Cantarella escrita por Dandolion


Capítulo 14
Capítulo 14 - A luz no fim do túnel - FIM


Notas iniciais do capítulo

Bom, eis aqui o último capítulo do Cantarella!



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– CAKE SAIA DAQUI! – Gumball berrou novamente.

– OLHA AQUI DESTRUA ISSO JÁ!

– NÃO! NÃO VOU DESTRUIR!

– TANTA GAROTA DOCE POR AÍ E VOCÊ DECIDE USAR A CIÊNCIA? – Cake rosnava ferozmente.

– MAS A GAROTA QUE EU AMO... – Ele parou de falar de repente, dando um leve suspiro – Eu não tenho chance.

– Falar que não tem chance é o primeiro passo para o fracasso. Isso se você realmente estiver afim da Fionna... Aí meu caro, já fiz besteira o suficiente com o coraçãosinho dela...

O principe não disse mais nada. Apenas começou a guardar as coisas em silêncio, evitando contato visual. Depois de tudo organizado, ele apagou as luzes, indicando para a gata o acompanhar. Cake agitava a cauda nervosa, tentando ter noção do que ele estava sentindo. Os dois retornaram lá para cima e Gumball a chamou para seu quarto.

– Cake, eu tive uma ideia. – Disse ele enquanto subia as escadas.

– O que?

– Marshall não teria coragem de atacar Fionna.

– Quem garante? O cara pirou! – Ela ficou caolha, demonstrando de forma cômica a loucura do rapaz.

– Não... O Marshall ainda está lá, temos que arriscar a Fionna.

– OPA! – A gata eriçou todos os pelos – OPA, OPA! PERAÍ! – Ela gesticulou com as mãos, indignada com o que o princípe sugerira – Ta me dizendo que você quer matar a Fionna?

– Não, se ela trouxer o Flame Prince, teremos um aliado poderoso que nos ajudará a encurralar o vampiro.

Os dois chegaram no quarto e Gumball logo pegou uns papeis dentro de sua cômoda, com alguns lápis. Logo abriu a varanda, chamando-a para ficar ali para sinalisar a Fionna caso ela aparecesse. Ele apoiou o papel no parapeito e começou a rascunhar um plano. Teriam que encurralar o Marshall num círculo de fogo, mas de forma que ele não consiga fugir voando. A luz iria incomodá-lo, o enfraquecendo, dando-lhes a chance de atacá-lo. Deveriam deixá-lo inconsciente, para que atacar a Ice queen se torne mais viável.

– Tá Gumball... E o Lich?

Era esse o problema, como deter aquele monstro?

– Temos a manopla. A Ice Queen derrete no fogo. Temos que separar os dois. Darei a manopla a Fionna e ela deverá jogar a Rainha no fogo.

– Ou seja... Tudo depende do Flame?

– Basicamente – Ele pegou a folha e a enrroscou.

– E... Quais são as chances disso dar errado?

– Dizer que não temos chance é o primeiro passo para o fracasso – Gumball respondeu rindo.

A gata respirou fundo e deu uma leve risadinha.

– Uh... Tá armando um temporal...

– Estranho, normalmente não há chuva nesse período. Se eles estiverem vindo com o Flame, é melhor tomar cuidado.

Um trovão soou pelos ares como um rugido de um dragão, fazendo com que os pelos da gata se arrepiassem. Ela olhou para trás e um relâmpago iluminou as nuvens negras, mostrando haver algo ali dentro. Os olhos dela se arregalaram e suas garras ficaram a mostra.

– G-Gumball... – A gata gaguejou em pânico.

– Que foi?

– Eu acho melhor você chamar seu exército... Ou qualquer coisa que você tenha...

Curioso, o príncipe foi ver o que tanto lhe aflingia e um chiado quase arrebentou seus timpanos. O monstro saiu das nuvens, mostrando ser o Marshall em sua forma de morcego. A Ice Queen estava em cima dele, com os olhos fitando os de Gumball mesmo com tamanha distancia. O principe sentiu seu coração disparar de medo e logo berrou para os cavaleiros ficarem apostos.

