Ao amanhecer, Cake e Lorde já estavam com uma aparência bem melhor. Fionna não estava mais tão preocupada. A jovem acabou dormindo na cama junto com Gumball, pois os dois acabaram ficando conversando a noite toda e logo apagaram. A enfermeira fez uma trança no cabelo dela enquanto ela dormia, para não correr o risco dela se enroscar no cabelo ou coisa pior.

Fionna esfregou os olhos assim que os primeiros raios de sol entraram pela janela, iluminando o quarto. Coçou a cabeça e bocejou, tomando cuidado ao se espreguiçar para não esbarrar no príncipe que dormia tranquilamente. Ela sentou na cama e ajeitou o lençol para que Gumball não acordasse. O rapaz se mexeu um pouco, mas não abriu os olhos.

Seguiu para a cama onde Cake estava, ajeitou o lençol e arrumou o travesseiro da gata. Lorde acordou e bateu a pata delicadamente na lateral da cama, fazendo o código Morse.

– (Bom dia... Acordou bem disposta).

– Uh... Lorde...

– Ele te deu bom dia. – Cake disse abrindo os olhos.

– Oh Cake...

Fionna abraçou a gata carinhosamente, acariciando seu pelo macio e sentindo seu doce cheiro de terra molhada. A gata nada fez, estava preocupada, com saudade e ao mesmo tempo, com raiva. O que deu naquela garota? Ir atrás de um cara que só queria trazer proble... Espere... Ela também era um problema. A gata sempre se metia onde não era chamada e olha onde a teimosa foi parar. Queria pedir desculpas, foi ela que começou. A briguinha besta se tornou uma descompassada guerra, mas o que mais lhe preocupava ainda estava quicando em sua mente.

“Que pena... É assim que sua amiga vai partir... Começando pelo seu ato...”.

– Fionna, por favor... Me perdoa... – Cake disse com a voz rouca – Eu fui uma idiota... Me perdoa...

Fionna olha nos olhos dela, para ter certeza de que a gata estava falando a verdade.

– Tudo bem... Eu te perdoo.

Cake sorri e tenta se esticar para dar um belo abraço de anaconda nela, mas ainda estava muito machucada o que não permitiu que ela se esticasse muito. Fionna insistiu para que ela não fizesse esforço e a colocou deitada. Lorde bateu e arrastou a pata da frente no ferro.

– Também te amo amor... – Cake disse sorrindo.

Fionna sorriu e olhou para a janela, é nessas horas que Marshall faz falta. Precisava de alguém para lhe dar um carinho ou um chameguinho... Ela bocejou e saiu do lado da gata. Voltou à cama do príncipe e deitou nela, ajeitando se ao lado do rapaz e segurando sua mão. Ela alisou o rosto dele, tomando cuidado com os curativos para não incomodá-lo.

Quando a jovem fechou os olhos, o príncipe acordou. Ele levantou a cabeça para ver se Cake e Lorde haviam acordado, mas eles tinham voltado a dormir. Deitou a cabeça novamente e ficou fazendo carinho na nuca de Fionna. Ele sentia que ela estava um tanto carente, coisa difícil de acontecer. Estava tão próximo dela, seus rostos quase se encostavam. Ele se aproximou calmamente e tentou roçar seus lábios no dela, mas estava com medo de acabar acordando-a.

Suspirou e tomou coragem, fechou os olhos e deu um leve selinho nos lábios da jovem. Sentiu-se aliviado ao se afastar, ela não acordou e lhe deu um soco. Seu coração batia depressa, finalmente ele conseguiu sentir os doces e macios lábios dela roçarem nos seus. “Que sensação maravilhosa!” pensava ele maravilhado. Fionna se mexeu, o que fez com que o coração de Gumball parasse. Mas ela só se aconchegou mais perto dele e escondeu seu rosto em seu peito. O príncipe começou a acariciar o topo da cabeça dela, fazendo um doce chamego.

Quando aquele momento não podia ficar melhor... Alguém arromba a porta fazendo com que todo mundo acordasse com o susto.

– AI MEUS CAROÇOS! VOCÊS... Oh... – Lsp não conseguiu terminar a frase ao ver como estava o Gumball e a Fionna – Oh desculpe! Não queria estragar seu ninho de amor!

Gumball e Fionna se afastam com os rostos corados.

– O QUE? NÃO! O QUE O SENHOR ESTÁ FAZENDO AQUI? – Gumball disse desesperado.

