Destino escrita por flavia_belacqua


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo dedicado à Luuhcas Caahvalcante, Gui_Lion, Looh, Maylaila Blak que comentaram. Vocês fizeram meu dia mais feliz! :D


AVISOS: Essa fanfic altera a ordem cronológica do que aconteceu no último livro. Aqui, tudo que Harry fez no sétimo ano com execeção da Batalha Final já aconteceu. Mais uma coisa: talvez vocês tenham notado várias referências à Hermione, mas isso não significa que eles vão acabar juntos. A proposta da história não tem muito romance, mas meu plano era seguir o cannon e deixá-lo com a Gina. Porém, não tenho nenhuma preferência por eles, e  posso fazer o Harry ficar com quem vocês quiserem. Dêem sugestões! Até o próximo capítulo (:



Harry entrou no dormitório sem saber exatamente o que esperar. Tudo parecia exatamente como no seu tempo, e ele suspirou com saudades. Se dirigiu quase sem perceber à sua antiga cama, mas percebeu que pertencia a Remus. A única cama sem sinais de ocupação ficava no extremo da sala, com uma mala com aparência de recém-comprada sobre ela. Abriu, e viu que continha toda a lista de material do sétimo ano, incluindo uniformes, livros e uma sacola a parte com um caldeirão e ingredientes para poções. Aliviado, Harry a colocou de lado enquanto abria a carta que McGonagall lhe dera no jantar.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

Diretor: Alvo Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional dos Bruxos)

Prezado Sr. Granger,

Devido à sua admissão excepcional em Hogwarts, deverá fazer um teste escrito e prático sobre o conteúdo das disciplinas aqui ministradas. V.S.a. pode escolhê-las segundo seu interesse e o teste de nivelamento decidirá se poderá ou não cursá-las. Em sua condição de aluno-bolsista, receberá o material escolar necessário juntamente com a quantia de 5 (cinco) galeões mensais para eventuais despesas.

Atenciosamente, Minerva McGonagall

Diretora Substituta

Os outros já tinham terminado de se trocar, e estavam conversando animadamente entre si. O único garoto em silêncio no quarto começou a tirar suas vestes. Sem camisa, estava procurando uma blusa de pijama em sua mala quando reparou que os outros olhavam para ele com espanto.

– Que foi?

– O que são essas cicatrizes, Harry? – falou Lupin com a voz baixa, hesitante.

Harry olhou para si mesmo, sem entender. Ah, compreendeu imediatamente. Seu tronco magro estava coberto de marcas: deixadas pelas surras brutais que levava na casa dos Durleys, uma marca fininha aonde o visgo-do-diabo tentou sufocá-lo no primeiro ano, o braço com uma cicatriz aonde fora mordido pelo basilisco, uma parte saliente no peito aonde o Salgueiro Lutador acertara quando tentava entrar na Casa dos Gritos, uma linha no antebraço aonde Rabicho o cortara, mordidas de grindylows do lago da primeira tarefa, um monte de pequenos cortes das profecias e vira-tempos quebrados no ministério, marcas de unhas dos inferi no sexto ano, duas marcas em forma de garras de dragão, do Tribuxo e de Gringotes, e uma proeminente cicatriz funda no meio do peito aonde a Horcrux no medalhão tentara matá-lo quando foi pegar a espada de Gryffindor. Juntas, faziam parecer que ele passara a vida inteira em um campo de batalha. E talvez eu tenha mesmo, pensou sem querer. Adicionando ao pacote a visível cicatriz na testa, Harry percebeu como devia parecer para aqueles garotos que nunca tiveram que enfrentar nada pior do que McGonagall furiosa. Alguém a se temer.

– Tive uma vida agitada, respondeu calmamente, esperando que eles deixassem passar.

– Acho que isso é um eufemismo, Granger. – retrucou Sirius, com a expressão indecifrável, mas que claramente queria respostas.

– Pode ser. Uma coisa aqui e outra ali, acidentes de quadribol... Nada demais., sorriu, tentando aliviar o clima.

Não conseguiu. Aos poucos, todos foram chegando mais perto, querendo ver melhor. James olhou fixamente para as que pareciam piores, a do medalhão e o arranhão que ganhara do dragão na fuga do cofre de Belatrix, e disse:

– Isso não se parece com nada que eu tenha visto em um acidente de Quadribol, Granger.