Cake olhou por todos os cantos antes de entrar, Fionna não estava a vista, ninguém para dar notícias. Com o coração na mão, saltou da varanda e flutuou como um paraquedas para a entrada do castelo. Apesar do dia ter virado noite de repente, apenas uma coisa estava em sua mente: A vontade mutua de chutar o trasseiro daquele vampiro.

Tentando se utilizar disso para ganhar coragem, ficou do tamanho de um titã e tentou se esticar mais para parecer mais musculosa e transformou a ponta de sua cauda num porrete. Gumball veio correndo na sua direção e cutucou seu enorme pé.

– O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO EM FAZER?

– Vou dar tempo a vocês! Vou parar aquela ratazana voadora!

– MAS CAKE!

– MAS, MAS, MAS NADA! EU VOU DERRUBÁ-LO NO CHÃO E TORÇA PARA QUE AQUELA VELA CHEGUE ANTES DO MARSHALL ARRANCAR MINHA CABEÇA!

– E O LICH?

– PARA DE ME DEIXAR MAIS NERVOSA DO QUE EU JÁ ESTOU HOMEM! MEU SENSO DE JUÍZO JÁ FOI PRO ESPAÇO! AGORA É AGIR COMO UM IDIOTA E VER NO QUE QUE DÁ! – A gata saiu correndo pelas ruas da cidade até que saltou os muros do reino.

– CAKE PARE!

– EU NÃO ME ARREPENDO DE NADA! – Ela gritou enquanto corria em direção daquela nuvem sombria.

“Faça seu show Vampiro... Faça seu show.”

A rainha saltou das costas do morcego e tornou a voar apenas com o gelo. Marshall urrou e partiu para cima de Cake, mas com um movimento rápido, a gata o rebateu com sua cauda, acerando o porrete em seu rosto e o lançando ao chão.

– CAI DENTRO RATINHO! – Cake gritou toda convencida.

O morcego rosnou e estendeu a mão, logo um abismo se abriu onde Cake estava. Ela saltou rapidamente indo para outro lugar, mas o vampiro fora mais ágil e estendeu o buraco, fazendo com que a gata se esticasse mais ainda para não cair. Ele aproveitou a deixa e voltou a atacá-la, empurrando-a no buraco e indo junto com ela, golpeando-a com as garras. Cake revidou do mesmo jeito e transformou sua mão num punho gigante e o socou para o fundo do abismo, um soco bem no rosto, a ponto de estalar os dedos de sua mão.

Ela se jogou contra a parede, usando as garras para tentar se segurar, sentindo seus dedos se dilacerarem na pedra, sentindo uma dor insuportável, obrigando-a a morder os lábios para distrair-se.

Tornou a olhar para cima e esticou seu braço até a borda, logo retornando a superfície. Seria esse o fim de Marshall? Não estava muito fácil. Os pelos de sua cauda ainda estavam bem eriçados, prontos para receber um golpe pelas costas. Ele não subiu novamente, o que a preocupou. Mas não devia se importar com isso agora, pois quando direcionou sua atenção para o Reino doce, o inferno estava lá.

– GUMBALL! – Ela quase rugiu e começou a correr em direção ao Reino doce.

Diversos cidadãos corriam sem rumo para qualquer lugar, alguns gravemente feridos, outros em prantos, sem saber o que fazer. Cake tomava cuidado para não pisar neles, e imaginava coisas horríveis que aquele monstro poderia estar fazendo agora.

O chão começou a rachar e antes que ela pudesse saltar, o Morcego se ergue do chão e a soca bem no queixo, fazendo-a cair no chão atordoada, cuspindo dois dentes.

– Marshall... Pare com isso... Porfavor...

O Rei nada respondeu, apenas sorria como um lunático, babando como cachorro com raiva.

– Olhe para você... Olhe o que você está fazendo... – Ela tentou se levantar e o rapaz pôs as garras a mostra novamente – Cara... Acorda... Pare com isso... Você está parecendo a sua mãe.

Marshall agitou as orelhas e recolheu as unhas, permitindo que Cake finalmente conseguisse ver um pingo de consciência nos olhos dele.

