Destino escrita por flavia_belacqua


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capítulo dedicado à Thaís Peverell, Biaa Black Potter (!), mia_kculen, Ana Slytherin Griffyndor Black, Lilá Brown, Ana Black Salvatore, Gui_Lion, Andi, Looh, brunadanih, Mury Motta, Tsuki Kyra e joseuzumaki, que comentaram. Muito, muito obrigado e desculpem pelo atraso. Prometo que postarei o próximo mais rápido.

Estou vivendo normalmente

Não vou ficar pensando

Se tivesse sido o contrário

Estou feliz

Mesmo sozinho, esse silêncio é paz

Nesse momento cai uma forte chuva

E quem vai ficar chorando?”

Titãs – Mesmo Sozinho

Na manhã seguinte, Harry se dirigiu à sala de Defesa com receio. Não sabia o que esperar quando bateu na porta e entrou, mas não pode deixar de ser surpreendido. Harry conheceu a sala de praticamente todos seus professores desse cargo, mas essa era diferente. O garoto pensou que a sala de Lewis seria mais como a de Moody, mas era completamente nua. Sem auto-retratos sorridentes, animais interessantes, artefatos contra inimigos, fotos de gatinhos emoldurados. Tinha uma mesa, cadeira, pena e tinteiro, quase como se estivesse desocupada. Harry estava começando a achar que estava mesmo, não vendo sinais do professor.

- Tsc tsc tsc... Não é assim que se entra em território desconhecido, senhor Granger. Ficar parado no meio da sala como um idiota só o torna um alvo fácil. – disse o homem que apareceu do nada. Foi falando e se aproximando de Harry, sussurrando as duas últimas palavras muito próximo da face do menino. – Vamos, sente-se. Não se acanhe. Isso, muito bem. Deseja um chá, um café, suco de abóbora, uma bebida um pouco mais forte?

- Não senhor, estou bem.

O professor se sentou relaxadamente em sua cadeira, observando Harry atentamente pelo outro lado da mesa. Ele estava rígido e tenso, mas Lewis parecia ligeiramente divertido. Conjurou uma xícara de café e bebericou, deixando o silêncio desconfortável se instalar por alguns minutos. Harry estava começando a ficar bravo. Ia ficar parado em silêncio para sempre, sendo encarado pelo professor com aquele sorriso estúpido no rosto? Lewis abriu mais ainda seu sorriso, como se tivesse lido os pensamentos de Harry.

- Você deve estar se perguntando o que está fazendo aqui, não Harry? Sendo que você foi um aluno bem comportado durante a minha aula...

- Sim, senhor.

- Infelizmente, a questão aqui não é o comportamento ou notas. A questão, meu caro aluno, é que você me intrigou. Estou muito curioso a seu respeito. Veja, depois daquele teste de nivelamento, achei que seria o novo aluno prodígio de Hogwarts. Mas eu andei conversando com meus colegas, e não foi bem o que eu esperava. Você é um bom aluno, Harry, não me entenda mal, mas não atendeu às minhas expectativas... Pensei que fosse um tipo de talento específico, só nos assuntos do teste. Então, você também deu a impressão de ser mediano nos testes escritos de Flitwick. Tenho que confessar que fiquei desapontado, achei que tinha me enganado em relação à você. E o que me fez mudar de idéia Harry, você sabe muito bem. Eu estava naquela batalha também, compreende? E vi quando você correu direto para aquele prédio. Você não hesitou, você não ficou confuso, só correu para lá com a menina pendurada nas pernas. Sabe porquê? Porque você sabia o que ia acontecer, garoto! Eu pude ver naquela hora que você sabia muito bem o que ia acontecer e como você ia impedir. Agora eu me pergunto, como diabos um sétimo ano que acabou de se mudar para Hogwarts descobriu as passagens para fora da escola e estava tão a par do plano do Lord das Trevas que sabia até mesmo o prédio em que o ataque principal ia ocorrer?

