Radio Rebel escrita por Snapelicious


Capítulo 8
VII


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar esse antes porquê... bem, porquê eu quis. Acho que consigo terminar Radio Rebel até domingo ~Snapelicious grita de alívio~. Não que eu não goste dela, muito pelo contrário, mas eu tô meia que empacada de tantas fics, e continuo tendo ideias para novas.
Chega de enrolação, ao capítulo!



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"FORA REBELDE DA RÁDIO"

Era o que o cartaz dizia.

Não sei como me senti sobre isso. Talvez aliviada, por não poder mais ir ao baile. Ou talvez traída, já que quem pendurou esse cartaz com certeza era um ouvinte da Radio Rebel.

Isso quer dizer que as pessoas continuam achando que coisas fúteis como bailes de escola são mais importantes do que música. Mais importante do que uma garota tentando sobreviver no meio do caos. Mais importante do que eles mesmos.

-O que você vai fazer? - sussurrou Dorcas, quando a professora Sprout se virou para escrever no quadro-negro.

-Não sei – respondi, no mesmo tom – Agora todo mundo vai ficar ou contra Elly, ou contra a escola.

-Tá, mas o que você vai fazer? - insistiu ela.

-Eu já disse, não sei! Acho que vou ter que dizer pra Elly dar um tempo.

A cara de pavor de Dorcas me assustou. Mas logo entendi o motivo. A sala toda olhava para nós duas.

-Acho que você esqueceu de sussurrar – comentou Dorcas, afundando na cadeira.

-Você conhece Elly? - perguntou Alice, nossa colega.

-Eu... hum... Meio que... sim. - respondi. O que foi um erro, pois todos começaram a me bombardear com perguntas. Eu podia ter, sei lá, dado uma de louca e começado a cantar a música dos Backyardigans. Ou do Barney e Seus Amigos, também serviria.

-Lily? - chamou Sirius, sua voz saindo mais alta do que a dos outros – Você tem alguma coisa pra nos contar?

Todos silenciaram, me encarando. Mas que droga, eu odeio isso! Eles não podiam cuidar de suas vidas?

-Não – respondi – Não tenho.

Mesmo assim, fui incomodada pelo resto da manhã por estudantes curiosos e, digamos, um pouco raivosos. É meio esperado que eu conheça ela, já que meu padrasto trabalha na SLAM... Mas acho que a maioria das pessoas nem ao menos sabia meu nome até hoje, imagine se saberiam sobre minha família.

-Hey, Lola – no corredor, ninguém menos do que Peter Pettigrew me chamou. Não me chamou exatamente, mas ele olhava pra mim.

-É Lily – falei, já irritada.

-Sim, Lara, eu disse. Então, você conhece mesmo a Rebelde da Rádio? - perguntou, mas não esperou por uma resposta – Que tipo de problema ela tem? Quero dizer, pra aceitar sair com James Potter? Deve ser sério.

Ele e seus capangas riram que nem idiotas, junto com alguns alunos que passavam.

-Você se acha esperto, não é? - é, esse comentário maldoso sobre James foi o fim. Não me importava se todo mundo tivesse em volta, nem que era um dos garotos mais populares da escola, "amigo" de James e vocalista do The Marauders. Só queria acabar com ele – Deixa eu te contar um segredo, honey: Você não é. Não é melhor do que os outros só porque canta parecendo uma gralha com prisão de ventre em uma banda formada quase totalmente por idiotas. Você realmente não entende nada. Não importa quem é popular ou não, porque depois que a escola acabar... Vai ficar cada um por si. Esses seus amigos de hoje nunca mais vão olhar para sua cara. Você não vai arranjar emprego, vai morar no porão do seus pais, virar um velho bêbado e pançudo – Ele, como todo mundo no corredor, estava de boca aberta – E então? O que realmente importa?

Alguém assobiou. Sério, ás vezes eu me adoro. Só ás vezes.

-Protegendo o namorado? - riu o baterista do The Marauders.

-Não – respondi, seca – Estou protegendo meu amigo.

Saída espetacular, merecia até palmas. Só que todo mundo estava chocado demais para falar qualquer coisa.

-Lily! Lily, espera! LILY!

Finalmente me virei. Remus estava me perseguindo há uns quatro quarteirões, mas eu não tinha parado. Só queria voltar pra casa em silêncio, poxa!

