S E T E D I A S

Escrita por Coffee

QUARTO DIA: QUARTA-FEIRA

Na quarta vez em que a viu, não esperava aquele encontro. Estava no seu escritório de advocacia quando sua mãe ligou desesperada. Seu sobrinho havia caído e pelo o que entendeu tinha quebrado o braço.

Saiu às pressas, desviando novamente das ruas movimentadas, dirigindo até a casa de seus pais. Seu irmão havia morrido há alguns anos atrás, naquela época havia sido um baque para sua família e também para si próprio que era muito ligado ao irmão mais velho.

Seus pais ficaram dois anos de luto, seu irmão falecera em um acidente de carro, ele e sua esposa, e por sorte a criança que tinha um ano naquele tempo havia ficado em casa, junto de sua mãe – a avó da criança.

Seu sobrinho sofrera muito, apesar de ser pequeno e não entender direito ele sentia a falta dos pais. Assim como ele próprio que precisou de muito tempo para entender (e se conformar) que nunca mais veria seu irmão e sua cunhada.

Ficou meses e mais meses jogado, não queria saber mais de nada, nem de trabalhar, sair, ou ver seus amigos. Algum tempo depois ele decidiu que precisava se reerguer e tocar sua vida sabia que era isso que seu irmão desejava.

Quando chegou a casa de sua mãe pegou seu sobrinho de cinco anos no colo, que chorava muito e colocou-o no carro. Sua mãe ficou em casa, enquanto ele levava a criança até o hospital.

Olhou para trás quando parou no semáforo preocupado com a criança, gostava muito dele, embora quase nunca tivesse tempo para ficar com ele.

— Fique calmo está bem? Sei que está doendo, mas logo vai melhorar, estamos quase chegando.

Tentou acalmar Ichigo, mas não obteve muito sucesso.

Chegou ao hospital saindo com a criança nos braços, as enfermeiras vieram até si pegando a criança e levando-o para uma sala. A mulher pediu para que ele esperasse em uma das cadeiras enquanto eles examinavam o menino.

Mesmo relutante em deixar a criança sozinha e chorando daquela maneira, achou melhor fazer o que pediam. Sentou na cadeira preta da recepção, de longe viu uma roupa impecavelmente branca.

Seguindo o olhar, viu os sapatos em um pink chamativo, e mesmo sabendo quem era a única pessoa que usaria sapatos tão chamativos em um lugar como aquele pode ver os cabelos róseos.

Ela conversava com uma mulher, provavelmente uma familiar de algum paciente. Foi tirado dos seus pensamentos quando uma enfermeira o chamou, naquele dia soube qual era a profissão dela.