– Minha... Mãe? – Ele respondeu com uma voz tenebrosa, diferente da sua voz comum.

– CAKE! – Fionna berrou ao longe.

– FIONNA?!- A Gata tornou sua atenção para trás e viu a garota chegando voando.

Marshall sacudiu a cabeça e voltou a urrar, abrindo as asas e voando em direção a eles. A gata se recusou a deixar e enroscou sua pata no pé dele, trazendo-o de volta ao chão.

– FIONNA! ESSE IDIOTA NÃO SABE USAR OS PODERESINHOS NOVOS DELE! ELE É PODEROSO, MAS NEM TANTO! DÁ PRA TRAZÊ-LO DE VOLTA!

– COMO?

– O TOCHA HUMANA! INCENDEIA ESSE PASTO!

– O QUE?! – Flame berrou.

– INCENDEIA A MELECA DESSE PASTO!

– (CAKE! ISSO VAI TE MATAR!) – Lorde bateu as patas com força, permitindo que a gata ouça.

– NÃO SÓ VOCÊ COMO TODOS OS CIDADÃOS! – Fionna completou.

– CONFIE EM MIM! TEMOS QUE PARAR O MORCEGÃO PARA ATRAIR O LICH!

– ELA TÁ DOIDA? – LSP berrou.

– É tudo ou nada cara, é tudo ou nada. – Fionna respondeu séria – FLAME! QUEIME TUDO!

O principe engoliu em seco, mas obedeceu, correndo como um louco pelos pastos, queimando tudo o que via pela frente.

– FIONNA! DEIXE EU E O FLAME CUIDANDO DISSO! VÁ ATRÁS DO GUMBALL LÁ DENTRO! PEGUE A MANOPLA!

Sem hesitar, a jovem seguiu com o Lorde e LSP para dentro do castelo, onde entraram pelo quarto do Gumball. Fionna começou a chamar pelo amigo, correndo pelos corredores destruidos, junto com o indiscreto principe.

– CARA, QUAL É A NECESSIDADE DE DESTRUIR ISSO TUDO? O QUE ESSE LICH QUER?

– (Ver todo mundo morto seria o suficiente para você?) – Lorde galopou.

– EU NÃO FALO MONOCHORMINEIS! DÁ UM TEMPO!

A risada da Rainha ecoou no corredor e a parede logo a frente explodiu, espalhando escombros para todos os lados, obrigando Fionna a cobrir o rosto com o braço. Ice Queen veio voando e a agarrou pelo pescoço, apertando-o com força, mas Lorde soltou um raio com seu chifre e arremessou a Rainha longe. Deixando a jovem cair no chão, arquejando.

“ACHA QUE ISSO PODE ME DETER?”

As paredes do castelo começaram a escurecer, tudo a sua volta começou a morrer. Uma frota de cavaleiros entrou pelo corredor, mas ao encostar naquela sobra estranha, todos os seus corpos começaram a apodrecer violentamente. Desesperados, Mo-chro pôs LSP e Fionna na sua garupa e tentou sair dali, descendo as escadas o mais rápido que podia e implorando para que a sorte viesse ao seu favor.

– Gumball deve estar no laboratório escondido dele! Lá é bem protegido, não?

– (Não por muito tempo) – Lorde bateu as patas o mais rápido que conseguia.

Entraram na área secreta do castelo a toda velocidade, mas o Monochormicórnio acabou batendo uma das patas no degráu da escada, o que o desestabilizou, ainda mais por estar exausto. Pelo menos conseguiu fazer com que todos caíssem no chão e não pelas escadas.

– LORDE!

– PANGARÉ! RESISTA!

– CALE A BOCA LSP! – Ela acariciou a crina dele – Anda cara, resista mais um pouco, precisamos encontrar o Gumball...

Ele bufou e forçou as patas para conseguir se levantar, caminhando rente a parede para não cair. Fionna chamou pelo seu amigo, torcendo para que vir até ali não fosse perda de tempo.

Por sorte, Gumball realmente havia se escondido dentro do laboratório. Ao escutar a voz da jovem, permitiu que todos entrassem.

