Recém-nascida escrita por Cambs


Capítulo 11
Dez


Notas iniciais do capítulo

Baby are you down down down down down dooooooooooooown dooooooooooown even when the sky is falling down OK PAREI

Lá no fim :3



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O ambiente era pouco iluminado e estava impregnado com um cheiro doce que seria gostoso de sentir se não estivesse tão exagerado como se encontrava. A cabeça doía e apenas conseguiu descobrir que estava em uma cadeira. As mãos estavam amarradas para trás, e as pernas mantinham-se livres, embora se estivessem amarradas não mudaria em nada sua situação. No fim, ele estava de refém, preso em algum lugar e com uma dor de cabeça enorme.

— Eu disse que você deveria ter batido mais fraco — uma voz feminina ecoou pelo local. Ryan piscou várias vezes até conseguir enxergar nitidamente a dona da voz. Era a mesma garota que falara com ele no aeroporto. — Vejam só quem acordou.

— Finalmente — um homem remexeu-se mais ao canto, sentado no que parecia ser um sofá e com um pequeno caderno nas coxas. Tudo o que Ryan conseguiu ver eram os olhos de safira do homem, basicamente iguais ao da garota.

— Então, você é amigo da dhampir Amattris, não é? — a garota voltou a falar e a atrair a atenção de Ryan. Ele não sabia do que ela estava falando, mas conseguiu entender o que parecia ser um sotaque francês. — Não é?

— Não faço ideia do que está falando — Ryan decidiu responder. Era a verdade, mas duvidava que ela acreditasse.

— Sim, você sabe — ela sussurrou no ouvido de Ryan, apoiando um dos braços no ombro dele. — Ryan, não é? Entregue o jogo humano, nós sabemos que você conhece, só precisamos saber se você nos ajudará ou não.

Ryan respirou fundo. O “humano” na frase o deixara incomodado, como se a maneira com a qual fosse pronunciado indicasse o seu grau de inferioridade, mas o que ele realmente desejava saber era do que se tratava tudo aquilo. Olhou ao redor, e, agora com a visão mais adaptada à luz ambiente, conseguiu visualizar mais corretamente o local. Parecia ser uma sala de estar, com apenas dois sofás e a cadeira em que estava sentado. Além de Ryan, do homem sentado no sofá e da garota do aeroporto, havia duas mulheres mais ao fundo, totalmente ocultas pela luz, e, embora Ryan não conseguisse virar a cabeça para olhar e confirmar a presença delas ali, estava convicto que aquele cheiro doce e nauseante vinha delas.

— Posso esperar a noite inteira se for preciso, mas a minha paciência deve se esgotar em alguns minutos — o homem no sofá tornou a falar. Ryan enxergava agora os cabelos castanhos do homem, que iam até o queixo forte logo abaixo de uma boca fina.

— Eu já disse que não sei do que vocês estão falando — Ryan evitou revirar os olhos, sabe-se lá o que aconteceria se o fizesse.

— E nós já dissemos que você sabe — a garota puxou o cabelo de Ryan, fazendo com que sua cabeça fosse para trás e sua testa se franzisse. Doera. — Os Amattris são bons com segredos... Bem, com alguns pelo menos.

Amattris... Amattris... Já vira o nome em algum lugar, só não lembrava onde exatamente. Sabia que havia sido na internet. Vamos Ryan, pense.

— Sierra, acho que nosso convidado precisa de algum estímulo — o homem sorriu, com as sombras do local tornando o gesto em algo até que assustador. — Sinta-se a vontade minha querida. Fico responsável pela minha própria diversão.

A garota, Sierra, deu uma risada baixa e saiu de trás de Ryan. Ela caminhou até a frente dele e, com os lábios carnudos curvados em um sorriso de escárnio, sentou-se em seu colo enquanto uma das mulheres saía da escuridão e ia até o homem no sofá. Sierra separou as pernas e as colocou uma de cada lado da cintura de Ryan e levou as mãos até o rosto dele, passando os dedos finos pelo queixo enfeitado por uma barba rala e castanha.

— Deve doer um pouquinho — Sierra riu novamente e levou sua cabeça para trás. Inacreditavelmente, Ryan viu a garota mudar bem a sua frente. Em sua boca, os caninos haviam crescido até saltar para fora, eram incrivelmente brancos e afiados, mais acima, em seus olhos, a pupila dilatara-se a tal ponto que havia tomado o lugar da íris e todo o globo ocular, parecendo como os olhos dos demônios que se via nos filmes.

Não queria acreditar, mas fora obrigado a fazê-lo quando sentiu a dor lancinante em seu pescoço e ouvi-se gritar.





