Capítulo 31: Novas comensais

Gina e Luna?

Era impossível! Como elas foram parar ali? Até que Hermione percebeu Nott e Blás. Elas sabiam que não poderiam ficar com eles por causa da diferença de princípios, então resolveram se juntar a causa do Lorde das Trevas.

                                                      §§§

   Tom percebeu a surpresa de Hermione, mesmo ela estando de máscara. Também fora surpreendido.

   Ele entrou na mente das garotas e viu que elas queriam, de fato, ir para o lado dos comensais. Era, basicamente, a mesma situação dele com a Hermione. Resolveu aceitá-las. Ambas sangues-puros que seriam fiéis a ele. Só que elas ainda não sabiam quem era a Lady das Trevas.

                                                        §§§

   Luna e Gina receberam a marca negra. Era estranho carregar aquilo no braço. Ardia. Na verdade, doía muito, mas ela aguentou em silencio. Luna nunca imaginou que fosse forte o suficiente para aguentar aquilo sem gritar. Mas todos pareceram satisfeitos com o seu silencio. Gina apenas arfou quando a dor passou e, da mesma forma que Luna, permaneceu em silencio.

   Luna analisou a marca em seu braço esquerdo. Uma serpente enroscada e uma caveira em cima. Agora, era oficialmente uma comensal da morte e poderia ficar junto de Blás.

   A loira sentia o olhar da Lady das Trevas sobre si. Será que ela não tinha ido com a sua cara? Ia se dar mal, caso isso acontecesse.

                                                        §§§

   Gina observou a marca sobre a sua pele alva. Não era tão estranho tê-la ali. Parecia algo até... Normal. Não era tão terrível como imaginara. A única coisa que a incomodou fora a dor que sentira no momento em que a marca foi gravada em seu braço.

   O único momento em que sentiu medo. Isso, pelo menos, até ser chamada para uma conversa particular com a Lady das Trevas.

                                                       §***§

   As garotas entraram na sala. Lá, estavam Draco Malfoy, ao lado da Lady das trevas, sentada em uma poltrona, e as novas comensais que haviam acabado de entrar. A Lady acentiu e Draco saiu da sala, fechando a porta atrás de si.

   As duas estavam nervosas, Hermione podia ver. A castanha fez o feitiço abaffiato e voltou-se para as garotas. Não sabia por onde começar. Quer dizer, eram as suas melhores amigas ali, tremendo de medo. Hermione suspirou e falou:

-Não precisam ter medo. Não fizeram nada de errado. Eu apenas... Preciso contar algo a vocês. – A máscara abafava um pouco a sua voz que passou sem ser reconhecida.

   Ambas continuaram caladas, então Hermione decidiu prosseguir.

-Nós já nos conhecemos, na verdade. Só que vocês, pelo visto, ainda não me reconheceram. – Hesitou por um instante e continuou – Só espero que não fiquem zangadas por eu ter mantido segredo sobre isso.

   Luna e Gina a encaravam sem entender nada. Hermione suspirou novamente e retirou a máscara. As garotas arregalaram os olhos e escancararam suas bocas. Estavam com uma expressão de incrível espanto no rosto. A castanha esperou as duas processarem o que havia lhes acabado de revelar.

-Her... Herm... Hermione? – Gaguejou Gina. (N/A: Não. É a minha avó. Aliás, é a minha bisavó!).

-Sim. Sou eu. – Disse Hermione.

-Quando... Como... Por que... – Luna tentou formular uma frase.

-Eu vou explicar tudo!

   Ela fez sinal para que as garotas se sentassem nas poltronas. Sentou-se também e começou a contar a história. Tudo. Das visões, da sua primeira ida à câmara e todo o resto. As suas amigas prestaram muita atenção em toda a narração e não pareceram zangadas nem nada do tipo.

   Só voltaram a parecer as garotas de Hogwarts, pulando e perguntando animadas sobre o quanto ela estava apaixonada, como era dormir com o Lorde das Trevas e coisas do tipo que deixaram Hermione corada.

                                                            ***

   Hermione estava entediada. Os comensais do círculo pessoal de Tom haviam ido para uma missão junto com ele. Às vezes era bem chato. Estava torcendo para que essa maldita guerra acabasse e que Tom vencesse logo. Teria mais tempo com ele. Esse era um desejo muitíssimo egoísta, mas não conseguia evitar. Queria ficar perto de Tom o máximo que fosse possível.

   Isso incluía ter de matar Harry. Ela não queria que ele morresse, mas se ele sobrevivesse, Tom teria de morrer. E ela não aguentaria isso. Não mesmo. Toda vez em que Tom saia, ela ficava com medo. Preocupada com ele. Ele podia não morrer por causa das horcruxes, mas poderia se machucar.

                                                             §***§

   Draco Malfoy não podia mais negar. Estava apaixonado. Dias se passaram desde que Gina e Luna entraram para o seu lado da guerra. E desde aquele dia, Hermione, Theodoro, Blás, Luna, Gina haviam dito que ele estava apaixonado por Charlotte. Ele tentou negar diversas vezes, mas não podia mais mentir para si mesmo.

   Aproveitou que não tinha missões nem nada para fazer no momento e foi atrás da loira. Ela estava na sala, sentada em um sofá e virou-se para ele com aqueles olhos verde-água penetrantes. Ele ficou mudo.

                                                               §§§

   Charlotte estava sentada em um sofá estofado na sala dos Malfoy. Fazia um tempo que pensava em certo loiro. Tinha que parar com essa bobagem! Era uma comensal e comensais não deviam perder tempo com essas bobagens! Quer dizer, não tinha bobagem nenhuma com que se preocupar, é claro!

   Ouviu barulho de passos. Olhou em direção dos passos e viu ninguém menos que Draco Malfoy. Ele estava parado a sua frente, mas parecia incapaz de proferir algum som. Na verdade, era mais ou menos assim que ela se sentia, não que ela admitisse, é claro.

-Oi Draco. O que quer? – Perguntou ela sem ser grossa.

-Ah... Eu... – Era engraçado ver Draco Malfoy enrolado com as palavras – Eu preciso te dizer e... Então, eu não sei se você...

-Draco. – Chamou ela – Pode falar de uma maneira que eu consiga entender, por favor?

-Tudo bem. Faz muito tempo que eu estou querendo te dizer isso. Eu nem sequer tinha certeza de que isso era verdade, mas eu não posso enganar mais ninguém, muito a menos a mim mesmo, até porque isso seria loucura e...

-Draco! – Ela disse rindo. Ele só estava tagarelando e assim não chegariam a lugar nenhum.

Ele suspirou e falou de uma só vez:

-Eutôapaixonadoporvocê.

-O que? – Charlotte perguntou suavemente, se aproximando.

-Eu. Estou. Apaixonado. Por. Você. – Repetiu pausadamente.

   Ela se aproximou mais e Draco extinguiu a distância entre eles com um beijo. (N/A: Avá!). Sorte deles que aquele corredor era praticamente desabitado. Não levava a lugar nenhum, então ninguém ia lá.

-Eu ouvi da primeira vez. – Murmurou ela depois de se separarem.

-Eu sei. – Respondeu Draco.