Lewis parou de falar, os cotovelos apoiados na mesa, de forma que ele estivesse inclinado em direção à Harry. Os olhos dele brilhavam de uma forma estranha, como se estivesse ficando louco tentando responder aquela questão. Harry sentiu um frio na barriga, sem saber o que fazer. Uma coisa era contar para Dumbledore e McGonagall, outra era para um professor maníaco e desconhecido. Mas do jeito que a conversa andava, logo o homem ia acusa-lo de ser Comensal da Morte. Percebendo que Harry não ia responder, continuou:

- Como você deve ter percebido, Granger, achei que você era um mascotinho de Voldemort aqui dentro. Um garoto bom em Defesa, órfão e sem dinheiro, que salva criancinhas. Seria um prato cheio para Dumbledore se condoer, se aproximar do líder da Ordem da Fênix, virar espião... Era uma boa teoria. Mas então você foi capturado, e minha história passou a não fazer mais sentido. Mesmo os planos de Voldemort tem um limite, e forjar uma captura e fuga certamente ultrapassa os do bom senso. Percebi que fosse o que fosse, você não está trabalhando contra o lado da luz.

Voltei à minha questão original: como um rapaz aparentemente sem nada de extraordinário consegue me derrubar naquele teste e quebrar os escudos de proteção dos Comensais da Morte depois de quase dois meses de tortura? É por isso, Harry, que você me intriga. Quando você entra em uma sala, seu olhar automaticamente procura portas e janelas como possíveis rotas de fuga. Você evita sentar de costas para a entrada, prefere ficar aonde tenha a melhor visão de quem entra e sai do lugar. Você leva a varinha em um coldre na manga, você gosta de andar silenciosamente para ninguém saber de sua presença , você pode sentir quando um feitiço está sendo lançado pelas suas costas. Isso, senhor Granger, não é o comportamento esperado de um rapaz de dezessete anos. E mesmo assim, você aparenta ser normal. Como você me explica isso?

Depois do discurso, Harry estava sem saber o que fazer. O professor olhou para ele como se pudesse ler todos os seus pensamentos, e o garoto não podia pensar em nada que pudesse dizer. Por fim, falou a verdade:

- É porque sou um garoto normal, mas já fui obrigado a fazer muitas coisas que um rapaz da minha idade não faria, professor.

- Exatamente à mesma conclusão que eu cheguei, mas com uma pequena diferença. Decidi, Harry, que você é um diamante bruto. Vou lapidá-lo. Assim, vou cortar todas as partes inúteis e moldar as boas para deixa-lo mais ao meu gosto. De acordo?

- Sim senhor.

- Ótimo. Você vai vir aqui todos os dias às 5 horas da manhã. Eu vou...trabalhar com você durante uma hora, então você vai tomar banho, voltar ao seu dormitório e fingir que nada aconteceu. Isso vai ocorrer até segunda ordem. Não se atrase, não venha dormindo, não conte a ninguém em quem não confie. Acima de tudo, faça tudo que eu mandar, sem questionar. Você entendeu?

Harry acenou com a cabeça, incapaz de falar, gemendo mentalmente. O professor abriu a porta com um aceno de mão, num convite nada sutil para que Harry se retirasse. O garoto saiu mais confuso do que quando entrou.

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No caminho de volta, Harry se lembrou de uma coisa. Ele não sabia o que aprenderia nas aulas de Lewis, mas teve quase certeza de que o homem esteve muito perto de usar Legilimência com ele. Primeiro Dumbledore, depois os Comensais e agora o professor. Por três vezes desde que chegara ao passado, Harry tinha sido submetido à uma avaliação mental, e por muito pouco alguém não descobrira mais do que devia. Deu meia volta e começou a subir as escadarias em direção ao sétimo andar. Chegando à porta familiar da Sala Precisa, Harry pensou “preciso do lugar onde se esconde tudo...” , que era o que podia imaginar que levaria à sala aonde escondera o livro do Príncipe no sexto ano. A porta surgiu e Harry suspirou aliviado quando se encontrou na mesma sala cheia de coisas escondidas por alunos por séculos. Ele andou entre as pilhas de coisas amontoadas, observando as quinquilharias, artefatos ilegais na escola, vassouras, lixo, pilhas e pilhas de objetos aleatórios. Harry tinha a intenção de achar uma penseira. Ele sabia que era altamente improvável que houvesse uma lá, mas se lembrava de ter visto algo semelhante à uma bacia decorada na primeira vez em que fora lá. Passeou, se distraindo com os objetos cada vez mais engraçados e bizarros que achou. Quase foi mordido por um caderno peludo de aparência selvagem, e torceu a face com nojo no que parecia ser uma pilha de preservativos trouxas usados.

