Dois Caminhos, Um Só Destino escrita por LEvans, Cella Black


Capítulo 12
Capítulo 11 - Importantes Decisões


Notas iniciais do capítulo

Capítulo super dedicado as fofas da NathalieJamesP e a dadaweasley, por terem recomendado a nossa fanfic! Espero que vocês gostem do capítulo! Até lá em baixo e boa leituraa =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/243551/chapter/12

Don't hide those feelings inside 'cause

(Não esconda esses sentimentos)

If they're tucked back they could turn your heart Black

(Porque se eles desaparecerem, eles podem fazer seu coração ficar negro)

How long will it take for us to let this go?

(Quanto tempo vai levar para que a gente deixe isso para trás?)

We you just wait? Will you let loose?

(Você vai só esperar? Você vai deixar perder?)

Will you know, my feelings are true?

(Você vai saber que meus sentimentos são reais?)

Never let you go. – Colbie Caillat

–---------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Nossa! Eu quero ir naquele ali! Quer dizer.. acho que eu vou naquele grandão ali! – Gritou Teddy. Seus cabelos estavam tão vermelhos quantos os de Rony, ou talvez mais, considerando o fato de que o pequeno garotinho estava mais agitado do que o normal.

- Você vai em todos, garotão. Em todos para a sua idade. – Disse Harry. Adorava ver o afilhado daquela maneira. Era a primeira vez que ele o levava em um parque de diversões trouxa. O garoto parecia tão encantado quanto Harry quando voara em cima de uma vassoura pela primeira vez.

- Por que não posso ir naquele ali? – Perguntou Teddy, apontando para uma montanha russa enorme. Mesmo estando um pouco longe, eles podiam ouvir os gritos das pessoas que andavam no brinquedo.

O estômago de Rony, que estava acompanhando o amigo junto com Hermione, revirou.

- Para ir na montanha russa você vai ter que esperar um pouquinho mais, Teddy. – Falou Hermione, com um algodão doce nas mãos. – Mas olha aquele ali! Oh.. era o meu brinquedo preferido quando criança.

O menino pareceu se animar, e começou a puxar o padrinho na direção da roda gigante.

- Vamos logo, padrinho!!

- Hey, espera um pouco. – Harry parou e pegou no bolso seu dinheiro trouxa. Virou-se para Hermione, que tinha o olhar tão brilhante quanto o do afilhado. – Acho que Hermione adoraria acompanhá-lo, Teddy.

A morena o olhou surpresa.

- Oh, mas é claro!! Faz muito tempo em que eu não vou em um desse. Segure para mim, Rony. – Ela entregou o algodão doce para o noivo, para logo depois segurar na mãozinha de Teddy e caminharem para a fila para comprar os ingressos. Harry apenas riu da cena.

- Se alguma coisa acontecer com Hermione, eu juro que arranco suas bolas, Harry. – Guinchou Rony, com as orelhas vermelhas.

- Não vai acontecer nada com ela, Rony. Não precisa ficar nervoso. – Respondeu o moreno, sorrindo para o ruivo. Ambos começaram a caminhar em direção a um banco vazio, onde se sentaram enquanto observavam Teddy e Hermione entrarem no brinquedo.

Harry adorava pegar o afilhado e levá-lo para lugares trouxas. Sempre valia a pena ver o brilho no olhar e um sorriso lindo no rosto do pequeno maroto. Não sabia se era pela companhia do garoto, mas ele sempre se sentia como se fosse tão criança quanto Teddy. Devia ser pelo fato de que Harry nunca tivera uma infância normal, por mais que tivesse tido diversos momentos felizes ao lado de Rony e Hermione em Hogwarts.

Sorriu ao ver a cara do amigo ruivo maravilhado com as “invenções” dos trouxas. Pegou-se imaginando então ele, daqui a alguns anos, levando seus futuros filhos para brincar ali naquele parque assim como Teddy. No entanto, aquele “sonho” parecia estar mais perto de se realizar para Rony e Hermione.

- Papai iria enlouquecer com isso aqui... – Murmurou Rony, observando Teddy e Hermione em cima da roda gigante ao mesmo tempo em que abocanhava o algodão doce. – Eu duvido que não tenha um pingo da magia nessas... nessas coisas aí.

