Capítulo 23: Propostas

   Da família Weasley, apenas Gina voltou para a escola. Ronald havia ficado em casa doente. Claro que era apenas uma desculpa para viajar com os amigos em busca das relíquias da morte. Os alunos – com exceção da Sonserina – estavam com medo da volta ás aulas. Severo Snape era o novo diretor. A escola vivia cercada de comensais e dois deles davam aulas.

A matéria que antes se chamava Defesa Contra as Artes das Trevas, tornou-se simplesmente Arte das Trevas. Ensinada por Amico Carrow. E estudos dos trouxas agora era uma matéria obrigatória, ensinada por Aleto Carrow.

   O trem fora revistado por comensais, talvez em busca de Harry. Neville se levantou e disse que “ele não está aqui”. Todos encaravam os comensais, com nojo, com medo, ou qualquer outra coisa. Menos Gina e Luna. Elas se comportaram normalmente e Gina parecia ser uma das únicas pessoas que pertencia a Grifinória e não era castigada. Ela passava mais tempo com os sonserinos, assim como Luna, e acabaram não se tornando alvos dos seguidores do Lorde das Trevas.

   A ruiva estava nervosa e indecisa. Nott depois de enrolar muito, resolveu falar a ela o que precisava dizer a muito tempo.

FLASH BACK ON

   Ela estava sentada perto do lago negro junto com Nott. Ele parecia nervoso ultimamente e Gina decidiu esperar que ele estivesse pronto para falar, mas parecia que ele não pretendia contar.

-Teodoro. – Chamou-lhe. Só ela o chamava assim e apenas quando estavam os dois conversando.

-Hum? – Murmurou ele, virando o rosto para ela.

-Tem alguma coisa incomodando você. – Disse ela – Eu queria esperar até querer me contar, mas você está muito preocupado. Quero te ajudar.

   Ele a olhou. A ruiva estava mesmo preocupada com ele. Resolveu dizer o que precisava.

-Gina... Não sei se você sabe, mas a minha família é seguidora do Lorde das Trevas.

Ela assentiu, indicando que podia prosseguir.

-Eu também sou... – Ela não se surpreendeu. Apenas o fitou, esperando que dissesse tudo de uma vez – Então o meu namoro com você é um desrespeito à... à tudo. É para os meus princípios, para a minha e a sua família.

   A respiração dela falhou. Ele queria terminar com ela? Não iria aguentar isso.

-Mas eu sou muito egoísta para terminar tudo e te deixar ir. – Nott acariciava o rosto da ruiva – Não consigo... Deixar-te. Mas tudo está contra nós. Somos de lados diferentes e...

-E você quer que eu me junte a você e aos comensais. – Completou.

-Desculpe-me! Eu sei que não vai querer, mas... É a única saída que eu consegui ver até agora.

-Eu... Eu preciso de um tempo, para pensar.

-Está bem. – Disse ele.

FLASH BACK OFF

   Ela nem sabia se o Lorde das Trevas a aceitaria! Era de uma família de traidores de sangue! A chance de ela virar uma comensal era praticamente nula! Mas, se fosse possível? Se o Lorde a aceitasse como seguidora? Ela queria mesmo se tornar uma comensal da morte? Seria possível que ela acreditasse o suficiente nos princípios deles? 

   Tinha que dar a sua resposta. Passou muito tempo com uma discussão mental consigo mesma. Com exceção de seus amigos nascidos-trouxas, ela nunca quisera se aproximar dos trouxas. Ela já ficara irritada com o pai por perder tanto tempo com eles. Um mundo sem magia? Qual era a graça disso? Preferia o mundo dos bruxos (N/A: Para quem não sabe, essa é a minha opinião que eu impus para a Gina nessa história. Já que eu não gosto do mundo trouxa ¬¬).

   Mas será que ela estava pronta para matar? Talvez nem precisasse. Sabia de comensais que apenas realizavam missões como a de ajudar aos outros a entrar escondidos em algum lugar. Como no ano anterior que estes invadiram a escola para matar o antigo Diretor. Sem falar que ela poderia se acostumar com isso. Na verdade não sentia medo de torturar trouxas, apenas... Pena.

   Ela poderia aceitar, mas não tinha certeza se o faria. A dúvida era algo terrível. Para quem cresceu odiando os trouxas era algo fácil, simples. Mas para quem cresceu em uma família que tem tanto respeito por eles? Será que ela conseguiria?

                                                          §***§

   Luna estava caminhando pelos jardins do castelo juntamente com Blásio. Era normal. Ela saltitava e ele a acompanhava atrás. A garota podia ser conhecida como Di-Lua e lunática, mas não era boba. Percebeu que Blás estava nervoso.

-Está tudo bem, Blás? – Perguntou ela.

-Luna... Precisamos conversar... – Ele gaguejou.

    Ela virou-se para ele e esperou que continuasse.

-Você já deve saber que eu sou filho de um comensal. – Ele encarou o chão ao falar – Então o nosso namoro não será aceito. Mas eu não quero que vá embora. Pensei em várias formas de ficarmos juntos e só uma é possível.

-Eu ir para o lado do Lorde das Trevas? – Perguntou ela. A loira também já havia pensado nisso e da mesma forma que ele, só via essa alternativa.

-Sim. – Ele murmurou – Sei que não vai querer, mas...

-Eu... Eu não sei. – Luna o cortou – Preciso de um tempo para pensar. Se importa?

-Não. – Disse Blás, quase sorrindo – Não me importo. Pode pensar sobre o assunto.

   A corvinal não sabia o que fazer. Era uma traidora de sangue. Ela e seu pai apoiavam os maiores inimigos do Lorde das Trevas, não só no Pasquim, mas na vida real. Sempre foi assim. Conseguiria mudar agora?