– Como eu disse, uma coisa ali, outra aqui. Acontece. Boa noite. – em um tom que dizia que a conversa estava encerrada, ele vestiu uma blusa de algodão e se deitou. Os outros garotos lentamente foram voltando para suas camas, ainda sussurrando baixinho sobre ele.

Ótimo, pensou, maravilha. Mais um lugar aonde eu consigo me tornar diferente dos outros. Esperava que a manhã trouxesse o esquecimento sobre a conversa de hoje.

Seus desejos foram atendidos. Ele não foi tratado de modo diferente na manhã do dia seguinte, mas podia ver que Sirius olhava para ele com desconfiança toda vez que pensava que Harry não estava olhando.

Assim, Harry passou a maior parte da manhã com Lily e suas amigas, que o ajudaram a revisar o conteúdo para as provas da tarde. Alice, futura esposa de Frank Longbotton, era simpática e muito esperta, e Marlene McKinnon lhe lembrava fortemente Gina, com uma personalidade forte e confiante.

À medida que a hora das provas ficava mais próxima, ele ficou cada vez mais nervoso. Não era como se ele precisasse das notas, mas Harry realmente queria terminar a escola. Hermione definitivamente é uma má influência, pensou, rindo. Não estava preocupado com Defesa Contra as Artes das Trevas ou outras matérias, mas Poções... Esperava que se agradasse Slugorn o suficiente, ele o deixaria cursar a matéria.

Quando finalmente se dirigiu ao escritório de McGonagall, Harry estava começando a suar. Parecia que havia se passado uma eternidade desde a última vez em que pisara numa sala de aula. Todo o conhecimento que adquirira nos anos de escola tinham simplesmente escoado para fora de sua cabeça. Bateu na porta e entrou. Lá estava somente a vice-diretora, que lhe disse que as provas teóricas seriam aplicadas todas juntas por ela, e as práticas, separadamente, pelo professor responsável. Sentou-se, pegou a pena em cima de mesa e começou.

Três horas e meia depois, Harry entregou a prova. Não fora tão ruim, mas tinha certeza de que tinha errado pelo menos algumas questões. Talvez se aquela sobre a Poção do Envelhecimento não valesse muito...

A professora McGonagall acenou com a varinha em cima da prova, que começou a se auto-corrigir, e ele descobriu que tinha sido classificado para o exame prático em todas as matérias que tentou. Uma parte já foi, pensou. Agora só vem a mais difícil.

A prova prática de Transfiguração não foi exatamente complicada, mas a professora McGonagall exigiu muita precisão e deu valor aos detalhes. Harry sentiu que não falhara completamente, mas certamente podia ter ido melhor. Em seguida, o professor Banner, de Herbologia, entrou na sala e pediu para que Harry executasse alguns cuidados básicos com plantas exóticas, que mordiam e se enrolavam em seus braços e tronco se não as segurasse pelo lugar certo. Apesar de alguns arranhões e batidas, ele foi bem. Slugorn entrou gingando na sala, e Harry se espantou ao ver seu vasto bigode e os poucos sinais de calvície. O garoto se esforçou para fazer um ar de jovem esperto e promissor, dando ao professor um sorriso cativante. Quando a poção que supostamente deveria ser azul celeste acabou entre violeta e roxo, Slugorn deu uma risada alta dizendo que em algumas semanas ele estaria acompanhando perfeitamente o resto dos alunos, e Harry suspirou aliviado. Os outros testes passaram rápido, sem muitas complicações. Só faltam Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas agora, o garoto pensou alegre, e estou livre.