O Outono era, de fato, a minha estação favorita. De certa forma, era porque a estação lembrava a minha própria condição. Eu estava ali, parada, sendo eterna e vivendo entre dois mundos sem pertencer definitivamente a qualquer um deles. O outono não era nem frio e nem quente, ficava no meio do verão e do inverno, sem decair para um dos lados. Embora, talvez, não seja sadio ficar me comparando com uma estação, afinal o outono e sua condição de dois ‘mundos’ com folhas caídas era dono de uma beleza sem igual. E não há beleza no meu mundo. No caso, em qualquer um dos dois.




E era isso que estava acontecendo no exato momento. Dentro do castelo, os Mottris corriam de um lado para o outro, procurando telefones e antigos amigos, fazendo pesquisas online e preparando as malas para fugir. Certo, fugir é uma palavra muito forte, digamos apenas que estão adiando o confronto.


Havia pedido a Eliah que fosse para minha casa em Alberta, mas mesmo depois de uma rápida discussão, ele havia recusado o convite. Bem, pelo menos eu não teria Innya em minha casa. Que bom. Passei, então, o convite à Bonnie e Matthew que, felizmente, aceitaram. Deviam estar arrumando as passagens de avião agora. Até mesmo Kyara tentava contatos para Carlo e os outros, enquanto Dannika ficava sentada encarando as unhas e reclamando da correria e alvoroço. Estou começando a entender Karissa por evitar muitos contatos com Dannika.

No tempo em que o interior do castelo encontrava-se movimentado e agitado, o lado de fora era bastante calmo, com as folhas caídas e alaranjadas movimentando-se com o vento e a lua no céu noturno quase sem nuvens. Era ali que eu estava, observando tudo na quietude e esperando alguma deixa para tentar ajudar. Deveriam faltar umas três horas para amanhecer e os degraus da entrada do castelo não eram exatamente confortáveis para observar a paisagem.

— Não dá para ver o amanhecer daqui.

Levantei em um salto e quase gritei com o susto. Virei apenas para encontrar Riese rindo.

— Não chegue assim ou vai acabar matando alguém do coração — suspirei. — Ou acabar se matando.

— Está bem, sinto muito — ela sorriu e sentou-se em um dos degraus, batendo no chão ao seu lado indicando que eu deveria sentar-me ali. Com um suspiro, fiz o que ela indicava e esperei até que ela perguntasse o que queria, já que seus olhos azuis brilhavam com uma curiosidade nata. — Você tem mesmo seiscentos anos? De verdade?

— Tenho — ri. — De verdade.

— Eu também terei seiscentos anos?

— Felizmente, não — eu observei os ombros de Riese abaixarem com a decepção. — Acredite, não é tão legal quanto parece viver para sempre. Encare isso como uma peculiaridade não tão feliz dos Amattris.

— Nós não somos imortais, não é? Você é assim por algo que Marco fez?

— Sim. Marco me levou até as Encantadas quando eu tinha dezenove anos e depois daquele dia eu passei a ser imortal. Segundo ele, eu deveria me tornar mais digna do sobrenome e da herança que carregava no sangue, então Marco pediu as três que me deixassem mais parecida com uma verdadeira vampira — não evitei suspirar novamente. — Pelo menos não me fizeram dependente de sangue.

— Então eu posso ser imortal? Só tenho que pedir a elas? — os olhos azuis tão bonitos e claros de Riese brilharam, do mesmo modo que os olhos de uma criança de alegram com um grande pote de doce.

— A imortalidade é mais uma maldição do que uma benção. Pergunte a Carlo. Ela lhe cansa, fazendo com que tudo que você veja se torne peso sob seus ombros, no tempo em que tudo ao seu redor começa a perecer. A imortalidade te cansa, te causa tédio e te dá uma depressão sem igual já que tudo e todos que conhecem se vão e você continua lá parada, sempre do mesmo jeito, imutável e eterna.

O silêncio seguido pelo fim de minhas palavras foi, em partes, desconfortável. Talvez porque eu tinha acabado de “destruir” o sonho de imortalidade de Riese. Mas, bem, pelo menos agora ela pode ficar com raiva de mim e não de Eliah, porque é certeza que ele diria a mesma coisa de um jeito até que pior.

— E o mundo humano? — ela perguntou. — Vale a pena tentar ir lá?

— Bem — pendi a cabeça para um dos lados. — Depende do lugar, mas é bem divertido — observei os lábios de Riese curvarem-se em um sorriso. — Assim que tudo isso passar, te levarei para passear comigo e com Ryan pelo Canadá. Tenho certeza de que irá gostar, principalmente de Vancouver.

— Tempos de paz parecem cada vez mais distantes — com um suspiro, Riese abraçou os joelhos. Era desolador ver uma criança, ainda descobrindo o mundo e já com tão pouca esperança.

