Cantarella escrita por Dandolion


Capítulo 7
Cap 7 - O Pacto




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/241556/chapter/7

- MAS COMO ASSIM? ELA FUGIU? – A Rainha gritou.

 O gunter resmungou desesperado.

 A Rainha chutou o pinguim contra a parede. Sua satisfação se converteu em ódio. Começou a bater perna, chutar gunters e gritar a ponto das estalagmites do teto tremerem.

- O QUE EU DEVO FAZER PARA QUE A CABEÇA DESSA PRAGA FIQUE NA MINHA MÃO??

 Tudo ficou preto, a Rainha se encontrou num breu total de repente. Ela começou a chamar seus Gunters, achando que a culpa era deles. Sem resposta.

O que aconteceu? Estava em seu castelo e por um segundo, surgiu dentro de uma sala negra, vazia e assustadora. Um som de panos ao vento veio por trás, um cheiro forte de coisa morta infestou o local e um gemido baixo ecoava por todo o salão.

- Quem está aí? – A Rainha indagou.

  No mesmo instante, ela sentiu alguém respirando próximo ao seu ombro. Ela se virou devagar, com os olhos arregalados de medo. Lá estava ele, algo que já foi humano, algo que já foi vivo. Um monstro que vendeu sua alma por poder. Nem a morte o quer.

  A Rainha gemeu de medo e se tacou pra trás, caindo no chão.

- Não vim aqui roubar sua alma... Vim fazer um pacto... Que tal? – O Lich disse sorrindo.

   A Rainha nada disse, estava muito nervosa para falar.

- Vou explicar melhor. Você me deixa possuir seu corpo... Em troca... Eu te dou o corpo morto dessa praga...

 Ela levantou um pouco mais segura.

- Mas... Como fica meu corpo enquanto isso?

- Ora... Vai parecer que você passou por um sonho rápido.

 A Rainha não pensou, nem parou para imaginar as consequências.  Ela estendeu a mão, querendo firmar o pacto.

- Eu quero vê-la morta...

- Que assim seja...

 O Lich agarrou a mão dela e entrou em seu corpo, fazendo com que seus olhos se tornassem frios olhos negros e parte da pele de seu rosto se tornasse apodrecida.

  O salão escuro desapareceu, ela estava de volta ao seu castelo.

   Um gunter puxou seu vestido para chamar sua atenção, ao ver a aparência morta da Rainha, o pinguim se afastou.

- Olá Gunter... – A Rainha disse estendendo os braços – Me dê um abraço!

  O pinguim se aproximou lentamente, e a rainha o pegou no colo.

- Gosto de um abraço... - Ela começou a apertá-lo e aos poucos, o pinguim foi secando... Seu sangue foi escorrendo pra fora do corpo... Ela estava o matando.

Ela olhou novamente para o pinguim com um sorriso até a orelha. O pegou pelo pescoço e lançou contra a parede, fazendo explodir como uma garrafa de vidro.

- Prepare-se Fionna... – A Rainha disse e logo começou a rir.

Marshall foi pela floresta, conseguiu uma folha de bananeira e a usou como um guarda-sol improvisado. Fionna ainda estava em seu colo, acabou dormindo depois daquele susto que a Rainha lhe deu. Passou flutuando pelo mar e entrou na caverna onde mora. Uma certa bola de pelos resolveu crescer e dava para ser vista de longe.

- Hey Dusk! Olha só quem eu trouxe! – Marshall disse se aproximando de seu fiel amigo.

 Dusk estava da altura da perna de Marshall, seu pelo era negro, longo e sedoso. Ainda tinha sua natureza brincalhona, mas agora estava um pouco mais maduro.

- O que houve com ela? O que houve com você? – Dusk disse farejando as roupas do rapaz.

- Ice Queen.

Dusk latiu e rosnou – Aquela vagabunda!

- Faça silencio, vou deixar Fionna na cama, ela está cansada... Já teve problemas demais hoje.

 Dusk abriu a porta puxando a maçaneta com o focinho e empurrando com a pata. Marshall entrou flutuando e foi direto para seu quarto. Fionna estava em um sono pesado, ele não queria acordá-la, vê-la relaxada já era um milagre.