Harry riu. Seus olhos grudados em um jovem casal que passeava feliz pelo meio do parque. O comentário do amigo impediu seus pensamentos de voarem ao encontro de Gina.

- Bem, acho que você ainda não se tocou com quem vai casar, Rony. É melhor você começar a acreditar nos trouxas. – Falou Harry, encostando-se nas costas do banco.

Ficaram por alguns minutos em silêncio, antes do ruivo falar novamente.

- Eu ainda não contei para a Hermione.. não contei do que está acontecendo no nosso Departamento. Não quero preocupá-la. Acha que fiz mal?

- Não. Mas, você sabe, ela já deve estar desconfiada de alguma coisa. Mione sabe que não acabamos com as férias por saudade do trabalho. – Murmurou Harry.

Naquele dia, ele e Rony haviam revisado todas as cartas que o Departamento de Aurores recebeu durante a ausência de ambos. O ‘estranho’ não havia cometido nenhum deslize, o que deixava Harry ainda mais enfurecido.

- Ela, com certeza, não vai ficar nenhum pouco satisfeita se souber que talvez tenhamos que adiar o casamento por uns dias. Merda, não vejo a hora de me ver junto com Hermione. Não que eu não goste dos pais dela, mas toda vez que eu vou lá, eu não me controlo e acabo fazendo algum feitiço e eles ficam me olhando como se eu fosse algum tipo de E.T.

Harry riu, imaginando Rony acendendo a lareira enquanto o Sr. Granger o olhava com os olhos arregalados.

- Eu sinto muito, cara. Mas preciso de você no Ministério. Você é a única pessoa em que confio completamente. – Disse Harry, voltando a ficar sério.

Rony o olhou, enrugando a testa.

- Você não confia nem mesmo em Jean ou no John?

- Eu passei anos pensando que Snape era um seguidor de Voldemort e que só estava em Hogwarts por ser seu fiel espião, Rony. E, no final, eu estava errado sobre tudo. – Harry suspirou, olhando para o amigo. – De qualquer forma, devemos continuar tratando todos os outros como sempre fizemos. Esse ‘estranho’ não vai demorar muito para aparecer. Logo vamos saber o que ele quer.

- Acha que Hermione pode nos ajudar?

- Sim, mas não agora... Vamos esperar até as coisas ficarem mais... claras. E acho que você não deve adiar o casamento. Pelo menos, não ainda. Não há motivos o suficiente para isso.

- Tomara, cara.. Tomara.

No minuto seguinte, Teddy e Hermione caminhavam em direção dos dois, ambos sorrindo alegremente.

- Oh, Mérlin.. Você devia ter vindo comigo, Rony! É maravilhoso! Tinha esquecido de como adorava isso..

- Desista, Mione. – Disse Harry, rindo da cara do amigo.

- Harry, Harry! Eu quero ir naquele ali! – Teddy tinha os olhinhos brilhantes, e Harry se alegrou de o ver tão feliz. – A ‘Toire’ não vai acreditar quando eu contar.

- O que acha de marcarmos um dia para trazer as outras crianças, hum? – Sugeriu Harry, levantando-se para acompanhar o afilhado para outro brinquedo, com Rony e Hermione em sua cola.

Brincar, naquele momento, parecia uma ótima solução para esquecer dos problemas.


XXXXXX

-Oi gata, você vem sempre por aqui?

Viviane rolou os olhos e sorriu diante da cantada ridícula de John Bennett enquanto se deixava ser puxada até estar prensada na parede de um dos corredores d’A Toca, entre os dois braços dele.

Estava indo em direção ao quarto que dividia com Gina, mas fora interrompida pelo loiro.

-Venho só quando estou a fim de me divertir... –Disse ela, o envolvendo pelo pescoço e lhe lançando um sorriso desafiador que ele, particularmente, adorava.