Em pânico, abraçou Fionna com força, achando que algo de ruim havia acontecido a ela.

– Calma Gumball... Calma...

– Como? Daqui a pouco aquele monstro vai estar aqui! E o que faremos?

– Uh a manopla? LSP sugeriu.

– Oh sim! Ela está aqui... Mas do mesmo jeito...

– Gumball, vai dar tudo certo. Relaxe.

O principe respirou fundo e entregou a manopla. Fionna fechou o punho e pediu para que todos ficassem ali, pois ela não queria que eles se machucassem. LSP se recusou a deixa-la ir e se ofereceu para ajudar. Assim como Gumball e Lorde.

– Mas...

– Mexeu contigo, mexeu com todos nós – Gumball disse sorrindo.

Jamais Fionna vira Gumball tão convencido como agora. Ele não parecia mais um principe metido, com medo da própria sombra. Agora, parecia um herói. O herói que ela ela sempre sonhou.

– Então vamos. Se for para morrer, morreremos com honra! – Fionna berrou e todos a acompanharam.

Menos o LSP, que simplesmente arregalou os olhos e disse:

– Morrer?

Montaram no Lorde e foram para o lado de fora do castelo, berrando para que a Rainha viesse lutar do lado de fora. O fogo havia se espalhado por todo o reino doce, cobrindo tudo com uma fumaça negra, que dificultava a respiração e a visão. A Ice Queen lançou vários dardos de gelo, mas Mo-chro conseguiu se desviar, dando-lhes a chance de ver a Rainha chegar.

– Lorde, em direção ao fogo! Agora!

– (Onde está a Cake?) – Ele bateu as patas em pânico.

– Confio nela... Ela está bem.

Passando razante sobre as brazas, LSP gritava como uma sirene, com medo de acabar de queimando. A Rainha tentava congelar tudo, mas o vapor quente que se formava não conseguia conter as chamas.

Gumball estava derretendo aos poucos, mas ele não queria comentar. Precisava se manter firme.

A mulher deu um berro como mil corvos e investiu neles. Aproveitando a deixa, Fionna saltou do Mo-chro e a socou. Levando as duas ao chão.

Contorcendo-se de dor, a Rainha tentou se erguer novamente, levantando uma estalagmite que prendeu a bolsa de Fionna, a erguendo junto. Em pânico, não havia como sair sem levar um belo tombo.

“GOSTOU FIONNA? FINALMENTE PODEREI VER SEU SOFRIMENTO!”

– ESPERE SENTADA! CAI DENTRO!

“Oh minha cara... Não serei eu que irá te matar...”

Marshall surgiu atrás da Rainha, na forma de morcego ainda, com os olhos sedentos de pura loucura. Fionna engoliu em seco, vendo no que aquele vampiro havia se tornado.

– Marshall... Marshall Lee o que ela fez contigo...?

“Liquide com a garota”

Ele tomou impulso e veio a toda velocidade, obrigando Fionna a se soltar da mochila e ir escorregando pela estalagmite. O rapaz acertou o gelo com força, fazendo com que ele se rachasse e se despedaçasse com a ajuda do fogo a sua volta. Ela ia cair direto no chão, mas Gumball conseguiu fazer com que lorde passasse razante no chão para poder pegá-la.

– QUASE VIU? – Gumball disse apagando o fogo da crina do amigo.

A Rainha urrou e começou a erguer mais estalagmites do chão, tentando acertá-los por baixo. Tinham que se manter próximos do fogo para que ela não consiga os afetar tão facilmente, mas estava cada vez mais difícil de respirar.

–Lorde... Me leve lá pra cima... – Fionna disse ofegante – Eu vou me lançar em cima dela de novo.

– Isso não está dando certo Fionna!

– NADA ESTÁ DANDO CERTO GUMBALL!- Ela berrou chorando – NADA!

Gumball arregalou os olhos ao ver o desespero dela.

– Gumball, pode ser a última vez que estaremos juntos. Eu quero que pelo menos você sobreviva.

– E EU?- LSP se intrometeu indignado.

