A Emboscada escrita por Lana


Capítulo 14
Cap.13 - O sonho do céu escuro.


Notas iniciais do capítulo

Olá
Antes de mais nada, eu dedico o capítulo à Nina P Jackson Potter, pela recomendação maravilhosa! =D
Espero que gostem



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Capítulo 13

“ O sonho do céu escuro”.


Louisville havia ficado pra trás em um borrão cinzento. Nuvens carregadas diziam que em breve uma tempestade despencaria do céu denotando a fúria do deus dos deuses por algum motivo que nem Thalia soube identificar.

– Não há dúvidas de que ele esteja irritado. – ela rolou os olhos. Seus primos sabiam que a relação da Caçadora com a figura paterna nunca foi das melhores, mas a garota punk não parecia se abalar por isso.

– Será que está acontecendo algo? E se estiver relacionado com Annabeth? – Percy começou a supor notoriamente desesperado com a possibilidade da situação de sua namorada ter piorado. Já faziam três dias que não havia qualquer notícia dela, muito menos de seu paradeiro.

Nico racionalizou.

– Nós saberíamos Percy, fique tranquilo. Só que eu ainda acho que tem algo a ver com essa missão de última hora. – ele deu de ombros. Nico sempre demonstrava frieza nos momentos tensos, e agora não seria diferente.

– Se é que podemos chamar isso de missão. Nem profecia temos! – Thalia se exaltou.

Embora soubesse que não teriam tempo de convocar Rachel – que ainda estava no internato para moças - para que proferisse a profecia, ela pressentia que havia algo escondido dentre o sumiço da filha de Atena, e o tal homem mencionado por Nico e Percy. Preferiu manter suas suspeitas em sigilo em razão do nervosismo do filho de Poseidon, mas dispensaria cuidadosa atenção aos detalhes de agora em diante, afinal, como boa tenente de Ártemis ela farejava o perigo e quase sempre o encontrava.

– Sabemos que Zeus é temperamental. Por hora, esqueçam o mau humor repentino dele e foquem nas escassas pistas que temos. – Nico di Angelo encerrou o assunto.

O silencio reinava entre os pégasos e seus tripulantes, que desenhavam rastros nas nuvens mais brandas e velozmente se direcionavam para o oeste dos Estados Unidos, que ainda estava há muitas milhas distante dali.

Quando o sol se escondeu e a ameaça de chuva cessou, Thalia debruçou sobre o dorso de Guido e em instantes ressonava calmamente, o que se tornava estranho vindo de uma personalidade originalmente rebelde. Ao olhá-la, Nico supôs que esta apenas descansava, mesmo estando em uma situação de fobia inusitada para uma filha de Zeus recentemente superada.

Três horas depois a noite já havia abraçado o céu. Por puro instinto Thalia agarrou as rédeas do pégaso e as puxou de súbito. O cavalo relinchou e inclinou-se para trás quase derrubando a garota, que gritou sobressaltada com tamanho susto.

Nico deu meia volta em Porkpie mas preferiu se manter em silêncio. De alguma forma, Thalia pareceu entender que o filho de Hades gostaria de saber se ela estava bem, e respirando fundo com os olhos semicerrados, apenas meneou positivamente a cabeça.

Percy arqueou a sobrancelha e aproximou-se da prima. Ele murmurava coisas um tanto desconexas rente ás orelhas de Guido, aparentemente acalmando o animal mitológico criado por seu parente olimpiano. O cavalo, que desde que foi bruscamente paralisado emitia alguns sons esquisitos, agora piscava os olhos conforme compreendia as palavras de Percy, e suas pupilas anteriormente dilatadas começavam a se contrair até encontrar o tamanho normal.

Eles decidiram pousar para descansar e tranquilizar os ânimos. Quando tudo parecia em ordem momentaneamente definitiva, Nico se manifestou.

– O que aconteceu Thalia? – ele disse desconfiado.

– Adivinha: sonhos, claro. Os benditos sonhos de semideus que eu simplesmente adoro. – ela estava bem, já que sua aura sarcástica funcionava em perfeito estado.

– Alguma coisa nova? – Percy perguntou com a curiosidade sobressaindo em sua entonação.

– Sim, mas não era somente com Annabeth. As suspeitas de que há algo mais acontecendo estão mais do que certas. – sua voz estava ligeiramente trêmula.

Ela começou a contar detalhadamente.



A velha cabana estava de volta, mas não parecia abandonada. Luzes de velas se destacavam no interior do local, e Thalia estava à janela na lateral esquerda da porta dos fundos. O silêncio fora cortado no instante em que ouviu batidas na porta da frente. Dois monstros de pelo menos três metros de altura se encolhiam para passar pela abertura, suas faces amassadas estavam mais coradas que o normal e os olhos de ambos estavam arregalados.

– Kurt, sabemos onde ela está. – o Canadense que se manifestou atrapalhou-se com as palavras.

Quase imediatamente, uma voz imponente e fria encheu o ar.

– E por que não a trouxeram de volta? – ele estava irritado, mas Thalia via um sorriso a escapar pelo canto dos lábios.

