Ele deu de ombros. – Como se sente?
- Feliz.
Isso resumia tudo que Hermione sentia. Felicidade. Ela se sentia feliz por estar completa. Por estar deitada com o homem que amava. Por ter se entregado ao único que a tinha de verdade.
- Acaba aqui? – Ela perguntou com a voz quase inaudível.
- Só se você quiser que acabe. Ou podemos simplesmente ignorar a tudo e a todos, e aparecer naquele baile juntos, como deveria ter sido desde o início. – Ele ofereceu.
- Não podemos, Draco. – Ela lamentou. – Sua família jamais aceitaria isso. Sou uma sangue-ruim, lembra-se?
- Não, você não é nada disso. – Ele a interrompeu antes que ela falasse mais alguma besteira. – Você é a melhor bruxa que conheci. Além disso, não me importo com nada. Só com você.
- Não posso acabar com sua vida assim, Draco. É egoísta e injusto. Entenda, o que sentimos é lindo e eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Queria poder ficar ao seu lado para sempre. Mas não posso. Não sou forte assim, para aguentar tantas criticas e para ver você perdendo tudo que tem. Não por minha causa.
Ele não respondeu, mas sua expressão deixava claro que ele não concordava com nada daquilo. Mas não queria falar nada, não queria destruir uma noite tão perfeita com uma discussão tola.
- É quase meia-noite. – Ele repetiu, pensativo. – Vamos voltar para o salão, e podemos dançar, uma música que seja. A última dança. – Pediu.
- Draco
- Por favor. Prometo deixa-la depois disso. Só a última dança. Como dois inimigos que se tornaram amigos. – Sugeriu.
As pessoas acreditariam nisso. O inimigo que se tornou amigo. Mas era bem mais do que isso. Eram inimigos que aos poucos se tornaram amantes.
Então, após um último beijo ambos se levantaram e vestiram suas roupas. Saindo da sala precisa, voltaram ao banheiro feminino. Hermione pegou suas sandálias e as calçou. Desceu para o salão na frente, deixando Draco para trás, afim de que ninguém percebesse que estavam juntos. Mal terminou de descer as escadas, e fora cercada por seus amigos, que perguntavam onde ela estava. Nenhuma resposta plausível saiu de sua boca. Dissera apenas que estava andando pelo castelo e perdeu a hora. Ronny a convidou para uma dança, mas ela não aceitou. Aproximou-se da mesa de bebidas, e deu um longo gole em um copo de cerveja amanteigada.
- O que diabos é isso em seu cabelo? – Ronny perguntou, retirando uma pétala de rosa do cabelo amassado da garota.
- Uma pétala de rosa? – Ginna perguntou curiosa e confusa. – Por onde exatamente andou, Hermione?
O que dizer? Não havia nenhuma desculpa para se dar. Apenas a verdade. Mas estariam seus amigos, preparados para a verdade? Quando abriu a boca, prestes a tentar mudar de assunto, sentiu uma mão fria pousando em seu cotovelo. Faltavam apenas 5 minutos para a meia-noite, segundo anunciava o grande relógio do salão. Ao olhar para o lado, deparou-se com Draco, devidamente arrumado, como se nunca houvesse tirado a roupa naquela noite.
- Posso tirá-la para uma dança? – Draco perguntou, arriscando um não.
Afinal, que tipo de homem ele seria se a ameaçasse? Se fosse para dançarem, que fosse da vontade de ambos e não apenas dele. Ele a deixaria viver a própria vida de uma forma ou de outra. Não a faria passar por zombarias e críticas por ter escolhido ficar ao lado de um Malfoy. Um ex-comensal.
- Hermione é minha acompanhante. Natural que ela dance a última música comigo. – Ronny interferiu.
- Que grosseria, Ronald. – Ginna o repreendeu.
Hermione não teve coragem de olhar para ninguém. Encarando o chão, ela aceitou o pedido de Draco, oferecendo-lhe sua mão direita. Ele a segurou com cuidado, como se ela fosse do mais fino cristal que existisse, sorrindo apenas para ela. Uma música lenta e romântica começou a tocar.
- Last Goodbye. – Draco murmurou, pondo a mão na cintura de Hermione. – Bem propício, não acha? – Ele riu sem humor, dançando com ela, ao ritmo da música.
Hermione não conseguiu responder. Um bolo se formou em sua garganta e quando ela levantou os olhos para encarar Draco, estava a beira do choro. Abaixando os olhos novamente, duas lágrimas escorreram por seu rosto. Ela olhou a volta. Alguns casais dançavam ao redor. Em um canto do salão, os amigos de Draco os observavam sem piscar, em especial Pansy, que parecia a beira de um ataque. Ronny, perto da mesa de bebidas com Ginna e Harry, estava vermelho de ciúmes. Não conseguia aceitar aquela cena. Outras pessoas os olhavam com curiosidade, também. Parecia tão improvável assim, vê-los juntos? Sim, parecia.
- Hermione. – Draco a chamou com um sussurro, atraindo sua atenção. Não pararam de dançar. Moviam-se e se olhavam ao mesmo tempo. – Não precisa ser a última vez, se não quiser. Podemos dar um jeito. Podemos sair daqui agora. Sair correndo e aparatar na primeira oportunidade. Iremos para um lugar aonde ninguém irá nos encontrar.
- Não posso. – Sempre que Hermione dizia aquilo, Draco sentia uma pontada no coração. Ele sabia que seria difícil, e tinha medo pelos dois. Mas Hermione colocava tudo entre os dois. Tinha mais medo do que ele imaginava. Ela não se permitia ser feliz. E com isso, impedia também a felicidade dele.
- Eu já entendi. – Ele disse amargo. Hermione o olhou com tristeza, e ele se arrependeu pelo tom de voz que usara. – É só que eu não sei o que fazer. Eu não posso ficar sem você.
A música estava em seus segundos finais.
- É o fim, Draco. Tem que acabar aqui.
- Me desculpe. – Ele pediu, confundindo-a.
- Pelo quê?
E sem mais, ele a beijou. Na frente de todos que estavam presentes. Os casais pararam sua dança, e viraram para o casal do centro. Draco e Hermione. Ao longe, Harry segurou o braço de Ronny, e Dafne e Blásio, seguraram Pansy pelos ombros.
Enquanto se beijavam, o enorme relógio bateu as horas, com pancadas pesadas. Um silêncio se instalou quando a música teve fim, e tudo que se ouvia era o relógio anunciando a chegada da meia-noite. Uma pancada. Duas, três, quatro. Draco separou seus lábios dos de Hermione, e se afastou sibilando um fraco “Eu te amo”. E foi embora, ignorando o olhar de todos. Cinco pancadas. Seis pancadas. Hermione olhou para o relógio, com os ponteiros congelados sobre seis e doze, parados no exato momento em que ela perdera Draco. Para sempre. 