Harry ficou procurando por algum tempo antes de achar. Era simples, nem de longe tão bonita e imponente quanto à de Dumbledore, mas definitivamente uma penseira. Ele sorriu abertamente, pegando a bacia pesada nos braços, pronto para encolhê-la com a varinha, mas algo chamou sua atenção. Sentiu um impulso de olhar para trás, e o fez. Soltou a bacia no chão com cuidado para poder estudar melhor o que via. Uma espécie de coroa estava ali, com a seguinte gravação: “o espírito sem limites é o maior tesouro do homem”. De alguma forma, o diadema exerceu um poder sobre ele, e Harry sentiu-se tentado a tocá-lo. Ele quase podia ouvir sussurros malignos saindo do objeto, mas o garoto sentia como se fossem partes opostas de um imã, se atraindo mutuamente. Estendeu os dedos trêmulos em direção à coroa, encostando levemente. Um arrepio transpassou a espinha de Harry, e ele fechou a mão ao redor do objeto. Sentiu alguma coisa mexer dentro de si, uma parte obscura de sua mente querendo fazer uma conexão com a tiara, muito semelhante ao que ele sentiu quando tocava o...diário. O medalhão. Harry podia sentir no diadema a mesma força poderosa e manipuladora que possuiu os dois objetos. Pelas barbas de Merlin, isso é uma Horcrux., pensou estupefato. Sentiu como se tivesse acabado de levar um balaço na nuca, e sentou-se em uma pilha precária de livros, se recuperando da revelação. Olhou para a tiara em suas mãos, meio desgostoso meio fascinado. A sexta Horcrux que eles nunca encontraram estava bem ali, entre seus dedos. Subitamente, largou-a no chão. Harry se lembrava muito bem do que o medalhão e o diário fizeram com que os possuiu, e o diadema parecia ainda mais poderoso do que aqueles. Encolheu a penseira com um aceno de varinha e a colocou no bolso, considerando as opções. Não podia levar a tiara muito obviamente impregnada de magia das trevas para o Salão Comunal e não se sentia tentado a levar para Dumbledore agora. Dessa vez, parecia algo mais... pessoal. Queria destruir sozinho, sem o envolvimento de seus mentores. Decidido, Harry escondeu o melhor que pode o diadema para pegá-la novamente mais tarde e deixou a Sala Precisa.


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Quando o garoto entrou no Salão Comunal, Lily o chamou para se juntar a eles no sofá com uma das mãos.

- E aí, muito ruim a detenção?

- Não muito, eu acho. Não decidi ainda., respondeu com um dar de ombros, ainda distraído com o que deixara para trás na Sala Precisa. A menina revirou os olhos, e Harry entrou na conversa participando com um ou outro comentário eventual, tentando evitar que percebessem que havia algo errado. Ele ainda podia sentir os dedos formigando pelo contato com a Horcrux, e se perguntou por que era mais afetado por essa do que pelas outras. Provavelmente, Harry pensou, era um artefato muito mais poderoso originalmente do que os outros. O garoto ainda passou muito tempo pensando sobre a Horcrux antes de se deixar levar pela empolgação de sábado. Eles iriam para Hogsmeade após o almoço, e Harry estava ligeiramente tenso com a perspectiva de voltar ao povoado considerando os resultados traumatizantes de sua última ida. Sacudiu a cabeça e voltou à atenção para a conversa de Remus e Lily. Abruptamente, como tudo que fazia, Sirius desceu do dormitório com um caderno marrom grande, em espiral. Peter ficou pálido, enquanto Sirius falou, chamando a atenção dos amigos:

- Ei gente, olhem o que eu encontrei debaixo do travesseiro do Peter! O que será que tem aqui, hein Rabicho? Fotos da McGonagall só de roupa de baixo? Cartas da mamãe?, caçoou maliciosamente. Os outros se aprumaram, prontos para tirar sarro do garoto que agora implorava para que Sirius não mostrasse o conteúdo para os amigos.

