A Emboscada escrita por Lana


Capítulo 7
Cap. 6 - O sonhos destinam os meio-sangues.


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Espero que gostem, é o maior capítulo até aqui. Só uma ressalva: a história da criança proibida, mencionada no capítulo anterior, ficou para o próximo.
Boa leitura! :D



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Capítulo 6



“ Os sonhos destinam os meio-sangues.”



Percy chegou ao acampamento transtornado. Quem sequestrou Annabeth fora esperto o bastante para não deixar o mínimo rastro, e isso complicava a situação do filho de Poseidon, já que ele não sabia por onde começar a procurar.

Irrompeu casa grande adentro, quase trombando com o Senhor D., que jogava pinochle tranquilamente com Quíron, que lhe olhou surpreso.

– Olá Percy, não esperava vê-lo por aqui tão cedo. Aconteceu algo criança? – ele disse franzindo o cenho.

Percy tomou fôlego. Contar a Quíron que Annabeth havia sido raptada seria um pouco difícil, uma vez que o centauro tinha uma afeição enorme pela garota, que convivia desde o sete anos com ele.

– Peter Johnson, não acredito que resolveu vir mais cedo... para meu desgosto. – reclamou o velho pançudo e rotineiramente bêbado, que para a tristeza de Percy também era o deus do vinho, Dioniso, mais conhecido por todos como Senhor D.

Percy o ignorou, e o deus apenas deu de ombros, voltando sua atenção para suas cartas. Virando-se para Quíron, Percy decidiu ir direto ao ponto, já que todo o tempo era precioso, e poderia ser fatal a Annabeth.

– Annabeth foi raptada, acredito que tenha sido ontem à noite. – ele se jogou no sofá, exausto. Desde o sonho Percy não conseguia respirar regularmente, e isso ficou ainda mais difícil quando Samantha lhe disse que Annabeth não tinha dormido no internato.

– Você tem ideia de como isso pode ter acontecido Percy? – Quíron tentava manter-se calmo, mas seu tom de voz transparecia desespero.

– Não... apenas um sonho não muito esclarecedor. Nele eu vi Annie presa em um cativeiro, com um homem aparentemente comum. Mas foi só. Não sei onde procurar, e preciso da sua ajuda. – Percy disse, com postura de derrotado.

– Não creio que possa fazer muito Percy, não há indícios de que Rachel tenha alguma profecia, e... – foi quando algo lhe interrompeu. Um vulto negro tremeluziu á frente do centauro e em seguida, escorregou para cima de Percy, que se esquivou rápido.

Não demoraram a perceber que se tratava de Nico di Angelo, o filho de Hades. Assim que recobrou os sentidos, ele logo assumiu um semblante notoriamente preocupado.

– Percy, é verdade? Eu tive um sonho suspeito com ela. – sua voz sumiu assim que viu Percy assentir em sua direção.

Nico não era um garoto que costumava expor seus sentimentos. Desde quando Bianca morreu, ele se tornou um tanto frio e fechado, guardando um grande rancor de Percy por este ter prometido proteger sua irmã na missão e não ter cumprido a promessa. Somente depois tomou consciência de que nada poderia ser feito para livrar Bianca, já que a mesma sucumbiu pela própria profecia.

Ele passava a maior parte do ano no Mundo Inferior, onde seu relacionamento com o pai estava se estreitando desde o fim da Guerra contra Cronos. Vez ou outra fazia suas viagens pelas sombras, visitando os amigos e até mesmo o acampamento, entretanto, esta não seria mais uma de suas viagens casuais.

– Eu não sei onde ela está Nico. Não faço a menor ideia. – Percy murmurou cabisbaixo. Para alguém extremamente corajoso e leal como ele, estar de mãos atadas era uma das piores tormentas, e fosse quem fosse que estivesse sequestrado, o filho de Poseidon certamente daria a vida para devolver-lhe a liberdade.

– Não sei se pode ajudar, mas eu só estou aqui porque sonhei com algo estranho ainda a pouco. Pelo menos acho que saberemos por onde procurar. – o garoto das trevas disse, pensativo.

– Você só acordou agora Neco? – Senhor D. intrometeu-se na conversa.

– No Mundo Inferior não há como ter noção do tempo, e eu geralmente vou dormir muito tarde. E á propósito, é Nico.

Percy riria se a situação não fosse tensa. Sua namorada havia sido sequestrada, e o sonho de Nico era a única esperança palpável. Um instante de silêncio apoderou-se do lugar e alguns segundos depois, Quíron rompeu-o, sendo objetivo e sucinto.

– Conte.

A luz do dia insistia em ultrapassar o véu do breu da madrugada. Uma forte névoa envolvia o local tornando impossível enxergar qualquer coisa além da mais baixa colina do vale, e a camada fina de neve sobre o chão tornava o local um local propício para que aconteça acidentes. Mas ao longe, contornando os desfiladeiros via-se um carro completamente comum, parecido com o Prius de Paul Blófis que fora danificado por Blackjack.

O automóvel irrompeu uma trilha floresta adentro, passando por entre minúsculos espaços entre frondosas árvores. Em seu próprio sonho, Nico se perguntava porque exatamente estava se deparando com aquilo, até que o carro parou abruptamente e o porta-malas se escancarou: uma Annabeth desmaiada com os cabelos colados ao rosto jazia ali.