Epílogo:
Hermione foi para a casa dos Weasley após o baile, amparada por Harry. Ela já não chorava mais, no entanto, parecia estar em choque. Não dissera nada o caminho todo, mas quando chegaram a Toca, agora reformada, entrou em um dos quartos e deitou-se na cama, sem tirar as sandálias ou trocar o vestido. Abraçada ao travesseiro, ela só percebeu que havia alguém ao seu lado, quando uma mão pousou sobre seu ombro. Ela não precisou virar-se para saber de quem era aquela mão quente e carnuda. Era Ronny, com certeza. Mas ela não tinha coragem de olhá-lo nos olhos. Não depois de beijar Draco, em sua frente.
- Estou com você, Hermione. E sempre estarei.
Ronny deitou-se na cama com ela, e a abraçou de modo protetor.

Longe dali, em uma rua larga e escura, composta de grandes mansões, Draco andava pela calçada sem enxergar muita coisa, tanto por causa da escuridão, quanto pelas lágrimas que embaçavam sua visão. Mas ele não deixou que nenhuma saísse de seus olhos. Chorar era para fracos. E ele não era fraco. Apenas não tinha muita coragem para determinadas coisas. 
Ele pretendia ir para casa, mas interrompeu-se, quando viu Astória Greengrass entrando em uma das casas. Estava sozinha, e parecia estar chegando do baile àquela hora, pois ainda estava com a mesma roupa. Ela o viu, também. E parou, encostada a porta da casa branca.
- Alguém parece estar perdido. – Ela comentou quando Draco estava próximo o suficiente para ouvi-la.
- É eu realmente estou. – Ele disse com amargura.
- Sua casa está um pouco distante, querido. Há uns dois ou três quarteirões daqui. – Ela disse, sem entender o que ele realmente dissera.
- Não estou perdido dessa forma. Estou perdido metaforicamente. – Draco explicou.
- Incrível o que o amor faz, não é? – Ela sorriu gentilmente. – Eu nunca imaginei, você e aquela garota, Hermione não é? – Draco assentiu. – É, foi uma surpresa. E sinto que tenha tido que acabar. A vida muitas vezes é injusta conosco, mas – Ela pensou bem, antes de continuar. – não precisa passar por isso sozinho, querido. – Ela passou a mão nos cabelos loiros e lisos de Draco, e em seguida abriu a porta, fechando-a assim que ambos entraram na casa. Juntos.


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