– Há meio-sangues no local, e ainda mais: provavelmente um crime aconteceu ali. Havia policiais mortais, um homem psicótico algemado, a garota loira estava chorosa com a blusa rasgada e parece ter ido à algum lugar com ele, junto com mais algumas pessoas. – o outro lestrigão disse com a expressão um tanto confusa, como se espremesse seu cérebro á procura de mais algum detalhe.

– Nenhuma pista a mais? – era estranho, mas o tal Kurt parecia se divertir com as novas informações.

– Nada que pudéssemos perceber... não temos muito vínculo com o mundo mortal, então fica difícil entender os acontecimentos. Lionel sugeriu que a capturássemos diante das autoridades mesmo, mas eu imaginei que não fosse prudente. – o segundo Canadense ponderou. Este parecia mais familiarizado com as palavras.

Kurt pousou uma das mãos sobre o queixo e ficou em silêncio por alguns segundos. Um sorriso maquiavélico se desenhou em sua face momentos depois.

– Vocês fizeram bem. Quando capturarmos a garota novamente descobriremos o que houve, embora eu já tenha uma ideia do que aconteceu e isso seja completamente irrelevante para o meu plano. - ele franziu o cenho instantaneamente, e um brilho acendeu-se em seus olhos, até que Kurt continuou – bem, talvez não seja tão irrelevante assim.

– O que quer dizer com isso? – Lionel questionou.

– Nada que seja do seu interesse, imprestáveis. – Kurt rosnou para as criaturas á sua frente, no mesmo instante em que Thalia notava que havia mais alguém ali.

Uma garota de cabelos médios e lisos chorava silenciosamente deitada no colchonete encostado na parede oposta à janela dos fundos. Kurt olhou momentaneamente para ela, que fechou a cara assim que seus olhos se encontraram. Ignorando os lestrigões, o mortal perguntou zombeteiro:

– Está melhor Giovanna? – ele quase sorriu ao dizer isso. A garota não respondeu, apenas mostrou a língua e virou-se de costas para o ser que Thalia imaginou que seria seu sequestrador.

Kurt rolou os olhos e a Caçadora se assustou com o gesto familiar. Ela tentou imaginar alguém com quem ele tivesse aprendido tal mania tão peculiar, e concluiu que fosse em consequência do pouco tempo que passara com Annabeth. Às sombras, ela sorriu ao perceber que a filha de Atena havia conseguido fugir, mas temeu que fosse novamente raptada, como planejava Kurt.

– Onde exatamente Annabeth está, Jake? – Kurt se dirigiu ao lestrigão mais astuto.

– Na pousada de Megan Armstrong, senhor. Suponho que a conheça. – ele respondeu em tom quase inaudível.

Kurt pareceu entrar em transe por algum tempo, mas logo se recompôs.

– Sim, Alliz a adorava. Montem tocaia perto do local, e quando perceberem a aproximação da garota, avisem imediatamente. Ela não vai escapar novamente. – e virou-se de costas. Thalia viu uma única lágrima escorrer por sua face enquanto os monstros deixavam o local. Quando Kurt abriu os olhos novamente, olhou diretamente para janela e trincou os dentes.

Foi quando Thalia assustou-se e voltou pra realidade.


Ela mal terminara o relato e Percy atropelou-a.

– Então Annabeth conseguiu escapar? Precisamos ir pra tal pousada. – ele continuava inquieto, enquanto Nico estava aturdido com o sonho de Thalia.

– Aconteceu algo sério com ela nessa pousada, e eles estão tentando sequestra-la de novo, se já não o tenham feito. E ainda há a garota na cabana. Ela tem os olhos iguais aos seus Percy, e parecia apavorada. – a filha de Zeus estava séria.

Percy ficou pensativo. Obviamente sentiu que Annabeth estaria como um fantoche: indefeso, inseguro e caso fosse animado, assustado. Nico que antes parecia perdido em outra dimensão, voltou para onde estavam, olhando diretamente para Thalia.

– Precisamos ajuda-la, certo? E temos que ser rápidos. Esse Kurt é um simples mortal, mas com certeza é muito pior do que muitas criaturas míticas, e talvez isso se deva á tal de Alliz. – ele disse decidido.

– Como sabe disso? – Thalia perguntou inquisitivamente.

– É... apenas uma suposição.

– Estou preocupado com Annabeth. Thalia mencionou que disseram que ela estava chorosa... ela não derrama lágrimas á toa. Eu mesmo nunca a vi chorando. – Percy estava quase gritando, praticamente fora de si. Ele não sabia lidar com o nervosismo extremado, ainda que já tenha vivido inúmeras situações desgastantes.

Thalia fez menção de falar algo, mas parece ter se arrependido e ficou calada. O garoto não se conteve.

– Annabeth chorando, a blusa dela rasgada, um facínora algemado e a polícia presente colhendo testemunhas para depor. Tem certeza de que isso não te diz algo Percy? – Nico falou tenebrosamente.

Percy, em um lapso de esperteza, cerrou os punhos e soltou um grunhido. Ele não deixaria que fizessem mal a ela, se já não o tivessem feito...




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Notas finais do capítulo

Provavelmente vocês já devem ter adivinhado o que aconteceu com a Annabeth. Será minuciosamente explicado no próximo capítulo.
Preciso saber a opinião de vocês, então postem comentários, por favor.
Até o próximo,
Bjs



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