Capítulo 29: O tempo passa

Eu estou enlouquecendo! Pensou Hermione.

   Era a única explicação para as semanas que ela havia passado com Tom e os seus comensais. Poucos dias depois do pedido de casamento, Tom lhe dissera que eles tinham de revelar a verdade para os seus comensais. Haveria um baile para todos os comensais. Do mais alto escalão até os que ficavam acima dos sequestradores.

   No começo foi bem estranho. Quase todos a encaravam como se estivesse decidindo qual seria a forma de matá-la com mais torturas. Isso aconteceu durante o casamento. Sem falar que quando disse a Tom o que aquele sequestrador fez, ele ficou muito furioso. Foram várias torturas seguidas (com direito a público) e depois uma morte bem dolorosa.

   Ninguém se atreveu a emitir qualquer som durante a cena. Tom ficou muito irritado. Uma dica: Nunca dê em cima da esposa do Lorde das Trevas nem o chame de idiota. Isso pode custar a sua vida. (N/A: Nem sou dramática).

   Ela não tinha certeza de como havia acontecido, mas agora os comensais a respeitavam. Até Bellatrix! Ela não era louca, como todos imaginam. Quer dizer, o tempo que ela passou em Azkaban havia, de fato, causado algo em sua mente. Mas ser louca, como todos pensavam, não era. Era um jeito mais de assustar. Sem falar que Tom torturou todos os que estavam presentes durante a sua sessão de tortura (N/A: A frase ficou estranha, mas não importa) dias antes do casamento. Com exceção de Draco.

   E ela não era apaixonada pelo Lorde das Trevas! Isso era apenas um delírio dos inimigos dela. Afinal, Bella parecia estar muito bem com o seu marido. E Hermione muito bem com o seu.

   Hermione estava muito bem no lado das trevas. Era estranho, até. Claro que ela ficou muito surpresa ao ver a manchete no Profeta Diário sobre a nova Lady das Trevas, mas já estava se acostumando. Possuía agora, uma marca no braço de uma rosa negra, cujo caule era uma serpente.

   A grifinória não havia saído da mansão dos Malfoy em nenhum momento. Tom não permitia. Tinha medo de que algo acontecesse com ela. Tudo bem que era mais provável que um de seus comensais desafiasse a morte e a machucasse do que algum membro da ordem atacá-la, sabendo que é amiga de Harry Potter. Mas quem disse que ele ouviu?

  Pelo que parecia, Hermione era prioridade máxima de proteção. Quando Tom tinha alguma missão, a castanha passava o tempo com Bellatrix (que havia começado a gostar dela, até) e Draco, quando estes não iam e com Narcisa.

   Ela achava maravilhoso, poder dormir com Tom todas as noites. Estava até parecendo uma daquelas garotas românticas que não sabiam de nada da vida. Fechou os olhos e uma lembrança invadiu a sua mente.

FLASH BACK ON:

   Hermione saiu do banheiro, já vestida com a sua camisola de seda negra. Tom estava observando a janela. Ela se aproximou como se quisesse dizer alguma coisa e ele esperou ao perceber isso.  

-O que foi, Hermione? – Perguntou enquanto tirava uma mecha do cabelo dela que lhe caia sobre os olhos.

Ela suspirou. Era difícil falar aquilo para ela.

-Faça-me sua. – Pediu ela num sussurro.

-Como? – Perguntou ele, pois ela havia falado muito baixo.

-Não... Não aguento mais esperar Tom. Preciso de você. Por favor...

   Ele não esperou. Beijou-a com volúpia e ela correspondeu. Trancou a porta com um feitiço não verbal e empurrou Hermione levemente, indicando-lhe o caminho até a cama.

   As roupas foram removidas. Camada por camada, até nada mais os separarem. Beijos e gemidos representavam o que não conseguiam descrever em palavras.

   Atingiram o clímax juntos e continuaram assim pela longa noite que estava pela frente.

FLASH BACK OFF.

   Ela sorriu minimamente com a lembrança. Estava deitada na cama dela e do Tom. Estava abraçada com um travesseiro. Não quis descer para ficar com Cissa, ou com o Draco. Aliás, só com a Cissa, pois Draco estava com outros interesses.

   Ouviu o barulho da porta se abrindo. Sorriu ao ver Tom entrando. Ele selou a porta com um feitiço, tirou a capa que o cobria e a deitou na cama, beijando-a.