Um homem alto, com a expressão dura e sofrida, pegou-a no colo e abriu a cabana velha de madeira em sua frente. Era um casebre muito simples e caindo aos pedaços, construído no meio do nada, Nico pode notar. Ao canto direito, onde estava uma mesa retorcida, uma velha de pernas escamosas e cabelos vermelhos muito grossos sorria com os dentes quebradiços e amarelados – uma empousai, sem dúvidas.

– Achei que não chegaria a tempo Senhor Kurt. Já estava com falta de ar aqui dentro – ela sibilou com sua voz esganiçada.

– Não é muito fácil chegar à base de Highlands com um carro simples. A neve não está somente no cume das montanhas... acumulou-se no asfalto tornando a direção altamente perigosa. Desculpe, mas como devo chamá-la? – Kurt manteve o tom frio na voz.

A Empousai não tirava os olhos de Annabeth, que ainda estava desfalecida no colo de Kurt. Com o dedo indicador, a velha mostrou a cama onde a garota deveria ser colocada, enquanto meneava a cabeça para o lado, em um movimento esquisito e repetitivo. Kurt deduziu que aquele seria um tique nervoso.

– Eles logo irão aparecer. Você deve se preparar Kurt, ou sua vingança vai resultar apenas em sua morte, e uma tremenda dor de cabeça para o deus. Senhora Complain, assim que deve me chamar se não quiser me ver irritada.

Kurt rolou os olhos, gesto típico dos descendentes de Atena. “Será mera coincidência?” Nico se perguntou, mas concluiu que não, já que coincidências eram as coisas mais raras de acontecer quando se tratam de meio-sangues. Sempre há um motivo, para tudo.

– Tenho que resolver algumas coisas, com os outros monstros. Cuide para que ela não escape, sua missão é essa.- Kurt avisou.

– Eu vivo para cumprir o que me delegam. Ela está armada? – Sra. Complain perguntou.

– Annabeth tinha apenas essa adaga consigo. – o mortal mostrou a faca de bronze celestial para a Empousai. Os olhos dela brilharam.

– A lâmina amaldiçoada, que mandou Cronos de volta ao Tártaro. Deixe-a comigo, sempre quis uma dessas. – ela parecia hipnotizada pela arma, que era realmente muito valiosa.

– Tanto faz... só não mate a garota, preciso que esteja viva. – e saiu pela porta enquanto a Empousai continuava a olhar a adaga de Annabeth, com um brilho assassino nos olhos.

Nico terminou de falar e olhou para Percy, que estava confusamente aturdido em seus pensamentos. Quíron coçou o queixo e olhou para o chão como se esperasse eu alguma informação saísse dali. Depois de algum tempo, parece ter dado certo.

– Highlands... só pode ser uma das quatro montanhas mais famosas para a prática de esqui e snowbord. – ele deu uma pausa, como se quisesse confirmar a informação para si mesmo.

– Fica em Aspen, no Colorado. Acho que uns dois dias para chegar lá por terra. – Nico completou.

Quíron assentiu, enquanto Percy passava as mão pelos cabelos expressando seu nervosismo.

– É muito tempo. Eles podem não ter a intenção de mata-la, mas dois dias é tempo suficiente para machucar Annabeth, e ela pode não resistir. – Percy estava engolindo o choro.

– Viajar pelas sombras também está fora de questão. Eu me canso muito e a viagem é longa, e se pararmos para descansar, gastaríamos o mesmo tempo que ir de trem ou carro. – Nico ponderou, tentando achar uma solução plausível.

– Vocês são muito lesados. Garotos... podemos usar os pégasos. Porkpie, Blackjack e Guido podem nos levar até lá rapidamente. – uma voz conhecida interrompeu. Os presentes na sala olharam abruptamente para a porta e ficaram surpresos com a figura que estava ali: a tiara prateada de tenente de Ártemis reluzia em sua cabeça, e a aljava pendurada em suas costas deixavam-na inconfundível, porém, não tanto quanto sua inseparável camiseta do Green Day.


– Thalia! – Nico gritou.

– O que faz aqui “Cara-de-pinheiro”. – Percy deu as boas vindas à ela.

– Olá pra você também “Cabeça-de-alga”. Annabeth foi raptada e vocês estão indo salvá-la. Acharam mesmo que eu os deixaria sozinhos? Francamente, vocês cairiam na primeira armadilha, sendo tapados do jeito que são. – ela falou com a sobrancelha direita arqueada.

O centauro olhou-a ternamente, e Nico não pode deixar de admirar sua índole. Thalia nunca abandonou os amigos, principalmente Annabeth, por quem ela já havia se sacrificado uma vez. Percy também reconhecia as virtudes da filha de Zeus, embora nunca tivesse dito diretamente a ela.

– Os pégasos estão no estábulo. Acho melhor irem, crianças.



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Notas finais do capítulo

Por favor, mandem REVIEWS... e Recomendações também, se acharem que a história merece, mas os reviews são indispensáveis, já que a opinião de vocês conta muito.
Beijooos *,*



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