— Alguma hora a paz chegará, talvez você não esteja aqui para vê-la, mas ela chegará — levei meus dedos até os cabelos escuros de Riese e os baguncei, fazendo com que ela sorrisse e afastasse minha mão para arrumá-los. — Talvez você devesse entrar, não será muito agradável se sua mãe aparecer por aqui.

— Claro — ela levantou e espreguiçou-se, passando a mão pela calça para limpá-la. — Sinto muito pelo o quê minha mãe disse mais cedo, sobre te colocar com sacrifício.

— Não se preocupe, vamos apenas esquecer isso.

Com um breve sorriso, Riese maneou a cabeça e entrou no castelo, voltando a deixar-me sozinha ali fora. Talvez eu devesse segui-la para dentro e começar a ajudá-los a encontrar lugares para se refugiarem. E foi exatamente o que fiz. Entrei e dirigi-me diretamente para o subsolo, onde ficavam os quartos, e encaminhei-me para o meu.

Já dentro do aposento, procurei por meu celular e digitei o número de Ryan. Afinal, eu teria que avisá-lo que Bonnie e Matthew iriam para lá. A ligação chamou até cair na caixa de mensagens, o que me fez desligar e ligar outra vez. Não foi uma boa coisa.

“Olá Sophia”

O arrepio que senti foi tão forte que cheguei a tremer por alguns segundos. Com a boca escancarada e o queixo quase tocando o chão, deixei que o medo se instalasse e começasse a me tomar completamente. Aquela voz não era de Ryan.





— É um dos melhores, não só dos quatro grandes clãs, mas como de todo o submundo guerreiro dos vampiros. Então como conseguiu ser ferido tão gravemente por um ataque de rebeldes? Ou, no caso, um rebelde? — a voz gélida de Mégara ecoou pelo salão do castelo Hunyad, chegando a provocar arrepios na pele ainda queimada de Demetri.




— Sinto muito — suspirou cansado, detestando o fato de necessitar o apoio de Lenna e Elliot para manter-se em pé. Está demorando demais essa maldita cicatrização.


— Aposto que sente — a senhora Amattris sorriu seca antes de recostar-se na grande cadeira de veludo vermelho decorada com ouro e esmeraldas, considerado o trono daquele lugar.

— Mégara... — Vicktor murmurou, tentando impedir a mulher de dizer algo que pudesse irritar Demetri, ou provocar qualquer outro sentimento negativo no vampiro, que fora tão leal a eles por todos esses anos.

— O pior de tudo é que, além dessa sua falha miserável, perdemos Karissa — Mégara continuou, ignorando Vicktor e os olhares surpresos e ofendidos de Lenna, Suzan e Elliot, que tomavam as dores de Demetri, enquanto o mesmo apenas mantinha o olhar desviado e a respiração baixa.

— Senhora... — Elliot começou, mas a mão pálida que Mégara ergueu o impediu de continuar.

— Não quero saber. Você falhou soldado e acredito que apenas a consciência disso será uma punição adequada para o momento. Lenna, leve Suzan e cuide para que Demetri tenha, ao menos, uma cicatrização adequada — Mégara disse e observou a vampira hesitar antes de concordar com a cabeça. Elliot ajudou a levar Demetri para o subsolo junto de Lenna e Suzan, enquanto Mégara chamava um dos vampiros da guarda para perto. — Louis.

— Senhora — ele fez uma pequena reverência. Os cabelos castanhos e pouco compridos inclinaram-se para frente com o movimento, atraindo assim os dedos finos de Mégara.

— Louis, meu querido, tenho um trabalho para você.

Com um sorriso até que cruel, Louis colocou-se a disposição do que quer que fosse que Mégara o mandasse fazer, mesmo que já tivesse uma leve noção do que seria. Se fosse, realmente, o que ele pensava, seria um caminho sem volta e definitivamente divertido, com os Amattris voltando a assumir seu lugar como o melhor dos quatro clãs. Começando com a condenação dos Mottris.


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Notas finais do capítulo

Ficou ó.... Uma bosta.

Mas enfim, andei repostando o dream cast no Tumblr ( http://brokenhopeswithafrozenheart.tumblr.com/ ) e eu tinha que falar mais alguma coisa, porém não lembro.

E GENTE A CAMS AKA CAM CASTRO LINDA E D1VA DEIXOU UMA RECOMENDAÇÃO EM RN E MDS TÔ CHORANDO EU JÁ TINHA FALADO PELO TWITTER E É ISSO AI Obrigada outra vez ♥

E é até o próximo, nesse mesmo canal e nessa mesma hora nn