- Padfoot, pare. É pessoal e... – ele tentou impedir, mas James e Sirius já se acotovelavam para abrirem juntos o caderno. Ambos pareciam tão surpresos com o que viram que Remus riu alto.

- Vamos lá, não pode ser tão ruim. O que tem aí?

- Desenhos. São só umas coisas que eu desenho, não é um grande negócio... , Pettigrew resmungou baixinho.

Com o alvoroço feito por Sirius, até Alice veio ver o que estava acontecendo. Todos se sentaram confortavelmente no sofá, observando as imagens desenhadas com tinta preta. Com uma impressionante habilidade, Rabicho desenhava pessoas e coisas aleatórias. Um rascunho do dormitório do sétimo ano que dava a impressão de estar olhando para o original, um hipogrifo incrivelmente realista com olhos negros ameaçadores. Uma menina sentada debaixo de uma árvore, os olhos fechados parecendo estar em perfeita paz. A maioria dos desenhos parecia retratar essa mesma garota ou objetos. Alguns eram feitos de perspectivas muito maiores do que a real, e Harry notou que deviam ser de como ele enxergava quando estava em sua forma animaga. Além disso, percebeu que à medida que os desenhos passavam a ser mais recentes, ficavam mais escuros e assustadores, menos infantis. Ao mesmo tempo em que podia ser só uma evolução de técnica, Harry notou que podia ser fruto da própria realidade de Pettigrew, que via o mundo com olhos progressivamente mais marcados. Ainda assim, nenhuma das imagens sugeria qualquer tipo de crueldade ou malícia. O Menino Que Sobreviveu examinou abertamente Rabicho, franzindo a testa levemente, plenamente consciente de que em poucos anos ele seria responsável pela destruição de sua vida e a de mais três outros sentados naquele sofá. Olhou para o garoto desajeitado e envergonhado, e não conseguiu imaginar. Comparando com as lembranças de que tinha dele, sua mente não conseguia fazer a conexão, como se fossem duas pessoas diferentes. O que aconteceu com você? O que fez você mudar tanto? Como diabos você se transformou em alguém que fez tudo o que você fez?, pensou com fervor. Sentia as perguntas borbulharem em sua garganta, mas era inconsciente da ferocidade estampada em sua face, a intensidade clara nos olhos. Por um momento, os olhos dos dois se encontraram, e o menino menor se encolheu diante de Harry, confuso.

- Tudo bem, Harry?, indagou Remus. Os olhos verdes do outro se desviaram rapidamente de Peter para Lupin, transtornados. Harry sacudiu a cabeça, esfregando a testa com os dedos, lembrando de onde e com quem estava. Olhou para o caderno aberto no colo de Sirius, observando um desenho de James, Lily e Sirius, que parecia muito com uma foto de Harry, Rony e Mione que o garoto tinha deles na Toca. Aproveitou a deixa, e respondeu:

- Sim, só que esse desenho parece muito com uma foto que tenho com meus amigos.

- É, você nunca mostrou nenhuma foto deles pra gente. Pega lá em cima para nos mostrar.

- Ficaram todas na casa dos meus tios, eu vim com pressa pra cá., disse quase constrangido. James interviu.

- Não seja por isso! Agora que descobrimos nosso artista particular, tenho certeza de que Rabicho pode fazer um retrato falado pra gente!, ele estava brincando, mas Peter assumiu o desafio com seriedade. Convocou um lápis trouxa e um papel, perguntando a Harry como seus amigos se pareciam.

- Ehh, você não precisa fazer isso, Peter. James estava brincando.

