Absinthe escrita por Moira Kingsley


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Eu agradeço a Florence And The Machine pela canção Over The Love. Me deu bastante inspiração...
Uma pequena recapitulação de alguns capítulos anteriores. Pequeno POV de Apolo. Feliz natal atrasado e prospero Ano Novo :)
P.S: Não, não fui assassinada. Eu estou bem viva. Eu sou uma preguiçosa e triste pessoa com uma cabeça vazia. 2.876 palavras para vocês como forma de desculpas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/240581/chapter/11

Alguns podem até achar estranho. Porém, enquanto, despunham socos e pontapés naqueles pobres humanos, Ártemis e Apolo riram juntos pela primeira vez até então. O deus não quis comentar nada sobre isso, pois estavam tão em sintonia, que temia a ruína desses segundos tão preciosos que eram ouvir a risada sonora e verdadeira que há tempos não ouvia de Ártemis.

Somente quando voltaram para o hotel que Apolo pôde perceber o porquê de Ártemis se inclinar tanto em suas costas, fazendo pesar. Ela tinha dormido.

– Ai, seu bruto! – Exclamou ela, porque, Apolo, sem perceber que a tal estava a dormir, saiu com pressa da moto, fazendo com que ela caísse e batesse a cabeça do guidom.

– Venha, eu te ajudo. – Disse, percebendo que sem auxílio, Ártemis não conseguiria sair.

– Lembre-me de nunca mais beber da próxima vez.

***

Apolo lembrava-se disso com um sorriso no rosto, enquanto terminava de se vestir no quarto. Aquele acontecimento da noite passada somente o fez lembrar o quanto os dois faziam um ótimo time.

Já era tarde, porém o deus ainda não tinha certeza se Ártemis tinha despertado. Tentou prevê se ela já tinha acordado usando seus poderes de previsão.

Dificilmente as visões de Apolo vinham conscientemente. Ou seja, elas funcionavam quando queriam. Apolo constantemente se incomodava com isso, teve séculos de aperfeiçoamento e ainda como deus teve seus problemas. A clarividência exige uma alma e mentes fortes. Ok, isso Apolo dominava. Entretanto, a essência da pessoa que nasce com este dom deve manter-se limpa, quer dizer, deveria viver em pureza, tranquilidade e evitar atos pagãos, pois, tudo isso traz complicações ao clarividente. Apolo nunca foi assim. O que ele poderia dizer? Era o sol. Ardente e animado. Sem excitação na vida, o que seria dele?

Todavia, aparentemente naquele dia, suas visões pareciam obedecer.

Após seu banho, Apolo decidiu tentar ver se sua irmã ainda dormia. Sentou-se na cama e concentrou-se. Não demorou muito para enxergar uma garota amarrando os cordões de seu sapato militar comum. Ele virou sua cabeça para onde estaria o relógio de parede, lá estava marcando dez e meia da manhã. Voltou a enxergar seu próprio quarto e lançou seu olhar até o mesmo local que o relógio de parede ficava. Lá marcavam dez e vinte oito. Esperou a hora exata de sua visão para encontrar com Ártemis e então a fumaça o fez desaparecer.

– Toc-toc! – Apolo apareceu em sua fumaça dourada, vendo exatamente o que sua visão o pressagiou.

– Você é maluco?! Não sabe bater na porta? E se eu estivesse...

– O que? Nua? – Apolo pendeu a cabeça para o lado e pôs o dedo indicador no queixo másculo. Mas só fingiu imaginá-la despida, para o deleite de ver seu rosto ganhar um tom rosa. Riu com escárnio em seguida, ao olhar a expressão da deusa em choque. – Então, hoje vamos para onde? – Cruzou os braços, mudando de assunto ainda sorrindo.

– Eu não sei você, mas eu já tenho planos para essa tarde. – Comentou altiva ao se levantar da cadeira vitoriana de veludo.

– Onde? – Perguntou com curiosidade.

– Não que seja da sua conta... – Salientou. – Mas vou ao Central Park.