John havia chegado a Toca havia poucos minutos, depois da pequena tarde que passara no Ministério. O hábito de jantar todas as noites na casa do amigo ruivo estava se tornando cada vez mais freqüente, embora o motivo em especial não fosse o “jantar” em si. A verdade era que, por mais que ele evitasse lembrar, a imagem de Viviane vestida em seu Babydoll de lacinhos não saia de sua cabeça desde que a encontrou naquele mesmo corredor, dias atrás. John chegou a se perguntar a quanto tempo ele não apreciava “lacinhos rosas” em roupas de uma mulher, mas chegou a conclusão que, somente em Viviane, lacinhos rosas pareciam extremamente sexys.

-Porque será que toda vez que eu te beijo n’A Toca, estamos nesse corredor? – Perguntou ele, começando a espalhar beijinhos pelo pescoço de Viviane apertando mais seu corpo contra o dela.

-Bom, eu não sei. – Ela começou a ofegar ao sentir a respiração dele contra seu pescoço. – Talvez porque você tenha a mania horrível de me agarrar em lugares impróprios.

-Uhuum, a culpa é totalmente minha... – Ele apertou mais a cintura dela. A saia de tecido fino que ela trajava subiu um pouco quando o loiro acariciou-lhe uma das coxas, o fazendo imaginar os pequenos detalhes do corpo dela que aquele pedaço de tecido escondia.

-J-John... alguém pode nos ver. –Ela tentou afastá-lo, mas suas mãos fracas e trêmulas não obtiveram sucesso. Parte dela queria prosseguir com aquilo, a parte que estava adorando sentir os músculos da costa dele em suas mãos por sobre sua camisa, a parte em que queria entrar na primeira porta daquele corredor e unir-se a John até seu corpo não agüentar mais. Porém, havia a outra parte, a qual ela pretendia e tentava seguir, que a avisava para acabar com aquilo antes que alguém os visse. Essa mesma parte lhe alertava também para se afastar de John, para poder evitar que certas coisas acontecessem.

-Correr riscos torna a coisa bem mais emocionante, pintinha... E saiba que estou com saudades daquele seu Babydoll de lacinhos. – John parou de beijar o pescoço dela e a encarou nos olhos. – Você fica esplêndida nele. Deveria usá-lo mais vezes...

-Já lhe disseram que você é muito exigente?

-É o que faz de mim um homem único. – John piscou para ela e sorriu-lhe maroto antes de, finalmente, beijá-la.

Não seria mentira se John dissesse que a melhor parte dos seus dias era quando ele estava em um corredor, com suas mãos passeando pelas pernas de Viviane, seu corpo colado ao da morena enquanto sua boca parecia nunca querer se separar da dela. Eram momentos maravilhosos, que John chegou a se perguntar como vivera todos esses anos sem sentir o gosto da boca daquela mulher. Poderia morrer beijando Viviane.

No entanto, um barulho no corredor fez com que o “maravilhoso momento” fosse interrompido. As mãos da jogadora de Quadribol saíram rapidamente debaixo da blusa do auror, enquanto esse afrouxava o aperto entre seus corpos e tentava regular a respiração. “Só pode ser brincadeira... se for o Rony novamente, eu o mato!”

-ECA! –Levou alguns minutos até John e Viviane reconhecerem a voz e olhar na direção de onde ela vinha. Teddy havia acabado de subir as escadas e dera de cara com a cena. – Tio John, a vó Molly mandou eu vir atrás do senhor para poder avisar que o jantar está servido.

Falando aquilo, e parecendo completamente normal a não ser pela cara de nojo que ainda fazia, Teddy desceu as escadas sem nem mesmo esperar alguma qualquer resposta.

-Droga! Viu o que você fez!?? – Falou Viviane, afastando John com toda sua força e indo até o ponto onde o menino desaparecera, certificando-se que ele realmente havia descido.

-Eu fiz?

-Eu avisei que alguém poderia nos ver! – Ela não gritava, mas seu olhar poderia ferir qualquer um.

-E qual seria o problema nisso?

-Merda, você nunca pensa nas conseqüências, não é mesmo? – Parecia que eles haviam voltado para o ponto de partida, onde tudo o que faziam era provocar um ao outro; ela tentando deixá-lo com raiva, e ele tentando beijá-la. –Você pelo menos tem um cérebro?

-Teddy não vai contar nada, se é isso que te preocupa. – Disse John, completamente calmo.