– EU VOU É TE EMPURRAR DAQUI SE VOCÊ NÃO CALAR A BOCA...- Fionna parou de falar e teve uma idéia- É isso... É ISSO! JÁ SEI! LSP VOCÊ É UM GÊNIO!

– Eu sou? Oh claro que eu sou! Meus caroços me dão toda a inteligencia!

– Uh Fionna minha ficha ainda não caiu – Gumball disse coçando a cabeça, sentindo os dedos mais moles.

– Vou tacar o LSP em cima do Marshall, uma coisa que essa Rainha mais quer é ser amada! Quero que você desperte nela esse lado estupido!

– Uh e isso vai dar certo?

– SIM! POIS DEPOIS VOCÊ IRÁ DAR UM PASSA FORA NELA E ELA IRÁ ATACAR VOCÊ E O MARSHALL DISPENSANDO O LICH!

– Pode dar certo! – Gumball concordou – Poderemos atacá-la com a manopla logo em seguida, pondo um fim a tudo isso!

– Uma porrada de manopla e um corte de espada – Completou Fionna.

– O QUE? VOCÊS QUEREM QUE EU FAÇA O QUE?

– AVANTE LORDE! – Fionna berrou e eles levantaram voo antes que uma estalagmite atravessasse o corpo deles.

Quando tomaram altitude, Gumball segurou LSP pela cintura, se preparando para empurrá-lo. Marshall ainda se recuperava da pancada, dando-lhe a chance de ser jogado de lá.

– 321 JÁ! – Gumball nem deixou o principe falar.

De forma certeira, LSP acertou a cabeça do vampiro e se prendeu aos seus cabelos. Era agora. Ele pigarreou e chamou a atenção da Rainha.

– MINHA DOCE E MAGESTOSA ENDIABRADA RAINHA! EU LUMPY SPACE PRINCE! VIM AQUI ME DECLARAR! MONTADO NESSE... NESSE... REI DOS VAMPIROS FILHO DE DEMÔNIO! Opa opa, peraí gente! Erro 404! Que que é isso gente? Isso não faz sentido!

– CONTINUA! – Todos berraram.

– OK OK! EU VIM AQUI MONTADO NESTA FERA PARA DECLARAR MEU AMOR ENCAROÇADO POR VOCÊ! EU... EU TE SSHHSUSHSUSHSH.... EU TE SHHHHHHHHHHAMO! EU TE K-KAMO! EU TE... Gente, não quer sair. – Ele pigarreia novamente – ENFIM! NO MEIO DESTE APOCALIPSE! EU TE AMO! Ai quase que não sai!

A Rainha permaneceu imóvel até que começou a urrar. Mas de repente, sua voz voltara a ser da Ice Queen novamente.

– OH! UM PRINCIPE ME AMA?

– Ai socorro. – Disse o LSP bem baixinho.

A Ice Queen gritou de alegria, quase chorando de felicidade! O Lich não tinha poder sobre ela naquele momento de êxtase profundo, o que o obrigou a sair daquele corpo imprestável. Assim que ele saiu, Fionna investiu com Lorde e deu-lhe um soco com a manopla, levando-o ao chão, golpeando-o várias vezes, até sentir seus ossos se quebrando pouco a pouco. Vendo que aquela batalha não poderia vir uma vitória, decidiu se dissipar e desaparecer entre as chamas, deixando Fionna cair sobre elas, sem chance de escapar.

– SOCORRO! ELA VAI ME ESTUPRAR! – LSP dá um tapa na cabeça de Marshall – VOA BICHINHO! VOA!

O Morcego urrou e pegou o principe na sua cabeça, o apertando firme, querendo que seus olhos saltassem de sua cara.

– EI! LARGUE MEU PRINCIPE SEU MORCEGUINHO FEIO! – Ela lançou uma rajada de gelo nele, o obrigando a soltá-lo.

O sol começou a sair de dentro daquela fumaça negra, fazendo com que a pele de Marshall se queimasse mais ainda. Ele gemeu de dor, mas não tinha forças para fugir. Acabou caindo da estalagmite no chão em chamas.