– Ótimo, então vamos. Ah, adoro o Central Park! – Ártemis pigarreou e o fitou sem emoção.

– Eu disse, “eu vou”. Não, “nós vamos”.

– Está me proibindo? – Desafiou levantando uma sobrancelha negra. Era divertido assistir as tentativas vazias de Ártemis de afastá-lo. Era até como se ela não tentasse o seu melhor para isso acontecer...

– Pois eu tenho absoluta certeza que o Central Park é um local público, minha cara.

– Perfeito. – Ríspida falou. – Mas não ouse me perturbar e nem as minhas amigas.

– "Amigas"? – Perguntou sem entender.

– Ok, Apolo, vamos combinar uma coisa: Você pode até ir, eu não me importo. Só que, não vai chegar perto, paquerar ou fazer qualquer idiotice com as garotas, ouviu?

– Você com amigas mortais, essa é nova. – Ele se perguntava como isso podia ter acontecido. - Elas são bonitas? Assim, só perguntei por perguntar... – Disse olhando para os pés. Tinha que manter as aparências.

– Vamos logo.

_________________________________________

Qual a surpresa de Apolo, quando o mesmo vislumbrou o futuro e com ele, as doces palavras – bem, não tão doces – de Ártemis ao pedir por sua ajuda?

Ao propor tal acordo o deus podia sentir a vitória. Ou pelo menos uma chance maior dela.

Entretanto, Ártemis estava absorta. Pega de surpresa, movendo-se por instinto novamente caiu em uma armadilha baixa. Decepcionou-se por ser pega tão facilmente. Ela o seguiu com o olhar, virando-se. Vendo-o enlaçar a mortal com os braços, - que de repente Ártemis tinha esquecido - e contornar a situação com frases galantes e gestos amorosos.

Seu cenho se curvou em indignação. Ela não poderia fazer uma cena lá, naquele momento. Não seria prático da sua parte. Claro, agora você quer ser prática Ártemis! Ao invés de ter sido há alguns minutos atrás? Pensou indignada consigo.

O impudico deus ainda teve a bravura de mandá-la um sorriso jocoso que fez suas orelhas queimarem e seu coração acelerar. Finalmente suas pernas começaram a trabalhar e Ártemis se juntou ao pequeno grupo. Suas mãos fechadas em frustração, as unhas afundando em suas palmas.

Àquela hora, Peter – o ex-namorado de Sandy – já estava voltando à quadra de basquete. Ártemis podia ouvir seus colegas o chamando de volta. Porém, ela também notou o rapaz com o rosto estranho, como se estivesse se arrependendo de algo e o viu saindo com o rabo entre as pernas. Em seguida foi recebida com um abraço caloroso das amigas de Sandy:

– Wow! Isso foi demais. Tipo, como naquelas cenas de filme. – Carly bradou eletrizada, agora olhando entre Ártemis e Apolo.

– Esse é o seu irmão? Ele parece um deus-grego. – Sussurrou Meg, perto de Ártemis. Ela a olhou de esguelha. Irônico. Só respondeu erguendo as sobrancelhas em consentimento, não dando crédito.

– Fez o seu pequeno show? – Ela perguntou ao rapaz alto, cruzando os braços. Ártemis realmente estava irritada. Ele podia ver. Mas não significava que não era divertido de presenciar.

Ele assentiu com um sorriso torto:

– Mas acho que a sua amiga não ficou tão feliz quanto eu achei que ficaria. – Disse um pouco confuso. Afinal, ele pensou que isso tudo fosse uma pequena vingança de ex-namorados.

Ártemis fitou a pequena garota em confusão. Sandy não tinha pronunciado nenhuma palavra. Estava parada, com o rosto virado para a quadra, observando o jogo. E um sorriso brotou em seus lábios e seu rosto serenou.

– Obrigada pessoal. – Ela de repente falou. – Mas eu já sei o que devo fazer! – Ela exclamou como se estivesse falando algo óbvio, erguendo os ombros. E então ela correu. Correu em direção a Peter bradando seu nome. Suas amigas a seguindo, sem entender muita coisa.