- Você não tem nenhuma foto deles, não é? Bem, não vai ficar tão bom quanto uma, mas você poderia gostar de ter uma lembrança deles e..., o rapaz foi diminuindo o tom de voz, acanhado. Harry viu a cena quase patética, e foi obrigado a consentir. Primeiro Pettigrew desenhou o próprio Harry, que se sentiu incomodado com os olhares longos do outro para desenhá-lo. Era engraçado, pensou, se ver sob a perspectiva de outra pessoa. Depois, a partir da descrição e orientação de Harry, sob o lápis de Rabicho foi surgindo um desenho surpreendentemente parecido com seus melhores amigos.

Depois de muitos minutos, o rapaz deu um toque de varinha e as pessoas na imagem piscavam e se mexiam levemente, as folhas voando atrás delas. Para o espanto de Harry, ele se achou o menos parecido com o original, demorando alguns segundos para se reconhecer. No desenho, ele viu um rapaz alto e magro, com um olhar penetrante e sério que ele achava que não possuía. Ronald estava entediado, roupas meio desleixadas, um adolescente comum. Hermione olhava para Harry pelo canto dos olhos, um sorriso quase imperceptível na face, como quem sabe mais do que fala. Já Harry olhava para frente, diferente do modo como ele retratara seus amigos. Alguns segundos depois, o garoto entendeu o que havia de diferente. No desenho, ele não possuía a inocência no olhar com a qual Pettigrew desenhara os outros. Ele tinha certeza ao invés de ingenuidade, era o único com semblante sério.

Mas ver seus amigos mesmo que em um desenho foi tão animador e triste ao tempo, que Harry olhou para Peter e agradeceu sinceramente. Rabicho corou e disse que não era nada, mas a aprovação claramente lhe deixara muitíssimo satisfeito. Por fim, foram almoçar e partiram para Hogsmeade. Harry suspirou quando se viu na aldeia, que já estava praticamente igual ao que era antes. Os Marotos muito obviamente correram para a Zonkos, de modo que Lily, Alice e Harry foram deixados sozinhos. Foram para a pequena livraria, e o garoto ficou agradavelmente surpreso ao descobrir que embora sua mãe fosse parecida com Hermione em muitos aspectos, ela podia ser racional em relação ao tempo passado procurando livros. Eles passearam vagarosamente, aproveitando o dia. Muito diferente de andar com James, Sirius, Peter e Remus, estar com sua mãe e Alice era pacífico e sincero, sem ter cuidado com provocações voando para todo lado, embora não tão divertido.

Eles e os Marotos se encontraram no Três Vassouras, para que depois Lílian e James pudessem andar um pouco sozinhos e para que Sirius encontrasse seu alvo mais recente. Remus voltou equilibrando precariamente as cervejas amanteigadas que James se dispôs a pagar pela aposta que fizera com Harry há muito tempo atrás no campo de quadribol. Sirius teve a decência de parecer envergonhado, mas não teve escrúpulos em aceitar. Harry foi buscar mais bebidas quando encontrou Madame Rosmerta. Ela pareceu demorar alguns segundos para reconhecê-lo, mas abriu um sorriso enorme quando o fez. Seus olhos se encontraram e a mulher ficou inacreditavelmente contente em ver a mudança que se operara em Harry desde a última vez que o vira. Ele não estava mais tão magro, não tinha mais machucados pelo corpo, e principalmente, ele parecia feliz. Ela tinha consciência de que depois de uma coisa daquelas, ninguém volta a ser o mesmo de antes, mas tinha que admitir que o rapaz parecia estar administrando muito bem. O modo como ela o encontrara e cuidara dele naquela noite marcara profundamente a ambos, e Harry se viu abrindo um sorriso gêmeo ao dela sem perceber. Ela saiu detrás do balcão e estendeu os braços em direção a ele, e sem pensar duas vezes Harry a abraçou. Por alguns segundos eles permaneceram assim, mas logo se soltaram. Ela enfiou um copo de firewhiskey na sua mão e as cervejas amanteigadas, dando uma piscadela e voltando a trabalhar.

De volta à mesa, todos olharam surpresos para o garoto que parecia consideravelmente mais alegre do que quando saiu. Ninguém comentou a cena, mas Sirius olhou com inveja para o copo de destilado na mão de Harry. Eles conversaram, riram e brincaram, como se não tivessem preocupação nenhuma no mundo. Depois de algumas horas, voltaram para casa.



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