-Como você pode ter tanta certeza? – Ela passava as mãos no cabelo negro freneticamente. – Ah, quer saber? Isso não vai mais acontecer!

-O QUE? –Aquilo não estava nos planos de John. – Você está maluca?

-Olha, foi bom enquanto durou, não? Você se divertiu e eu me diverti. Agora é melhor pararmos por aqui antes que isso piore.

-Não quero que isso aconteça! –O rosto do loiro estava com uma expressão de desespero, demonstrando que não estava nem um pouco satisfeito com a decisão dela.

-Não importa. Isso parou aqui. – Falando isso, Viviane deu meia volta e desceu as escadas indo a procura de Teddy para certifica-se de que o menino não comentaria nada sobre a cena que havia visto.

John, ainda parado no corredor com uma cara de poucos amigos, apenas a deixou ir.

-Vamos ver se isso “parou aqui”, pintinha. – Disse ele, sorrindo.



A cozinha d’A Toca estava cheia naquela noite. A mesa de jantar estava repleta de pratos deliciosos feitos pela Sra. Weasley, a qual ficava ainda mais feliz em ver a casa cheia. Harry se perguntou do porque de Molly ter caprichado no jantar naquela noite. Não que ela não cozinhasse bem nos outros dias, mas naquela noite havia diferentes pratos e copos na mesa que Harry sabia que ela só os usava em ocasiões especiais. Talvez o motivo seria a chegada de David... aquele pensamento não o agradou em nada.

Passara o fim de tarde e parte da noite indo em diferentes brinquedos com Teddy no parque trouxa que o levara. Rony e Hermione pareceram se divertir também, embora o ruivo tenha se negado a andar em qualquer brinquedo trouxa, alegando que preferia beijar tia Muriel do que andar naqueles “enrolados de ferro”.

Por fim, depois de convencer Teddy de que voltariam ali outro dia, Harry junto aos amigos retornaram a Toca para apreciar daquele belo jantar, encontrando Gina e David “juntos demais” no sofá da sala. Sua expressão mudara de feliz para medonha. Harry achava que se tivesse a chance de matar David naquele momento no qual ele depositava um beijo casto nos lábios de Gina, ele o faria com muito prazer. Sua salvação – e para a sorte de David – Teddy atrapalhou o momento do casal enquanto corria em direção a ruiva.

-Tia Gina! – Gritara o menino, assim que a viu na sala.

A ruiva abraçou o pequeno maroto e apresentou ele a David, o que começou uma divertida conversa com Teddy. Harry queria puxar o afilhado para longe dali. Já bastava ter o Sr. e a Sra. Weasley dizendo o quanto o medibruxo era perfeito para Gina, ter Teddy gostando dele também já era demais. Por sorte, Molly apareceu na sala pedindo para Teddy chamar John e Viviane pois o jantar estava servido.

Agora, sentado a mesa ao lado de Teddy e Hermione, Harry tentava se concentrar em seu prato, ignorando completamente a divertida conversa entre Arthur, David e Gina.

-Gostei muito de você, rapaz. – Disse o Sr. Weasley para o genro. – Espero que venha mais vezes a Toca. Eu e Molly adoraríamos recebê-lo mais vezes, e tenho certeza que Gina ficaria muito feliz. Considere essa casa, sua casa também.

O monstro dentro do peito de Harry revirou-se inquieto.

-Obrigado, Sr. Weasley. – Respondeu David. – Eu amo muito a sua filha. Se não for incômodo algum, virei quase todas a noites vê-la, se for possível.

-Só não a beije pelos cantos da casa... – Murmurou Rony alto o bastante para que o cunhado escutasse. Todos na mesa riram, exceto Harry que parecia concordar plenamente com as palavras do amigo.

-O que foi, Teddy? – Perguntou Gina, até então calada, ao ver a expressão de nojo na cara do garoto.

-Beijos de adultos são nojentos! –Disse o menino, voltando a comer. Não houve tempo para ouvir risadas, já que todos voltaram sua atenção para John, que tossia sem parar. Viviane também estava um pouco nervosa, já que temia que Teddy contasse o que havia visto há poucos minutos atrás.