Quando Ártemis viu a moça se enlaçar no garoto e beijá-lo com intensidade, seu queixo caiu. Mas que reviravolta era aquela?! Ela não entendia.

– Eu não compreendo. –Ela disse pausadamente seu rosto sinalizando negação.

– Da última vez que eu vi uma cena como essa, me disseram que era amor. – A voz vinha de Apolo, todavia estava distante. Ele estava bem ao lado de Ártemis, mas seus olhos estavam semicerrados, estreitos fitando a cena.

Ela o observou, abalada pelo que foi dito. E concordou com um pesar no coração, não sabendo ao certo o porquê.

– Estou entediado, vamos voltar para o hotel. – Comentou em meio a um suspiro, pegando-lhe a mão.

– Não podemos ir. – Ártemis disse, soltando a sua mão rapidamente. – E elas? – Perguntou olhando para a quadra à alguns metros de distância do casal.

– Elas parecem ocupadas. Vamos, está escurecendo e tenho muitos planos para você e eu amanhã. – Apolo falou se aproximando de Ártemis.

– Quanto a isso, vamos conversar. Eu-

Mas Apolo não estava mais lá, tudo o que Ártemis viu foi uma fumaça dourada.

– Ah, deuses! – Ela gritou. Apolo simplesmente tinha desaparecido, deixando-a lá falando com ninguém.

Olhou de relance o grupo a frente e depois o local onde Apolo estava antes de evaporar. Rolou os olhos e sumiu também em uma fumaça prateada rumo ao hotel.

___________________________________________

A deusa voltou ao seu quarto e arregalou os olhos ao ver o deus da luz do sol sentado em umas das poltronas de veludo do cômodo, com as mãos descansando em seus joelhos e um pequeno sorriso, quase tímido.

– Eu sabia que você viria. Não aguenta ser ignorada, Ártemis.

Recompondo-se, ela perguntou:

– Qual o seu problema? Depois de eu ter a benevolência de aceitar essa proposta de vir aqui – Disse olhando para o aposento. – nesse hotel, para ficarmos... Juntos. Quero dizer, tentar recuperar o que um dia tínhamos. – Sua voz não podia ser controlada. Ártemis quase gritava, pois, aquilo machucava. Lembrar doía. E ela estava cansada de sentir seu coração sangrar pelos erros antigos.

– Você ainda deseja me amarrar e me forçar a ser algo que eu não posso ser? Você não tem o direito, Apolo. Não tem...

Apolo se remexia na poltrona, nervoso. Ele a fitava desmoronar. Não era isso que ele queria. Não era para ela se sentir assim; Ele queria que Ártemis brigasse, levanta-se o nariz, como sempre e eles discutiriam como um casal de velhos, como sempre. Mas não. Ela estava desmoronando. Apolo podia ver o cintilar dos olhos dela.

Apolo se levantou depressa e a envolveu em seus braços sem pensar duas vezes.

– Você se lembra de quando costumávamos nos abraçar assim? – Apolo perguntou depois de um pausa, quando sentiu o corpo tenso de Ártemis relaxar. Deixou seu queixo se apoiar no ombro de Ártemis. Seu tom era suave e a deusa sentia que ele estava sorrindo. – Ficávamos desse jeito, por um tempo que parecia uma eternidade. – Ártemis engoliu em seco. Ela cautelosamente desvencilhou-se dele, olhando-o com apreensão. Ela deveria odiá-lo.

Mas não conseguia.

Porém, existia a angústia. Existia o amargo encontrado nos atos passados. E a marcaria para sempre. Para ambos.

Então havia um sentimento. Esse sentimento parecia algo desacordado. Mantido em constante dormência por ela. Talvez nunca realmente tocado. Só acariciado. Algo complexo de entender.

O que era?

Ártemis tinha medo. Era fervente. O pouco que tinha provado foi intenso.

Ela procurou no passado respostas. E uma lembrança a envolveu.

Em um tempo onde crueldade, agonia, desespero ou juramentos não atingiam o coração jovem da deusa. Numa noite sem luar, sem muitas estrelas para iluminar o céu. Somente uma fogueira, crepitando calor. Havia um som de tambores. Era um sonido primitivo e tentador.