-Que é, demônio?

-Perdi o ônibus – ele parou ofegante ao meu lado.

-Burro.

-Precisamos conversar.

-Eu acho que não.

-Não faz isso, Lily. É sério.

-Não enche! O que você quer?

-No momento? Um milkshake de morango.

Foi por causa desse milkshake, desse maldito milkshake de morango, que interrompi meu caminho para casa, parei no McDonnald's e comprei um "sorvete líquido" para Remus. Ele me obrigou a sentar em uma mesa, e eu tive que aguentar quinze minutos de ele reclamando sobre como seu cérebro estava congelando.

-Quer um pouco? - ofereceu.

-Não, agora você já remuszou todo o canudo.

-Não seja malvada.

-Eu realmente quero ir para casa – reclamei.

-Só quero conversar – ele deu de ombros.

-Não podemos conversar no caminho para minha casa?

Eu não devia ter dito isso. Foi meu segundo grande erro do dia. Eu realmente não devia ter dito isso.

-Como sua cama é fofa – comentou Remus, a peste, se atirando no meu colchão.

-Eu acho que vou me matar – falei.

-Não vai não. Vamos ao cinema primeiro.

-Mas o q... Não! - gritei, me levantando da cadeira do computador – Não vamos ao cinema! Eu tenho um compromisso!

-Hum, o quê? - perguntou ele, jogando uma almofada para cima.

-Não é da sua conta.

-Vamos, eu quero saber.

-Sabe de uma coisa? - falei, pegando minha bolsa – Você fica aqui, se divertindo com esse travesseiro, eu faço o que tenho que fazer, volto e a gente vai no cinema, ok?

Não esperei resposta, já saí do quarto.

-Guri chato – murmurei, ao sair de casa – Mãe, vou para a SLAM!

-Pega carona com Zac na volta – falou ela, erguendo a cabeça das flores que plantava, no jardim – É mais rápido.

-Sonha – falei, quando ela não podia mais me ouvir.

Como você já deve ter percebido, diário, eu falo as coisas que gostaria de dizer para as pessoas quando eu estou sozinha, o que me faz parecer meio maluca. "Meio" nada, completamente maluca. Diários não pensam, então não podem perceber nada. Dãã.

-Por favor, não me diz que tem garotos idiotas te perseguindo – disse Cami, quando entrei no estúdio. Eu ri.

-Não, já despistei ele. Conseguiu o CD que eu te pedi?

Ficamos o tempo restante antes do programa conversando sobre meus problemas. Estranhamente, Cami parecia interessada demais neles (pelo o jeito é a única), e insistiu que eu não podia acabar com a Radio Rebel.

-Mas todo mundo vai me odiar! - falei – Se eu continuar, o baile vai ser completamente cancelado.

-Não, não vai não. - afirmou ela, em um falso tom de sabedoria – Eles vão ganhar muita grana com esse baile, não vão simplesmente cancelá-lo. Ainda mais só por causa de alguns cartazes.

Como eu queria que ela estivesse certa.

"Eu sou Elly, também conhecida como a criadora de caos, e essa é a Radio Rebel. Sim, eu sei de tudo que está acontecendo em Hogwarts, porque até como vocês já sabem, eu estudo lá. E eu acho essa medida drástica da diretoria completamente sem sentido. Obrigar uma garota a deixar de fazer o que ela gosta só por causa de alguns cartazes pelos corredores? Sinceramente, acho que McGonagall está perdendo a cabeça. Mas isso não vai ficar assim. Eu não vou deixar. Vou impedir o mundo de se transformar em um monstro. Fique agora com Monster, do Paramore"

Desliguei a música, e ela ficou tocando baixinho nos auto-falantes da sala, para sabermos quando ela acaba.

-Que fome... - resmunguei.

Nessa hora, notei Cami na sala de mixagem. Ela se ergueu desesperada, e olhou para mim. Disse alguma coisa, mas por causa do vidro, não consegui ouvir. Até que a música parou.

-O quê...

Eu não tinha tocado em botão nenhum. Cami colocou a cabeça para fora da sala dela.

-Lily, desliga esse treco – disse, séria.

-Quê? Porquê?

Definitivamente, tinha algo errado. Alguém falava na rádio.

E esse alguém não era eu. Muito menos Elly.


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Notas finais do capítulo