Sweet Children - Green Day escrita por Renata Pádua


Capítulo 16
Não pode rir


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou pequenino e meio sem graça. Eu queria colocar o encontro com a Anastácia nele, mas ia ficar muito grande.
Ah, e antes que eu me esqueça: eu criei duas novas fanfics, se quiserem deêm uma lidinha nelas ^^ uma é sobre a Glória e o Christian (21st Century Breakdown) e a outra é uma original, que eu resolvi fazer a partir de um exercício que a minha professora de redação passou.



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Billie Joe’s POV


-Mike. Mike. Mike.

– Ung, mais cinco minutos

Billie abriu as cortinas do meu quarto deixando entrar um puta sol na minha cara.

– Vai se ferrar, me deixa dormir - era isso que eu queria dizer, mas provavelmente saiu como um “unghfjldah”.

– Levanta logo essa bunda gorda daí. - Billie disse.

– Me deixa em paz - respondi, enfiando minha cabeça debaixo do travesseiro.

– Ah, tudo bem. Não sou eu que vou perder o meu encontro hoje. - essas últimas palavras de Billie foram o suficiente para me fazer levantar imediatamente.

– Rá, sempre tem um truque. - Billie disse, se virando para mim. Ele estava usando pijamas e um óculos de sol.

– Cara, por que você tá com óculos? A gente tá dentro de casa e…. ew, cara, vai colocar uma cueca!

Ok, um fato nojento sobre Billie: ele tem um péssimo hábito de não usar cuecas. O que realmente não é nada agradável quando estamos no verão e ele fica usando um shortinho apertado.

Ele revirou os olhos.

– Se arruma, nós vamos sair hoje.

– Para onde?

– Sem perguntas, só ponha uma roupa. - ele disse e foi para o seu quarto.

– Igualmente para você! - gritei de volta.

Cara. Eu tenho um encontro hoje. E não é só um encontro. É um encontro com a Anastácia. Eu sei que pareço meio psicopata falando nela toda hora, mas eu não consigo tira-la da minha cabeça. Não consigo parar de pensar em seus olhos escuros, sua pele morena, seu cabelo cacheado e, por Deus, seu sorriso! Só ao imaginar aquele sorriso sincero, começo a sorrir junto. Anastácia estava tomando conta de minha mente, estava tomando conta de meu ser, estava… ok, acho que isso está ficando meio meloso.

*

– Billie, onde é que você está me levando?

– Essa já deve ser a quinta vez que você me pergunta.

– E essa já deve ser a quinta vez em que você não me responde. - retruquei.

Estávamos caminhando há 10 minutos, Billie me levando para Deus sabe onde. E ele ainda com os óculos escuros.

– Onde você está me levan-

– Chegamos.

Billie parou de andar e ficou parado em frente a placa de um estabelecimento.

– “Barbearia John’s Epley”?

– É isso aí. - respondeu Billie.

– Você me trouxe a um barbeiro?

– Como pode ver.

– Eu já te disse - falei com um suspiro. - isso é um desperdício de dinheiro. Eu gosto do meu cabelo do jeito que ele…

– Não ouse terminar essa frase. - Billie me interrompeu subitamente. - Esse corte de hippie não pode ser considerado “cabelo”.

– Olha quem fala. Seu cabelo é tão hippie quanto o meu.

– Pelo menos uma vez na vida, deixe esse orgulho de lado e abre essa mão de vaca! Você tem um encontro hoje, e vai fazer um corte de cabelo decente, nem que eu tenha que lhe arrastar até lá! - ele exclamou.

Fiz que sim com a cabeça. Não que eu concordasse com Billie, mas o conheço a tempo suficiente para saber que ele não desistiria nunca. E que ele realmente me arrastaria até lá.

Ao entrarmos no estabelecimento, aqueles sininhos que ficam sobre a porta tocaram.

– John? - perguntou Billie para o nada. - John, você está ai?

Silêncio. Entramos mais para dentro da loja e me sobressaltei quando um velhinho saiu silenciosamente de trás de um balcão.

– William! - ele disse.

– Oi John. - Billie abriu um sorriso amarelo.

John era um velhinho miúdo, parecia ter 80 anos de vida. Sua voz era esganiçada e saiam grandes tufos de pelos de sua orelha, que se misturavam com a pequena quantidade de cabelo que ainda restava no topo de sua cabeça. Possuía uma barba bem feita, sem nenhum fio a vista. Ele usava grandes óculos fundo de garrafa, mas parecia mesmo assim não adiantar muito para sua visão. Ele apertava os olhos para observar as coisas e pelo visto tinha dificuldade em distinguir qual de nós dois era o Billie. Nem fudendo que eu ia deixar ele cortar o meu cabelo.

– E então, William Joseph, o que posso fazer por você hoje?

– Uh, eu queria saber se você poderia dar uma mudada no visual do meu amigo, Mike.

– Oi - eu disse, dando um sorrisinho.

– Sem problemas! Pode se sentar que eu só vou pegar umas coisas no fundos.

Ele andou até um pequeno corredor que tinha atrás do balcão e sumiu de vista.

– Cara, ele não pode cortar o meu cabelo. - supliquei.

– Por que não? - Billie perguntou.