 Ele puxou o lençol e a deitou, cobrindo-a e dando-lhe um beijo na testa. Logo saiu do quarto, fechando a porta.

Marshall foi caindo devagar, arrastando as costas na porta até sentar no chão. Seu coração pulsava rápido, uma sensação ótima... Tinha que pegar a guitarra. Ele a deixou em cima do sofá antes da sua “aventura” no reino doce.

Ele a pegou e logo foi improvisando, pensava na Fionna, nas suas aventuras, brincadeiras...  Que sensação boa... Finalmente conseguiu ficar em paz... Dusk deitou no tapete e ficou prestando atenção na música de seu dono. Se ele estava feliz? Sim. Pena que havia algo o incomodando, isso não acabou... Nem há de acabar assim tão cedo.

 O lobo levantou e caminhou para o lado de fora, a porta estava somente encostada, então era só empurrar com a pata.  Sentiu o doce aroma da grama úmida e deitou nela, rolando como um filhote feliz.

 Deitou de lado e ficou olhando o céu aberto, sem nuvens, um belo céu azul.

- Dia bonito. – Pensou ele.

Uma brisa fresca passou por dentro da caverna, levantando um pouco de terra e balançando seu pelo. Ele levantou e sentou na entrada da caverna e ficou olhando o horizonte, não havia nada para fazer.

Farejou o ar e sentiu algo estranho, aquela sensação estranha voltou. Algo ruim... Aos poucos... Estava vindo... Essa sensibilidade estranha que Dusk tem já assustou Marshall algumas vezes. Ele nem comentou sobre o problema que teve com Cake.

 Balançou o rabo e fechou os olhos, arfou e se manteve calmo. Estava longe, mas não chegaria hoje. Não precisava alertar o vampiro agora.

Fionna abriu os olhos lentamente. Ao sentir o conforto da cama, se sentiu mais calma. Não estava mais naquela maldita prisão... Estava segura. Descobriu-se e sentou, esfregando o rosto para tentar perder o sono. Do quarto, dava para ouvir nitidamente o vampiro tocando sua melodia.

Levantou um pouco tonta e começou a andar até a escada. Olhando fixamente para o chão, pois não queria tomar um belo tombo por causa da tontura. (Cair de uma escada que é praticamente um buraco no chão não é muito agradável.)

Conseguiu subir no primeiro degrau e logo foi descendo devagar, o vampiro sorriu ao notar sua presença.

- Dormiu bem Vaca adormecida?

- Vai se ferrar Marshall... – Ela disse bocejando.

 O vampiro deixou a guitarra em cima do sofá e estendeu os braços, Fionna entendeu e logo agarrou as mãos do vampiro, permitindo que ele a colocasse em seu colo. A jovem acomodou-se e colocou seu rosto na curva do pescoço de Marshall.

- Fionna...

- Sim?

- Porque a Cake não gosta de mim?

- Ora... Ela se assusta fácil... E você já pintou e bordou com aquela gata...

- Ah... Eu sei... Mas... É o meu jeito...

 Fionna notou que o coração dele estava bem agitado.

- Está incomodado com algo?

- O mesmo... Nem sei se esse amor é verdadeiro ou falso...

 Fionna perde a paciência e segura o rosto dele com as duas mãos, fazendo com que ele a olhasse nos olhos.

- OLHA AQUI! VAMOS FAZER UM TRATO?

- Q-QUE TIPO DE TRATO?

- UM BEM SIMPLES.

 O vampiro se assustou, estava tão acostumado com esse ataque de fragilidade dela, que até se esqueceu da verdadeira personalidade dela.

- O-OK... Diga...

- TODA A VEZ QUE VOCÊ PENSAR NESSA MALDITA POÇÃO, LEMBRE-SE DA SEGUINTE PALAVRINHA MÁGICA.

- Uh...Qual?

- FODA-SE. A RESPOSTA PARA TODAS AS PERGUNTAS BESTAS.

 O vampiro riu e virou seu corpo, Fionna achou que fosse ser derrubada, mas ele estava a segurando, como aquele épico passo de tango.

- M-Marshall eu vou cair!!!

- Qual é a palavrinha mágica?

- MARSHALL!!!

Ele silencia a garota com um beijo carinhoso, fazendo com que ela perdesse o medo da gravidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews U.U