Fionna corria sentindo sua roupa pegar fogo, dificultando cada vez mais sua respiração. Já sentia seu cabelo queimar, suas lágrimas nem conseguiam escorrer de seu rosto. Era o fim.

Algo a pegou no colo e se distanciou do fogo, largando a no chão e logo chamando pelo nome de sua gata.

– CAKE! PODE MANDAR! – Flame prince berrou.

Uma sombra surgiu no horizonte. Cake virara uma bola gigante e vinha correndo a toda velocidade, derrubando as árvores da floresta.

– Cake...? – Disse Fionna tossindo.

– HORA DE APAGAR O FOGO! – A gata berrou e vomitou toda a água que havia guardado dentro de si, parecia que havia engolido o mar inteiro. A água imundou grande parte dos campos doces e logo a terra foi absorvendo aquela água fria e fresca. Gumball ainda voava com Mo-chro e secou o suor de sua testa ao ver que o fogo havia sido controlado.

– SOCORRO! – Berrou LSP – O PLANO NÃO FOI COMO PLANEJADO! EU ESTOU NAS GARRAS DE UMA RAINHA MALUCA!

– MEU LINDO PRINCIPE! SEREMOS FELIZES JUNTOS! – Ice Queen o enchia de beijos.

Fionna sorriu e pegou sua espada, chamando Gumball para levá-la até a Rainha. Assim feito, ela berrou:

– ICE QUEEN! É O SEU FIM! – Ela saltou do Lorde e abriu um talho do ombro até a cintura, fazendo com que a Rainha gemesse de dor. O LSP monta em Mo-chro e resgata Fionna.

– ARGH! ISSO AINDA NÃO É O FIM, FIONNA! EU TEREI UM PRINCIPE SÓ PARA MIM! VOCÊ VERÁ! – Ela sai voando com o cabelo dela – VOCÊ VERÁ!

O sol voltara a brilhar, a fumaça estava se dissipando, a guerra havia terminado.

– Vencemos? Haha – LSP disse rindo – VENCEMOS!

– VENCEMOS GUMBALL! – Fionna abraçou o amigo.

– Nem acredito... HAHA!

– CAKE! – Fionna berrou – VENCEMOS!

– ISSO AI SUA DOIDA! – Ela esticou os braços e pegou Fionna Na garupa de Monochromicorn e lhe deu um abraço apertado. Logo fungou um pouco seu cabelo.

– Fionna grelhada?

– Para, você não tem noção de como isso está ardendo... OH MARSHALL! ONDE ELE ESTÁ?! GUMBALL! ESTÁ VENDO O MARSHALL?

Cake olhou para todos os lados para ajudar e viu o morcegão se arrastando e se destranformando, entrando nos restos da floresta doce, em busca de sombra.

– Cake, me leve lá! Porfavor!

– Ele ainda está pirado...

– CAKE!

– TÁ TÁ! TÁ BOM!

As duas entram nos escombros da floresta, e Fionna desce da garupa da gata, correndo até uma poça d’água onde Marshall se deitou.

– Marshall... – Ela se ajoelhou ao seu lado – Marshall fale comigo...

– F-Fionna... Me deixe... Eu falei para você que eu era um monstro...

O vampiro gemia baixo, estava coberto de feridas profundas e queimaduras graves. Não conseguia se regenerar rapidamente, estava fraco demais. A jovem acariciou sua cabeça, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

– Fionna... – Ele tosse – Eu fiz isso com você? Olha seu estado... Seu rosto... Seu cabelo...

– Isso não importa... Cake, vamos levá-lo para dentro do castelo!

– NÃO FIONNA – Marshall engasgou ao tentar elevar o tom de voz – Eu não mereço...

– Ah larga de ser babaca, Marshall. Pra quem está morrendo, está tendo muito tempo de se lamuriar. Anda cake!

– Pode deixar! – A gata pegou os dois e colocou nas suas costas, fazendo um telhadinho para que Marshall não se queimasse no sol.

– Fionna... – Ele disse rouco.

– Cala a boca – Ela respondeu.

– Adoro quando você fica puta... – O vampiro disse rindo.

A jovem olhou para o rapaz novamente, dando um selinho em seus lábios.