– Ele não estava conseguindo enxergar um palmo a sua frente! Imagina como vai ser para conseguir enxergar os fios e fazer um corte reto.

– Confia em mim. - Billie disse, calmamente. - Esse cara é um expert. Olha, para eu te convencer, também vou cortar meu cabelo.

Engoli em seco. Lembrete: se acontecer algum dano à minha cabeça, matar o Billie.

Me dirigi até uma velha cadeira de couro vermelho que estava posicionada em frente a um espelho.

– William Joseph, hãm? - brinquei com ele.

– Cala a boca - Billie revirou os olhos, rindo. - Eu já falei para John milhares de vezes que Billie não é um apelido, mas ele não me escuta.

Dei uma risada pelo nariz.

– Posso começar, Michael? - me sobressaltei com a vozinha de John ao meu lado.

– Manda a ver. - Billie respondeu por mim.

*

– Sério Billie, não sei como te agradecer.

– 50 pratas já está bom.

– Rá-rá, engraçadinho.

Eu sei que não estava muito confiante com John, mas, cara, meu cabelo estava incrível. Ele deu uma arrepiada na frente e na nuca, sem ficar de um jeito exagerado. Ele repicou meu cabelo de modo que ressaltasse meus olhos e meus - ok, isso está começando a soar meio gay.

Billie também havia mudado o seu cabelo, Estava como o meu, só que com um pequeno detalhe: ele pintou de azul.

Agora eu tinha que pedir mais um favor para o Billie. Bem, entendam, vamos dizer que eu não sou muito de sair e essas coisas, então acho que ele seria o meu “conselheiro amoroso”.

– Uh, Billie será que você poderia me ajudar em mais uma coisinha? - perguntei cautelosamente.

– Depende.

– Bem eu queria saber se você podia me ajudar com, uh, alguns conselhos.

Nesse momento Jimmy entrou no quarto.

– Para tudo. Você vai mesmo pedir conselhos para esse aí? - ele disse, apontando para Billie e soltando uma risada pelo nariz. - Você já se perguntou por que o ele está usando óculos de sol hoje o dia inteiro?

Refleti por um momento. Desde que eu acordei Billie já estava com os óculos escuros. E estava com eles até agora, sendo que eram 18:00 e já havia escurecido.

– Mas o que isso tem de importante? - perguntei, levantando uma sombrancelha.

– Bom, se eu fosse você, perguntaria ao seu amigo. - Jimmy disse, gargalhando, e saiu do quarto.

– Billie, o que aconteceu? - perguntei.

Ele suspirou fundo, olhou para um canto qualquer e tirou os óculos do rosto.

Um dos olhos de Billie estava completamente roxo, inchado. Não me surpreenderia se começasse a sair pus dele.

– Cara o que aconteceu? - perguntei, preocupado. Sei lá no que que ele se meteu. Drogas? Tudo bem que ele já está acostumado com maconha, mas, será que ele havia se envolvido com outra mais cara ou mais pesada?

– Uh eu me meti em uma briga.

– Mas você não é do tipo que briga.

– Eu estava bêbado.

– Você não bebe tanto assim.

– Os caras me provocaram

– Billie, você sabe muito bem que você não tem a capacidade de mentir. - eu disse. - Me conta logo.

Billie deu um longo suspiro.

– Você lembra da Becky?

– Becky? - ok, a história estava tomando um rumo diferente do que eu tinha imaginado.

– É, Becky. Ruiva, olhos verdes. Não?

– Ah, sei, aquela do bar. O que tem ela?

– Bem ontem a noite nós começamos a conversar, e bem fizemos um jogo de perguntas.

– Um jogo de perguntas.

– É.

– Um jogo de perguntas.

– Você já disse isso.

Revirei os olhos e fiz um sinal para que ele continuasse. Mas sério, um “jogo de perguntas”? Quantos anos ele tinha? 13?

– Antes de tudo, eu quero que você entenda que ela é uma pessoa muito agradável.

– Ok.

– E luta boxe.

– Ahn, ok.

– Vamos logo com isso: eu perguntei se eu beijasse ela, ela me bateria. Ela disse “descubra” e eu a beijei. Depois disso levei um soco.

Ok, Mike. Mantenha a calma. Ele é seu melhor amigo, você não pode rir dele. Você não pode rir dele. Não ria. Ok, disfarce esse sorriso. Não ria. Ok, você já começou a rir. Agora pare. Pare de rir. Ele vai te matar.

– PARA DE RIR, CARAMBA!

Ok, isso era impossível.

– Você apanhou de uma garota - eu disse, pontuando cara palavra com uma risada.

– Cala boca - ele disse, jogando o primeiro objeto que conseguiu encontrar na minha cara. Por sorte foi só uma almofada. Imagina se tivesse bolas de boliche decorando o quarto?

Eu continuava rindo escandalosamente. Não acredito que considerei ele ter se metido com “gente da pesada”. Isso é hilário.

– Vá se ferrar. - Billie disse e saiu do meu quarto.



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Notas finais do capítulo

Eu sei que não mereço reviews, mas mandem mesmo assim ^^
Ah, e o próximo capítulo, o do Billie, eu estava pensando em fazer ele em modo diferente, como se fossem flashbacks, o que acham?



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