                                                                   ***

   Draco Malfoy estava muito distraído ultimamente. Sua mãe, Narcisa Black Malfoy, que o diga. Desde a chegada de uma nova comensal, ele parecia estar com a cabeça nas nuvens.

   O nome dela é Charlotte Le Fay. Descendente de Morgana, muito poderosa. O loiro ainda se lembrava de quando a conheceu.

FLASH BACK ON:

   Draco estava andando pelos corredores da mansão Malfoy. Praticamente todos os comensais haviam saído para uma missão. Parecia que os aurores estavam dando problemas.

   Andava sem nenhum destino quando ouviu risadas. Estranhou o fato e se aproximou com curiosidade. Se contasse o que havia visto aos grifinórios, provavelmente diriam que ele estava louco e o internariam no St. Mungos. O que ele viu foi a Lady das Trevas, Hermione Granger, conversando animadamente com a nova comensal: Charlotte Le Fay.

   Ele só a conhecia por nome, mas deduziu que era ela, pois conhecia todos os comensais do alto escalão. Afinal, se o Lorde das trevas estava ali, hospedado, não seriam todos os comensais com permissão de ter contato com ele. Sem falar que alguns não aceitariam a nova Lady tão rapidamente.

   Digamos, que o sonserino garanhão (N/A: Precisava dizer isso!) ficou muito distraído nos olhos verdes-água da garota. Ela tinha cabelos cor castanhos puxados para o loiro. Cor de mel, só que mais claros. Com leves cachos nas pontas. O silencio estava ficando constrangedor, então Hermione o salvou.

-Oi, Draco! – cumprimentou ela – Essa é a Charlotte. Você não a conhece ainda. Não estava presente na cerimônia, certo?

-Ah... Isso! – Ele desviou o olhar para a amiga – Pensei que não gostasse de vagar pela mansão Malfoy.

-Mudei de ideia. – Ela respondeu rapidamente.

-Sente-se conosco. – Convidou Charlotte.

   Começaram a conversar. Draco descobriu que Charlotte era da sonserina e havia estudado com ele, mas ele nunca a notara! Como não pudera notar uma garota tão lin... Quer dizer, uma garota tão talentosa. Isso. Talentosa. Apenas isso.

FLASH BACK OFF.

   Claro que Hermione percebeu os interesses acadêmicos do sonserino pela nova comensal.

                                                                ***

   Ginny estava desolada. Theo teria de sair da escola. Ele era um comensal, afinal. E conseguira um posto no alto escalão, por causa do seu pai. Não era a hora, mas ele teria de deixá-la. A ruiva sabia que ele não queria ficar longe dela, pois ele ficava mais triste com o decorrer do tempo. Embora ela não ficasse atrás.

-Chorando novamente por causa daquele idiota, Gina? – Rony entrou no quarto da garota. Ele e Rony haviam voltado para a Toca depois da morte da sua melhor amiga. (N/A: Alguém além de mim quer trucidar esse infeliz acéfalo?).

-Me deixa em paz, Ronald! – Disse ela, irritada.

   Gina não percebera, mas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Normalmente isso acontecia quando pensava no assunto “Theodoro Nott”. Eram as férias de natal mais triste que ela já tivera. E o seu irmão estava contribuindo muito com isso.

-Não vou te deixar em paz! Você está cometendo um grande erro! E eu vou impedir que faça isso quando voltarmos para a escola!

-O que? – Ginny perguntou confusa.

-Isso mesmo. Vamos voltar a Hogwarts. Não temos ideia de onde procurar as horcruxes, ainda mais sem a Hermione. – Ele parecia ter ficado triste ao se lembrar da amiga, mas isso logo passou. – Harry acha que a próxima deve estar em Hogwarts.

-Isso é loucura. – Disse a ruiva.

-Não tanto quanto você abandonar o Harry para ficar com aquele sonserino traidor! – Rony já estava ficando vermelho. Ele odeia todos os sonserinos mesmo.

-Sai daqui Rony! Você não vai decidir o que faço da minha vida!

-Muito bem! – Ele parou na soleira da porta – Faça o que quiser da sua vida e boa decepção para você! (N/A: Ficou uma droga, eu sei).

   Ela bufou. Fechou a porta por onde o irmão havia acabado de passar e voltou para a janela. Só havia uma forma de ficar junto de Theo. Mas ela tinha coragem suficiente para isso?

Caso não saiba, querida Disse a sua consciência os sonserinos são astutos. Coragem é algo para grifinórios. Não precisa dela.

Não precisa de coragem. Apenas... Vontade. Sua decisão foi tomada.