– Estava com saudade... – Fionna disse baixo, deixando sua cabeça apoiada na testa dele.

Eles entram nos escombros do castelo, onde Gumball reunia seu povo sobrevivente.

– UHU UHU! SOMOS HERÓIS! UHU UHU! – LSP dançava sozinho – Agora meus pais não tem o direito de reclamar de mim, afinal, EU SOU UM HERÓI!

– Alguém manda esse cara pro espaço... Antes que eu o queime todo – Flame disse irritado.

– Abaixe esse fogo, não derreta os doces. Quero lhe agradecer por sua ajuda. – Gumball disse.

– Não há de que. Vejo que meu trabalho aqui terminou, não quero queimar mais nada.

– Flame! – Fionna o chamou, atraindo sua atenção – Obrigada. Mesmo.

O principe ficou corado e sorriu.

– Depois passa lá em casa, mostre-me mais algum de seus truques.

– Com prazer! – Ela respondeu rindo e ele foi embora.

Gumball suspira ao olhar para seu castelo. Grande parte dele estava destruido, mas aos poucos aquela sombra negra desaparecia, deixando a luz entrar novamente.

– Aquela desgraça destruiu todos os meus experimentos...

– Incluindo o Cocô bem humorado? – Cake disse rindo.

– Infelizmente. – Gumball passa a mão no rosto – Fazer o que... Vamos voltar ao inicio... Mas antes, porfavor Fionna, você precisa de cuidados! E Marshall... Você também.

– Ainda quer cuidar de mim, Sua Majestade? – Marshall disse cínico.

– Você ganhou o coração da Fionna. O que mais eu poderia fazer? Somos todos amigos agora, sem recentimentos.

– Gostou de uma vida menos responsável?

– Não, ainda tenho minhas responsábilidades, mas eu posso ser mais divertido de vez enquanto... De vez enquanto.

– (Ou seja, nunca) – Lorde bateu as patas e bufou.

– MO-CHRO! SEM GRACINHAS.

Mais tarde, montaram uma enfermaria improvisada no cômodo menos destruído, deixando tudo escuro, permitindo que os feridos descansassem um pouco, incluindo Marshall. Quando a enfermeira deixou a sala, ela saltou de sua cama e foi até a cama do vampiro, onde ele conseguiu se deitar.

– Marshall... Tá melhor...?

– Cortaram seu cabelo Fionna...

– Isso não respondeu minha pergunta...

– Sim... – Ele se espreguiçou devagar – Estou melhor... Não emocionalmente.

– Está tudo bem... O pior já passou.

– Não pensei que fosse ficar ressentido por matar tanta gente... Incluindo... – Ele passa a mão no rosto – O Dusk.

Fionna engasgou, mas não poderia reagir negativamente. Marshall estava tão frágil e ressentido, não valeria a pena arruinar sua auto estima quase inexistente.

– Posso me deitar com você?

– A vontade... To com um soninho... – Marshall ronronou e a garota deitou-se ao seu lado, o abraçando delicadamente para não pressionar os curativos do seu braço.

– Queria poder me regenerar como você... Seria tão mais fácil...

– Tem suas vantagens e desvantagens... Não peça isso para você. – Ele beija a testa dela, mas a jovem puxa seu rosto, dando-lhe um beijo na boca.

– Fiquei com medo Marshall...

– Eu também... Até os mais fortes sentem medo. Um herói que não sabe seus limites não é um herói.

– É um idiota – Ela disse rindo.

– Concordo... E você não é uma idiota. – Marshall entrelaça seus dedos nos dela, fazendo-a sorrir.

– Eu escolho você – Disse Fionna.

– Uhn?

– Nada de Gumball ou Flame. Ninguém irá me fazer mudar de opinião. Quero meu rebelde abusado.

Marshall sorriu e tornou a beijá-la.

– Sábia escolha, Fionna.

☻☻☻

2 meses depois...

– Hey Cake, fico feliz em saber que você não tem mais medo do Marshall.

– É... Até que ele é um cara... 60% legal. Mas sabe que eu não irei deixar que você passe a dormir na casa dele.

