Sweet Children - Green Day escrita por Renata Pádua


Capítulo 15
Meio-homem


Notas iniciais do capítulo

Oi õ/
Nesse capítulo eu resolver sacanear o Tré, mas o que aconteceu com ele é verdade na vida real (ele estava fazendo uma apresentação na escola no monociclo)
Enfim, espero que gostem! Talvez eu demore para postar o próximo, talvez não, enfim, se gostarem deixem reviews :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/241323/chapter/15

Tré Cool's POV


– TRÉ! ANDA LOGO!

– Tá, tá, tá, já estou indo! - gritei do meu quarto.

Al estava me esperando dentro do carro. Íamos buscar o meu pai na estação. Ele deveria chegar em meia hora.

– Você só pode estar de brincadeira - Al revirou os olhos quando me viu descendo pela escada. Eu estava levando Allen em uma coleira improvisada que fiz usando alguns cintos. - você não vai mesmo levar esse bicho, vai? - ele perguntou.

– Shhh! Não diga isso na frente dele! Vai ferir seus sentimentos!

– Vai ferir a minha cara, isso sim! - ele reclamou, amargurado.

– Ah, deixa de frescura. Nem da mais para ver os arranhões. - ok, isso foi uma péssima mentira. Os cortes estavam bem fundos rosto do Al. Eu me surpreenderia se não ficasse nenhuma cicatriz. Tava parecendo o Edward. Sabe, mãos de tesoura.

Ele se olhou no retrovisor do carro e ficou passando a mão pelos arranhados.

– Será que essa coisa me passou alguma doença? - ele perguntou depois de algum tempo, pensativo.

– Vamos logo. - eu disse, tirando a van da garagem e indo à estação.

*

Já estávamos esperando meu pai a meia hora. Ele deveria chegar a qualquer momento.

Depois de mais alguns minutos esperando, um ônibus parou na estação. Pude reconhecer aquela barba de Nóe a distância.

– Pai! - gritei e fui correndo em sua direção para lhe dar um abraço.

– Frank!

Depois de nos abraçarmos por um tempo, ele me soltou e olhou para meu cabelo.

– Como vai a minha samambaia preferida?

– Vai muito bem, Papai Noel.

– Touché.

– Pai, eu gostaria de lhe apresentar ao Al. - disse, empurrando Al.

– Muito prazer, sr. Wright. - ele disse ao meu pai, educado.

– Deixa de formalidade. Pode me chamar de Gordo Velho Desmiolado que tá de boa.

– Papai Noel também. - completei, só para implicar.

– Olha quem fala. Eu posso ser o Papai Noel, mas você é a Árvore de Natal. O que você tinha na cabeça quando foi pintar esse cabelo?

– Uh, tinta. Não é óbvio?

Meu pai riu e fomos para casa.

*

Estávamos na garagem organizando algumas coisas, torcendo para que conseguíssemos encaixar o carro do meu pai em algum lugar. 

–Hey, Tré, o que é isso? - perguntou Al apontando para algo que estava meio escondido por um tanto de caixas.

– Olha, é o meu monociclo! - eu disse, o retirando e limpando a poeira e teias de aranha que se formaram sobre ele.

Para quem não sabe, um monociclo é uma bicicleta com só uma roda, tipo daquelas que tem em circo. Aliás, eu aprendi a andar numa escola de circo. Sim, eu fiz aulas de palhaço. É que eu sou meio hiperativo, e preciso sempre de ter algo para me distrair. Acho que é por isso que a bateria é o instrumento perfeito para mim.

– Nossa, eu lembro de você andando nisso por todo lado. - comentou meu pai. - Não parava nunca!

– Já deve fazer uns dois anos desde que eu andei pela ultima vez.

– Bem, é uma meia bicicleta, e como dizem sobre elas, nunca se esquece.

Subi em cima do monociclo, e, por incrível que pareça, consegui me equilibrar. Logo depois já estava dando voltas ao redor da casa.

– Eu lembro de quando ele passava dias tentando aprender novas manobras. Conseguia até mesmo dar pulos! - ouvi meu pai dizer.

– Ei, quem disse que eu ainda não sei? - e dito isso, comecei a pular com o monociclo, impulsionando a roda contra o chão.

Até que eu senti a pior dor da minha vida.

Eu meio que bati em uma pedrinha e cai. "Ah, deixa de ser frouxo, foi só um arranhão". Errado. Eu estava sentindo a pior dor que já senti em minha vida. Quando caí bem eu cai bem em cima do assento. Ou seja, minhas, uh, partes íntimas foram totalmente massacradas da pior maneira possível.

