A Emboscada escrita por Lana


Capítulo 12
Cap.11 - Um inesperado rapto a pesar nos ombros.


Notas iniciais do capítulo

Oi
Tudo bem?
Esse capítulo é pra Giovanna, que depois de tanta insistência conseguiu que eu a colocasse na história, hehehe.
Espero que gostem
Boa leitura!



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Capítulo 11



“ Um inesperado rapto a pesar nos ombros”




A luz do sol já estava fraca e mal iluminava a rua deserta em que se encontravam. Havia mais uma missão a cumprir, um pedido feito pelo deus da guerra, e Kurt não poderia recusar alegando não ser esse seu intento quando aceitou a ajuda divina. Contudo, algo o fez concordar com Ares: ela, a garota que deveria pegar, também era filha de Poseidon, e provocar sofrimento á todos os filhos dos Três Grandes era o que o fez suportar a tortura que sofrera dentro da prisão.

Ele precisava se vingar, não por si mesmo, por Alliz.

Agora Kurt estava ladeado por dois brutamontes com o rosto retorcido, procurando o tal endereço da garota desconhecida. Ares havia lhe dito que a garota seria fácil de enganar e contava com não mais que treze anos de idade, e os sátiros provavelmente já estavam se organizando para levá-la para o acampamento em razão da nova lei estabelecida no fim da batalha contra Cronos, ocorrida há dois meses atrás.

Sobre tal batalha, o mortal não sabia muito mais do que Ares lhe contou. Apenas soube que os Olimpianos venceram por uma escolha de Percy Jackson, o semideus heroi que recusou a imortalidade para honrar seus amigos e permanecer ao lado de Annabeth, a garota que Kurt sequestrou.

Olhou em volta e se viu cercado de casas de classe média. Era a rua da meio-sangue. Deparou-se com uma casa de madeira pintada em nuances de branco e azul, com um jardim formado á frente e um chafariz proeminente em plena atividade. Kurt quase pode apreciar a beleza do local, não fosse seu ímpeto rancoroso a lhe impedir de ver as paisagens belas que havia no mundo. Sua graça foi enterrada juntamente com sua filha, cinco anos atrás, e seu cérebro trabalhava incansavelmente para que ele nunca esquecesse disso.

Ele parou por um momento, para transformar seu semblante duro e sofrido em uma expressão mais amigável. Tomando fôlego, seguiu dois passos á frente, não antes de virar-se para os dois lestrigões que lhe acompanhavam.

– Fiquem aqui. Acho melhor que eu vá sozinho buscar a garota. Vocês certamente a assustariam. Quando eu sair, sigam-me a uma distância segura e vamos diretamente para a cabana em Highlands.

Caminhou até a porta. Antes que pensasse em bater ou tocar a campainha, ela escancarou-se revelando uma menina de cabelos escuros e lisos sobre os ombros, pele branca e olhos verdes muito escuros, como se fosse a mistura do mar com o mundo terreno. Ela tinha uma faceta presunçosa, com um grande sorriso a escapar pelos lábios.

Kurt fez menção de falar, mas a garota o cortou.

– Já não era sem tempo, estou esperando há séculos. Você é o Kurt Spencer? Suponho que sim. Só um minuto, vou buscar minha mochila e podemos ir. Antes que pergunte, minha mãe está devidamente avisada.

E irrompeu escada acima, deixando um Kurt completamente embasbacado encostado no batente da porta de entrada. Como ela poderia saber dele? Essa perguntava o intrigava e martelava em seu cérebro durante os três longos minutos que a semideusa demorou-se no andar de cima.

Aturdido em suas indagações internas, ele mal notou quando a garota se materializou novamente a seu lado. Ela o empurrou de leve.

– Desculpe, mas eu não poderia fechar a porta com você ali. – ela falou rolando os olhos.

– Como é seu nome? – foi tudo o que Kurt conseguiu dizer naquele instante.

– Giovanna Donatelli, prazer. – Ela estendeu a mão – Com certeza você deve ter estranhado o fato de eu já estar esperando-o, e saber seu nome, e ter tido tanta pressa em sair logo de casa...enfim, você deve estar me achando esquisita. Conforme-se, eu sou assim mesmo, e você terá que me aguentar até chegarmos ao Acampamento Meio-sangue.

Os olhos de Giovanna brilharam ao dizer as últimas palavras e se confirmaram com o seu gritinho de satisfação. Kurt franziu o cenho para a figura que estava em sua frente, saltitando pela rua com se tivesse acabado de sentir o gosto da liberdade, embora ele não tenha feito isso no dia em que se viu livre da prisão.

– Então poderia me dizer como sabe sobre mim? – Kurt disse um pouco receoso. A garota estava iludida achando que ele a levaria ao acampamento, e por hora, era melhor eu continuasse pensando assim.

– Há pouco tempo minha mãe revelou toda a minha estreita relação com a mitologia grega e ainda me explicou porque eu tinha tantas peculiaridades diante das crianças normais. Inclusive o fato de que meus sonhos não eram somente suposições. Eram realidade. Nessa última noite eu sonhei com um motoqueiro muito estiloso, que eu não faço ideia de quem seja, dizendo que eu deveria me preparar pois você viria me buscar a qualquer instante.