– EU SENTI QUE VOCÊS ESTAVAM EM PERIGO COM MEU SENTIDO ENCAROÇADO! – Lsp faz uma pose de super-herói

Fionna levanta só uma das sobrancelhas.

– Tá, eu tava mendigando pelo reino e acabei ouvindo a conversa de dois mendigos na rua e um deles disse que o príncipe estava no hospital! Satisfeitos? Ah e acho que um deles estava a fim de meus caroços!

– Um... Deles? – Cake disse um tanto intrigada.

– Acha que eu vim correndo por quê? – Lsp fala fazendo bico.

– Lsp, estamos com problemas. Acho que você não vai conseguir nos ajudar... – Fionna diz bocejando.

– COMO ASSIM MEUS CAROÇOS NÃO PODEM AJUDAR VOCÊS?

– Lsp, não é brincadeira. Marshall está com problemas.

– Marshall? O vampiro? Não é ele que causa os problemas?

– Sem brincadeira.

– Tá bom! O que aconteceu?

Gumball explicou o que aconteceu ao príncipe, a cada segundo parecia que o queixo dele ia encostar no chão.

– AI MEUS CAROÇOS! ISSO É POSSÍVEL? A ICE QUEEN DEU PRO CAPIROTO?

– NÃO SEU ALOPRADO COM DEFICIÊNCIA MENTAL! ELA FOI POSSUÍDA PELO LICH! E AGORA ELE PEGOU O MARSHALL!

– Ahn... Então... O Lich está...

Fionna taca o travesseiro nele.

– O que? EU VOU AJUDAR VOCÊS... Mas o que eu faço?

– Precisamos de ajuda para enfrentá-lo – Gumball disse.

Lsp segurou a risada, por pouco tempo.

– HAHAHA! ADORO UMA BOA PIADA!

– Não é piada. – Fionna ficou com um semblante sério.

– Mas...

– NÃO É PIADA.

– Ok! Não é piada...

Fionna sentou na cama e esfregou os olhos. Qualquer ajuda serviria, mas tinha que chegar logo ele? Um simples príncipe mais vagabundo do que o Marshall, que mora num buraco e acha que está tudo bem. Ela começou a pensar na probabilidade dele ser uma isca.

– Hey... E o Tocha Humana? – Lsp sugeriu.

– Opa Opa! Não! Nem pensar! Aquele cara me faz derreter! LITERALMENTE! – Gumball disse desesperado.

– Gumball, pense... F.P. é bem forte... Ele arremessou o Marshall no Reino Gelado...

– Jura? Mas ele continua tendo uma índole ruim!

– Você também teria se fosse trancafiado num lampião.

– Acho mais fácil ele ser preso em papel de bala! – Lsp disse rindo.

– (Quer que eu o soque Gumball?) – Lorde disse batendo as patas ferozmente.

– Não Mo-chro, não faça tanto esforço.

O monochormicorn bufou sacudindo a cabeça. Estava por um fio com aquele ser encaroçado. Fionna realmente tinha razão, o Flame seria de grande ajuda. Não há ninguém tão forte como ele, mas corre o grave risco dele acabar machucando a todos, não só ao Marshall. E imagina a terrível possibilidade do Lich possuí-lo? Tudo era possível, até parecia que nada estava a favor deles.

– Eu vou a casa dele. Não precisamos ir até o reino do fogo.

– Vai sozinha? – Gumball perguntou.

– Gumball você nem consegue andar, Cake não consegue se esticar e Lorde...

O monochromicorn levantou-se, mostrando que estava apto a carregar a jovem.

– Oh lorde, você me ajuda? Tem certeza de que está tudo bem?

Ele se aproximou e acariciou a lateral da cabeça dela com o focinho.

– Obrigado! – Ela retribui o carinho com um cafuné na cabeça dele.

– E EU VOU JUNTO! – Lsp disse fazendo posse de herói.

– Uh... Melhor do que nada... – Pensou ela.

Gumball balançou a cabeça concordando.

– Estranho, minha boca está com um gosto doce...

A espinha de Gumball gela.

– Duuuh! Você está no reino doce! Queria que sua boca tivesse com gosto de que? Miojo?

Fionna empurra o príncipe rindo da bobagem que ele disse e logo os dois montaram no Lorde e saíram pela janela. Gumball suspirou aliviado por ela não ter suspeitado de nada. Era melhor isso ser guardado a 7 chaves, PRO RESTO DA VIDA.