Só pude ver ao longe meu pai e Al quase se matando de rir.

– Parem de rir seus filhos da aaaargh - já tenho uma ótima idéia de tortura para apresentar àquele palhacinho do Jogos Mortais. Eu não conseguia nem ao menos me mexer.

Tirei minha mão da "área danificada" porque senti que ela estava molhada. Ótimo, eu fiz xixi na própria mão, só faltava essa. Retirei-a e olhei para ela. Aquilo definitivamente não era xixi.

– Isso é sangue? - e essas foram as minhas últimas palavras antes de desmaiar por completo (ah, claro, porque dá pra desmaiar pela metade, né.)

*

– Ele tá bem?

– Não sei, espero que sim.

– Nem quero estar por perto quando ele acordar.

– Quem é que vai contar pra ele?

– Não olhe para mim, você que é o pai, eu sou só o amigo.

Reconheci as vozes de Al e meu pai conversando.

– O que... mas que merda aconteceu?

– Tré! Ainda bem que você acordou! Estávamos preocupados. - falou meu pai.

– Ouch - eu disse esfregando a cabeça. - Eu tive um sonho doido em que eu cai do monociclo, e onde eu estou?

– No hospital. - Al respondeu. 

Oh merda. Então foi verdade? Eu só me lembro de ter caído e sangue bem, vamos dizer que eu não fico muito confortável na presença de sangue. Tipo, ver em filmes 'tá de boa, mas, na vida real cara, sangue é uma coisa tão nojenta. Um líquido vermelho que fica passando por dentro de você, carregando basicamente a mesma composição da urina? Ew. É, eu prestei atenção nas aulas de ciências, ok?

– Uh, filho bem eu vou chamar o médico para ele te explicar o que aconteceu.

– O que?? Aconteceu alguma coisa?? Eu vou morrer??

– Não, não você está bem - meu pai disse dando um sorriso amarelo. Tinha alguma coisa errada.

Logo depois, o médico chegou, me explicando o que havia acontecido.

– Bem, a forma pelo qual a sua pélvis se chocou com o assento do monociclo causou danos que irão afetar a sua produção hormonal. Uma de suas glândulas produtoras de hormônios entrou para dentro do corpo. Nós fizemos a cirurgia e já está tudo bem, embora você terá um menor produção de adrenalina, testosterona e outros "estimulantes".

Ok, eu posso ter prestado atenção nas aulas de ciências, mas agora, não entendi porra nenhuma.

– Uh, pode falar na minha língua?

O médico revirou os olhos.

– Você caiu em cima de um dos seus testículos. Ele entrou pra dentro do seu corpo e tivemos que tirar ele.

Agora meu corpo gelou. Como assim, "tivemos que tirar ele"?

– Vocês... vocês... - gaguejei.

– Filho - meu pai perguntou cautelosamente. - você está bem?

Eu olhei em baixo das cobertas. Havia um curativo nas minhas minhas "partes íntimas".

– VOCÊS ME FIZERAM MULHER?? - e então eu comecei a berrar. - COMO É QUE EU VOU VIVER DESSE JEITO? EU SOU METADE-HOMEM!!! ISSO É POSSÍVEL?? EU SOU UMA ESPÉCIE DE HITLER OU NAPOLEÃO AGORA?? O QUE EU VOU FAZER?? SOU JOVEM DEMAIS PARA FICAR SOZINHO PELO RESTO DA VIDA!!! E, DROGA, JÁ ESTOU ATÉ RECLAMANDO IGUAL A UMA MULHER!!!

[n/a: Curiosidade histórica: Hitler e Napoleão tinham somente um testículo]

– Não haverá nenhum dano permanente, exceto pela ausência de um dos testículos e uma baixa na produção de testosterona e, bem, sêmen. - o médico disse com uma voz cansada.

Ótimo. Explêndido. Tudo que eu precisava.

– E não tem nada que vocês possam fazer? - perguntei, já acalmado.

– Sinto muito, garoto. - o médico disse, dando um tapinha no meu joelho e saindo do quarto logo depois.

Fiquei lá, olhando para o nada com uma cara de horrorizado.

Caralho. Nunca mais vou chegar perto de um monociclo novamente.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não gosto de deixar isso aqui vazio, então, lálálá



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Children - Green Day" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.