Uma festa, o Solstício de Inverno. O renascimento do Sol.

A Deusa da Serena Lua estava sentada em uma tora de madeira. Com seus pés descalços, provando a areia da Ilha de Ceus. Seu olhar, compenetrado nas labaredas que cresciam em altura, à medida que cada mortal exprimia suas preces. Os deuses as ouviam como sussurros levados pela brisa até seus ouvidos.

Sua roupa era de um tecido fino. Era confortável, ela recordava. O vento levava seu cabelo para o lado e ela se sentia conectada a espiritualidade, ao seu dever como deusa.

Após as orações cessarem, Ártemis sentiu um olhar em sua nuca. Virou rapidamente e encontrou Apolo a fitando com curiosidade.

– O quê? – Ela questionou o olhando de cima a baixo, com um sorriso.

Ele demorou a replicar. Aparentava que ainda estava formulando decisões ou silenciando dúvidas. Ártemis o avaliou sorrateiramente, sem nenhum motivo concreto.

Chegou à conclusão que ele era estonteante. A mera visão dele, embriagadora. Apolo trajava uma túnica direta, presa ao ombro com um broche dourado e uma capa, presa no cimo a esvoaçar. A roupa interior caía solta em torno do corpo.

– Você... Hm... Parece diferente. – Ele disse franzindo o cenho. – Eu não sei. Talvez seja porque não esteja coberta de lama dessa vez. – Acrescentou desconversando sobre os dias que a via caçar. Rindo para si.

Ártemis olhou para a areia. Um rubor apareceu em suas bochechas, de leve. Ele está tentando dizer que eu estou bonita? Eu? Todavia, ela não teve muito tempo para pensar sobre isso. Os tambores tocavam novamente, mais altos. E convidativos.

Ela olhou para Apolo e a lateral da boca do deus se ergueu. Eles iriam dançar.

A dança na Grécia Antiga era passional, especial e tocante. Um elemento essencial da arte tão vangloriada na época. E os deuses se alegravam com ela. A Ártemis do passado apreciava muito aquela dança. Mas isso foi á muito tempo.

Apolo pegou a sua mão possessivamente, mas de um jeito terno e a conduziu ao outro lado da fogueira, onde algumas musas e deuses dançavam. Eles ficaram de frente um para o outro, e sorriram em condescendência.

As primeiras batidas de um tambor começaram, seguidas por todos os outros. Era um som rudimentar e efervescente. Ártemis andou lentamente para o lado esquerdo, enquanto Apolo a seguia pelo lado direito, criando um círculo com suas pegadas. Como se estivessem se conhecendo, pois, a coreografia contava uma história. Todas contavam. Em seguida, a deusa rodopiou graciosamente até chegar aos braços do deus do sol. E se afastou rapidamente, seus olhares nunca se separando.

As batidas eram selvagens e faziam o coração tremer em euforia. Apolo e Ártemis bateram palmas ao mesmo tempo, assim como os demais dançarinos. Mas eles não estavam realmente prestando atenção aos outros. Apolo finalmente se aproximou. Ele a circundou, como se Ártemis fosse uma presa e ela o seguiu com os olhos ávidos. Suas mãos se levantavam e eles se encararam frente á frente novamente, respirando alto. Posicionaram as mãos sobre o coração um do outro, sem realmente tocar, obedecendo à coreografia. E com isso, a última batida dos tambores foi feita e a música encerrada.

Os demais aplaudiram em direção à banda de sátiros. Entretanto, por alguma razão, Apolo e Ártemis, continuavam lá congelados e ao mesmo tempo ardendo e respirando forte. Mirando em suas órbitas, Ártemis viu os olhos do deus mudarem. Como se ele estivesse descoberto algo. E então, eles dilataram e ela não conseguia mais identificar o sentimento que eles passavam.

– Venha comigo. – Ele sussurrou, puxando-a pela mão. Isso a mandou uma pequena faísca. Provavelmente porque em toda aquela dança eles não tinham se tocado quase que em nenhum momento.