– Tá Cake! Tá parecendo a nossa mãe!

– Ora, alguém tem que botar ordem nessa árvore!

– E... Esse alguém gosta de carinho no pescoço?

– Pode parar menina, não vai me ganhar com meros cafunés no... – Fionna começa a fazer carinho no pescoço dela – Oh que delicia... – Cake deita no chão ronronando.

– Bom, acho que está tudo arrumado... Você vai mesmo ficar uma semana com o Lorde?

– Sim, sim. Só uma semaninha! Não se preocupe. Eu sei que você não vai incendiar a casa...

– Haha, já sou bem grandinha Cake... Enfim... Até?

A gata dá um forte abraço na jovem e dá leves beijinhos na sua cabeça.

– Boa sorte minha querida, qualquer coisa você me liga.

Cake sai pela porta e Fionna fica sozinha na casa da árvore. Suspirou fundo e decidiu deitar-se no sofá, pegando um dos controles do BMO para ficar jogando. Teria uma semana inteira para fazer o que bem entende dentro de casa, mas as coisas já pareciam um pouco entendiantes logo de inicio.

– Seu cabelo ficou bonito curto! – BMO disse sorrindo – Nem precisou chorar!

– É... Dá menos trabalho, posso me acostumar com isso. Deixa esse jogo bem difícil BMO!

– PODE DEIXAR! – BMO seleciona o modo mais difícil do jogo de cavaleiro.

Um estranho ruído veio do telhado, fazendo com que Fionna pausasse o jogo para ter certeza de que não era nada de sua cabeça. Novamente, o som veio um pouco mais alto e um pouco mais alto e um pouco mais alto... Até que ela retirou uma adaga de dentro da almofada e apontou para trás, dando um berro.

Não havia nada ali.

– VAMPIRO ABUSADO DIZ BOO!- Marshall agarra Fionna nos ombros e a jovem dá um grito.

– MARSHALL! NÃO FAZ ISSO!

O vampiro sai flutuando em torno dela até que a pega no colo, a deixando-a deitada em seu peito.

– E então minha querida... Achou que seu dia fosse se resumir a videogames?

– Nah, sabia que alguma hora você iria dar as caras alguma hora... – Ela beija o rosto dele – Gostei desse seu penteado maluco. – Ela mexe no cabelo do rapaz, que estava com as duas laterais meio raspadas.

– É, era isso ou ficar careca. Não quero perder meu sedoso e macio cabelinho...

– Eu vou é passar a tesoura nisso aí se você continuar assim!

– Porfavor tenha piedade! – Marshall disse assustado, tirando boas risadas da jovem.

– O que você quer fazer minha flor?

– Ai para de me dar esses apelidos! Fionna está ótimo! – Ela responde corada.

– Podemos improvisar, podemos jogar seu joguinho maroto ou... – Ele vira os olhos, sorrindo bobo, esperando que Fionna entendesse.

– Hmm... Vou ficar com o videogame.

– Tá brincando, não é? – Marshall respondeu totalmente desapontado.

Fionna sorriu boba, mostrando estar brincando.

– Aqui ou no quarto?

– Em um lugar que eu não possa ver – BMO falou sério.

– Ih, até parece que vamos fazer grande coisa... Para o quarto então? – Marshall apertou a bochecha dela.

– Se abusar toma chute, ok?

– Essa é a Fionna que eu conheço!! – Ele rodopiou no ar, fazendo –a rir alto – Para o quarto então!

Os dois sobem rindo, deixando BMO sozinho. Até que ele foi para o banheiro, subindo na pia e se olhando no espelho.

– Olá BMO!

– Oi BMO! – Ele respondeu para si mesmo e logo fez uma cara emburrada – Vão ficar a semana toda pedindo privacidade?

– Vão.

– Que merda... – BMO bate a cabeça na pia, revoltado com a longa semana que iria vir.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse é o fim.
Desculpe-me pela demora surpreendente. Quando você deixa de gostar de determinado assunto, é melhor não forçar para não fazer besteira.
Obrigado por terem lido!
Espero que tenham gostado!
XD