– Era Ares, o deus da guerra. – Kurt limitou-se a proferir.

– Aquele motoqueiro era um deus? Nossa, eu pensei que os deuses tivessem bom gosto... Ares é muito brega. Onde já se viu usar óculos de sol á noite? Isso é tão fora de moda... – ela falou e depois riu.

Kurt manteve-se mudo, apenas caminhando pela calçada ao lado da garota. Ela por sua vez, parecia intrigada com o jeito quieto de seu acompanhante, mas nada que a fizesse sentir medo.

Aos olhos de Giovanna, Kurt parecia sofrido demais para sorrir por qualquer que fosse o motivo, como se tivesse fechado os olhos para o mundo exterior e olhasse apenas para dentro de si. E mesmo estando a pouquíssimos minutos junto com ele, ela também tinha certeza de uma coisa: ele escondia algo.

– Você sabe quem é meu pai? – Giovanna tentou amenizar o semblante triste que se desenhava no rosto de Kurt. Mas ela apenas piorou, já que o rosto do mortal se transfigurou e ela reconheceu ódio em seus olhos.

Tentando manter a voz controlada, Kurt respondeu, andando de vagar e com os olhos semicerrados.

– Sim, é Poseidon, deus dos mares. Um dos Três Grandes do Olimpo.

– É, eu já sabia... descobri quando explodi aquele chafariz em frente da minha casa. Minha mãe não teve outra alternativa, a não ser me contar. Desde então, vários esguichos de água aparecem misteriosamente e acertam as fuças de quem zomba de mim no colégio, por eu ser disléxica e hiperativa.

Kurt forçou um sorriso. Pelo menos em uma coisa os dois concordavam: dar o troco a quem merece – a tão frisada vingança.

– E você nunca foi descoberta? – Kurt perguntou estranhamente interessado.

– Não, meus planos são bem feitos, sou uma boa estrategista. Pode falar, eu sou o máximo. – ela inflou o peito depois disso e depois sorriu.

– Estou vendo que a humildade não é seu forte. – Kurt disse brincando.

Giovanna respondeu no mesmo tom, rolando os olhos novamente.

–Humildade...essa palavra não existe no meu vocabulário. – e gargalhou. Pela primeira vez, Kurt a acompanhou.

Chegaram até o carro. Kurt havia juntado algum dinheiro fazendo trabalhos alternativos e o comprara. Era velho, mas pelo menos ainda funcionava e estava sendo muito útil em seus planos até agora.

– Ah sim, achei que iríamos a pé daqui até o acampamento, que deve ser bem longe. – ela disse olhando o veículo antiquado.

– Vamos, entre no carro. – ele murmurou, seco.

Encaminharam-se pela estrada que ligava Aspen até a entrada das quatro montanhas de esqui. Kurt entrou na primeira via e seguiu acima, e não demorou muito até que estivessem em frente á velha cabana escolhida como cativeiro de Annabeth.

Giovanna arqueou as sobrancelhas, que se juntaram no meio da testa.

– Não é possível, já chegamos? Esse carro é mágico? Aqui parece ser... – Kurt a interrompeu.

– Highlands, isso mesmo. Você não vai para o acampamento Giovanna... ficará “hospedada” ali. – ele disse, tenebroso.

Giovanna ficou com medo, desde o inicio ela não sentiu confiança emanando dele, mas achou melhor manter-se em silencio pois a vontade de ultrapassar as fronteiras do mundo mortal era incomensuravelmente maior.

Conseguiu dizer algo.

– E se eu não quiser, se eu dissesse que quero ir para o acampamento agora? – ela perguntou.

– Eu diria que você não tem escolha. É minha refén. – Kurt disse segurando-a pelo braço e arrastando a garota sobre a grossa camada de neve que cobria o solo.

Giovanna se desequilibrou nas tentativas de tentar soltar-se e correr, mas desistiu no instante em que se viu escoltada por dois gigantes de dois metros de cara amassada.

– Você me sequestrou? Por que? – ela perguntou apavorada.

– Demorou pra cair a ficha, filha de Poseidon. E não te interessa porque, mas você saberá em breve.

Ele destrancou a porta da cabana e entrou sem olhar o interior. Ao arremessar Giovanna no colchonete, notou que o pequeno cômodo estava vazio e completamente bagunçado, e ao lado da mesa havia um punhado significativo de areia.

Ele ficou irado. Esmurrou a mesa, o que fez Giovanna e encolher e começar a chorar desesperadamente. Os lestrigões estavam parados na porta, e Kurt virou com os olhos completamente vermelhos, enfurecidos e cegos de ódio.

– Ela fugiu. A desgraçada filha de Atena conseguiu escapar. – ele murmurava baixo, com a voz tremula.

Os canadenses o olhavam como se esperassem alguma ordem, afinal, era para servir-lhe que estavam ali, a mando de Ares.

Kurt não tardou a olhá-los e bradar:

– Vão atrás dela, agora.



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Notas finais do capítulo

O que me dizem?
Quero reviews hein...
Bjoos



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