Sweet Children - Green Day escrita por Renata Pádua


Capítulo 3
Aulas de bateria


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz esse capítulo e acho que ficou melhor que o outro não sei, acho que é porque eu gosto muito do Tré, aí fica mais facil fazer imaginando que você é uma pessoa que gosta então é isso, vamos para a história agora ^^



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Tré Cool’s POV


Eu estava um tanto quanto entediado aquele fim de semana, então o reservei somente para a prática na bateria. Meus dedos já estavam ficando dormentes. Parei por um momento para fazer um lanchinho, considerando até mesmo ir à loja de donuts do outro lado da cidade. Mas afinal, isso não era grande coisa. Era uma cidade pequena.

Estava guardando minhas baquetas quando tive uma sensação estranha. Sabe, quando parece que tem alguém te observando e você se sente desconfortável? Tipo quando você precisa coçar a sua bunda, mas sente que todos estão olhando para você?

Enfim, realmente havia alguém me observando.

Olhei pela pequena janela circular da garagem, e lá estava o espião. Pessoalmente, eu não sei porque existem janelas na garagem. Afinal, pelo que eu saiba, carros não gostam muito de observar a paisagem. Mas enfim, voltando ao nosso espião, lá estava ele. Possuía cabelos negros muito mal cuidados, e sua cara estava cheia de sangue. Curioso do jeito que sou, fui ver qual era o problema.

– Posso ajudar? - perguntei.

– Huh - ele disse com sábias palavras.

– Qual o seu nome? - perguntei, rindo.

- Al Sobrante, - Ele respondeu. Eu juro que conheço um restaurante que fica na beira da estrada que se chama Al Sobrante.

-Oi. - respondi, abrindo um sorriso. - Meu nome é Frank, mas todos me chamam de Tré.

Sinceramente, nem eu sei de onde surgiu esse apelido. Eu só lembro que um dia meu nome era e Frank e meu pai começou a me chamar de Tré Cool. Desde então, ficou por isso mesmo. Acho que é a combinação de “muito” em francês e “legal” em inglês. Eu sei, “muito legal” é um apelido meio idiota, mas de vez em quando eu até esqueço meu nome verdadeiro. Apelidos pegam, cara.

Continuei olhando para o garoto.

– Essa coisa - disse ele apontando para minha bateria. - o que é?

– Isso, meu caro - disse - é o que me mantém vivo.

Al Sobrante levantou uma sobrancelha. 

– É modo de falar. - completei.

– Ah.

– Isso daí é uma bateria. Você nunca viu uma? - perguntei.

Ele negou com a cabeça.

– É como se fossem vários tambores, uns colados nos outros. - expliquei. - Você usa as baquetas, que são uma espécie de pedaço de madeira, para bater nesses tambores e fazer um ritmo.

– Ah. E essas coisas douradas? - disse ele apontando para os pratos.

– Você bate neles e faz esse som - expliquei enquanto batia nos pratos. - você quer entrar? - perguntei. - Vem, eu te ajudo a limpar esse sangue.

Mostrei o caminho até um banheiro e o ajudei a limpar aquele sangue seco.

– O que que aconteceu com você cara? - indaguei - Parece que se meteu em uma briga com dois texugos. E digo isso por experiência própria. Esses bichinhos tem umas unhas bem afiadas.

Al Sobrante riu.

– Para falar a verdade - ele disse - nem mesmo eu sei.

– Ahn? - perguntei meio confuso.

– Hoje eu acordei caído no meio da estrada, com nada além do que estou vestindo. Nem mesmo lembranças.

– Então você quer dizer que não se lembra de nada?

– Nada.

– Nadinha mesmo? - insisti.

– Nada.

E eu comecei a pensar. Como deveria ser estar no lugar daquele cara? Não ter nenhuma lembrança, nem dos pais, nem dos amigos? Sem saber para onde ir? De repente um sentimento caridoso nasceu em mim e eu senti que deveria ajudar aquele cara.

– Olha, - comecei. - se você quiser, pode ficar aqui até tudo se ajeitar. -ofereci.

Ele me olhou com olhos esperançosos.

– Sério mesmo? - perguntou.

– Sim - respondi, dando de ombros.

– Mas, e seus pais? Ou você já mora sozinho? - ele insistiu.

– Eu moro com meu pai, mas não tem problema. Ele é de boa com essas coisas. E, se você quiser eu posso até te dar aulas de bateria.

E se eu pensei que o sorriso dele não podia aumentar, estava enganado. Se ele fosse um cachorro, já estaria abanando o rabo velocidade Chuck Norris.

– Mas é claro que sim! - ele exclamou. - Cara muito obrigado! Muito obrigado mesmo! Já não sabia mais o que fazer!

– Sem problemas. - eu disse, abrindo um sorriso. - Vem, eu vou te dar umas roupas novas.
Eu entreguei para ele algumas roupas minhas, mas nenhuma serviu direito. Ok, eu confesso, estou um pouco acima do peso. Mas antes ficar com uma blusa larga do que com uma cheia de sangue, não?

Depois, fiquei dando aulas de bateria para ele durante horas. E o cara era bom. Ele pegou o jeito rapidinho.

– Ok, vamos descansar agora - eu disse, arfando.
Sério mesmo. Minha bunda já estava começando a adquirir o formato do banco. Eu olhei para o relógio.

– Não acredito! A gente ficou cinco horas somente tocando bateria! - eu disse, abrindo um sorriso. - O-ou. - engoli em seco. - Eles vão me matar!

Al me olhou com uma cara interrogativa.

– Minha banda. - expliquei. - Nós temos um show hoje, e eu tenho que estar pronto em meia hora! Pode continuar treinando se você quiser, eu só vou tomar um banho.

Quando fiquei pronto, estava levando um tutu de bailarina e uma touca de natação. Sabe, aquelas com umas florzinhas.

Al me olhou meio estranho, mas decidiu não perguntar.

– Vamos? - eu disse.

– Eu também vou? - ele perguntou.

– Ora, mas é claro que você vai! Ou você acha que eu ia privar meu mais novo aluno de bateria a ir num show de verdade?

Ele abriu um grande sorriso e me ajudou a levar o instrumento desmontado até a van.



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Notas finais do capítulo

Deixem reviews e me deixem feliz ^^



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