Sweet Children - Green Day escrita por Renata Pádua


Capítulo 5
Tutus e toucas de florzinhas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para quem estiver lendo :)
P.S.: n/a é "notas da autora"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/241323/chapter/5

Billie Joe's POV

– Mike? - gritei do meu quarto. - Já são seis horas! Vamos!

– Mas o show não era às cinco?

– Nós temos que chegar mais cedo, né cabeção - disse. - ou já se esqueceu para que vamos lá?

Mike ficou pronto quinze minutos depois. Ele estava vestindo uma regata, jaqueta de couro, jeans surrados e all star. Eu estava com uma blusa branca de mangas pretas, escrito "Stupid" com uma seta para cima. Sorri ao me lembrar da camisa. Minha irmã tinha me dado alguns anos atrás. Ela era especial não somente por ser uma forma de provocação de irmã para irmão. Meu pai tinha uma camisa igual. Mas não quero falar sobre ele agora. Voltando à minha irmã, eu a adoro. E devo agradecer a ela o meu gosto musical. Pena que quando saiu de casa, levou seus CDs do Ramones e Elvis juntos. Agora eu tinha que aturar minha mãe ouvindo música country.

– Vamos indo agora? - perguntei.

– Pode ser. - Mike respondeu, dando de ombros.

Descemos as escadas e eu fui dar um tchau para minha mãe.

–Não quero que cheguem depois das duas! -ela alertou.

– Também te amo, mãe. - respondi irônico enquanto revirava os olhos. - Onde que é esse bar mesmo? - perguntei para Mike logo depois que fechamos a porta.

– Fica umas sete quadras daqui. - ele respondeu.

– Então vamos lá.

Caminhamos em silencio por alguns minutos, quando resolvi dizer alguma coisa.

– Você não acha mesmo que a gente vai encontrar algum baterista por lá, não é? - perguntei para Mike.

– Pra falar a verdade não. Mas não sei, as vezes é bom sair, conhecer lugares novos. - ele respondeu dando de ombros.

– Mentiroso. - brinquei - Você quer mesmo é encontrar com aquela garota da lanchonete. - Mike não respondeu, o que tomei como um sim.

Naquela mesma manhã, tínhamos ido à lanchonete onde minha mãe trabalha como garçonete. Tinha entrado uma garota que sentou sozinha numa mesa ao lado da nossa. Ela tinha a pele morena, cabelos negros encaracolados que caiam sobre seus ombros e olhos negros. Tive que dar um empurrão em Mike para ele parar de babar o molho. Mas foi somente isso. Ela entrou, pediu um hambúrguer, e foi embora. Mike não dirigiu uma palavra a ela. "Frouxo", pensei, dando um sorriso.

– Cara, você nem sabe o nome dela. Como acha que vai encontra-la em um bar lotado?

Mike deu de ombros novamente.

– Não custa tentar. - ele disse. Às vezes me surpreendo com o otimismo dele. Não que eu seja uma pessoa pessimista, eu só sou realista. E cá entre nós, o mundo é uma merda mesmo.

– Ali - disse ele apontando ao longe. - está vendo aquelas luzes? É o bar.

Entramos no estabelecimento, que parecia ainda menor por estar abarrotado de pessoas.

– Vá a busca, Don Juan. - disse dando um tapinha nas costas de Mike.

Fui pegar uma cerveja, tendo de passar por entre os bêbados que riam e choravam sem motivo. Ok, eu ainda não tinha 21 anos, mas ninguém lá precisava saber disso, não? (n/a: nos EUA, cigarro e álcool só é liberado para maiores de 21 anos) Eu ainda tinha 20, mas infelizmente, por ser muito baixinho, me consideravam bem mais novo.

– Garçom! Me vê uma cerveja!

Ele me olhou da cabeça aos pés, abriu um sorriso debochado e riu da minha cara.

– Volte pra casa, garoto. - ele disse, rindo. Fiquei indignado, nem reparando em um rapaz que se sentou junto a mim.

– Ele está comigo! Pode nos trazer dois copos. - o garçom o olhou com contragosto e foi nos servir.

– Valeu. - eu disse, agradecendo ao outro rapaz. Ele tinha cabelos negros desalinhados e usava roupas folgadas.

– Não há de que. - ele respondeu. Tomamos um gole da cerveja.

– Você não me é estranho. Te conheço de algum lugar? - perguntei depois de algum tempo.

– Não que eu saiba. - ele respondeu. - Ah, peraí. Eu acho que esbarrei em você hoje de manhã.

Agora me lembrei. Estranho a mudança daquele rosto, antes tão sujo e assustado.

– Tem razão. - confirmei com um aceno de cabeça. - E então, o que o traz aqui? Além da bebida, é claro.

– Ah, é que meu amigo vai tocar aqui hoje. - ele disse abrindo um sorriso.

– Que legal. - respondi. - Ele toca o que?

– Bateria.

– Ah. Justo o que nós precisávamos.

– Como...?

O rapaz já ia me perguntar algo quando foi interrompido por alguém falando no microfone.

– Senhoras e senhores, apresento a vocês, a banda The Lookouts!

Os integrantes entraram no palco, e, por alguma razão desconhecida, o baterista estava usando um tutu de bailarina e uma touca de natação de florzinhas.

O baterista acenou em minha direção, mas presumi que fosse ao rapaz ao meu lado, que correspondeu.

Depois de alguns minutos tocando, percebi que nem havia me apresentado.

– Ah! Já ia me esquecendo. Eu sou Billie Joe.

– Prazer. - respondeu o rapaz, com um sorriso. - Eu sou Al Sobrante.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que vou fazer meio que uma sequencia, tipo, um capítulo narrado pelo Al, depois outro pelo Tré, outro pelo Mike e outro pelo Billie, o que acham?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Children - Green Day" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.