-De-desculpe, Sra. Weasley. – Disse John, com a voz rouca e ainda tossindo. Rony e Harry se entreolharam ao mesmo tempo em que Gina observava Viviane a seu lado na mesa, a qual parecia muito interessada no pedaço de carne presente em seu prato.

-O que houve, querido? A comida não está boa?

-Oh, n-não Sra. Weasley. Meti um pedaço de carne grande demais na boca. Já estou bem. – Falou o loiro, enquanto fuzilava Harry e Rony com o olhar por estarem rindo de sua cara.

-Você também está bem, Viviane? – Perguntou Hermione, que assim como Gina, percebera o estado da amiga. – Você está vermelha...

-E-eu estou bem. – Respondeu ela, sorrindo torto.

Depois que todos pareceram satisfeito com o jantar, Harry viu David puxar Gina para o jardim. Suspirou. A vontade de esganar o medibruxo pareceu se acender novamente em seu peito, embora ele soubesse que tudo aquilo era culpa sua. Prometera a si mesmo que não desistira de conquistar Gina, mas seu coração se apertava e o monstro em seu peito o socava por dentro toda vez que a via perto de David. Tinha medo de nunca mais conseguir reconquistá-la, mas a lembrança do beijo em que trocaram na sala d’A Toca voltava em sua mente e lhe acendia a esperança novamente.

Nada da sua vida fora fácil, pensou ele. Com apenas 1 ano de idade, perdera os pais e até ao 17 anos fora perseguido por Voldemort, o que lhe ajudou a ter o cargo de auror no Ministério. Receber o cargo de Chefe dos Aurores também não fora fácil. Aquilo fora o resultado de alguns anos de esforço e dedicação ao trabalho. Agora, havia Gina, que o fazia entrar em um de seus piores pesadelos quando beijava David... sentia raiva de si mesmo toda vez que imaginava que tudo aquilo poderia ser diferente, mas fora tolo e burro, a deixara ir embora e agora estava pagando o preço de seu erro. Mas Harry seria paciente, só duvidava que aguentasse ficar parado, sem fazer nada, se visse a sua ruiva beijando outro cara pelos próximos dias.

Suspirou mais uma vez naquela noite e olhou para o afilhado a sua frente, conversando com John e Rony na sala. Pelo menos Harry conseguia deixar o garoto feliz, mesmo que ele mesmo não estivesse.

-Vamos Teddy. Prometi a sua avó que não deixaria você em casa muito tarde. – Harry esperou o afilhado se despedir de todos presentes n’A Toca para levá-lo para casa. Havia decidido fazer algo do qual ele julgava ser a melhor coisa a se fazer naquele momento.

Passou a noite em claro, pensando em sua decisão e realmente achou que estaria fazendo a coisa certa. Todos já dormiam em uma certa hora da madrugada, mas sua mente parecia não parar de funcionar. Ora pensava sobre o mistério do espião no Ministério, ora pensava em algum modo de tentar afastar David de Gina, embora sua ideias em relação ao último pensamento não fossem muito boas, a maioria delas parecia absurdas.

Inquieto por não ter conseguido dormir até aquele horário, Harry saiu de sua cama e abriu a porta do quarto que ocupava n’A Toca lentamente, com cuidado para que essa não emitisse nenhum barulho naquela hora da noite. Desceu as escadas indo em direção a cozinha com cuidado para não esbarrar em alguma coisa. Não queria atrapalhar o sono do Sr. e Sra. Weasley por causa de seus pensamentos malucos.

Quando chegou a cozinha, Harry sorriu e pensou que estar acordado até aquela hora tinha suas vantagens. Gina estava ali, na cozinha d’A Toca. Tinha os cabelos soltos e um pouco bagunçados, vestia uma camisola de seda verde de alças finas e que ia um pouco mais a cima de seus joelhos. A luz da lua – a única coisa que iluminava o ambiente – refletia sobre sua pele alva bastante exposta devido o decote em V de sua roupa de dormir.

-Problemas para dormir? – Perguntou ele, depois de alguns minutos a observando. Ela quase deixara cair o copo com água que estava segurando com o susto.