Quando o pequeno professor Flitwick entrou na sala pedindo ao aluno que mantesse uma pena no ar até segunda ordem, Harry achou que era uma piada. No momento em que levitou a pena a vinte centímetros acima de sua cabeça, sentiu que estava entendendo algo errado. Com certeza a prova não era um feitiço de nível de primeiro ano? Talvez ele devesse conjurar uma pena e depois mantê-la no ar? Mas mesmo assim seria fácil dem... Seus pensamentos foram interrompidos pelo instinto de que alguém se escondia atrás dele. Virou-se para olhar, mas não havia ninguém. De repente sentiu que uma maldição vinha na sua direção pelo lado direito, na altura da cabeça. Se abaixou no chão imediatamente, observando a luz vermelha passar exatamente aonde estava dois segundos atrás. Mas que diabos? Viu o professor Flitwick sorrindo com diversão para ele do outro lado da sala, a varinha intocada na mesa em sua frente. Harry percebeu que era sim uma piada, mas o alvo era ele. O teste de Defesa Contras as Artes das Trevas devia ser combinado com o de feitiços, e seu trabalho era conseguir manter a pena no ar enquanto se defendia. Wow, pensou Harry, isso sim é que é uma prova bem aplicada. Só teve tempo de perceber isso antes de sentir outra maldição voando em sua direção. Se concentrando em manter a pena no ar, ele rolou pelo chão no sentido oposto, tentando achar o atacante. Uma saraivada de luzes brilhantes o forçou a correr. Em seguida, teve que pular para desviar de uma maldição roxa que ele desconhecia, e logo depois rolar para escapar de mais duas. Continuou fugindo desse modo pelo que parecia ser um tempo interminável, e Harry começou a ficar sem fôlego com o esforço. Ele quase perdeu o controle da pena por três vezes, e percebeu que não conseguiria ganhar só se desviando. Escondeu-se no canto da sala, e analisou a situação. Ele poderia manter a pena levitando por algum tempo com um feitiço mental enquanto se defendia com a varinha, mas um único momento de distração e ia falhar. Achou que teria mais chance se impossibilitasse o atacante, ao invés de somente erguer um Feitiço Escudo. Provavelmente era o professor de Defesa. Será que conseguiria capturá-lo? Decidiu arriscar. Esperou que uma maldição viesse, e desviou no último momento, concentrado em determinar de onde ela tinha vindo. Estava certo de que ela viera diretamente da sua frente, mas ele tinha tido um vislumbre de uma varinha à sua esquerda. A mente corria rápido, e agora ele lutava para manter o escudo com a varinha e a pena no ar com a mente. Seriam dois atacantes? Não, não era isso. O atacante tinha que estar parado, ou Harry o teria visto em algum momento, mas as maldições pareciam vir de todas as direções. Subitamente, viu algo refletir um raio de sol no teto, e entendeu. Uma luz vinda novamente da sua frente confirmou a teoria de que quem quer as tivesse lançando estava escondido, mirando em espelhos cuidadosamente posicionados na sala. Assim, as maldições poderiam cercá-lo, sem que o atacante precisasse se expor ao se mover. Isso é jogada de mestre, pensou, e anotou mentalmente a estratégia para caso um dia precisasse fazer uma emboscada. Sabendo que só teria uma chance, gastou mais alguns momentos determinando o esconderijo antes de atacar. Contou quanto tempo ele demorava entre uma maldição e outra. Quatro segundos.

Sentiu a vibração do ar quando o escudo absorveu uma luz violeta na altura do peito.

Quatro.

Abaixou o escudo com um aceno de varinha e reforçou o feitiço mental que levitava a pena.

Três.

Determinou o alvo, um canto da sala à sua esquerda.

Dois.

Mirou cuidadosamente, tentando não expor o braço para não alertar sobre o ataque.

Um.

Lançou uma maldição de desarmamento seguida de uma atordoante, em uma rápida sucessão. Ouviu um baque surdo de um corpo caindo e finalmente pode refazer o Wingardium Leviosa com a varinha. Ofegante com o esforço físico e com a magia sem varinha, saiu do canto onde estava escondido e viu que o professor Flitwick sorria abertamente para ele. Excitado, guinchou:

– Você pode acabar o feitiço agora, senhor Granger. Muito bom, realmente excelente. Sinto muito ter demorado tanto para acabar com o teste, o padrão é cinco minutos, mas vocês pareciam entretidos. Tenho certeza de que o professor Lewis vai aprová-lo com um Ótimo assim que for reanimado.

– Não será necessário, Flitwick., interrompeu-o um homem muito alto e forte, que se levantava do chão. De pé, ele lançou um olhar inquietante para Harry.

– São muito raros os alunos que aguentam vinte minutos deste jogo agradável. Mais ainda são os que conseguem ganhar. – ele chegou cada vez mais perto, encarando o rapaz fixamente. Falou com uma voz que arrepiou os pelos da nuca de Harry, a expressão ilegível. – Estou ansioso pela próxima, senhor Granger. E saiu.

O professor de Feitiços não parecia ter notado nada de anormal no comportamento do colega. Ainda radiante pelo teste extraordinário, dispensou Harry e mandou que esperasse os resultados no Salão Comunal.

Harry passou pela Mulher Gorda ainda tentando decidir se tinha ganhado um admirador ou um inimigo.



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