Destino escrita por flavia_belacqua


Capítulo 1
Capítulo 1




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Parado na frente da casa antiga, Harry Potter suspirou. Tanto tempo gasto em convencer Hermione de que realmente valeria a pena ir à Godric's Hollow e agora ele não tinha sequer a coragem de entrar.

– Harry, está tudo bem? - ela perguntou e ele percebeu a preocupação sincera no tom de voz dela.

– Tudo. Vamos. - depressa, estendeu a mão para Hermione, convidando-a a entrar, mas ela hesitou.

– Ah Harry, eu sinto muito mesmo, mas acho que não posso entrar aí. - ele abriu a boca para perguntar, mas Hermione foi mais rápida. - Em tempos de guerra, antigamente as casas de família eram protegidas por feitiços muito poderosos, em que a própria morada defendia seus moradores de estranhos. Essa casa foi maculada de uma forma terrível, e acho que não vai aceitar ninguém que não seja da família Potter...

"Harry?", ele ouviu Hermione chamando-o do que parecia ser muito longe. Ela tinha estacado, e parecia incapaz de se mover.

– Mione, o que há?, ele perguntou a uma aparentemente furiosa Hermione.

_ "O que há?" Eu avisei que a casa ia acabar me expulsando! Desse ponto em diante, não posso entrar., ela bufou.

– Hã, certo. Você, hm, poderia esperar um pouco aqui fora? - Vendo o embaraço de Harry, e se lembrando aonde eles estavam, Hermione respondeu um compreeensivo "ok", e se afastou para examinar o jardim.


Harry, pelo que parecia ser a milésima vez naquele dia, respirou fundo. Sentiu uma espécie de arrepio ao tocar na maçaneta, e empurrou com força desnecessária. A porta se abriu imediatamente ao seu toque. Entrou, olhando em volta, e só o que viu foram dezenas de lençóis brancos cobrindo os móveis e uma camada espessa de poeira que parecia estar em todo lugar.

Estava exatamente no centro da sala de estar da casa de seus pais. Mesmo que ela parecesse com um enorme hospício abandonado, O Menino Que Sobreviveu sentiu uma estranha sensação familiar no aposento escuro. Caminhou pela sala, retirando os lençóis enquanto andava, tentando absorver tudo que pudesse daquele lugar. Os móveis antigos e belos, os quadros de moldura dourada, a lareira decorada com entalhes em espiral. Tudo parecia exalar conforto e elegância clássica, de um modo que ele nunca havia visto antes. Parecia... certo.

Entrou em um corredor e passeou lentamente pelos aposentos, quase sem perceber. A cozinha e os banheiros ainda intactos, quartos de hóspedes, seu próprio quarto de bebê completamente destruído. O quarto dos pais. Devagar, passou a mão pela cama de casal, pela cômoda, apreciando o contato. Abriu as gavetas e o armário, e de repente, se viu dono de tesouros inestimáveis para um órfão: pertences dos pais. Roupas, fotos, cadernos, papéis do Ministério, as jóias de sua mãe. Olhou-os um por um, sentindo-se mais triste e reconfortado do que em qualquer outro momento de sua vida, querendo, a partir deles, aprender alguma coisa, qualquer coisa, sobre quem foram Lílian e James Potter. Sempre ouvira falar deles como mártires, corajosos lutando pelo lado da luz. Mesmo Sirius, que os conhecia muito bem, nunca falava nada além disso. Por isso, na penseira de Snape há tanto tempo atrás, sentiu-se enojado e em choque pelo comportamento do pai, que ele achava que era a idealização de um herói. Depois disso, muito lentamente, começou a crescer nele o desejo de conhecê-los, saber suas características, suas personalidades, como eram - pessoas de verdade, carne e osso. Pegou uma foto emoldurada, aonde os Marotos, Lily, e o casal Longbotton acenavam felizes, rindo de alguma piada do fotógrafo. E sentiu um outro sentimento expulsar os que o dominavam antes: a raiva. Raiva de sua própria impotência diante àquela guerra interminável, dos Comensais da Morte, e mesmo daquelas pessoas da foto, por sua ignorância e fragilidade. Não sabiam que tipo de mundo iam deixar para trás? A crueldade e a morte que se espalhava cada dia mais? Mas sentia mais raiva ainda do causador daquilo. Voldemort. Que destruiu mais vidas do que Harry podia contar, incluindo a dele mesmo, deixando sua humanidade para trás. Arremessou o retrato na parede com violência, quase sentindo prazer com a dor que os cacos de vidro causaram quando rasparam a pele do rosto.

Depois do rompante, Harry se sentiu exausto, emocional e fisicamente. Se abaixou para olhar novamente a foto, jogada no chão. Tocou a foto com a ponta dos dedos, sussurando:


– Eu queria tanto saber o que vocês pensariam disso, o que fariam...


Ao mesmo tempo, cortou a mão em um caco. Ergueu-a rapidamente, mas o sangue já fluia livremente pela palma. E assim foi como aconteceu. Simultâneamente, uma lágrima furtiva escapou de seus olhos, quando uma gota de sangue escorreu de sua mão.


"Queria tanto...


As duas caíram no mesmo momento sobre o rostos sorridentes de Lily e James, o vermelho se misturando com a água salgada.


...ter vocês comigo."


Então, sem alarde, a energia mágica começou a zumbir pelo quarto, envolvendo seu único ocupante. E Harry Potter desapareceu.




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Notas finais do capítulo

Yey, obrigado por ler meu mais novo projeto! É uma fanfic de viagem no tempo, então esperem muito drama e muita ação (;
Prometo postar os capítulos com bastante frequência, e vou tentar deixá-los com pelo menos 1000 palavras cada um.
Aproveitem!