-Eh... um pouco. –Ela sorriu um pouco e virou-se novamente para o balcão onde estava a garrafa com água. Levou ao copo em mãos a boca, demorando mais que o necessário para acabar com o líquido presente ali dentro. Não queria falar com Harry, não quando o motivo de sua insônia fosse ele...

Harry atravessou o cômodo e pegou um copo limpo de dentro do armário sob o fogão. Aproximou-se o bastante de Gina, que estava parada olhando para suas mãos em volta do copo vazio, e pegou a garrafa em frente a ela, enchendo seu copo com água.

Gina, mesmo não olhando em sua direção, podia sentir o olhar de Harry sobre si. Droga! Porque fora descer naquela hora da noite? Respirou fundo e deixou o copo em cima do balcão. Já ia voltar para seu quarto quando o ouviu sorrir baixo.

-Porque está rindo? –Ela voltou sua atenção para ele, que ria baixo enquanto deixava o copo já vazio na mesa no centro da cozinha. As palavras saíram de sua boca antes mesmo dela perceber.

-Não é nada... –Disse ele, olhando para o chão a balançando a cabeça ainda sorrindo. Gina reparou no que ele usava; Vestia uma blusa de mangas curtas e de tecido fino azul claro a qual marcava bem o formato de seu peito largo e um short da mesma cor que parecia bem confortável para dormir. A ruiva enrugou a testa e o olhou confusa, tentando afastar o pensamento de que ele estava lindo daquela forma.

-É claro que tem alguma coisa! Vamos... qual é a graça?

-Não temos sorte, não é? Anos atrás era você que morria de amores por mim, e eu não estava nem aí pra você. Agora estamos aqui, em uma situação contrária...

Aquilo fez com que Gina se arrepiasse, mas também não segurou o riso. Rio baixo, junto a ele, embora estivesse morrendo de vergonha com a situação. Harry estava certo afinal, no entanto havia uma parte diferente. Ela o amou no passado, e ele não a amava agora e ainda assim, ela se importava com ele. Queria ter uma amizade com Harry, mas ele insistia em complicar e, como sempre, arruinar seus planos.

-Você está assim por que quer, Harry. –Foi o que ela conseguiu dizer minutos depois de parar de sorrir.

-Ah, claro. Como se você também gostasse de mim no passado por que queria. –Falou ele, irônico.

-E-eu...

Harry pegou uma de suas mãos e chegou mais perto dela, a fazendo ofegar.

-Eu gosto de verdade de você, Gina. Quando vai acreditar em mim?

Gina abaixa seu rosto e encarou os próprios pés, com medo de olhá-lo nos olhos com a proximidade entre eles. Podia sentir o calor que vinha do corpo de Harry e sua respiração batendo contra os fios de seu cabelo.

-Porque você sempre torna as coisas mais difíceis? –Perguntou ela, em um sussurro. Ele levantou uma de suas mãos e acariciou-lhe a face, mesmo que essa ainda evitasse olhá-lo nos olhos.

-Não sou eu quem está tornando as coisas mais difíceis, Gina... sei que não está feliz com esse seu namoradinho...

-Não diga coisas das quais não tem certeza. Estou feliz com David. – Ela retirou a mão dele de seu rosto e se afastou. – O que tivemos ficou no passado, não tente fazer as coisas serem diferentes porque elas nunca vão ser. Quero que sejamos amigos e...

-Não quero ser seu amigo!

-Então não posso fazer nada porque é só a minha amizade que tenho a lhe oferecer. –Gina o olhou nos olhos e não soube identificar o que havia dentro daquelas órbitas verdes. Pareciam tão diferentes das quais ela costumava lembrar... A verdade era que ela sabia que estava sendo dura com ele, mas precisava ser. Não trocaria o amor de David pelo “gostar” de Harry. Se machucara com aquilo uma vez, não seria capaz de passar por aquilo novamente.

Afastou-se mais dele e sussurrou um “Boa noite”. Sem esperar qualquer resposta, ela saiu da cozinha sem dizer mais uma palavra.

Harry ficou sozinho na cozinha tempo suficiente para reforçar sua decisão. Desistir de Gina estava fora de seus planos, e o mesmo ele não poderia dizer sobre ficar no mesmo teto que ela e o namorado. Aquilo era demais para ele.