Eles entraram na floresta perto da praia e Ártemis ainda não conseguia pronunciar nenhuma palavra.

– Eu gostaria de lhe perguntar algo. – Ele começou. Porém, logo foi interrompido por risadas sonoras vindas de não muito longe dali.

Os dois deram um sobressalto, tentando enxergar no escuro e Apolo a agarrou pela cintura e pôs a jovem contra uma árvore e ficou a sua frente. Ártemis chiou pelo jeito abrupto que suas costas bateram no tronco da árvore.

– O que você- - Apolo agilmente pôs uma mão para impedir Ártemis de falar. Ela arregalou os olhos e assentiu. Imediatamente ele tirou a mão do rosto da deusa e Ártemis automaticamente botou uma mão de apoio sobre o peito de Apolo e a outra na madeira viva, a fim de descobrir quem mais estava ali. Apolo se inclinou com o mesmo objetivo.

– Seja mais discreto! Eles vão nos descobrir! – Uma bela moça de cabelos cor de ébano e pele pálida, disse baixo com raiva na voz.

– E daí mesmo? –Disse alguém de roupas negras que estava tentando beijar a tempestuosa mulher. – Somos casados, Perséfone.

– Ahn? E você quer o quê? Me possuir na frente de todos? Seu moleque! –Disse o estapeando.

– Não, agora não. Quando estávamos indo tão bem! – Hades disse zangado e decepcionado.

– Quer saber? – Ela perguntou cruzando os braços. E falou lentamente:

– Perdi a vontade. – E marchou revoltada de volta à comemoração.

– Ah, ela ainda vai tirar toda a minha sanidade! – Hades bradou para si, passando uma mão pelo queixo antes de retornar também.

Os deuses escondidos não puderam fazer nada além de gargalhar pela cena. Ártemis voltou para a posição inicial, entre a árvore e Apolo. Os dois ainda riam. O jovem com as mãos, agora, na cintura de Ártemis e a deusa com ambas as mãos sobre o peitoral de Apolo. Ação inconsciente, mas logo percebida à medida que as risadas se quebravam.

Ártemis se lembrava de como aquilo a fazia se sentir... Bem. As mãos dele eram quentes. Porém, ela não entendia o remexer que sentia dentro de si. Era muito nova. Ele a observava compenetrado: primeiros os olhos, depois os lábios.

– Você é mesmo bonita. – O deus disse em uma voz desconcertada.

Portanto, Ártemis, não julgando ao certo o que estava ocorrendo naquele momento, o afastou gentilmente com uma risada:

– Eu preciso falar do que eu vi para a Deméter. Ela vai adorar! – Ela disse o deixando, esquecendo que tinha um motivo dele ter a trazido a floresta. Um motivo que ela nunca mais saberia.

Correndo até a saída da floresta, de volta ao júbilo como uma garota cega, Ártemis quase não notou quando seu pulso foi agarrado. Com um grito preso na garganta, ela encarou surpresa uma mulher de cabelos castanhos avermelhados e olhos nebulosos sorrir para ela com superioridade embalada a um ar de sabedoria.

– As linhas do destino não mentem, mas você sim. Conte seus erros antes da luta cheia de cólera. Pois, eles não são os únicos culpados. Entretanto, a necessidade tem mais fome e o que foi prometido não pode ser desfeito com outra promessa.

A voz afiada de Ananque ecoou em sua cabeça. Ainda não entendia o que tais palavras significavam completamente. Por que aquela lembrança? Por que agora? Só para confundi-la mais?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Está aí. Reviews, eu queria saber muito sobre o que vocês acharam desse capítulo. É claro, se alguém ainda quiser ler. Se ninguém quiser, eu não vou tentar continuar. Eu confesso que esse é um golpe às cegas. Eu quis escrever porque a pontinha de remorso no meu coração virou um ice berg e para satisfação geral ou não, me deu inspiração. Mas também tenho que dizer que as coisas são um tanto subjetivas comigo...