O monstro em seu peito voltou a resmungar assim que, na manhã seguinte, viu David beijar rapidamente os lábios de Gina, pegando-a de surpresa. O olhar da ruiva encontrou os dele por uma fração de segundos, antes dele se levantar da mesa onde estava o delicioso café da manhã preparado pela Sra. Weasley, e convocar sua pequena mala da sala, onde continha seus pertences.

Viviane olhou para Harry, e deu uma leve cotovelada nas costelas de Gina, fazendo a ruiva voltar-se para Harry.

- Onde você pensa que vai? – A pergunta veio de Rony, que se levantou logo atrás do amigo. – Pra que essa mala?

- Vou voltar para casa, Rony. – Respondeu ele, sentindo os olhares vindos da cozinha.

Ouve um barulho irritante de uma cadeira arrastando no chão, e a Sra. Weasley veio de encontro aos dois, na sala. Hermione na sua cola.

- Meu querido, mas por que? Aconteceu alguma coisa?

- Não aconteceu nada, Sra. Weasley. Apenas voltei para o trabalho antes do combinado para resolver algumas coisas. É melhor eu voltar para o apartamento, não quero atrapalhar... – E lançou um olhar para Gina, que havia chegado na sala junto a David e Viviane.

Almofadinhas estava sentado perto da porta, não muito animado. Ele parecia saber da decisão do dono e não se mostrava muito feliz com aquilo. Ele adorava a Toca, onde se divertia caçando os gnomos do jardim.

- Não seja bobo...

- Muito obrigado, Sra. Weasley, mas tenho que ir. – Harry deu-lhe um rápido abraço. – Vou mandar essa mala para o apartamento e vou direto para o Ministério. As férias acabaram.

Gina não era idiota para saber que a saída de Harry não tinha ligação alguma com o fim das férias.

- Você não precisa... – Começou Gina, mas não pôde terminar. Rony a cortou.

- Eu vou com você então, cara.

Harry seguiu Rony até a porta, mas não antes de lançar um olhar demorado para a ruiva. Não soube quantos minutos ele a encarou, mas só desviou o olhar quando Hermione se manifestou. David passou um braço pelos ombros de Gina.

- Irei discutir algumas coisas com a Sra. Weasley sobre o casamento. Vejo vocês mais tarde. – Disse Hermione. Rony coçou a cabeça. Ainda não havia contado para ela sobre os acontecimentos no Ministério, por mais que ele soubesse que ela desconfiava de algo. A morena ficou na ponta dos pés e lhe deu um selinho.

- Não se esqueçam de aparecer no almoço de domingo! – Exclamou a matriacar Weasley, enquanto via o filho e Harry, que estava com Almofadinhas ao seu lado, se preparando para aparatar.

Assim que eles sumiram no jardim, Gina se sentiu vazia. Já estava acostumada a descer as escadas pela manhã, e encontrar os olhos verdes de Harry acompanhando cada movimento seu. Mas, pensou, talvez fosse melhor assim, com ele longe.

- Algum problema, Gina? – Perguntou David, e a ruiva suspirou.

- Não... Está tudo bem.

Hermione saiu da sala junto com a Sra. Weasley, e Viviane estava parada na soleira da porta, parecendo longe com seus pensamentos, fazendo assim David não se importar de beijar Gina mais uma vez no dia. Naquele momento, ela pôde perceber que, por mais que Harry tivesse ido embora e não tivesse nenhum relacionamento com ela, a culpa que sentia ao beijar David, como se estivesse traído alguém – ou o próprio coração- não desaparecera.

–XXXXX-


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beeeeem, é isso aí, lindos e lindas. As coisas irão começar a acontecer e a esquentar! haha
Quem aí tem facebook? Criamos uma FANPAGE dedicada as nossas fanfics para poder atualizá-los sobre o andamento das nossas fanfics!! Para quem quiser curtir, o link está no nosso perfil. Esperamos vocês lá, hein! U-U
Queremos saber o que acharam do capítulo, então nos contem tuuuuudo nas reviews! Críticas e opiniões são bem-vindas!!
Leiam também a nossa recente oneshot Hinny!
Miil beijos das Gêmeaas =D